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[!ON!] 2ª Noite: After D'Arc
- Nazamura
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- Mensagem nº21
Re: [!ON!] 2ª Noite: After D'Arc
- Padre
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- Mensagem nº22
Re: [!ON!] 2ª Noite: After D'Arc
A NEW PATH |
Na medida que continuava o ritual, Doc tentava ignorar os diversos sentimentos que sentia naquele momento. Ela estava experienciando mais uma vez uma série de primeiras vezes e se redescobrindo conforme o tempo passava, porém, isso não significava que tinha o espaço e o tempo para dar lugar a sentimentos avulsos naquele momento, a vida de Mayane dependia dela, não havia margem para erro.
Dedicada, apesar de notar a hesitação de Inácio, havia decidido que não havia o tempo necessário para se preocupar com ele, não com a vida da companheira em perigo, então sem perceber recitava aquelas palavras sozinha e sozinha acompanhava um milagre acontecer diante de seus olhos. Era uma experiência fenomenal, sem dúvidas, havia sido com Antônio e agora com a psicóloga, rever tudo aquilo era muito impactante.
Após completar o processo, Mayane acordava com um desespero compreensível, Doc não pensou duas vezes, retirou seu jaleco e o ofereceu para a amiga cobrir o corpo inteiro, a missão estava longe de acabar e era o que ela conseguia fazer naquele momento.
― Ninguém está zangado com você, Mayane o pior já passou. Fique tranquila. ― Dizia isso para a mulher pela primeira vez se permitindo olhar ao redor, queria saber se Antônio havia sido bem sucedido com o rapaz. Entre olhares curiosos encontrou Antônio, em pé, mas Dom Inácio havia fugido de sua vista. Segurava a indagação enquanto uma Mayane afobada terminava de relatar a experiência que havia vivido. ― Isto não me soa legal Mayane, nós viemos aqui resgatar a Dra. Rita porque ela foi sequestrada por noturnos, mas se o que você disse é verdade ou nós estamos no lugar errado ou quem sequestrou ela está conduzindo esse ritual. Eu não deveria lhe dizer isso, mas homem não presta, sem ofensas, Antônio. ― Olhava rapidamente para Antônio e então voltava-se para a psicóloga. ― Pelo que você falou, esse que você quer trazer de volta é um figurão, você tem certeza que pode confiar nele? Porque se não puder, pense no que estaremos fazendo aqui... A palavra ritual me soa errada, me lembra sacrifício e talvez isso seja algum preconceito da minha parte, mas prefiro me ater ao objetivo inicial que era resgatar Ana Rita.
Doc então parava, Mayane parecia em transe o que não passava despercebido das atenções da médica que fazendo uma ponte, mudava o olhar de Mayane para Antônio sem disfarçar.
― Por deus... O Estocolmo. ― Soltava em um tom baixo sem segurar a risada descontraída que vinha em seguida. Devia ser legal poder olhar para alguém novamente do jeito que a psicóloga olhava Antônio, novamente tentava-se lembrar de algo do seu passado, um primeiro namorado, uma primeira namorada, a pessoa com quem teve suas primeiras relações sexuais, havia sido especial ou só mais uma noite trash pro catálogo? Muitas perguntas passavam pela cabeça da confusa Maria, que agora só se lembrava da única pessoa que havia despertado um sentimento diferente desde que havia visto pela primeira vez. Seus olhos repousavam sob Antônio.
Cruzes, não... Ele é bonito, mas não me aguentaria, seria too much.
Lembrava então de Ace, poderia também ter lembrado de Mel, mas ela era muito... Certinha, com um estilo mais refinado, já o rapaz parecia ter saído do mesmo lugar que ela, seja lá de onde ela tenha saído. Uma sensação de pertencimento, de reconhecimento e de que aquele homem com certeza saberia lidar e domar uma mulher como ela, pena que era casado. Com certa frustração Doc saía de seu transe, levantava-se do chão e o senso de preocupação novamente batia.
― Dom Inácio sumiu, Antônio, onde está aquele cara? ― Olhando em volta, não encontrou nada. ― Precisamos sair logo daqui, vamos.
Virando-se então novamente na direção na estátua que chorava ácido, tentava novamente desvendar o enigma daquela sala.
― Lá na frente tem curvas e em cada curva há uma porta, na porta do lado que eu estava havia três novas estrelas, duas das seis estátuas tem a órbita preenchida por pedras lisas e redondas mas elas são grandes de mais pra caber ali, então deve haver uma terceira pedra redonda e menor com as mesmas características, só falta descobrir onde está... Talvez no fundo da piscina? Naquela porta que eu estava também tinham estrelas com pontas e os números não eram aleatórios. Talvez tenha alguma relação do porquê aquelas estátuas ali tem pedras redondas e as demais não, talvez tenha a ver com o número de pontas.
Com uma das mãos no queixo, pensava em como resolver aquele enigma.
Dedicada, apesar de notar a hesitação de Inácio, havia decidido que não havia o tempo necessário para se preocupar com ele, não com a vida da companheira em perigo, então sem perceber recitava aquelas palavras sozinha e sozinha acompanhava um milagre acontecer diante de seus olhos. Era uma experiência fenomenal, sem dúvidas, havia sido com Antônio e agora com a psicóloga, rever tudo aquilo era muito impactante.
Após completar o processo, Mayane acordava com um desespero compreensível, Doc não pensou duas vezes, retirou seu jaleco e o ofereceu para a amiga cobrir o corpo inteiro, a missão estava longe de acabar e era o que ela conseguia fazer naquele momento.
― Ninguém está zangado com você, Mayane o pior já passou. Fique tranquila. ― Dizia isso para a mulher pela primeira vez se permitindo olhar ao redor, queria saber se Antônio havia sido bem sucedido com o rapaz. Entre olhares curiosos encontrou Antônio, em pé, mas Dom Inácio havia fugido de sua vista. Segurava a indagação enquanto uma Mayane afobada terminava de relatar a experiência que havia vivido. ― Isto não me soa legal Mayane, nós viemos aqui resgatar a Dra. Rita porque ela foi sequestrada por noturnos, mas se o que você disse é verdade ou nós estamos no lugar errado ou quem sequestrou ela está conduzindo esse ritual. Eu não deveria lhe dizer isso, mas homem não presta, sem ofensas, Antônio. ― Olhava rapidamente para Antônio e então voltava-se para a psicóloga. ― Pelo que você falou, esse que você quer trazer de volta é um figurão, você tem certeza que pode confiar nele? Porque se não puder, pense no que estaremos fazendo aqui... A palavra ritual me soa errada, me lembra sacrifício e talvez isso seja algum preconceito da minha parte, mas prefiro me ater ao objetivo inicial que era resgatar Ana Rita.
Doc então parava, Mayane parecia em transe o que não passava despercebido das atenções da médica que fazendo uma ponte, mudava o olhar de Mayane para Antônio sem disfarçar.
― Por deus... O Estocolmo. ― Soltava em um tom baixo sem segurar a risada descontraída que vinha em seguida. Devia ser legal poder olhar para alguém novamente do jeito que a psicóloga olhava Antônio, novamente tentava-se lembrar de algo do seu passado, um primeiro namorado, uma primeira namorada, a pessoa com quem teve suas primeiras relações sexuais, havia sido especial ou só mais uma noite trash pro catálogo? Muitas perguntas passavam pela cabeça da confusa Maria, que agora só se lembrava da única pessoa que havia despertado um sentimento diferente desde que havia visto pela primeira vez. Seus olhos repousavam sob Antônio.
Cruzes, não... Ele é bonito, mas não me aguentaria, seria too much.
Lembrava então de Ace, poderia também ter lembrado de Mel, mas ela era muito... Certinha, com um estilo mais refinado, já o rapaz parecia ter saído do mesmo lugar que ela, seja lá de onde ela tenha saído. Uma sensação de pertencimento, de reconhecimento e de que aquele homem com certeza saberia lidar e domar uma mulher como ela, pena que era casado. Com certa frustração Doc saía de seu transe, levantava-se do chão e o senso de preocupação novamente batia.
― Dom Inácio sumiu, Antônio, onde está aquele cara? ― Olhando em volta, não encontrou nada. ― Precisamos sair logo daqui, vamos.
Virando-se então novamente na direção na estátua que chorava ácido, tentava novamente desvendar o enigma daquela sala.
― Lá na frente tem curvas e em cada curva há uma porta, na porta do lado que eu estava havia três novas estrelas, duas das seis estátuas tem a órbita preenchida por pedras lisas e redondas mas elas são grandes de mais pra caber ali, então deve haver uma terceira pedra redonda e menor com as mesmas características, só falta descobrir onde está... Talvez no fundo da piscina? Naquela porta que eu estava também tinham estrelas com pontas e os números não eram aleatórios. Talvez tenha alguma relação do porquê aquelas estátuas ali tem pedras redondas e as demais não, talvez tenha a ver com o número de pontas.
Com uma das mãos no queixo, pensava em como resolver aquele enigma.
- Ryan Schatner
Samurai Urbano - Mensagens : 138
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- Mensagem nº23
Re: [!ON!] 2ª Noite: After D'Arc
Quando um dos inimigos caiu e o outro foi rendido, Antônio lembrou-se das palavras de Maria, ainda na casa “Juntos nós conseguiremos, você vai ver...” e por um instante, aquele pensamento lhe trouxe uma sensação de confiança. Mas essa segurança durou pouco e foi substituída por um pavor que congelou o estômago do agente ao ver Mayane se atirar imprudentemente na piscina. Correu em sua direção para tentar impedi-la...
— MAYANE, NÃO!!!
...mas era tarde demais e seu agarrão encontrou o nada próximo ao braço dela. Antônio corria em desespero ao redor da borda do tanque pensando em uma maneira de tirá-la de lá enquanto assistia sua companheira se debater em desespero. Uma gota do líquido saltou atingiu-lhe a ponta da bota, imediatamente se dissipando em fumaça com aquele som característico da queimadura que deixara marcado o couro. Seu coração pulou para a garganta no momento em a palavra “ácido” lhe cruzou o pensamento. Quando a moça milagrosamente conseguiu sair da piscina, respirou aliviado pela sua vida, entretanto, ela estava preocupantemente ferida, com queimaduras horríveis por todo o corpo. Antônio estava perdido em agonia por Mayane, sentindo aquele cheiro de carne queimada que se desprendia das partes derretidas de seu corpo, e talvez se não fosse Doc assumir a frente e lhe mandar vigiar o outro indivíduo, congelaria ali observando a mulher.
Se afastou e foi para perto do segundo agressor que jazia rendido no chão, porém, seus olhos estavam fixos no grupo formado por Doc e Inácio, que iniciavam um bizarro ritual a fim de curar Mayane de seus ferimentos. Antônio sabia que já tinha passado pelas mãos de Maria na mesma situação, mas estava desacordado na ocasião. Assistir aquela cerimônia envolvendo sangue e cânticos antigos era assombroso, até para o padre que visivelmente incomodado, começava a se afastar das mulheres. Neste momento, pensou se a falta de ajuda não interferiria no ritual e caminhou até onde estavam, ajoelhando-se próximo às duas.
A boa e imprudente intenção só fez por agravar a situação, pois enquanto se ocupavam em curar Mayane, o outro indivíduo se aproveitou da distração para empreender sua fuga. Antônio ainda ajoelhado, disparou na perna do fugitivo, mas assim como disseram que ocorreu com Ana Rita, o mesmo desapareceu por entre as sombras.
Enfim, a esperança voltou ao coração do agente quando Mayane acordou, confusa, mas bem de saúde, apesar de leves queimaduras aqui e ali. Era de fato um poder fenomenal aquele que Doc possuía. Lembrando-se de como fora um idiota no passado, tratou logo de confortar a moça.
— Fique tranquila, May. Tudo o que importa é que você está bem, agora. E ainda por cima – disse num sorriso passando a mão pelos cabelos da psicóloga – ganhou um novo corte bem charmoso. Agora, vamos lhe arrumar novas roupas.
Antônio então caminhou pelo salão até o cadáver de um dos atacantes e agarrando-o pelo pulso, arrastou seu corpo pelo mármore até perto das mulheres. Despiu o homem deixando-o apenas de cuecas e juntando suas vestes em uma trouxa, entregou para Mayane.
— Aqui, pode ser que fiquem um pouco largas, mas se ajustar bem o cinto...
Passou então a ouvir o relato de Mayane, que soava como documentários de uma “experiência de quase morte”. O fazia como sempre fazia quando lia ou ouvia explicações, focando nas partes importantes e com a outra metade de sua atenção dedicada a outra coisa. Pensava em como sairiam daquela sala, como solucionar aquele enigma ou mesmo ganhar acesso à chave no fundo daquele tanque de ácido. Entretanto, sua atenção foi fisgada por inteiro quando começou a notar os olhares que a psicóloga lhe dirigia. Era interesse aquilo por trás dos olhos dela? Enrubesceu um pouco e tentou desviar o olhar e pensou “Como assim, gente? Não pode ser! Até ontem eu achava que ela me odiava!?” Observava a sala numa tentativa (em vão) de não demonstrar sua confusa reação, mas vez ou outra, seus olhares acabaram se cruzando.
Percebeu então que Maria sorria e um friozinho de vergonha preencheu sua barriga. Estava tão na cara assim sua reação? E observando o belo sorriso da médica, lembrou de outras palavras que ela havia dito mais cedo – “já passamos por tanta coisa em pouco tempo e eu já te considero mais do que eu considerei qualquer um em toda minha vida...” – Não! Não era possível, só podia estar confundindo as coisas. Não era lá aquelas coisas para estar tão bem assim aos olhos das mulheres.
Virou de costas e começou a divagar em pensamentos e enquanto caminhava se lembrava das indagações de sua mãe sobre quando arrumaria uma esposa e lhe daria netos – “Depois vai ficar velho demais e não vai dar conta de correr atrás das crianças, Toninho” – ela dizia. Voltou a observar suas companheiras conversando e percebeu que começava a olhá-las com outros olhos. Mayane com toda a sua meiguice, inocência e sensibilidade, algo raro nos dias de hoje e que deveria ser protegida. Doc com toda a sua bondade e dedicação e ao mesmo tempo com uma força implacável como fogo no olhar. Definitivamente, dois pontos que admirava em uma mulher. Mas será que um assassino frio como ele algum dia mereceria o calor do coração daquelas mulheres? Não pode conter o sorriso torto de lascívia quando pensou na possibilidade de sexo a três. “Safado pervertido!” – pensou consigo mesmo. Doc tinha razão, homem não presta!
Foi trazido de volta à realidade por Maria, quando a mesma questionou do paradeiro de Inácio.
— Deve ter sido sugado pelas sombras, assim como o outro capanga, assim como disseram de Ana Rita. Droga! O outro cara; eu coloquei uma bala na perna dele, mas ele pode estar chamando reforços neste exato momento. Temos que sair daqui agora! E eu acho que sei como!
Correu até a estátua que tinha um globo no olho, e deixando o fuzil encostado na parede, escalou a figura até o topo, de onde retirou a pedra. Jogava para cima e a apanhava de volta como uma maçã enquanto dizia:
— Temos duas destas. Esta aqui e aquela lá – apontando para a outra estatua. Escalou a segunda estátua e retirou a segunda esfera – Acho que se colocarmos ela nos olhos do padre, podemos fechar o fluxo de ácido que alimenta o tanque e pegar a chave que abre uma das portas. A esfera menor de que você falou Mari, só pode estar lá!
De posse das duas esferas, escalou a imagem do padre com cautela para não esbarrar na corrente de ácido que lhe descia pelos olhos e uma vez lá em cima, depositou os objetos nos globos oculares da estátua, descendo em seguida. Permaneceu de frente para ela, com as mãos na cintura, observando se sua ideia surtiria o efeito desejado.
— E o enigma é uma sequência numérica, indicada pelas estátuas que tinha os globos, com 4 e 9 pontas respectivamente. Raiz quadrada de 4 é 2, de 9 é 3. O resultado que se encaixa nessa ordem é 4, logo 16!
— MAYANE, NÃO!!!
...mas era tarde demais e seu agarrão encontrou o nada próximo ao braço dela. Antônio corria em desespero ao redor da borda do tanque pensando em uma maneira de tirá-la de lá enquanto assistia sua companheira se debater em desespero. Uma gota do líquido saltou atingiu-lhe a ponta da bota, imediatamente se dissipando em fumaça com aquele som característico da queimadura que deixara marcado o couro. Seu coração pulou para a garganta no momento em a palavra “ácido” lhe cruzou o pensamento. Quando a moça milagrosamente conseguiu sair da piscina, respirou aliviado pela sua vida, entretanto, ela estava preocupantemente ferida, com queimaduras horríveis por todo o corpo. Antônio estava perdido em agonia por Mayane, sentindo aquele cheiro de carne queimada que se desprendia das partes derretidas de seu corpo, e talvez se não fosse Doc assumir a frente e lhe mandar vigiar o outro indivíduo, congelaria ali observando a mulher.
Se afastou e foi para perto do segundo agressor que jazia rendido no chão, porém, seus olhos estavam fixos no grupo formado por Doc e Inácio, que iniciavam um bizarro ritual a fim de curar Mayane de seus ferimentos. Antônio sabia que já tinha passado pelas mãos de Maria na mesma situação, mas estava desacordado na ocasião. Assistir aquela cerimônia envolvendo sangue e cânticos antigos era assombroso, até para o padre que visivelmente incomodado, começava a se afastar das mulheres. Neste momento, pensou se a falta de ajuda não interferiria no ritual e caminhou até onde estavam, ajoelhando-se próximo às duas.
A boa e imprudente intenção só fez por agravar a situação, pois enquanto se ocupavam em curar Mayane, o outro indivíduo se aproveitou da distração para empreender sua fuga. Antônio ainda ajoelhado, disparou na perna do fugitivo, mas assim como disseram que ocorreu com Ana Rita, o mesmo desapareceu por entre as sombras.
Enfim, a esperança voltou ao coração do agente quando Mayane acordou, confusa, mas bem de saúde, apesar de leves queimaduras aqui e ali. Era de fato um poder fenomenal aquele que Doc possuía. Lembrando-se de como fora um idiota no passado, tratou logo de confortar a moça.
— Fique tranquila, May. Tudo o que importa é que você está bem, agora. E ainda por cima – disse num sorriso passando a mão pelos cabelos da psicóloga – ganhou um novo corte bem charmoso. Agora, vamos lhe arrumar novas roupas.
Antônio então caminhou pelo salão até o cadáver de um dos atacantes e agarrando-o pelo pulso, arrastou seu corpo pelo mármore até perto das mulheres. Despiu o homem deixando-o apenas de cuecas e juntando suas vestes em uma trouxa, entregou para Mayane.
— Aqui, pode ser que fiquem um pouco largas, mas se ajustar bem o cinto...
Passou então a ouvir o relato de Mayane, que soava como documentários de uma “experiência de quase morte”. O fazia como sempre fazia quando lia ou ouvia explicações, focando nas partes importantes e com a outra metade de sua atenção dedicada a outra coisa. Pensava em como sairiam daquela sala, como solucionar aquele enigma ou mesmo ganhar acesso à chave no fundo daquele tanque de ácido. Entretanto, sua atenção foi fisgada por inteiro quando começou a notar os olhares que a psicóloga lhe dirigia. Era interesse aquilo por trás dos olhos dela? Enrubesceu um pouco e tentou desviar o olhar e pensou “Como assim, gente? Não pode ser! Até ontem eu achava que ela me odiava!?” Observava a sala numa tentativa (em vão) de não demonstrar sua confusa reação, mas vez ou outra, seus olhares acabaram se cruzando.
Percebeu então que Maria sorria e um friozinho de vergonha preencheu sua barriga. Estava tão na cara assim sua reação? E observando o belo sorriso da médica, lembrou de outras palavras que ela havia dito mais cedo – “já passamos por tanta coisa em pouco tempo e eu já te considero mais do que eu considerei qualquer um em toda minha vida...” – Não! Não era possível, só podia estar confundindo as coisas. Não era lá aquelas coisas para estar tão bem assim aos olhos das mulheres.
Virou de costas e começou a divagar em pensamentos e enquanto caminhava se lembrava das indagações de sua mãe sobre quando arrumaria uma esposa e lhe daria netos – “Depois vai ficar velho demais e não vai dar conta de correr atrás das crianças, Toninho” – ela dizia. Voltou a observar suas companheiras conversando e percebeu que começava a olhá-las com outros olhos. Mayane com toda a sua meiguice, inocência e sensibilidade, algo raro nos dias de hoje e que deveria ser protegida. Doc com toda a sua bondade e dedicação e ao mesmo tempo com uma força implacável como fogo no olhar. Definitivamente, dois pontos que admirava em uma mulher. Mas será que um assassino frio como ele algum dia mereceria o calor do coração daquelas mulheres? Não pode conter o sorriso torto de lascívia quando pensou na possibilidade de sexo a três. “Safado pervertido!” – pensou consigo mesmo. Doc tinha razão, homem não presta!
Foi trazido de volta à realidade por Maria, quando a mesma questionou do paradeiro de Inácio.
— Deve ter sido sugado pelas sombras, assim como o outro capanga, assim como disseram de Ana Rita. Droga! O outro cara; eu coloquei uma bala na perna dele, mas ele pode estar chamando reforços neste exato momento. Temos que sair daqui agora! E eu acho que sei como!
Correu até a estátua que tinha um globo no olho, e deixando o fuzil encostado na parede, escalou a figura até o topo, de onde retirou a pedra. Jogava para cima e a apanhava de volta como uma maçã enquanto dizia:
— Temos duas destas. Esta aqui e aquela lá – apontando para a outra estatua. Escalou a segunda estátua e retirou a segunda esfera – Acho que se colocarmos ela nos olhos do padre, podemos fechar o fluxo de ácido que alimenta o tanque e pegar a chave que abre uma das portas. A esfera menor de que você falou Mari, só pode estar lá!
De posse das duas esferas, escalou a imagem do padre com cautela para não esbarrar na corrente de ácido que lhe descia pelos olhos e uma vez lá em cima, depositou os objetos nos globos oculares da estátua, descendo em seguida. Permaneceu de frente para ela, com as mãos na cintura, observando se sua ideia surtiria o efeito desejado.
— E o enigma é uma sequência numérica, indicada pelas estátuas que tinha os globos, com 4 e 9 pontas respectivamente. Raiz quadrada de 4 é 2, de 9 é 3. O resultado que se encaixa nessa ordem é 4, logo 16!
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- Mensagem nº24
Re: [!ON!] 2ª Noite: After D'Arc
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- Mellorienna
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- Mensagem nº25
Re: [!ON!] 2ª Noite: After D'Arc
Câmara Circular
13h30min
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Escalada pra cá. Escalada pra lá. Não era tão fácil assim se pendurar em mármore esculpido, mas Antônio sentia-se especialmente capaz. Seus olhos identificavam a menor das reentrâncias, suas mãos agarravam com firmeza e lá estava ele. E rápido. Quando encaixou com um deslizar suave as orbes das outras duas estátuas nos espaços dos globos oculares do padre que chorava, Antônio mais sentiu que ouviu um leve clique. Parado diante da estátua, vendo secar o choro ácido, o Caçador sabia que estavam no caminho certo. E seus instintos gritavam que era preciso dar o fora dali.
Mayane e Doc viram a piscina drenar lentamente, até que a chave negra estava ali, disponível, um ponto de destaque em meio às ossadas muito brancas. De posse da chave, o trio abriu a porta de ferro, encontrando nada mais que uma alcova, como um pequeno armário. Dentro dele, uma bola do tamanho exato para o encaixe no porta entalhada. Unidos, acionaram a estrela de dezesseis pontas...
... deparando-se com os Portais do Inferno.
- INTO THE DARK:
- Lucy D'Arc escreveu:Quando o fogo devastou Vila Nova Esperança, ela estava na Igreja. E foi salva das garras da morte por um Anjo do Senhor. Dourada e magnífica, a mulher tinha olhos azuis de estrela e seus cabelos se agitavam no ar quente do incêndio. Annya. Apenas por ela Maria Lúcia pôde suportar o peso de ser a única sobrevivente da tragédia que destruiu todo seu mundo.
Dias e noites se passaram, nos quais o Anjo Dourado cuidou dela, nutriu-a e alimentou-a. Algumas gotas de sangue no suco de uva. Maria Lúcia sentia-se mais viva do que jamais antes. Mas estava morta por dentro. A única coisa que a fazia seguir em frente era a presença de Annya. A visão dela arrebatava a garota, arrancando-a das trevas. Annya, o Anjo Dourado. Annya que nunca sorria.
Mais sangue, menos suco. O sobrenome que Annya usava era Kruendorff, já há muitos anos. Mas aquele não era realmente o sobrenome dela. Pseudônimos pareciam calhar bem como formas de homenagem. Maria Lúcia era filha de Joana, Joana D'Arc da Silva, morta na explosão do gasoduto pela qual nenhum responsável pagou. Lucy D'Arc foi uma escolha tão natural quanto o ódio que sentia.
Mais sangue, e dessa vez ela queria vinho. Annya não era realmente um Anjo do Senhor. Tentou explicar a natureza de sua condição para Maria Lúcia desde o início. Mas a garota não se importava. Quando o mundo ardeu, foi Annya quem a tirou do fogo. Quando estava a beira da morte, foi o Sangue de Annya que a salvou. Quando sua alma se esvaziou em desespero, Annya alimentou sua mente juvenil com o sonho de Cartago. E os responsáveis pela explosão do gasoduto em Vila Nova Esperança? Kruendorff os entregou à Maria Lúcia. Quebrados. Mutilados. Retalhados. E seu Anjo Dourado era ainda mais lindo coberto pelo sangue dos inimigos.
Annya arrancou o coração pulsante do peito daquele grande executivo, gordo, velho, podre e rico, e o entregou para Maria Lúcia. Ainda quente, ainda vivo. Para que ela o esmagasse com as próprias mãos. Por Joana D'Arc, por suas irmãs e irmãos, pelos vizinhos, pelos amigos, por toda uma vida destruída. E Maria Lúcia queria retribuir. Queria dar a ela um presente magnífico.
Não gostava daquele homem. O Príncipe. Havia visto o sujeito umas duas ou três vezes, mas ele a olhava de modo estranho. Era louco, completamente louco. E sádico. Mas Valéria trabalhava para ele. A serviço de Annya. E, assim, com aqueles truques de sombras, apareceu com aquela mulher asiática. Maria Lúcia precisava de alguém do Sangue de Caim como catalizador para unir uma Aparição ao comando de seu Anjo Dourado. E Valéria disse que havia uma criança-da-noite "que se quebrou" com o Abraço. Maria Lúcia aceitou aquilo como um sinal de que a Morte Final seria um ato de misericórdia. Preparou a sala. Iniciou o ritual.
A mulher asiática tinha marcas de tortura física e psicológica. Não falava, permanecia com os olhos vazios fixos no chão, deixava-se arrastar e jogar como um objeto. Valéria sorria. Maria Lúcia sabia que a mulher gostava de brincar com seus tentáculos de sombra. Não gostava dela. Mas, quando tivesse forçado um Espírito Assassino às ordens de Annya, seu Anjo Dourado não teria mais utilidade para Valéria. Dois coelhos com uma cajadada só.
E Annya seria apenas sua. Sua. SUA.
Diante do trio, uma ampla sala circular, cujas paredes eram cobertas por painéis esculpidos. Anjos e demônios, caveiras e cadáveres. Uma máquina hipertecnológica em formato de câmara ligava-se às correntes pelas quais Ana Rita estava presa pelos pulsos, olhando para o chão cerca de trinta centímetros abaixo de seus pés, nua e com os cabelos muito lisos e negros espalhados ao seu redor.
Diante dela, a adolescente das fotos na parede do Apartamento Desconhecido: Lucy D'Arc! E ela empunhava uma adaga cerimonial, erguida para um golpe contra o peito de Ana Rita!
OFF: Hoje é aniversário do @Nazamura \o/ XP adicional será creditada no fim da noite, como presente ^__^
- Padre
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- Mensagem nº26
Re: [!ON!] 2ª Noite: After D'Arc
A NEW PATH |
Doc continuava a analisar os enigmas sem perceber a tensão que havia criado no ar, mesmo que tivesse percebido é bem provável que teria esclarecido o mal entendido e seguido em frente, mas agora só deus sabe o que seria daquele grupo dali pra frente. Enquanto Antônio dava seguimento e fazia funcionar as engrenagens da sala, Doc confortava Mayane uma vez mais ou pelo menos tentava.
― Nós estamos marcadas e nós somos caçadoras, eles que deveriam ter medo da gente. ― Sorria até que finalmente percebia Antônio que era bem sucedido na tarefa de decifrar os mistérios daquela sala, era a responsável por pegar a chave e finalmente abrir a porta de ferro. Mal acreditava no que seus olhos viam. ― É isso!
Sem demora pegava a bola e corria até a porta entalhada chamando Antônio e Mayane, havia um certo frio na barriga e por mais que tivesse acabado de confortar Mayane, a própria Doc que se esforçava pra se manter inabalável estava com medo. Não saber o que tinha do outro lado era assustador.
A porta finalmente abria revelando uma sala que parecia ser bem característica daquele lugar, ver aqueles anjos, demônio e simbologias já estava se tornando comum e menos creepy e foi aí que seus olhos finalmente pararam em Ana Rita. Suas pernas tremiam, seu olhar se tornava levemente mais vago, não sabia exatamente o que fazer.
Por que? Por que essa mulher afeta tanto o meu emocional? Por que ver ela nesse estado mexe tanto comigo? Eu... Destruí... A vida dela? Assim... não... dá.
Sem pensar em como aquilo afetaria o que vinha pela frente, pegava a arma que estava em sua posse e mirava na direção de Lucy. Antes de falar qualquer coisa, atirava contra aquele monstro enquanto lágrimas começavam a escorrer pelo seu rosto.
― Eu não vou deixar você mata-la, Lucy!
― Nós estamos marcadas e nós somos caçadoras, eles que deveriam ter medo da gente. ― Sorria até que finalmente percebia Antônio que era bem sucedido na tarefa de decifrar os mistérios daquela sala, era a responsável por pegar a chave e finalmente abrir a porta de ferro. Mal acreditava no que seus olhos viam. ― É isso!
Sem demora pegava a bola e corria até a porta entalhada chamando Antônio e Mayane, havia um certo frio na barriga e por mais que tivesse acabado de confortar Mayane, a própria Doc que se esforçava pra se manter inabalável estava com medo. Não saber o que tinha do outro lado era assustador.
A porta finalmente abria revelando uma sala que parecia ser bem característica daquele lugar, ver aqueles anjos, demônio e simbologias já estava se tornando comum e menos creepy e foi aí que seus olhos finalmente pararam em Ana Rita. Suas pernas tremiam, seu olhar se tornava levemente mais vago, não sabia exatamente o que fazer.
Por que? Por que essa mulher afeta tanto o meu emocional? Por que ver ela nesse estado mexe tanto comigo? Eu... Destruí... A vida dela? Assim... não... dá.
Sem pensar em como aquilo afetaria o que vinha pela frente, pegava a arma que estava em sua posse e mirava na direção de Lucy. Antes de falar qualquer coisa, atirava contra aquele monstro enquanto lágrimas começavam a escorrer pelo seu rosto.
― Eu não vou deixar você mata-la, Lucy!
- Nazamura
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- Mensagem nº27
Re: [!ON!] 2ª Noite: After D'Arc
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- Mellorienna
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- Mensagem nº28
Re: [!ON!] 2ª Noite: After D'Arc
Câmara Circular
13h50min
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - DOC LOUCA NAS DROGAS escreveu:― Eu não vou deixar você mata-la, Lucy!
Aquela voz.
Quando foi tragada pelas Trevas, em frente ao Museu da Ordem Rosa Cruz, Ana Rita sentiu medo. Quando assistia filmes de ficção científica ou fantasia, imaginava como seria um teletransporte ou viagem através de um portal. Mas a experiência não era em nada parecida. A sensação que teve foi de que tinha tropeçado para trás. Quando conseguiu se colocar de pé novamente, estava em um quarto fechado. Chão de pedra. Ganchos e argolas de ferro nas paredes. No teto. Nenhuma janela.
E havia Valéria. Não soube aquele nome logo de início. Só muito mais tarde. Mas Valéria sabia seu nome. Ela fez coisas horríveis com Ana Rita, até que Ana Rita parecia rimar apenas com pirita: ouro de tolo. Todos eram tolos demais. Agora ela sabia a verdade. Mas tinha perdido o interesse.
Quanto tempo passou sendo torturada por Valéria? A mulher conjurava sombras, emitia sombras, controlava sombras. Tentáculos de sombra. Grossos como um braço, duros como ferro. Com textura de veludo. Com textura de navalhas. Valéria não sentia prazer em manipular as sombras. Não. O prazer estava nos gritos, na vítima que se debatia, no choro implorando misericórdia. "Onde está seu deus agora?" Rá. Valéria tinha um grande senso de humor. Rá-rá-rá.
Aquela voz disse que iria protegê-la.
Durante os milênios (ou horas?) de tortura que a ligaram a Valéria, a legista por vezes repassou mentalmente a cena em seu trabalho, no Necrotério do Instituto Médico Legal. Repetia em sua mente: Maria Ivri. Maria Ivri. Maria Ivri. Não podia se esquecer daquele nome. "Nós somos os únicos que podem proteger você agora" - Ana Rita se lembrava muito bem das palavras de Maria Ivri. Outra mulher com grande senso de humor. Rá-rá.
Quando o Príncipe finalmente se dignou a vê-la, Ana Rita havia sido espancada, violentada e agredida de quase todas as formas possíveis. Quase. Um sujeito não chega a uma posição de poder entre os monstros que caçam na noite sem ter uma ou duas cartas sádicas na manga. Que homem incrível! Não em um sentido elogioso, mas sim no sentido etimológico da palavra: impossível de acreditar. Ana Rita trabalhava com necrópsias de casos violentos e mesmo assim nunca tinha visto algo como o Príncipe tinha preparado. Sinceramente, era de tirar o chapéu.
Ele passou muito tempo analisando uma marca de nascença que ela tinha no ombro, que era uma mancha que quase lembrava uma fatia de melancia. Fez muitas perguntas também. Toda vez que ela desmaiava, ele explorava a utilidade de Valéria e seus tentáculos. Ana Rita já estava quase se acostumando a ser acordada de pesadelos para uma realidade que era um inferno ainda maior. Sentia-se vivendo um sonho (mau) dentro de outro sonho (ainda pior).
Mas ela não era quem ele buscava. Algo a ver com Eva. Ana Rita era a mulher errada. Aparentemente, havia umas profecias, mas ela se encaixava em umas partes, e não em outras. Era uma "meia-chave". O Príncipe ficou tão irritado! Ela riu. E, por causa disso, o Príncipe decidiu dar a ela um presente.
Ao contrário da adolescente louca à sua frente (Lucy? Foi assim que ela a chamou?), Ana Rita era agora imortal. BANG! BANG BANG! BANG! Ela ergueu lentamente a cabeça. Seus olhos brilhavam vermelhos como os olhos de um animal feroz quando a legista encarou o trio de Caçadores. Os mesmos três que a levaram do IML! Rá-rá-rá!
Agarrou as correntes pelas quais esteve pendurada pelos pulsos e arrancou-as da anilha no teto com um puxão que fez os grossos elos arrebentarem como botões em uma camisa apertada. A pobre adolescente tola (todos eram tão tolos, tão tolos!), alvejada pelos tiros alucinados que ribombavam pela sala, caiu aos seus pés como uma boneca de pano com pouco enchimento - meio flácida, meio surreal. Cinco tiros. Dois fatais. Ana Rita ainda era médica, afinal. Lucy in the skyyyyy with diamooooonds... Lucy Lucy Lucy in the skyyyyyy... Ana Rita pisou na garganta da mocinha loira, sem pressão, apenas para senti-la engasgar em busca de ar para seus pulmões perfurados. A Paquitinha respirava, e o coração pulsante galopava em seu peito humano demasiado humano. Achou que enfiaria uma faca em seu peito. E Ana Rita bem teria deixado. Mas agora lá estava ela, os cabelos loiros espalhados pelo chão como uma Barbie massacrada por um G.I.Joe maníaco. Rá-rá-rá.
- An... Anny... Annya... Por f... Por favor... - pobre Paquitinha! Ana Rita fez um "shhhh" para ela, ao mesmo tempo em que quebrava as correntes em seu pulso, deixando-as cair ao chão.
MAYANE, A MULHER QUE ORA escreveu:- Mirzam, Mirzam? Eu não entendo, o sangue a ser oferecido, é o meu?
Sangue a ser oferecido. Ana Rita voltou-se para o trio. A Tríplice Entente! O Triunvirato!
- Maria Ivri. Maria Ivri. MARIA IVRI! VOCÊS ERAM OS ÚNICOS QUE PODERIAM ME PROTEGER! RÁ! RÁ! RÁ! - a adolescente continuava engasgando, chorando, morrendo aos poucos no chão aos seus pés - Eu vou matar você, Maria Ivri. Eu vou matar você e cada um dos seus amiguinhos. Sua psicologazinha e seu motorista de Uber. Eu vou MATAR você, MARIA IVRI! E vou beber o sangue do seu coração. E ler o futuro NAS SUAS ENTRANHAS!
- Nazamura
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- Mensagem nº29
Re: [!ON!] 2ª Noite: After D'Arc
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- Padre
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Re: [!ON!] 2ª Noite: After D'Arc
A NEW PATH |
“O caminho do homem de bem é cercado por todos os lados pelas iniquidades dos egoístas e a tirania dos maus. Abençoado aquele que, em nome da caridade e boa-vontade, pastoreia os fracos pelo vale das trevas. Pois é verdadeiramente o guardião de seus irmãos e salvador dos filhos perdidos. E irei cair com grande vingança e ira sobre todos os que tentarem envenenar e destruir meus irmãos. E você saberá que eu sou o Senhor quando minha vingança o abater.”
― Eu não vou deixar você mata-la, Lucy!
Em um ato impensado, pela primeira vez, Doc agia pelo impulso.
Cega e com um entendimento vil do que estava acontecendo ali, sequer prestava atenção no resultado das balas que atirava contra Lucy, com receio de ter atingido Ana Rita durante sua ação impensada, seus olhos arregalavam ao ser colocados mais uma vez na legista, o brilho vermelho dos olhos daquela mulher hipnotizavam a médica que com uma expressão de choque e curiosidade nada pensava e com dificuldade balbuciava algumas palavras.
― Olhos... V-vermelhos... Ana... Rita?
A arma caía de sua mão em uma cena que podia ser vislumbrada por Maria em câmera lenta, junto da arma a mesma caía em joelho, não conseguia acreditar no que via, sentia-se em completa desgraça. A cada corrente quebrada se tornava cada vez mais claro para Doc o que havia acontecido, mas ao mesmo tempo não queria acreditar.
Então foi tudo em vão? Tudo o que nós passamos? Tudo o que aconteceu com Mayane, Inácio, tudo a troco de nada?
Lágrimas começavam a escorrer pelas beiras de seus olhos, naquele momento toda a sua confiança esvaia-se por todos os esporos de seu corpo e sua fé esvaia-se junto. Se recusando a acreditar que o final seria aquele, tentava dar uma razão inexistente a tudo o que havia acabado de ver.
Não... Não... Não, não, não, não, não. Esse não pode ser o jeito que as coisas acabam, talvez tenha algum jeito de reverter a situação, talvez a velha Ana ainda esteja lá. O único método não deve ser...
Sem misericórdia os olhos de Doc acompanhavam a punição aplicada por Rita na adolescente, sem misericórdia os olhos de Doc acompanhavam Rita jurar-lhe a morte e a de seus companheiros. Sem misericórdia os olhos de Doc se fechavam, será que não havia nada que pudesse fazer?
Sem forças pra pensar, pra se mexer, pra falar, aceitava o que o destino lhe aguardava.
- Ryan Schatner
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- Mensagem nº31
Re: [!ON!] 2ª Noite: After D'Arc
“Bendito seja o SENHOR, minha rocha, que ensina as minhas mãos para a peleja e os meus dedos para a guerra.”
Logo que a piscina drenou, sentiu-se especialmente inteligente. Maria foi célere em uma série de passos entre pegar a chave, a esfera e abrir a porta com as estrelas incrustadas. Era nítido o seu desespero em encontrar Ana Rita o quanto antes, e isso preocupava Antônio. Tinha um certo receio de que movida pela emoção, acabasse se machucando em algum ato imprudente. De qualquer forma, faria o seu melhor para protege-la.
Observava silente a conversa de Mayane sobre o tal “Mirzão”. Ah, como era fácil para o agente pegar antipatia de alguém sem nem conhecer a pessoa. Realizou que na verdade, poderia não ser este o caso, mas sim que ouvi-la falar dele despertava algum ciuminho bobo em si. “Cruzes, Tony! Ciúmes de um fantasma?!” De qualquer modo, acreditava que o que está morto, deve permanecer morto! Estaria ali para protege-la também, ainda que de si mesma.
Diante da indagação da psicóloga sobre o que ele queria que elas fizessem – e era inevitável não dar um segundo sentido para isso em sua mente – Antônio se resumiu a depositar sua mão suavemente no rosto da mulher e dizer sorrindo de maneira afável:
— Apenas que acredite em si mesma, meu bem!
Achou divertido sua fala sobre “Froid explica” e “matar vampiros de tédio”, soltando um breve riso ao ouvi-la falar. Da maneira menos invasiva possível, passou a mão para a nuca de Mayane e bateu de leve com o dedo em riste entre os seios dela, na altura do esterno continuando:
— Você tem um grande poder aqui, moça! Todos temos! Tenha fé e poderá ser você a salvar nossa noite hoje! E se algo der errado, eu estarei do seu lado, ok? Agora vamos achar Ana e Inácio!
Não sabendo o que os aguardavam na sala seguinte, armou-se com a espingarda e atravessou o umbral em alerta. O salão era grotesco e as imagens na parede causavam uma sensação opressora e levemente claustrofóbica no agente. Evitou encarar os detalhes bizarros daquele ambiente e volveu o olhar pela sala em busca de ameaças. Posou os olhos nas mulheres à sua frente que prontamente reconheceu como Lucy e Ana, e ainda que com um sinal de urgência correndo pelo seu sistema nervoso, não pode agir antes de Doc, que despejada uma saraivada de tiros na direção de ambas.
— DOC, ESPERA!
Gritava com grave receio de que Ana Rita fosse atingida por acidente, mas assim como quando Mayane pulara na piscina de ácido, não conseguira agir a tempo. Precisava definitivamente melhorar seus reflexose rapidez na postagem.
Lucia foi ao solo, o corpo ensanguentado e cravado de balas à beira da morte. “Isso não está certo, eles não sangram” – pensava o agente. Boquiaberto, testemunhou Ana Rita apanhar as correntes que a mantinham cativa e estourá-las como barbante! A legista agora era dona de um olhar insano e sanguinário, e foi apenas quando ela pisou na garganta de Lucy que percebeu do que se tratava aquela cena. Haviam confundido as coisas! A jovem, que sufocava em busca de mais um suspiro ainda era humana. E para Ana... já era tarde demais!
Como temia, Doc congelara. Totalmente fora de si. E Mayane clamava por Mirzam. “De novo?!”
— MAYANE! FOCO!
Mas ela não o escutava e continuava tentando racionalizar a situação ou dialogar com Ana, como se isso fosse salvá-la de alguma maneira.
— May, é tarde demais! Ela não é mais uma de nós!
Antônio sentia-se sozinho naquele ambiente, somente ele e a besta. Sabia que era o único com a frieza para aquilo, e não hesitaria em fazer o que era preciso. Mas em seu coração, coabitando com uma determinação implacável, também havia o medo de que suas amigas inocentes fossem pegas no “fogo cruzado”.
Movimentando-se rapidamente pelo salão, puxou Mayane para trás de si e alinhou-se em uma fila indiana com ambos à frente de Doc, garantindo que fosse o seu corpo o primeiro na linha de ataque de Ana Rita, e olhando-a nos seus olhos de sangue, ironizou sua ameaça:
— Sinto em informar, Dra. Mas sua corrida hoje vai direto pro Inferno!
Então, fez coro com sua parceira enquanto disparava na legista.
— Miguel, general do céu... – BANG!
— Rafael, luz sobre o horizonte... – BANG!
— Uriel, ceifeiro, anjo da Morte... – BANG!
Observava silente a conversa de Mayane sobre o tal “Mirzão”. Ah, como era fácil para o agente pegar antipatia de alguém sem nem conhecer a pessoa. Realizou que na verdade, poderia não ser este o caso, mas sim que ouvi-la falar dele despertava algum ciuminho bobo em si. “Cruzes, Tony! Ciúmes de um fantasma?!” De qualquer modo, acreditava que o que está morto, deve permanecer morto! Estaria ali para protege-la também, ainda que de si mesma.
Diante da indagação da psicóloga sobre o que ele queria que elas fizessem – e era inevitável não dar um segundo sentido para isso em sua mente – Antônio se resumiu a depositar sua mão suavemente no rosto da mulher e dizer sorrindo de maneira afável:
— Apenas que acredite em si mesma, meu bem!
Achou divertido sua fala sobre “Froid explica” e “matar vampiros de tédio”, soltando um breve riso ao ouvi-la falar. Da maneira menos invasiva possível, passou a mão para a nuca de Mayane e bateu de leve com o dedo em riste entre os seios dela, na altura do esterno continuando:
— Você tem um grande poder aqui, moça! Todos temos! Tenha fé e poderá ser você a salvar nossa noite hoje! E se algo der errado, eu estarei do seu lado, ok? Agora vamos achar Ana e Inácio!
Não sabendo o que os aguardavam na sala seguinte, armou-se com a espingarda e atravessou o umbral em alerta. O salão era grotesco e as imagens na parede causavam uma sensação opressora e levemente claustrofóbica no agente. Evitou encarar os detalhes bizarros daquele ambiente e volveu o olhar pela sala em busca de ameaças. Posou os olhos nas mulheres à sua frente que prontamente reconheceu como Lucy e Ana, e ainda que com um sinal de urgência correndo pelo seu sistema nervoso, não pode agir antes de Doc, que despejada uma saraivada de tiros na direção de ambas.
— DOC, ESPERA!
Gritava com grave receio de que Ana Rita fosse atingida por acidente, mas assim como quando Mayane pulara na piscina de ácido, não conseguira agir a tempo. Precisava definitivamente melhorar seus reflexos
Lucia foi ao solo, o corpo ensanguentado e cravado de balas à beira da morte. “Isso não está certo, eles não sangram” – pensava o agente. Boquiaberto, testemunhou Ana Rita apanhar as correntes que a mantinham cativa e estourá-las como barbante! A legista agora era dona de um olhar insano e sanguinário, e foi apenas quando ela pisou na garganta de Lucy que percebeu do que se tratava aquela cena. Haviam confundido as coisas! A jovem, que sufocava em busca de mais um suspiro ainda era humana. E para Ana... já era tarde demais!
Como temia, Doc congelara. Totalmente fora de si. E Mayane clamava por Mirzam. “De novo?!”
— MAYANE! FOCO!
Mas ela não o escutava e continuava tentando racionalizar a situação ou dialogar com Ana, como se isso fosse salvá-la de alguma maneira.
— May, é tarde demais! Ela não é mais uma de nós!
Antônio sentia-se sozinho naquele ambiente, somente ele e a besta. Sabia que era o único com a frieza para aquilo, e não hesitaria em fazer o que era preciso. Mas em seu coração, coabitando com uma determinação implacável, também havia o medo de que suas amigas inocentes fossem pegas no “fogo cruzado”.
Movimentando-se rapidamente pelo salão, puxou Mayane para trás de si e alinhou-se em uma fila indiana com ambos à frente de Doc, garantindo que fosse o seu corpo o primeiro na linha de ataque de Ana Rita, e olhando-a nos seus olhos de sangue, ironizou sua ameaça:
— Sinto em informar, Dra. Mas sua corrida hoje vai direto pro Inferno!
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- Mellorienna
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Re: [!ON!] 2ª Noite: After D'Arc
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14h
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Lucy D'Arc esvaia-se em sangue no chão de pedra fria, enquanto Mayane tentava apelar para a razão de Ana Rita. Mas os olhos vermelhos da legista refletiam apenas a insanidade de uma alma torturada.
Quando os Caçadores começaram a orar, e Doc congelou diante da cena, Ana Rita tombou a cabeça para a direita, observando com curiosidade os movimentos da dupla Mayane e Antônio. Eles pareciam sincronizados. Era uma cena bela e impactante vê-los orar diante do Mal. Rá - rá - rá!
As bravatas do homem não surtiram o efeito esperado, porém. Ana Rita apenas ficou ali, tão nua, tão louca, encarando com olhos brilhantes de ira o trio que a havia traído e abandonado. Os disparos passavam tão distantes que a legista sequer se desviou.
Ao final, quando a consciência do erro de mira abateu-se sobre Antônio, Ana Rita sorriu. As presas cresceram em sua boca pequena e bonita, dando à legista um ar de feroz impossibilidade.
- Só falta você fazer suas preces, Maria Ivri. - Ana Rita começou a caminhar, sujando o chão com o sangue de Lucy D'Arc a cada passo - Rezem! REZEM! REEEEEEZEM! E escolham suas últimas palavras. Porque este é o momento em que vocês vão saber que nasceram para morrer!
- Nazamura
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- Mensagem nº33
Re: [!ON!] 2ª Noite: After D'Arc
Um Sacrifício?
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- Padre
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- Mensagem nº34
Re: [!ON!] 2ª Noite: After D'Arc
Para o abraço da morte |
“Seja fiel até a morte, e eu lhe darei a coroa da vida. ”
Apocalipse 2:10
Em seu transe momentâneo a cabeça de Doc viajava pra um lugar incomum, diversas ideias passavam pela sua cabeça enquanto tentava assimilar o que estava acontecendo. Seus olhos passavam novamente por Lucy D'Arc que agora estava morta, com o corpo sem vida caído no chão. Seu olho então ia até Mayane que parecia dizer algo que a fazia chorar, mas a mente de Maria Ivri estava tão distante que ela sequer entendia o que a psicóloga queria dizer, a amiga então passava correndo para algum lugar e ela sequer piscava, enquanto novamente seus olhos encontravam os de Ana Rita.
Oh, Ana Rita. Sua boca bravejava maldades, mas seu coração pedia socorro. Esse era o entendimento de Doc, que agora com olhos pena observava a legista. Maria não estava pensando direito, não conseguia se mexer direito e muito menos responder direito. Na medida que a sanidade retornava a sua mente, ouvia o que Rita falava sentindo um pesar no coração, de seus olhos escorriam lágrimas.
― Deve ter sido difícil.
Doc cortava o silêncio, direcionando a fala para a ex-legista pela primeira vez. De cabeça baixa, Maria finalmente começava a se levantar, era possível para os outros verem suas lágrimas caindo no chão enquanto o cabelo tampava sua face. Sua feição apática se tornava numa feição de alguém que queria trazer algum conforto para uma alma perturbada.
― Toda aquela dor, toda aquele sofrimento, todas aquelas torturas. Eu não posso começar a imaginar o que você passou...
Então, a passos lentos começava a andar na direção de Ana Rita.
― Eu não posso começar a imaginar. Me perdoa por não ter chegado antes, por ter arrastado pra essa confusão. Eu só queria que você pudesse viver uma vida tranquila como a legista Ana Rita. Eu sei que parece que tudo foi arruinado...
Então, ao estar próxima, tentava dar um abraço em Ana Rita, com os olhos marejados, usaria um dos braços para passar ao redor da cintura da mulher e o outro usaria para secar as lágrimas que insistiam em cair de seu rosto.
― Eu estou aqui agora, vai ficar tudo bem.
- Mellorienna
Mutante - Mensagens : 700
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- Mensagem nº35
Re: [!ON!] 2ª Noite: After D'Arc
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14h10min
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Ilyena tinha o sorriso mais bonito do mundo. O Dictum Mortuum proibia que ele buscasse por ela. Porque o sangue de Ilyena estava em suas mãos. "Ah Ilyena, me perdoe, me perdoe!"
Vagou nas Trevas por muito tempo. Até que se encontrou com ele. O primeiro a morrer sobre a Terra. O Primeiro Wraith. Havia um esclarecimento insano nos olhos do outro. Mas Mirzam entendia. Entregar almas ao Oblivion foi um caminho oferecido para sua redenção. Pelo sangue de Ilyena em suas mãos. "Ah Ilyena, me perdoe, me perdoe!"
Agora ela se chamava Mayane. Parece que sempre havia um Y acompanhando Ilyena afinal. Era uma moça muito diferente da que se lembrava, mas o sorriso... quando Mayane sorria, quem sorria era Ilyena. Mirzam morreria mil mortes só para ver aquele sorriso mais uma vez.
E ele sabia que a busca daquele ritual era forçar um Wraith ao comando de um Amaldiçoado, um herdeiro do Sangue de Caim, o Assassino. Com o Maelstrom rugindo na Umbra, era imprevisível - e perigoso - tentar algo assim naquele momento. Mas então ela elevou o pensamento em oração. E ele a ouviu, pela primeira vez em milhares de milênios. Ilyena estava chamando.
Mirzam abriu caminho do outro lado da Película, garantindo que ele seria o único Wraith capaz de atender ao chamado do ritual. A luta foi intensa. Enquanto os Caçadores observavam as estátuas, o cavaleiro eliminava outras Aparições, para erguer-se unânime quando o chamado viesse. Era preciso vencer o vínculo com o herdeiro de Caim. Mas isso era um problema para o futuro. Primeiro, ele tinha que obter um forma de materializar permanentemente seu corpus e então...
... e então Mayane pulou na piscina de ácido.
Ele a guiou para fora e, quando deu por si, estavam à sombra do castelo. As bandeiras tremulando ao vento. Um retrato fiel do seu maior amor e de sua maior dor. Mirzam temeu que tivesse perdido Ilyena e que isso o tivesse arrastado para um Harrowing. Mas não. Ela estava ali. Eles passearam na campina sob o sol. Ele a instruiu para que completasse o ritual.
E então se preparou. Do outro lado da Película, assistiu à jovem Carniçal entoar as palavras e erguer a adaga cerimonial, para cravar no coração da Amaldiçoada e retirar dali o pouco sangue que restava aos Filhos de Caim. Porém, os Caçadores chegaram a tempo. Exatamente como era preciso, o sangue que se derramava pelo chão, infiltrando-se nas pedras que guardavam um círculo de invocação demoníaco, era humano. Mirzam parou ao lado de Maria Lúcia e viu quando a luz da vida morreu nos olhos da jovenzinha loira. Seu Espírito atormentado integraria as mesmas fileiras de onde ele mesmo vinha: o grande exército dos que morrem pela Violência.
Mirzam se preparou, colocando-se de pé, ao lado da máquina. A Filha de Malkavian reinava em loucura e a moça que acertou os disparos contra a Carniçal agora chorava e caminhava para abraçar o Monstro. O homem que integrava o trio havia errado todos os disparos, mas não tinha problema: logo a Amaldiçoada estaria morta. Porque ele protegeria Ilyena. De tudo e de t---
~Ilyena~ Mayane escreveu:Tony... se eu não conseguir entrar lá, quero que saiba ... que eu te amo. Maria... obrigada.
- Ilyena... - do outro lado da Película, Mirzam acompanhava incrédulo a corrida de Mayane até a máquina. A voz do Wraith perdeu-se na Penumbra, onde os ventos do Maelstrom já se faziam sentir, agitando os cabelos castanhos do homem de olhos negros. Olhos negros e desolados - ... era um Harrowing afinal. Eu... alimentei ilusões... Tolo! Mil vezes tolo!
Mayane entrou na máquina e fechou-se lá dentro, enquanto o homem que ela amava tomava nova mira contra a vampira, agora abraçada à outra mulher humana. A Filha de Caim havia se deixado abraçar com um sorriso demoníaco fazendo crescer suas enormes presas. Ia devorar a moça, a moça que pedia perdão por abandoná-la. Mayane orava dentro da máquina. O sangue de Maria Lúcia corria pelo círculo de invocação abaixo das pedras do piso, provocando um leve brilho azulado entre as frestas no chão.
Ana Rita abraçou Doc de volta e choramingou:
- Maria, eu tive tanto medo... tanto medo... TANTO MEDO! - o Wraith podia ver as presas crescendo na boca da vampira, mas a voz que a moça asiática usava para falar era muito emocionante e convincente - Mas agora você está aqui... - Ana Rita estreitou a Caçadora ainda mais nos braços e Mirzam a viu abrir a boca, preparando-se para morder o pescoço da mulher que a abraçava - ... e vai me recompensar!
Mirzam desviou o olhar antes da mordida, fitando mais uma vez o homem que Mayane amava. O ritual estava no final. Não havia mais nenhum Wraith ali. Ele mesmo entregou todos os outros ao Oblivion, para garantir que seria o único a poder responder ao chamado. Então olhou para as próprias mãos. Elas estavam sujas do sangue de Ilyena. Ainda podia ouvir o eco no ar:
~Ilyena~ Mayane escreveu:Tony... eu te amo...
"Ah Ilyena, me perdoe, me perdoe!"
As luzes no piso morreram. E era o fim do ritual que custou a vida de Lucy D'Arc.
- Padre
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- Mensagem nº36
Re: [!ON!] 2ª Noite: After D'Arc
Ato Final |
“Pois te esquecerás dos teus sofrimentos e deles só terás lembrança como de águas que passaram. A tua vida será mais clara que o meio-dia; ainda que lhe haja trevas, serão como a manhã. Sentir-te-ás seguro, porque haverá esperança; olharás em derredor e dormirás tranqüilo. Deitar-te-ás, e ninguém te espantará; e muitos procurarão obter o teu favor. ”
Jó, 11:16-19
Desde pequena Maria sempre teve muitos anseios, vontades e esperanças. É claro, a vida sorriu para ela em muitas ocasiões, mas também soube dar uma verdadeira rasteira quando chegou o momento. Ter uma família estruturada e depois ver ela se desfazendo e ainda parte de si mesma crer que ela tinha parte da culpa naquele evento horrível, isso não era algo que nenhuma criança/adolescente deveria passar. O momento em que perdeu sua mãe pode ser definido como aqueles que montam o caráter de uma pessoa e definem quem ela será dali até o resto de sua vida.
Sua mãe, sua pessoa favorita em todo o mundo havia lhe deixado, vítima de uma doença que poderia ser tratada, mas que por conta da incompetência de alguns médicos, acabou precisando ir embora mais cedo do que deveria e a pequena Maria? Sequer havia conseguido se despedir. Foi quando estava chorando sozinha no saguão do hospital que decidiu a carreira que iria seguir e quais seriam os fundamentos que iriam reger sua vida, jurou pra si mesma que nunca seria igual as pessoas que mataram a sua mãe e com essa ideia viveu boa parte de seus dias até hoje...
Para a Maria que ainda tinha lembranças de toda a sua vida, Ana Rita lembrava a sua mãe: Uma vítima de uma situação maior que ela mesma. Fosse antes ou depois de suas memórias serem apagadas, essa ligação entre as duas sempre existiu por parte de Maria Ivri, no fundo ela sabia que não deixaria nada acontecer com aquela mulher, afinal de contas, com a sua mãe não teve a chance de prestar socorro, mas agora era uma adulta, sabia que com certeza estaria lá quando Rita precisasse, ah se sabia...
Ledo engano.
Olá, meu nome é Maria Ivri... Eu não sei quantos anos eu tenho, o que eu gosto e o que eu não gosto. Também não sei quem é minha família ou qual o meu papel no mundo. O que eu posso dizer sobre mim? Eu sou uma médica e... Sou uma tola que resolveu fingir que é uma caçadora. UMA CAÇADORA, você acredita? Haha. Eu não me lembro de muito, mas do pouco que eu recordo, eu sou uma mestra em fazer burradas. Eu não consigo nem arrumar o meu apartamento e quero sair por aí enfrentando noturnos, eu não consigo nem salvar uma legista que confiou a própria vida em mim. Eu sou uma fracasso, não sou? Mas eu vou me redimir, eu provavelmente morrerei, mas se isso acontecer, eu farei questão de apagar os meus pecados e se não consigo dar uma vida normal a ela... Pelo menos eu sei que irei salva-la.
Maria não sabia o porquê, não tinha memórias de sua vida passada, mas algo naquela legista lhe lembrava algo extremamente importante, algo que havia esquecido, algo que havia perdido.
― Você está segura agora. ― Dizia enquanto sentia o abraço apertado de Ana Rita. Lágrimas escorriam de seu rosto e não era sem motivo e muito menos pelo motivo óbvio que todos pudessem vir a achar que fosse, como o remorso batendo na porta. É claro, o remorso estava lá, mas também havia um sentimento de cumplicidade, de pura empatia que dizia para Maria que mesmo que aquelas palavras estivessem saindo da boca de Ana Rita, aquilo não era o que ela verdadeiramente queria dizer. Ela ainda estava sofrendo e isso era o que fazia as lágrimas caírem incessantemente do rosto de Maria. ― Tudo vai ficar bem, Rita, tudo vai ficar bem...
O mais rápido que conseguiu, usou a mão direita que secava o rosto para pegar uma faca que estava na sua cintura.
No dia anterior.
Ao ser abordada por Mel da Paixão, ainda sem entender exatamente o por que, Doc abria as mãos e recebia uma espécie de adaga de caça. Sem entender, deixava a dúvida estampada em seu rosto enquanto era prontamente respondida pela "mestra".
[Mel] ― Vai chegar o momento em que você vai precisar disso.
Foi tudo o que Mel disse enquanto deixava a sala, sem ser muito fã de palavras, apenas confiou que Doc saberia o que fazer e quando fazer.
Agora
Juntando toda a velocidade e determinação que tinha, desferia uma facada contra o coração de Ana Rita.
Me desculpa... Rita. Eu realmente queria que as coisas fossem por outro caminho. Me perdoe...
- Nazamura
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- Mensagem nº37
Re: [!ON!] 2ª Noite: After D'Arc
Ele ainda me ama.
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- Ryan Schatner
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- Mensagem nº38
Re: [!ON!] 2ª Noite: After D'Arc
Diante do erro crasso que foram os seus tiros, o coração de Antônio quase para diante de Ana Rita que avança na direção do grupo, obsessiva em suas ameaças para Maria. Os três estampidos que ecoaram pelo salão como trovões causavam um leve zumbido em seus ouvidos e o cheiro de sangue e pólvora irrompiam por suas narinas. Não sabia mais o que fazer diante da noturna em que a legista havia se tornado, vez que nem mesmo a enorme língua de fogo provocada pelos disparos haviam se quer a assustado! “Não disseram que o fogo os deixava loucos? Ou isso não funciona com todos?” – pensava consigo com olhos incrédulos a encarar aquela monstruosidade.
Com as esperanças lhe abandonando a cada suspiro, o agente já preparava novamente sua arma para despejar nova saraivada de balas, quando Mayane lhe pediu cobertura para entrar na “máquina” que jazia no canto da sala, que mais parecia ter saído de um filme de ficção científica.
— Mayane, você não vai entrar naquela coisa! Eu não vou dei...
Tentou argumentar com ela, mas a psicóloga já tomava rumo ao bizarro dispositivo, enquanto discursava em tom de despedida, mas suas palavras não surtiram efeito. Ela já tinha apostado todas as suas fichas em Mirzam – seja lá quem esse cara fosse – e parecia determinada a vender sua alma por uma “segurança” da qual nada sabia. Antônio falava ao mesmo tempo em que ela começava a se desculpar, tentando sobrepô-la em raciocínio ou lhe atropelar as palavras para trazer um mínimo de bom senso de volta:
— Que mané Mirzão, May?! Você nem conhece esse cara! Ele pode muito bem ser o espectro de um psicopata assassino de criancin...
Mas por fim, ele é que fora interrompido pelas palavras dela antes de se entregar em sacrifício. Mayane parecia sim determinada a vender sua alma, mas não seu coração:
“Eu te amo”
Quantos impérios já não haviam nascido e caído por estas palavras?
“Eu te amo”
Quantos anjos já não haviam caído dos céus por amor?
“Eu te amo”
Quantas almas já não haviam sido arremessadas ao inferno, também por amor?
As últimas palavras de Mayane lhe atingiram como um raio, reverberando sem parar em um misto de medo e pura alegria que lhe provocara vontade de rir e chorar. O olhar tipicamente frio e determinado marejou quando um arrepio lhe percorreu a espinha e deu lugar a um brilho de ternura de quem repetia todo bobo para si mesmo de novo e de novo e de novo – “Ela me ama!” – E por um breve instante, que pareceu um século, permanecer ali a observá-la, olho no olho, boquiaberto.
“Aloou! Terra chamando Lua! Eu sei que é muito legal que alguém te ama e tals, mas tu viu que ela está prestes a se matar, né?”
“Mas não vai mesmo!” – pensou Antônio.
— Não! Não, não, não, não, não, não! Você não pode me falar isso agora e entrar nesse treco! Não mesmo! Pode descer desse trem AGORA!
Caminhava decidido em direção à máquina, quando ouviu as palavras de Maria, se desculpando com Ana Rita. “Enfim! Doc acordou e vai nos ganhar algum tempo!” – imaginava o agente, mas quando lançou um olhar por cima do ombro e percebeu que na verdade, a médica ia de braços abertos ao encontro da vampira, se desesperou.
— Droga! DOC!! O que você tá fazendo?! SAÍ DAÍ!!! – esbravejava à médica – E você, dessa coisa, May! Não tô brincando! – concluindo para a psicóloga, mas nenhuma das duas o ouvira.
Assistia, impotente e assombrado a situação que se desenrolava diante de seus olhos. Via Ana Rita preparar seu beijo de morte, ao mesmo tempo que a sala se iluminava com o sangue de Maria Lucia em inscrições místicas. Era tudo muito perturbador e por um momento, podia jurar que sentiu o chão tremer sob seus pés. “Vamos todos morrer!” – era o que sua mente lhe dizia, enquanto seu coração só podia lamentar pelo amor não vivido, quando os olhos dele encontravam os olhos “dela” por detrás do vidro.
As luzes do círculo se apagaram e Antônio julgou ser aquele o fim da peça. Mas ao passo que Mayane começou a falar, sua voz trouxe um novo amanhecer para o ele. Voltou os olhos para cima e a olhou sorridente, vendo que ela resmungava consigo mesmo. O ritual não tinha funcionado e ela ainda era “ela”. Tentou prestar atenção, mas seus ouvidos só ouviam o que seu coração deixava.
— HEY! Foca nisto, ok?! – batia no vidro e falava pra ela com o dedo em riste – Foca nisto enquanto eu dou um jeito de nos tirar daqui!
Voltou-se de arma em punho, caminhando em direção à Ana Rita. Ela e Doc estavam muito próximas e de maneira alguma conseguiria acertar uma sem atingir a outra. Tinha que conseguir afastá-las! Girou a espingarda pela bandoleira, a jogando para as costas enquanto observava Maria preparar um ataque com um punhal. “Uma faca, Maria? Esses malditos são a prova de bala! O que uma faca vai fazer com eles? Deus, que ela não me acerte!” – pensava quando começou a correr.
Antônio jogou o troco entre as duas como recheio em um sanduíche e forçou para separar seu abraço. Apoiando as mãos no ombro e pescoço de Ana Rita e de olhos bem fechados, usou toda a força que encontrou para afastá-las.
Enquanto ali estava, a imagem de seu primeiro encontro com aqueles seres na Bolívia lhe vinha à cabeça – “maldita noite”. Revivia a cena em câmera lenta, quando seus tiros atingiram o tanque de gás e incineraram a criatura que rugia em brasas. Era como se estivesse lá, como se pudesse sentir o calor das chamas preencherem seu corpo, seus braços, suas mãos contra a pele gélida de Ana Rita, ali mesmo, naquela sala.
Com as esperanças lhe abandonando a cada suspiro, o agente já preparava novamente sua arma para despejar nova saraivada de balas, quando Mayane lhe pediu cobertura para entrar na “máquina” que jazia no canto da sala, que mais parecia ter saído de um filme de ficção científica.
— Mayane, você não vai entrar naquela coisa! Eu não vou dei...
Tentou argumentar com ela, mas a psicóloga já tomava rumo ao bizarro dispositivo, enquanto discursava em tom de despedida, mas suas palavras não surtiram efeito. Ela já tinha apostado todas as suas fichas em Mirzam – seja lá quem esse cara fosse – e parecia determinada a vender sua alma por uma “segurança” da qual nada sabia. Antônio falava ao mesmo tempo em que ela começava a se desculpar, tentando sobrepô-la em raciocínio ou lhe atropelar as palavras para trazer um mínimo de bom senso de volta:
— Que mané Mirzão, May?! Você nem conhece esse cara! Ele pode muito bem ser o espectro de um psicopata assassino de criancin...
Mas por fim, ele é que fora interrompido pelas palavras dela antes de se entregar em sacrifício. Mayane parecia sim determinada a vender sua alma, mas não seu coração:
Mayane escreveu:— Tony... se eu não conseguir entrar lá, quero que saiba ... que eu te amo.
“Eu te amo”
Quantos impérios já não haviam nascido e caído por estas palavras?
“Eu te amo”
Quantos anjos já não haviam caído dos céus por amor?
“Eu te amo”
Quantas almas já não haviam sido arremessadas ao inferno, também por amor?
As últimas palavras de Mayane lhe atingiram como um raio, reverberando sem parar em um misto de medo e pura alegria que lhe provocara vontade de rir e chorar. O olhar tipicamente frio e determinado marejou quando um arrepio lhe percorreu a espinha e deu lugar a um brilho de ternura de quem repetia todo bobo para si mesmo de novo e de novo e de novo – “Ela me ama!” – E por um breve instante, que pareceu um século, permanecer ali a observá-la, olho no olho, boquiaberto.
“Aloou! Terra chamando Lua! Eu sei que é muito legal que alguém te ama e tals, mas tu viu que ela está prestes a se matar, né?”
“Mas não vai mesmo!” – pensou Antônio.
— Não! Não, não, não, não, não, não! Você não pode me falar isso agora e entrar nesse treco! Não mesmo! Pode descer desse trem AGORA!
Caminhava decidido em direção à máquina, quando ouviu as palavras de Maria, se desculpando com Ana Rita. “Enfim! Doc acordou e vai nos ganhar algum tempo!” – imaginava o agente, mas quando lançou um olhar por cima do ombro e percebeu que na verdade, a médica ia de braços abertos ao encontro da vampira, se desesperou.
— Droga! DOC!! O que você tá fazendo?! SAÍ DAÍ!!! – esbravejava à médica – E você, dessa coisa, May! Não tô brincando! – concluindo para a psicóloga, mas nenhuma das duas o ouvira.
Assistia, impotente e assombrado a situação que se desenrolava diante de seus olhos. Via Ana Rita preparar seu beijo de morte, ao mesmo tempo que a sala se iluminava com o sangue de Maria Lucia em inscrições místicas. Era tudo muito perturbador e por um momento, podia jurar que sentiu o chão tremer sob seus pés. “Vamos todos morrer!” – era o que sua mente lhe dizia, enquanto seu coração só podia lamentar pelo amor não vivido, quando os olhos dele encontravam os olhos “dela” por detrás do vidro.
As luzes do círculo se apagaram e Antônio julgou ser aquele o fim da peça. Mas ao passo que Mayane começou a falar, sua voz trouxe um novo amanhecer para o ele. Voltou os olhos para cima e a olhou sorridente, vendo que ela resmungava consigo mesmo. O ritual não tinha funcionado e ela ainda era “ela”. Tentou prestar atenção, mas seus ouvidos só ouviam o que seu coração deixava.
Mayane escreveu:— (...) meu coração se apaixonou por outra pessoa.
— HEY! Foca nisto, ok?! – batia no vidro e falava pra ela com o dedo em riste – Foca nisto enquanto eu dou um jeito de nos tirar daqui!
Voltou-se de arma em punho, caminhando em direção à Ana Rita. Ela e Doc estavam muito próximas e de maneira alguma conseguiria acertar uma sem atingir a outra. Tinha que conseguir afastá-las! Girou a espingarda pela bandoleira, a jogando para as costas enquanto observava Maria preparar um ataque com um punhal. “Uma faca, Maria? Esses malditos são a prova de bala! O que uma faca vai fazer com eles? Deus, que ela não me acerte!” – pensava quando começou a correr.
Antônio jogou o troco entre as duas como recheio em um sanduíche e forçou para separar seu abraço. Apoiando as mãos no ombro e pescoço de Ana Rita e de olhos bem fechados, usou toda a força que encontrou para afastá-las.
Enquanto ali estava, a imagem de seu primeiro encontro com aqueles seres na Bolívia lhe vinha à cabeça – “maldita noite”. Revivia a cena em câmera lenta, quando seus tiros atingiram o tanque de gás e incineraram a criatura que rugia em brasas. Era como se estivesse lá, como se pudesse sentir o calor das chamas preencherem seu corpo, seus braços, suas mãos contra a pele gélida de Ana Rita, ali mesmo, naquela sala.
- Teste:
- Por gentileza, um teste de Pirocinese com o uso de 1 ponto de Força de Vontade, enquanto estou com as mãos em Ana Rita.
- Mellorienna
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- Mensagem nº39
Re: [!ON!] 2ª Noite: After D'Arc
Câmara Circular
14h10min
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - A lâmina era afiada como um bisturi. Maria Ivri podia sentir a leve pressão que a pele jovem de Ana Rita exercia contra o punhal, tão momentaneamente quanto os milissegundos em que uma injeção pressiona a pele antes de entrar. Invadir. Pelas costas, Doc subjugava pele, uma fina camada de gordura, músculos. Desviou habilmente dos ossos das costelas. Ela era uma médica de habilidade e renome. Ela sabia mirar no coração.
Havia confusão, gritos, batidas ocas em um vidro. Doc não ouvia nada. Quando perfurou Ana Rita com a faca, soube que aquela arma tinha sido feita para o trabalho. Mel da Paixão sabia que mataria Ana Rita? Ou a invasão de um covil reclamava lâminas à altura? Ali estava, o músculo coronário. Tudo em menos de um segundo, mas que se desenrolou em slow motion para Maria Ivri, como o filme doloroso do fim da sua inocência.
- Quero voltar pra casa. - foram as últimas palavras de Ana Rita, com a boca colada ao pescoço de Doc, antes "do salto". Abraçadas, a médica sentiu a vampira "saltar" para frente, como se pudesse correr muito, mas muito rápido, como se pudesse mudar de posição em um piscar de olhos. Mas Ana Rita havia "saltado" com Doc nos braços. E a faca alcançou o coração da legista no instante em que "apareceram" do outro lado da sala, diante da porta da máquina, de onde Mayane observava a cena.
Ana Rita tinha feito aquilo para se desviar de Antônio, que caiu no chão, pois as mulheres que pretendia separar com seu corpo não estavam mais lá. Com os olhos fixos na vampira, ele viu as chamas irromperem - um pequeno foco, do tamanho de uma vela, bem na curva do pescoço da legista, onde ele estivera com a mão. Caída no chão, Ana Rita apenas arregalava e fechava os olhos, enquanto a pele de seu corpo se arrepiava, sentindo a dor excruciante da queimadura. Mas a mulher não se debatia, não abria a boca, não emitia o mínimo som. Apenas arregalava e revirava os olhos. Em busca de Maria Ivri.
OFF: Explicações e lore, Caçadores!
Ao cruzar a sala com a rapidez assombrosa dos Noturnos, Ana Rita deixou Doc de pé e caiu, atingida no coração. Doc está de pé e Ana Rita está no chão, ambas diante de Mayane, que está dentro da máquina, vendo tudo pelo vidro. Mayane pode sair da máquina se quiser (a porta não está trancada). Não houve manifestação de mais nenhum Espírito na cena. Antônio, ao investir contra Doc e Ana Rita, para separá-las, consegue iniciar o movimento - mas a vampira usa Rapidez para sair do alcance dele. Assim, Antônio vai de ombro no chão, quando os dois corpos contra os quais estava empregando sua força "somem"/deslocam-se para o outro lado da sala. Antônio não sofre nenhum dano por cair no chão.
Detalhes técnicos agora. Piroquinese funciona com contato visual. Não é preciso estar tocando no alvo. Por isso, Antônio aplicou normalmente os sucessos na rolagem de dados para gerar o efeito. Por ser médica (Medicina 5, inclusive), achei plausível que a Doc soubesse onde fica o coração hahaha! Por isso, e porque era interessante para a cena, optei pelo sucesso automático no ataque contra Ana Rita.
Detalhes de lore agora. O Sexto Maelstrom está destruindo a Umbra, que é o Mundo Espiritual. Apesar dos pontos gastos em Espíritos, Mayane não tem um pacto que obrigue que um Espírito a sirva e seja escravo dela. O ritual nessa sala servia para isso. O Wraith (nome dos Espíritos em World of Darkness) atenderia o chamado dela e seria um "escravo voluntário". Mas Mayane ama outro e Mirzam está de coração partido, e por isso abandonou o local. Conforme dito na cena em Tel'aran'rhiod, o lugar onde vocês estão (subterrâneo da Biblioteca Municipal) é blindado contra a Umbra. No mais, mesmo fora desse lugar, o contato com o Mundo Espiritual estará cada vez mais difícil. O Fim do Mundo está chegando e os Wraiths têm suas próprias almas para salvar do Oblivion. Vocês todos estarão cada vez mais sós.
O Espelho Quebrado, encontrado tatuado nas vítimas do Necrotério, é o símbolo do Clã Malkavian. Clãs são como "famílias" de vampiros. Ser de um mesmo clã indica ascendência em comum. Ana Rita foi alvo do interesse de um Malkavian particularmente poderoso na cidade - o Príncipe. Príncipe é um título, que quer dizer que aquele vampiro manda naquela região. Como vocês viram no post com os pensamentos dela, o Príncipe achava que Ana Rita era a Última Filha de Eva. Quando descobriu que não era, Abraçou a legista mesmo assim.
O Abraço (com letra maiúscula) é o transformar alguém em vampiro. O Beijo (com letra maiúscula) é quando o vampiro morde alguém para se alimentar. Em geral, o Beijo é muito prazeroso para a vítima. Não dói e gera prazer real. Algumas pessoas se viciam no Beijo, inclusive.
Maria Lúcia era uma Carniçal. Isso quer dizer que ela era humana, mas tomava sangue de um (ou mais) vampiro, adquirindo certos poderes com isso. O sangue vampírico é viciante, mas Maria Lúcia era Carniçal a cerca de um ano (data da morte dela, verificada por Antônio) e poderia ter sido resgatada por vocês. O sangue de Maria Lúcia está nas mãos dos personagens.
A característica principal do Clã Malkavian é a loucura. Como vocês notaram, Ana Rita usou Rapidez para afastar a si mesma e a Doc de Antônio. Essa é uma Disciplina vampírica (um poder). Mas ela tem outros. Inclusive Demência, que é uma Disciplina perigosa, podendo impôr loucura aos seus alvos.
ANA RITA NÃO ESTÁ MORTA. No universo de WoD/Storyteller, a "estaca no coração" não mata vampiros. Ela paralisa. Ana Rita está paralisada, como uma estátua, e só é capaz de mexer os olhos. A chama de Piroquinese Nível 1 é do tamanho de uma vela e dá 1 nível de Dano Agravado por turno. Pode chegar a matar a legista, mas será uma morte lenta e cruel. Enquanto a adaga permanecer no coração de Ana Rita, ela será incapaz de se mexer e de usar suas Disciplinas (alguns vampiros podem usar Disciplinas mesmo nesse estado, mas não Ana Rita). Mas, repito, ELA NÃO ESTÁ MORTA. E ela não vai morrer tão cedo.
Qualquer dúvida, é só me falar /o/
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- Padre
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- Mensagem nº40
Re: [!ON!] 2ª Noite: After D'Arc
Ato Final |
Rita... Se você tivesse sido a primeira... Nossos lugares estariam trocados agora? Você teria se tornado como eu? Hein, Rita? Se você tivesse sido a primeira... será que nós poderíamos ter sido...
Doc sentia a pressão que a pele de Rita exercia contra o punhal, mas isso não fazia com que ela desistisse ou recuasse, o destino da mulher estaria selado ali, para o bem ou para o mal e talvez o destino da médica se danasse junto. Os segundos passavam rápido, as lágrimas paravam de cair do olho de Doc que agora estava de mente vazia.
Usando sua habilidade com destreza, atingia o coração de forma certeira.
Me perdoe... Rita.
Se perdendo naquele momento, lembrava-se das palavras de Mel. Se perguntava se o objetivo inicial daquela missão e o porquê dela e Ace quererem ser os responsáveis por "cuidar" de Ana Rita seria aquilo. Fosse por aquele motivo ou não fosse, estaria estática. Havia cruzado uma linha, as consequências daquele ato? Só descobriria mais a frente. Talvez destino existisse e viesse lhe cobrar aquela decisão, talvez destino fosse uma besteira e ela mesma faria questão de pagar pelos próprios pecados.
Ouvindo as últimas palavras de Ana Rita, parava, não tinha reação, com um braço ao redor de Ana Rita e o outro cravando a faca em seu coração, mesmo sentindo o "saltar" de Ana Rita, tudo o que conseguiu depois de um tempo foi apenas virar o rosto lentamente para o corpo da legista. Sua frase ainda estava impregnada da cabeça de Doc, que sem pestanejar ia ao encontro do corpo da mulher.
Tomando-a em seus braços, a colocava no seu colo enquanto acariciava os seus cabelos.
― Você ainda está viva, então não acabou, Ana Rita, nós iremos salva-la. ― Olhava então para os Antônio e Mayane, tomando ciência novamente de onde eles estavam mas sem parecer se importar. Com um tom de voz apático prosseguia. ― Quando nós começamos isso foi puramente para evitar que o que aconteceu com a gente, acontecesse com os outros. Ana Rita foi uma vítima das minhas mãos e eu estou disposta a lidar com isso, mas enquanto eu puder salva-la, eu vou dedicar meu tempo a isso.
Pegava o celular pra ver se o celular tinha sinal, como esperado, estava morto. Precisavam voltar para a superfície.
― Vamos voltar para Mel e Ace e nós iremos leva-la, antes que ela morra. Se eles não ajudarem, eu ainda conheço alguém que pode.