Cristina Deevin – [zignon]

"Uau, temos aqui uma poetisa!", diz Ny, legitimamente impressionada.

John também fica surpreso, mas você não tem certeza se ele percebeu o acróstico.

"Nossa, muito apropriado. Você inventou isso agora, ou é de alguém conhecido?", ele diz. Vocês já não estão mais dançando, mas sim parados um de frente para o outro de mãos dadas se olhando. Está fazendo um sol bonito, apesar de estar bastante frio, e há algumas aves pescadoras voando por perto.

John olha para sua boca e de volta para os seus olhos e de volta para a sua boca. Ele a puxa para perto e tenta beijá-la. Caso você permita isso Ny vai fazer uma pose debochada como se estivesse tirando fotos do casal, numa mímica.

Se você evitar o beijo ele vai apenas sorrir docemente e dizer "Navego na sua mente, hein...".

De qualquer modo ele parece bastante relaxado agora. Há um brilho diferente nos olhos do rapaz.

“No sobrenatural?”, John pergunta, um pouco surpreso com a sua questão. “Acho que sim... quer dizer, no amor, no sonho e na poesia com certeza sim, agora... no que vai além das leis da ciência, depende muito do momento...”

Ele coça a cabeça e continua “Acho que concordo com aquela frase que diz ‘eu não acredito em bruxas, mas que elas existem existem’, conhece?... estou sendo sincero, mas não estou entendendo bem onde você quer chegar...”

Ny olha para você concordando com suas intenções. “Se vamos andar com esse garoto pelo menos podemos fazer dele um aliado, não é? Muito bem”, ela diz.

“Vamos dar uma volta enquanto você me explica melhor essa história?”, diz John. “Eu estou um pouco perdido agora hahaha”.

O clima de romance passou, mas o rapaz continua interessado na sua conversa. Ny bate o dedo indicador no pulso esquerdo, numa mímica que diz ‘olha a hora’, e então diz “Talvez devêssemos ir caminhando com ele de volta para nossa casa, Cris...”

John te escuta com atenção, mas com aquela expressão de quem não está levando as coisas ao pé da letra. “Olha, nesta cidade, com você e do jeito que a minha vida está eu estou disposto a muita coisa, sim. O que preciso fazer pra ‘desvelar meus olhos’?”, ele pergunta, autenticamente interessado na sua proposta.

Você entrega a ele seu lenço, devidamente encantado, que ele aceita sem pestanejar. Assim que ele segura o lenço seus olhos se arregalam.

“QUÊ?!”, ele diz num tom bem alto e então dando-se conta de Ny parada ao seu lado dá um pulo de susto repetindo “QUÊ?!”.

Ele olha ao redor como para se certificar de que tudo continua como sempre e então volta a olhar para vocês com olhos assustados e ofegante. Seus lábios se movem sem que ele diga nada coerente: “Você... mas o quê... não entendo... eu não sei...”

Subitamente ele para e começa a gargalhar. Ele ri tanto que lágrimas escorrem pelos seus olhos.

“Adorei, garota! Adorei!”, ele bate palmas, “Como diabo você fez isso? Nada disso é real, não é?”

Alguns transeuntes olham para ele como se estivesse sob efeito de drogas poderosas.

Então John volta-se novamente para Ny, “Que susto essa bailarina aqui me deu! De onde ela surgiu?”

Você já está acostumada com esse tipo de reação vinda de pessoas recém encantadas pela primeira vez. Ny se aproxima dele e o cutuca com o dedo indicador dizendo “Eu sou real, está sentindo? Fique calmo que é muita coisa para absorver de uma única vez. Meu nome é Ny e estou acompanhando os dois pombinhos desde o início... recomponha-se, pois você vai acompanhar esta pantera aqui num baile de sonhos, essa noite. Espero que já tenha assistido aquele filme Labirinto...”.

Vocês estão a apenas um quarteirão da casa onde está se hospedando a trupe.

John a acompanha um pouco abobado e logo vocês estão subindo pelas escadas até o apartamento de sotão onde você está vivendo com a trupe.

A casa está agitada. Natasha já está se vestindo e se arrumando, sem entender direito ainda para que tipo de evento ela vai. Robert está tirando um cochilo e Dan está no banho, enquanto Natalie e Tysha estão conversando animadamente na cozinha.

John se detém olhando para elas, completamente estupefato agora que consegue enxergar seu fae mien, a forma verdadeira delas.

“Bem vindo, jovem”, diz Tysha e Natalie completa com “A Cris encantou você, não é? Não se preocupe, logo você estará acostumado.”

Ny simplesmente avança pela casa e se joga na sua cama enquanto Greg vindo do outro cômodo e te puxa pelo cotovelo de volta para de onde ele veio. John está tão distraído com suas duas colegas que não é necessário falar qualquer coisa com ele.

“Que bom que você chegou”, diz Greg, “essa noite vou te apresentar a alguns conhecidos. Tenho certeza que você vai se sair bem. Vai conhecer o rei e a princesa e vou aproveitar para combinar um dia para a sua nomeação.”

Ele se senta empoleirado em uma cama e prossegue. “Já faz mais de um ano que você passou pela crisálida e à essa altura é costume que você passe por um ritual chamado dia da nomeação em que você receberá o seu nome verdadeiro… o seu nome de fada. Vou aproveitar para combinar isso, beleza?”

Ele tira de não sei onde um pequeno pacote de amendoins e começa a mastigar um deles.

“Conheço muita gente aqui. Muita gente me conhece. Vou te apresentar a todo mundo. E vai ser bacana você levar esse garoto esquisito. Os kithain curtem os esquisitos. Agora, me preocupo que Ny tente transformar tudo isso numa apresentação pessoal sua, hein? Olho nela. Confie em mim no que se trata de etiqueta e trato social com nosso povo.”

Ele saca outro amendoim e começa a mastigar. Dan sai do banho e Natasha corre para ocupar o banheiro logo após ele.

Você toma um belo banho e depois se arruma com com muito esmero, sempre com a ajuda de Ny.

"Esse é provavelmente o evento mais elegante que você já frequentou", diz ela, enquanto separa sua voile (roupas e sapatos quiméricos) mais finos. "Vamos também caprichar nesses cabelos", ela completa, começando a escovar suas madeixas.

Os demais membros da casa também se enfeitam e arrumam neste tempo. Até mesmo John acaba sendo convencido a tomar um banho e pegar algumas roupas enprestadas com os rapazes.

Você fica um pouco surpresa de notar que ele e Robert parecem estar se dando muito bem. Os dois conversam animados sobre a experiência, com John comparando a vez em que ele tomou LSD.

Quando todos já estão prontos vocês saem juntos e pegam un tram direto para o palácio. Há um grupo de redcaps no caminho que observa vocês passando com uma expressão carrancuda. Você nota que há alguns poucos outros changelings no tram, todos arrumados para um baile. Um deles está acompanhado de um cão dourado com asas, encolhido entre as pernas do dono parecendo muito assustado. O dono parece achar graça no comportamento do enorme animal.

Você e seu grupo seguem conversando pelo trajeto. A atenção de John e Robert está quase inteiramente em você e você nota que o segundo está se esforçando para não elogiar sua aparência e sustentar uma atitude desapegada.

Não demora muito e vocês estão desembarcando quase em frente ao palácio. Os mortais do tram olham com curiosidade para as pessoas elegantemente vestidas que descem todas no mesmo ponto.

O hotel por fora é um edifício magnífico, mas não parece haver nada acontecendo por lá. Greg lidera o grupo partindo na frente em direção ao belo portão da entrada que se abre sozinho conforme vocês se aproximam. Somente então você consegue ouvir e ver a festa lá dentro.

O salão é imenso, mas está bem cheio. Há changeling e quimeras por todos lados (e algumas, aladas, voando próximo ao teto). Em uma das paredes há uma belíssima instalação que parece um relogio complicado, enquanto numa outra há uma enorme e bela harpa tocando sozinha. O som é realmente maravilhoso e original. Você não tem lembrança de ter ouvido nada assim antes. Mais ao fundo há uma mesa repleta de comida e bebida.

O pooka-rato que estava em sua apresentação mais cedo destacasse da multidão vindo ao encontro de vocês. "Ora, ora, seja bem vindo, Greg!", ele diz, e cumprimenta seu mentor com um aperto de mão animado. "E você é a jovem que escapuliu e não pude conhecer, hein?", ele continua, dessa vez dirigindo-se a você. "Muito prazer, querida, eu me chamo Alexei".

A maioria dos seus colegas se espalha em busca de bebidas, comida, ou o que quer que seja, mas Greg, Ny, Robert e John permanecem próximos a você.

OFF:

Alexei olha para os dois mortais que a acompanham com um ar zombeteiro. Ele tem uma aparência astuta.

“Suponho que você seja uma pantera, certo?”, ele pergunta, tocando sua orelha esquerda como se vocês tivessem muita intimidade. “Eu costumava ficar intimidado por tipos felinos como você, mas hoje em dia eu os considero muito úteis… se confiáveis, é claro.”

Uma sidhe jovem e bastante elegante aproxima-se de Greg envolvendo-o num abraço efusivo e dizendo “Por que você não me avisou que estava no ducado?!”, e Alexei aproveita a deixa estendendo o braço direito em sua direção como se a convidasse para dançar.

“Espero que vocês, rapazes, não se importem se eu pegar Bagheera emprestada por alguns minutos”, ele diz para John e Robert, que estão abobalhados demais para responder. Sem esperar pelo seu consentimento ele segura sua mão e começa a rodopiar pelo salão com você.

“É a primeira vez desses dois, não é? Eles precisam de um tempo sozinhos para se aclimatar. Ser encantado pela primeira vez é um pouco como passar pela crisálida… ainda mais numa ocasião como essa. Eles devem estar pirando...”, diz o rato, enquanto valsa com você. Ele se mostra um excelente dançarino.

“Greg mencionou que você é sua pupila e por isso estou assumindo que você tem grande valor. Gosto de pessoas de valor”, ele continua, abrindo um enorme sorriso; e então, num momento em que vocês estão bem próximos da harpa, ele vira a cabeça em direção a ela e fala “Mais rápido, Klara! Ânimo!”, ao que ela responde com um teatral olhar enfurecido.

Por coincidência ou não ‘Klara’ imprime um ritmo muito mais acelerado à música e logo você e Alexei estão rodopiando frenéticamente na pista.

“Você dança incrivelmente. Em geral isso significa competência em muitas outras coisas. Eu estou te alugando? Perdoe-me, por favor. Mas é que estou numa missão importante e dançar com você pode muito bem ser parte dela. O que está achando do baile? Você já sabe o motivo dele? Greg falou sobre as possíveis implicações do que está para acontecer? Aliás, você tem noção do quão conhecido e bem relacionado ele é, não é? Estou falando rápido demais?”

Do outro lado do salão você vê que Greg está rodeado de kithain desconhecidos. Robert está próximo a ele, mas John não está mais por lá. Um par de borboletas faz um voo em espiral sobre os convidados. São criaturas minúsculas, mas por algum motivo, várias pessoas olham para elas com surpresa, comentando “oooohhh”, ou “aaaahhh”, e em seguida começam a olhar ao redor, como se esperando por alguma coisa.

Alexei te lança um último olhar decepcionado ao se dar conta de que você escapou dele sem responder a nada do que ele disse. Greg parece estar se divertindo. Com um pouco de esforço você consegue localizar John em uma espécie de ciranda junto a vários outros convidados.

“O que está achando da festa?”, pergunta Greg, com a voz já um pouco pastosa, enquanto dança com você.

“Viu as borboletas? São um prenúncio da chegada da princesa. Que em breve será a rainha”, ele diz em meio aos rodopios. “Ao que parece todos estão esperando pela morte de Lothar. Há profecias que apontam para isso...”

Na medida em que vocês dançam, você nota que o ambiente há cada vez mais borboletas no salão.

“Mas todos estão preocupados com essa sucessão do trono real. Ouvi falar que há conspiradores no reino… Alexei pelo visto é um bom amigo da princesa e está trabalhando para que tudo corra bem. Ele falou algo a respeito?”

Um dos portões que dá para o salão se abre e grande parte dos convidados se posiciona de modo a ficar de dentro para ele. Pelo portão entram dois sidhes que são claramente o rei e a princesa. Ela está segurando ele pelo braço.

“Se as teorias da conspiração de nossos pares estiverem corretas vamos ter mais com o que nos preocupar do que nossas apresentações costumeiras… já estive em guerras civis no passado… é importante cuidarmos uns dos outros”, continua Greg.

Você tem tempo para conversar um pouco com Greg durante a dança, fazer perguntas e etc [pode desenvolver no seu post, como achar melhor], porém ao fim da música a harpa para de tocar. Lothar e Delilah caminham lentamente a um local onde alguns servos colocaram um par de belos tronos de madeira (você não viu eles fazendo isso, mas os tronos não estavam lá até alguns minutos atrás). O burburinho da festa começa a diminuir. A expectativa é de que o rei ou a princesa façam algum pronunciamento, mas a marcha deles até os tronos é lenta demais. Nesse meio tempo Alexei volta a se aproximar andando de vocês.

“Que coincidência encontrar vocês aqui!”, diz o rato num tom carregado de ironia.