"Crawling angels and demons disguised
The truth you don't know so try to be sure
When your angels and demons arise
Face the truth: God is not love!"
'--- Angra, Angels And Demons.'
The truth you don't know so try to be sure
When your angels and demons arise
Face the truth: God is not love!"
'--- Angra, Angels And Demons.'
"O Inferno está vazio e todos os demônios estão aqui."
- William Shakespeare
- William Shakespeare
Cemitério Jardim da Saudade - Sulacap, Rio de Janeiro
Poetas escrevem que o amor é um dos sentimentos mais puros que emanam um fulgor intrínseco, verdadeiro, indescritível... Há quem pense que o ódio seja uma convicção tão cândida, imaculada que seja uma ironia da vida estar sob o amor, há a conjectura que quando se odeia genuinamente, a cólera nutre estímulos ígneos e sombrios para a existência.
Ódio, fogo e sombras...
As sombras eram alimentadas naquela fatídica noite, o ódio dava uma pausa e dava as mãos para a vingança, se ausentando por um breve período dando lugar a uma profunda melancolia. A angústia camuflava as poucas lágrimas que desciam no rosto de Jack, o jovem Senhor das Sombras estava em um dos seus piores dias e ao contrário de todos, estava exposto à chuva, que descia dos céus de maneira fria, impessoal e invasiva, se misturando com poucas lágrimas que delineavam sua face austera, mesclando os pensamentos vingativos com a carne pálida, inerte e falecida de uma de suas grandes amigas, na verdade a última das cinco mortas nos últimos dois anos, era o fim uma amizade, um adeus soturno infeliz.
Os passos demarcavam alterações nas poças pisadas e formavam manchas negras na água assim como o pesar era tingido de negro. Aquele dia era tão escuro que os céus se modulavam de acordo com o brilho das trevas que resplandecia no pesar da despedida e Jack sentia seus sentimentos um tanto confusos. Seu amor perante aos pais pendiam e eram subjulgados pelo ódio que sentia em querer dar o troco na corruptora, hoje, depois da morte de Helena, o pouco amor que sentia se esvaíra, se ausentando do coração do jovem, dando lugar ao vazio, um vácuo mental.
' - Jack, tem lugar para ficar? '
'- Jack? Jack?'
A atenção do garou era desviada. As palavras estavam distantes mesmo sendo proferidas a menos de dois metros de distância, Cólera-das-Sombras estava envolvido em pensamentos nocivos aonde seu amor se corrompia em cólera e pesar, era difícil escutar, seus ouvidos estavam em uma surdez triste que aos poucos como frequências de rádio, ia voltando a sua sintonia e aquele chiado com ruídos impertinentes iam dando forma a belíssima voz que chamava o garou, era a irmã de Helena, Sofia com suas cordas vocais que eram uma ode à tempestade que vociferava dos céus.
- Perdão, Sofia... Não, não tenho lugar...'
Aquela voz harmoniosa contrastava com os trovoes que ecoavam em ressonância, parecia que grave e agudo se debatiam em uma dança hipnótica aonde anjos e demônios reverberavam suas verdadeiras faces, mas a briga em si eram nos confins das nuvens e eram os mortais ali presentes que emitiam cânticos solenes e encantadores e era Sofia quem soprava aos ventos sua sinfonia final da dor. A delicadeza da voz triste de Sofia que chamava o garou, se espelhavam em um reflexo, os céus refletiam um espelho contrastando o embate dançante angélico e demoníaco e na superfície, um encontro de duas criaturas que exalavam uma imensa fúria, a Sombra reverenciava sua plenitude através do porte físico de Jack, os fios caliginosos em conjunção exata com suas íris que sempre demonstravam um mar negro de escuridão, evidenciando pequenas partes de um colosso das trevas. A graciosidade e sutileza de Sofia eram evidentes em sua herança, um misto de astúcia com um olhar hipnótico felino, uma voz suave que escondia sua grande ferocidade, era uma predadora, uma das mais fortes predadoras do mundo, uma Bastet.
' - Venha, vamos no meu carro, fique no meu apartamento, não te deixarei só. '
Jack caminhava ao lado de Sofia que lembrava muito sua amiga Helena, as duas tinham em seu DNA a face dos Olhos de Seline, mas Helena era uma parente, enquanto Sofia era de fato uma Balam, os Bastets oriundos da América. Seu porte e força física era invejável, a graciosidade que andava demonstrava um aspecto felino de uma verdadeira predadora, uma onça. Sua irmã também tinha o mesmo porte e ar majestoso sendo bem similares nos trejeitos e aspectos físicos. As duas possuíam madeixas castanhas, pele levemente morena e um físico forte e feminino, o olhar de ambas demonstravam detalhes misteriosos, perigosos e ariscos. Ambas as criaturas sobrenaturais, tanto o garou quanto a Bastet vestiam-se parecido, com casacos impermeáveis jeans e tênis de couro.
Saindo do Cemitério Jardim da Saudade em Sulacap no Rio de Janeiro em uma BMW Branca 323I, escutava-se apenas o som baixo do rádio, sintonizado na rádio chamada Transamérica. Era um domingo, as músicas não eram interrompidas por propagandas locais, fazendo com que o silêncio de ambas as criaturas sobrenaturais fosse pungente demais para se ter força para proferir palavras, independente do que pudesse ser dito. O ruído do para-brisas marcando um compasso em conjectura com o som saíndo das caixas falantes, era a única coisa que se escutava, naquele domingo de uma chuva intensa e intermitente, durante o caminho para seu apartamento na Barra da Tijuca.
Os passos demarcavam alterações nas poças pisadas e formavam manchas negras na água assim como o pesar era tingido de negro. Aquele dia era tão escuro que os céus se modulavam de acordo com o brilho das trevas que resplandecia no pesar da despedida e Jack sentia seus sentimentos um tanto confusos. Seu amor perante aos pais pendiam e eram subjulgados pelo ódio que sentia em querer dar o troco na corruptora, hoje, depois da morte de Helena, o pouco amor que sentia se esvaíra, se ausentando do coração do jovem, dando lugar ao vazio, um vácuo mental.
' - Jack, tem lugar para ficar? '
'- Jack? Jack?'
A atenção do garou era desviada. As palavras estavam distantes mesmo sendo proferidas a menos de dois metros de distância, Cólera-das-Sombras estava envolvido em pensamentos nocivos aonde seu amor se corrompia em cólera e pesar, era difícil escutar, seus ouvidos estavam em uma surdez triste que aos poucos como frequências de rádio, ia voltando a sua sintonia e aquele chiado com ruídos impertinentes iam dando forma a belíssima voz que chamava o garou, era a irmã de Helena, Sofia com suas cordas vocais que eram uma ode à tempestade que vociferava dos céus.
- Perdão, Sofia... Não, não tenho lugar...'
Aquela voz harmoniosa contrastava com os trovoes que ecoavam em ressonância, parecia que grave e agudo se debatiam em uma dança hipnótica aonde anjos e demônios reverberavam suas verdadeiras faces, mas a briga em si eram nos confins das nuvens e eram os mortais ali presentes que emitiam cânticos solenes e encantadores e era Sofia quem soprava aos ventos sua sinfonia final da dor. A delicadeza da voz triste de Sofia que chamava o garou, se espelhavam em um reflexo, os céus refletiam um espelho contrastando o embate dançante angélico e demoníaco e na superfície, um encontro de duas criaturas que exalavam uma imensa fúria, a Sombra reverenciava sua plenitude através do porte físico de Jack, os fios caliginosos em conjunção exata com suas íris que sempre demonstravam um mar negro de escuridão, evidenciando pequenas partes de um colosso das trevas. A graciosidade e sutileza de Sofia eram evidentes em sua herança, um misto de astúcia com um olhar hipnótico felino, uma voz suave que escondia sua grande ferocidade, era uma predadora, uma das mais fortes predadoras do mundo, uma Bastet.
' - Venha, vamos no meu carro, fique no meu apartamento, não te deixarei só. '
Jack caminhava ao lado de Sofia que lembrava muito sua amiga Helena, as duas tinham em seu DNA a face dos Olhos de Seline, mas Helena era uma parente, enquanto Sofia era de fato uma Balam, os Bastets oriundos da América. Seu porte e força física era invejável, a graciosidade que andava demonstrava um aspecto felino de uma verdadeira predadora, uma onça. Sua irmã também tinha o mesmo porte e ar majestoso sendo bem similares nos trejeitos e aspectos físicos. As duas possuíam madeixas castanhas, pele levemente morena e um físico forte e feminino, o olhar de ambas demonstravam detalhes misteriosos, perigosos e ariscos. Ambas as criaturas sobrenaturais, tanto o garou quanto a Bastet vestiam-se parecido, com casacos impermeáveis jeans e tênis de couro.
Saindo do Cemitério Jardim da Saudade em Sulacap no Rio de Janeiro em uma BMW Branca 323I, escutava-se apenas o som baixo do rádio, sintonizado na rádio chamada Transamérica. Era um domingo, as músicas não eram interrompidas por propagandas locais, fazendo com que o silêncio de ambas as criaturas sobrenaturais fosse pungente demais para se ter força para proferir palavras, independente do que pudesse ser dito. O ruído do para-brisas marcando um compasso em conjectura com o som saíndo das caixas falantes, era a única coisa que se escutava, naquele domingo de uma chuva intensa e intermitente, durante o caminho para seu apartamento na Barra da Tijuca.
"I don't wanna close my eyes
I don't wanna fall asleep
'Cause I'd miss you, babe
And I don't wanna miss a thing"
--- Aerosmith, I don't want a miss a thing.
I don't wanna fall asleep
'Cause I'd miss you, babe
And I don't wanna miss a thing"
--- Aerosmith, I don't want a miss a thing.
Condomínio Waterways - Barra da Tijuca, Rio de Janeiro
Sofia estaciona o carro e logo sobe para o sua cobertura. Não tinha mais família, todos já tinham falecido e vivia longe de sua irmã que era uma estudante e sonhadora, uma jovem humana que era uma engenheira, iniciando junto com Jack sua pós-graduação. Se negava de trabalhar com sua irmã, uma renomada advogada que morava no Rio de Janeiro, possuindo um renomado escritório jurídico, querendo percorrer o seu próprio caminho e escrever sua história. Sem nenhum dos dois se comunicar, ambos foram tirando os sapatos e Sofia logo aparece com uma toalha e indica o caminho para a suíte que abrigaria o amigo de sua irmã. Jack retira suas roupas e toma um banho quente e acolhedor, que faziam sua mente se esvair em pensamentos distantes, escapando do momento doloroso e de despedida. Logo o Senhor das Sombras termina e coloca uma camisa e um short que estava em sua mochila, se dirigindo para a sala aonde Sofia já o aguardava, próxima de uma imensa varanda, observando o cair da chuva forte. A Bastet estava com um roupão preto com detalhes bordados em dourado, e tragava uma maconha que parecia ter sido feita de uma maneira delicada e artesanalmente perfeita. Na sua outra mão, estava se servindo de um uísque, Blue Label, um dos mais caros.
' - Servido, Jack?'
A Felina pergunta ao mesmo tempo em que serve o garou, sem esperar resposta, colocando uísque no copo, aonde é interrompida:
' - Sem gelo, por favor. '
A Balan serve o garou, aonde dá o copo em sua mão, e assim se senta, de frente pra ele, puxando novamente um trago de sua maconha, expelindo fumaça e aparentemente relaxando. Seu olhar fita o garou e olhando diretamente em seus olhos, ela puxa assunto.
' - Helena era uma jovem sonhadora... Gostava muito de você, por isso, não poderia te deixar na chuva...' - Sofia bebe um belo gole de uísque e se volta, falando pausadamente. - ' Mas eu e você sabemos que eu e você não somos humanos normais. Aliás, nem humanos somos, sinto sua fúria, como você mesmo com certeza sente a minha...'
Helena dava enfâse nas palavras eu e você, por mais que ela não pudesse sentir que tipo de metamorfo era Jack, era possível notar que o mesmo possuía uma imensa raça pura, assim como ela mesma. Ambos apenas tinham uma certeza, ele não era um Bastet e ela não era um garou.
' - Não sou seu inimigo. Vim apenas para me despedir de Helena.'
Sofia sorria de maneira maliciosa, com um ar de uma verdadeira rainha, soberana dentro do seu território, uma verdadeira onça-pintada exalando um porte digno de uma predadora, uma tez em sua face demonstrando que se precisasse, seria uma oponente fatal.
' - Um brinde à paz, como é formidável no meio das criaturas metamórficas reinar a paz. - Com uma risada singela, ela interrompe o que fala, para dar um gole em sua bebida e um trago em seu fumo - ' O que é a guerra, quando enterramos aqueles que amamos? não sou sua inimiga, e por isso, te revelo quem sou, um voto de confiança. '
Sofia coloca sua bebida em uma mesa que estava próxima de sua poltrona, erguendo a mão ela faz com que pêlos cresçam e suas garras apareçam, revelando uma pelagem amarelada como o ouro, com pintas negras que demonstravam o quanto era perigosa, aquele olhar arisco e fatal. Smith não se assusta com o gesto e ergue o braço para cima, fazendo com que apareçam pêlos negros e garras que demostravam o quanto poderia ser uma máquina de guerra.
' - Sou um garou, é o que precisa saber, estamos quites em confiança...'
' - Sim, como não...'
Sofia se levanta e pega outra garrafa de uísque, colocando próximo para quando acabasse, já tivesse pronta para se servir. Ela coloca uma dose dupla em seu copo, retornando para o seu lugar. Olhando para sua mão, ela vê os seus pêlos irem embora, assumindo novamente suas mãos fortes e suas unhas pintadas de carmesim, bem feitas e elegantes. Sofia fita por alguns minutos os céus que continuavam ecoando gritos de dor e choravam com sua tórrida tempestade dominical.
' - Cinco de suas amigas mortas. Todas da mesma forma, doentes. Mulheres em dois anos doentes, de um mesmo grupo, próximas... Jack, não acredito em coincidências.'
Jack pensava o mesmo desde que sabia que Hellena ficara doente. Todas as cinco, Hellena, Ísis, Milena, Bárbara e Pietra, todas elas, belas, jovens, fortes e saudáveis, mortas da mesma maneira, doentes e subitamente levadas por febres fatais, sem explicação melhor do que uma virose, em um espaço de 2 anos. Cólera-das-Sombras, começava a investigar e pedira a um theurge para conversar com espíritos, o que fora sem sucesso algum. Através de evidências e montando quebra-cabeças, as coincidências eram enormes e gritantes entre todas. Todas as cinco eram parentes de metamorfos e naquele momento, ao saber que Hellena era uma parente Bastet, ratificava o quanto era estranho esse fato. Ísis era uma parente corax, Milena era uma parente dos Ananasis, Bárbara era uma parente dos Kitsune e Pietra que por último era uma parente Nagah. Todas as cinco no final de suas vidas estavam com a mesma marca nos punhos, como se formassem 5 pontos distintos. Jack fitava Sofia rapidamente e sem confiar muito naquela que acabara de conhecer.
' - Não existem coincidências, eu assumo que é obra da corruptora. ' - Jack pensa em falar sobre o parentesco metamórfico de todas as outras, mas se cala, preferindo esperar conhecer melhor a mulher para poder revelar qualquer detalhe. - ' Irei me vingar delas, de uma forma ou de outra. Mas não sei o que fazer, ainda. '
Sofia olhava o garou com curiosidade misturada com atenção. A mulher era mais velha, tinha lá os seus 33 anos, seus sentimentos sorriam com a juventude de Smith, o jovem fazia lembrar de sua irmã, com as fotos que a mesma enviava por emails, dos passeis e trilhas do seu grupo de amigos, as 5 beldades e o brutamontes, como os mesmos se apelidavam.
' - Garou, se descobrir algo... me avise por favor. '
Sofia levanta e vai até o móvel na sala, pega um cartão de visitas que continha o telefone dela, e dá nas mãos de smith.
' - Souber de algo diferente da minha irmã, me avise... eu sou ocupada com a minha empresa, não me mudaria para Bela noite. ' - Sofia continua em pé, e dá uma longa golada no seu uísque, deixa sua maconha ali, que já estava apagada. - Fique a vontade, amanhã mandarei um helicóptero te levar, Hellena me contou que você não conseguiu dinheiro e está duro, fique tranquilo, irá pra casa em segurança... Boa noite. '
Sofia começa a caminhar e assim se dirige para sua suíte, fechando a sua porta e indo descansar. Jack faz o mesmo, se dirige para o seu quarto, se acomoda na cama de casal e olha para o teto, escutando do lado de fora as gotas de chuva, e aquele frio que era trazido da maresia unida com a chuva, fazia com que Jack relaxasse e entrasse em um Sonho de espelhos.
- Sophia: