They say that faith is all you need to stay forever young. What you've sown is what you reap...Our sins can't be undone.
Pouco a pouco, a mente de Meredith começava a fomentar uma série de possibilidades e alterações que aquela doença de Lady Eire poderia gerar. Enquanto amava as ervas, a jovem herdeira de Cedric não conseguiu mascarar a aflição que sentiu conforme as conclusões mais severas chegavam. O rostinho sereno ganhou uma nuvem escura e, apenas talvez, ela tivesse prensado as ervas mais do que o necessário para a infusão.
Colocou bastante esmero naquele esforço. Era algo simples que estava fazendo, mas ao acrescentar sentimento, achava que pudesse ajudar a sua vó - mesmo que fosse apenas por um momento de prazer enquanto tomava o chá.
A presença de Lady Eire era tão marcante que a garota nunca cogitou que sua ausência pudesse ocorrer tão cedo. Havia tanto ainda que gostaria de aprender, conhecer, compartilhar e entender. Ainda estava em fase de negação porque tinha esperanças de que ela ficaria bem - isso porque tratava-se de sua avó. Afinal, sua parte racional e prática já estava buscando novos caminhos.
Gilbert e Elliot eram suas prioridades. O mais velho estava prestes a se consagrar Cavaleiro, agora que atingira a idade apropriada enquanto Elliot...Ah, o doce Elliot. Era um menino tão bondoso, gentil e inteligente. Possuía uma afinidade com o arco e flecha, mas tinha uma alma sensível como a de um poeta. Meredith não o via sendo feliz como Cavaleiro, mas era o que todos esperariam dele, afinal. Será que ela conseguiria encontrar um equilíbrio para auxiliá-lo nessa jornada, sem a presença da avó?
Os pensamentos foram interrompidos com o apito do bule, indicando que a água já estava devidamente quente.
[...]
Com bastante destreza e delicadeza, Meredith chegou até os aposentos de sua avó. A falta de uma resposta imediata, atiçou sua curiosidade e ela entrou no quarto mesmo assim. Prontamente deixou a bandeja de lado e se aproximou da cama para ajudar a avó a se sentar.
Parou por um instante quando viu aquele sorriso cansado e os olhos verdes cruzaram com os olhos de sua avó. Eles tinham a mesma tonalidade e, muito embora fossem iguais, eles também eram diferentes: o de Eire carregava muito mais experiências. Meredith percorreu o rosto de sua avó, analisando as rugas e o cabelo dela. Engoliu em seco e forçou a dar um sorriso também.
- Ora, Lady Eire…Quanto pessimismo. - Fez um biquinho e a acomodou. Tomou sua mão e deu um suave beijo. Estava ainda com os olhos fechados quando foi puxada daquele modo para o terno beijo em sua testa.
Suspirou, sentindo as bochechas ruborizadas.
Cerrou os olhos quando ouviu os comentários sobre o enterro até que revirou os olhos.
- Não perderei meu tempo cuidando de algo que ainda está distante. Meu tempo é precioso demais e prefiro gastá-lo cuidando de vossa recuperação. - Sentou-se na beirada da cama e viu a temperatura. Percebeu um sinal de febre e cuidaria dos paninhos para baixá-la após ver que ela bebia o chá.
- Dessa vez, fui eu que fiz. Mas se estiver ruim, foi Mary quem esquentou a água. - Brincou com ela e arrumou a manta que cobria suas pernas.
Abaixou o olhar, ponderando até ouvir a pergunta.
- Estou bem, tentando manter as coisas em ordem. Sem a senhora é bastante difícil, mas tenho tentado cumprir meu papel. - Disse com certa segurança, mas quando os olhos a fitaram de novo, ela deixou os ombros caírem.
- Sabe, vovó…As ervas ajudam a cuidar dos sintomas da doença, mas parte do tratamento também depende da vontade da pessoa.Pela primeira vez a chamava de vovó e a palavra foi dita com bastante carinhoso, seguido de uma boa dose de preocupação.
- A senhora… - Mordeu o lábio internamente.
- A senhora realmente acha que já viveu o bastante? Já viu e vivenciou todas as experiências possíveis?