Prologo - Roran Longshot

Apesar de não gostar das brincadeiras (bullying), não era tão diferente de sua casa e tais menções o trazia algumas boas e más lembranças. O que realmente lhe incomodava era o frio, Roran vinha de um clima temperado para quente nas redondezas de Porto Real e o clima gélido da Muralha ainda o perturbava imensamente. Sua pele antes clara agora aparentava estar mais avermelhada com pequenas rachaduras devido ao frio. Mesmo todo agasalhado com as novas roupas pretas ele ainda penava para se adaptar. Sentia-se melhor quando estava se exercitando ou em algum lugar fechado. Obviamente havia lugares fechados melhores para se estar do que na latrina, mas ele compreendia o papel de novato e o desempenhava dedicado e humildemente.
Quando ouve alguém entrar já imagina o pior: "Nem terminei de limpar e um filha da mãe já vai cagar..." mas...

*após ouvir as acusações de Brutus, ainda ajoelhado ao chão próximo a uma das latrinas, levanta a cabeça na direção do homem com uma expressão tolamente estupefata e indaga: --Ta falando do que Bick? Pegar o que?

Roran continua ajoelhado e está perplexo com a acusação. Tenta entender do que o homem fala.

Roran se levanta com o balde de merda na mão

--Bick isso não é lugar disso! *aponta com o olhar para o balde de merda na mão demonstrando o que quer dizer* --E eu não tenho nada haver com isso, ouviu? Nada! *ele mantém a humildade na sua voz porém o timbre deixa claro que esta zangado por Bick achar que ele fosse capaz de roubar-lo* --Certamente é um dos rapazes tentando pegar uma peça em nós dois, Bick! Seja Razoável!

Roran está preparado para se defender, inclusive bater com o balde de bosta em Bick se for necessário, mas primeiro tenta convencer o homem de que não tem nada haver com isso.

Roran fica aliviado por Bick desistir da peleja, pelo menos por enquanto, e olhando para os demais ali presentes coloca o balde no chão.
O jovem irmão da patrulha fica estupefato com a proposta do Senhor à sua frente. Ele olha para o homem, de mão estendida fazendo-lhe uma proposta, mas nenhum nome lhe vem à mente...

*limpa a mão na própria roupa antes de apertar a mão do homem e diz* --E realmente não fui eu, pode acreditar Senhor... *se pega sem saber o nome do homem* --Desculpe ainda não decorei o nome de todos os irmãos.

Roran fica com o pé atrás diante da proposta mas se ver sem alternativas, aceitando-a então.
As brincadeiras começavam a ficar sérias e ele apenas imaginava a onde isso poderia acabar.

Retribui o gesto

--Muito prazer Sr Peter! *e cumprimenta os rapazes com ele com um meneio de cabeça* --Fique sabendo que possuo algum talento com as mãos, o Velho Henry me ensinou bem o oficio da carpintaria.*diz orgulhoso do seu conhecimento* --Mas em que posso ser útil?

--Sim senhor, e agradeço muito, muito mesmo a oportunidade!*Ele aceita e agradece humildemente a oferta, claramente feliz com a proposta* --Vou me dedicar às minhas tarefas, pode acreditar que vou!

Ele mal termina de falar e já se põe a terminar o serviço nas latrinas com disposição renovada.

Já na Muralha Roran presta bastante atenção aos ensinamentos que o Veterano lhe transmite, como se a vida de todos dependesse disso... o que teoricamente é verdade.
O frio o incomoda muito, durante todo o tempo o jovem patrulheiro fica se enrolando em seu agasalho, como se lhe faltasse pano. Ele caminha o tempo todo, parando apenas para corrigir alguma tocha que se apagara, consumida por completo ou pelo vento. Se tivesse alguém ali para observar, provavelmente o chamaria de Dedicado ou Tolo, fato é que ele caminha tanto para desempenhar bem seu oficio quanto para tentar se aquecer.
Apesar de transitar por toda a extensão da muralha seus olhos estão sempre voltados para o horizonte além dos muros, o lado externo por assim dizer, voltando-se para seu interior apenas para garantir que não andará sobre uma falha, gelo fino ou escorregadio.
A visão do lado externo deixa o rapaz sem folego. Nunca vira algo assim em toda sua vida, tanto em extensão quanto em altura. Apesar do pouco movimento de seres vivos, avistaram apenas uma matilha correndo no horizonte e algo que em sua imaginação deveria ser um gigante - de acordo com as histórias que ouvira, não conseguia nomear uma figura humanoide tão grande para ser vista a tal distância de outra forma -  ele não se deixou abater ou ficar monótono. A visão da paisagem era magnifica com todo o gelo e o céu colorido.

*Ao ouvir o barulho do elevador em movimento dá uma última avaliada nas tochas à vista, garantindo que não tenha falhado em seu oficio e aguarda para saber quem se aproxima*

Fecha o cenho ao ver a expressão de Bick com a adaga na mão e leva a sua própria mão até a sua própria adaga presa na bainha ao lado direito de sua cintura.

--Nada que eu diga vai lhe fazer mudar de ideia né Irmão?

Roran pergunta sério e sem nenhum tom de humildade ou educação na sua voz. Esta visivelmente enfurecido com a atitude de Bick e deixa isso bem claro em sua pergunta que mais parece um ultimato para que ele desista do que tem em mente e o deixe em paz ou arque com as consequências.

OFF:

*Roran aproveita que Bick está tonto e o empurra, de modo que ele caia de costas na murada de gelo* --Vê se fica quieto aí agora, Maldito!!! *e vai verificar quem é o louco que está colocando a vida de todos em perigo subindo tão desesperado no elevador* ---HEEEEEY!!!! SE ACALME OU AO INVÉS DE SUBIR VAI CAIR!!!

Apesar de preocupado com quem quer que suba ele permanece atento aos movimentos de Bick. Caso o mesmo tente se levantar ele o colocará para dormir com outro soco.