Zhangief derrota os lobos sem dificuldade e leva os dois animais mortos para a frente da cabana. A moça estava do lado de fora com os olhos vidrados, vendo que a ameaça havia sido eliminada rapidamente e com o seu defensor ileso. Zhangief então pede a faca para a moça qe atende sem pestanejar e então Zhangief começa a tirar o couro dos animais.
Zhangief: - Vou tirar o couro destes dois lobos e deixar ao sol. Peças de couro nunca são demais e mesmo que não tenha uso para elas, pode vender. Elas estão intactas.
Myrtle estava com uma frigideira na mão e Zhangief notou que ela havia saído da casa antes do combate terminar. Ele não esperava ver essa demonstração de coragem por parte dela e ele apreciava uma mulher que não tem medo de agir. Mas ele notou também que ela estava parada, olhando o que ele fazia sem mover nem um músculo. Não era de se esperar outra coisa. A pouco ela fugiu assustada dele quando se banhava e agora viu ele lidar com lobos famintos com as próprias mãos. Zhangief então percebeu que seu lugar não era ali e não poderia ficar por muito tempo.
Zhangief: - Acabei de esfolar as feras, agora vou levar as carcaças para longe. Vou retirar as entranhas e separar as carnes para que possam comer.
A moça balançou a cabeça, dizendo que não seria necessário uma vez que ela havia comprado carne de coelho para comer. O gigante acenou com a cabeça e respondeu.
Zhangief: - Carne de lobo não é ruim. Posso deixá-la conservada se tiver banha de porco ou outro animal, posso deixar na salmoura ou deixar ao sol.
Zhangief então levou as carcaças para longe, arrancou as tripas e começou a separar as peças de carne do animal. Ele arrancou a sua capa, que mesmo rasgada ainda tinha um bom espaço para colocar as carnes. Espalhou a capa na grama e colocou as carnes em cima. Depois começou a cortar a lenha. Havia uma boa quantia de toras e Zhangief cortaria todas em pouco tempo. O cheiro de ensopado inundou suas narinas e logo Myrtle veio até ele.
- Myrtle:
“Ah, Zhangief! Muito obrigada! Mas eu não tenho dinheiro para pagar pelo seu serviço... Alias, voce já fez muito, dando uma lição naqueles lobos! Por favor, descanse, enquanto preparo uma refeição... deve estar com muita fome...”
Zhangief: - Não precisa agradecer moça... Myrtle. Como eu disse antes eu senti a necessidade de me desculpar pelo mal entendido e quero retribuir a informação sobre a vila. Irei dormir aqui fora se me permitir e pela manhã já terei partido.
Zhangief era um homem grande, bruto e forte. Sua vida solitária o fez ser resiliente e a vida como pirata fez ele desenvolver o gosto pelo combate. Mas ele não era insensível, não possuía má índole e não apreciava violência gratuita. Além disso, dentre os ensinamentos com seu antigo mestre Pai Mei, ele aprendeu que nada era por acaso. Sua presença ali era para acontecer mas a sua permanência ali traria apenas sofrimento para a moça. Há muito Zhangief havia notado que sua vida seria sempre rodeada de dor, violência e sangue.
Depois de cortar toda a lenha, Myrtle serviu ao gigante uma porção do ensopado de coelho. Zhangief apreciou a boa comida e agradeceu a jovem pela deliciosa refeição. No navio as refeições nunca foram tão saborosas. Mas ele não repetiu o prato pois sabia que a vida pode ser difícil para pessoas simples. Depois Zhangief pediu licença para levar a lenha até a lareira e acendeu o fogo para aquecer a casa na noite que estava para cair. Caso Myrtle tenha aceitado sua presença ao redor da casa naquela noite, Zhangief se instalaria não muito longe fazendo uma lareira para si e esperaria a noite estar mais fria para poder colocar a carne de lobo ao fogo. Zhangief tinha fome mas não abusaria da bondade da jovem, esperando ela dormir para poder terminar a sua refeição. O grande homem tinha muito apetite e a fatiga que passou depois do naufrágio o deixou faminto.
Caso a jovem tenha impedido ele de dormir próximo da casa, ele agradeceria a comida e partiria para a vila. Deixaria a carne de lobo para ela poder ter mais o que comer, levando apenas um pouco para si.
Caso ela o convidasse para dormir sob um teto, Zhangief recusaria. Ele notou que ela não tinha capacidade de caçar sozinha. Não possuía animais em cativeiro e nem plantações. Para conseguir dinheiro para comprar carne ela deveria ter alguém para lhe prover recursos. Myrtle muito provavelmente era casada e seu marido estava fora para prover a família. Zhangief não tem intenção de causar impropérios na vida alheia, mesmo sentindo alguma atração por ela. Ela era jovem, bela, sua roupa cheirava bem e ela lhe lembrava de Lianna.