O Bárbaro

Hoje era mais um dia de matança. Gunther estava em sua jaula, sentado coçando suas partes enquanto comida com a outra mão uma cocha de galinha que lhe haviam dado. O homem tinha uma certa "moral" entre os prisioneiros. Era sanguinário e costumava dar um bom show em suas batalhas, então recebia alguns benefícios como uma alimentação melhor e um pouco mais de conforto.

Gunther terminava de comer seu frango e já estava pronto para cortar cabeças. Via seu machado do outro lado da sala e sua mão coçava para que pudesse alcança-lo logo, até que... As portas se abriram, um grupo de goblins foi em sua direção. O homem já ouvia a um bom tempo a vibração da torcida do lado de fora, aparentemente duas lutas já tinham acontecido e ele deveria ser o próximo.

Um dos goblins ia até a porta de sua jaula e falava:

Goblin: -- Vamos, coletor de presas, você terá hoje alguns dentes de uma humana para arrancar! -- Falava o goblin com um sorriso malicioso.

O mesmo abria a jaula, enquanto os outros ao seu redor apontavam lanças para Gunther, era o procedimento de sempre. Saia de sua jaula sendo escoltado, pegava suas armas e caminhava em direção a sala que ficava antes da rampa ara a arena. Quando chegou sua hora, seu nome foi chamado por Zigzags, mais uma vez para um dia de batalha:

Zigzags: -- Então companheiros, agora é a vez do único humano que merece algum respeito detre os outros vermes! Gunther, o coletor de presas! Ele lutará contra a feroz "tigresa" que acabamos de capturar... Mewghoah! --

Ao ouvir aquilo a porta de ferro que estava em sua frente se abria como costumeiramente e conseguia ver a rampa que dava acesso as areias da arena. Ouvia seu nome sendo gritado por alguns poucos orcs, nem todos simpatizavam com o humano mas existiam os que o faziam. Gunther caminhava calmamente girando seu grande machado com um movimento de pulso, até que podia ver toda a platéia urrando e vibrando com sua chegada.

A arena era circular e seu chão era coberto de areia, marcas de sangue no chão mostravam resultados de batalhas passadas. Do outro lado, uma mulher de porte físico avantajado surgia segurando uma espada longa com as duas mãos e vestindo um camisão de cota de malha. A mulher olhava furiosamente para Gunther, ele sentia que ela não era uma mulher qualquer, mas sim uma guerreira... Ambos se preparavam para começar...

Rolagem de iniciativa!

Gunther debochava da guerreira do outro lado da arena e visivelmente ela se irritava. Mewghoah tinha o hábito de desprezar homens que tratassem mulheres do jeito que Gunther tratava. A "tigresa" segurou sua espada longa em duas mãos com força e serrando os dentes urrava enquanto corria em direção ao bárbaro.

Gunther estava tão distraído com todo seu deboche que mal percebera a velocidade com que Mewghoah se aproximava, quando se deu por si a poderosa mulher já estava em alcance de ataque. Mewghoah tentava golpear com sua espada, em um movimento giratório poderoso, na altura do peito de seu adversário.

Porém, apesar de não parecer pronto... Gunther era um gladiador. No último instante, o homem erguia seu machado e rebatia a espadada da guerreira. Mesmo tendo defendido seu corpo, ainda cambaleava para o lado por conta da potência do golpe e sabia que se aquilo tivesse acertado-o poderia ser o fim.

Mas aquele golpe, não seria o último que receberia...

Gunther se animava com tudo aquilo, como gostava de pensar: Seu sangue fervia. E em fúria urrava brandindo seu machado acima da sua cabeça em um golpe vertical. Porém, todo aquele alarde alertava a atenta combatente, que rapidamente saia da área de ação do golpe, fazendo todo aquele poder passar no vazio.

Mewghoah pegava impulso após o passo que dara para desviar do golpe e lançava seu corpo para frente, estocando com sua espada na direção do peito de seu adversário. O bárbaro tentava se esquivar mas desta vez a guerreira estava muito próxima. O máximo que Gunther conseguia era tirar seu peito do caminho, recebendo a estocada no ombro esquerdo. A lâmina de Mewghoah perfurava fundo no mesmo, quase saindo pelo outro lado.

Dando um passo para trás, a brava mulher voltava a uma posição defensiva enquanto tirava do braço do bárbaro sua espada. Aquilo abria uma feia ferida que começava a despejar sangue por todo braço esquerdo de Gunther, apenas a fúria do mesmo não permitia que sentisse a dor daquele ferimento horrendo.

Dano: 7, Gunther Hp: 10/17 [15+2 fúria]

O bárbaro ficava furioso com toda aquela situação, e invocando novamente sua fúria ao mesmo tempo que ignorava o grave ferimento em seu ombro, Gunther desferia uma machadada horizontal contra Mewghoah.

A guerreira não tinha reação, se distraia e até mesmo se intimidava com o grito do combatente a sua frente e deixava o machado acertar sua carne. Gunther sentia o machado passar limpo no corte horizontal, mas ele não vinha limpo... O bárbaro olhava para a "tigresa" para ver o resultado de seu golpe, e ao olha-la via que a mulher estava pálida e tremendo, cambalenado para trás.

Mewghoah levava as mãos ao abdome cobrindo o local da ferida, porém poucos segundos depois caia de joelho e sem forças... Suas mãos caiam para o lado revelando a profunda ferida que abria a barriga da guerreira... O sangue jorrava e as visseras da mesma escorregavam levemente para fora. Mewghoah não resistia e caia para o lado, completamente sem movimento.

Neste momento Gunther atestava sua vitória, e junto com ele toda a torcida do local, urrando em comemoração. E neste momento Zigzags se erguia de sua poltrona falando:

Zigzags: -- E Gunther é vitorioso! Aplausos para o nosso bárbaro! Mas por hoje é só, voltaremos com mais semana que vem meus queridos, tenham um bom dia! -- Dizia o goblin, rapidamente terminando o evento e saindo de sua arquibancada, partindo para dentro do interior daquele "coliseu".

Agora a porta para voltar para sua "jaula" se abria para Gunther. Ele sabia que assim que entrasse receberia alguns cuidados médicos simples antes de ser enjaulado novamente e era isto que ocorria. Um velho orc xamã encobria os ferimentos no ombro de Gunther com algumas ervas que anestesiava um pouco a dor. Logo depois era colocado novamente em sua jaula, com sua tão adorada porção de cochas de frango.