PRÓLOGO - Fyrtorn

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Passando suas mãos pelas paredes, Cirilla sente a pedra fria e úmida por causa do musgo, mas não encontra qualquer anormalidade. Contudo, enquanto caminha, pode ouvir o som de seus passos ecoar de maneira subitamente diferente, como se o chão fosse oco sob seus pés. Ao mesmo tempo, o olhar élfico aguçado de Alerathla nota uma configuração diferente das pedras no chão sob os pés da humana.

O grupo dirige suas atenções para aquele local, e Sarah começa a mover os barris próximos na busca de alguma entrada ou mecanismo. Quando, porém, tenta mover um dos barris, percebe que ele está fixo ao chão. Milo lembra-se de ter visto algo do tipo no passado, e aciona um botão na lateral do casco; com um click, a tampa abre-se suavemente, girando em dobradiças ocultas na madeira.

Olhando pela abertura, os aventureiros podem ver, sob a bruxuleante luz das velas que iluminam o aposento, uma escada de mão descer por dentro do barril, passando por um buraco no chão e seguindo até um túnel escuro, lá embaixo. Uma suave brisa sibilante parece trazer o odor do mar.


A passagem realmente parece recente; o chão e paredes são regulares e não há teias de aranha ou sinais de qualquer outro animal. A escuridão é total, mas o grupo não encontra qualquer bifurcação ou obstáculo. O caminho, na verdade, é quase em linha reta, com umas poucas curvas suaves. Depois de alguns minutos, o chão começa a se inclinar para baixo, indicando uma descida. O cheiro do mar fica cada vez mais forte.

Abruptamente a passagem termina. Os aventureiros veem-se diante de uma ampla e alta caverna à beira do mar, com inúmeras estalactites pendendo do teto. Areia fofa preenche todo o chão, até chegar na água do mar, à esquerda de onde saíram, agitada por suaves ondas que quebram no interior da caverna. O ambiente é pouco iluminado a esta hora, pois a abertura da caverna é para oeste, enquanto o sol ainda atinge seu pino.

Sobre as águas flutua uma comprida e larga canoa, aparentemente esculpida em madeira maciça, e amarrada em um tronco fincado à areia. Runas entalhadas ao redor de seu casco e um leve zunido que a embarcação parece emitir indicam ser o barco encantado prometido por Faelar.

É apenas quando todos saem da passagem que percebem uma ausência: Teryn não está em lugar algum. Não conseguem lembrar sequer se o bardo estava com eles no porão da taverna, ou se entrou na passagem. Com uma missão tão árdua pela frente, uma baixa no grupo sem dúvidas não é uma boa maneira de começar.

Contudo, antes que possam voltar pelo caminho que vieram em busca do companheiro perdido, Cirilla ouve sons de passos aproximando-se rapidamente pela passagem. Em momentos aparece um homem alto e esguio, de pele queimada do sol e cabelos negros, vestido de armadura de couro e armado com uma espada curta; também carrega nas costas um arco longo de madeira. Em seu peito, o brasão do Império. Seu rosto, suado e com rugas de preocupação, abre-se subitamente em um sorriso de satisfação ao notar o grupo.

- Aha! Aí estão vocês - exclama; sua voz ecoa pela caverna, e seu sotaque não deixa enganar: trata-se de um homem do Sul - Connor! Avise ao general que estão sob o penhasco. - diz, virando-se para trás para falar com um parceiro. Passos são novamente ouvidos, dessa vez afastando-se. O primeiro volta-se novamente para os aventureiros, descendo para a caverna. Atrás dele, um segundo homem, bastante parecido, mas um pouco mais baixo e de cabelos castanhos, vestido e armado da mesma maneira, também o segue, com uma expressão mais séria - Vamos garantir que não escapem enquanto isso - conclui, com um sorriso sádico.

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