Tópico Introdutório de Balak Pés-de-Ferro - Jogador Norox

Andar de barco não era o forte de Balak, quem achou que seria uma boa ideia colocar um Anão em um meio de transporte aquático? Ele era um Pés-de-Ferro, o chão era seu habitat não a água. Assim que subiu no navio ficou enjoado, mas ao se aproximar da borda ele dava de cara com a imensidão azul do mar. Se imaginou caindo na água e se afogando com todos os equipamentos que carregava, o que fez com que ficasse ainda mais pálido. A primeira coisa que fez ao pisar em terra firme foi se afastar depressa daquela embarcação macabra. Não queria ter que passar por aquilo novamente, preferia mil vezes passar dias caminhando ao invés de enfrentar aquele tormento.

A cidade de Theramore, por outro lado, não tinha nada de macabra, muito pelo contrário, era linda e muito bem construída. O Anão perdeu um bom tempo analisando as estruturas, casas, prédios e pavimentos, pareciam quase tão boas quanto às cidades construídas por Anões. Estava encantado.

Quando a representante da Grã Senhora apareceu, uma elfa de poucas palavras, Balak se encontrava apoiado em uma mureta completamente distraído com seu nariz, tentando tirar uma meleca com o mindinho. Tanto que só percebeu a presença da moça quando esta o chamou pela terceira vez.

- Ah!! Hm... Sim, sim!! - Ele limpa o dedo na parte de trás de suas calças. - Sou eu, sou eu!!

Um Anão seguindo uma Elfa magricela pela cidade, o que será que os outros iriam pensar sobre ele? Sorte que sua barba estava bastante cheia devido à maresia salgada do mar, pois quanto mais caminhavam, mais seu rosto ficava vermelho. Uma mistura de vergonha e irritação, só queria chegar logo, antes que começassem à julgá-lo.

As três batidas que a elfa deu na porta foram tão delicadas que se fosse Balak do lado de dentro ele certamente não teria escutado, mas uma voz um tanto quanto doce mandou que entrassem.

O salão era extremamente bonito, todo ornamentado, muito bem cuidado e limpo, mas a humana que se encontrava lá dentro conseguia ser ainda mais bonita. Tudo bem que ela talvez precisasse comer um pouco mais, mas ele não podia negar sua beleza, aquela deveria ser Jaina Proudmore, a Grã Senhora de Theramore. Balak lambeu a palma da mão e passou por seus cabelos emaranhados enquanto a Elfa se retirava - O que não ajudou em nada -, queria parecer um pouco mais apresentável diante daquela situação.

- Balak, do clã Pés-de-Ferro, suponho? - O Anão concordou firme com a cabeça. - Sente-se e coma, você é meu convidado. Coloquei tudo que agrada o paladar de um anão, espero que goste e fale-me sobre você e sua experiência e depois lhe direi o que quero que faça, mas fale enquanto come, sei que deve estar com fome, pois eu estou.

Não só era bonita e delicada, mas também sabia como agradar um Anão. O guerreiro ficou encantado.

O jovem guerreiro se aproximou fazendo barulho com seus equipamentos, ele deveria bater na cintura da moça e mal alcançava a altura da mesa, mas chamava a atenção que era uma beleza. Seu caminhar duro como uma marcha cortou o espaço entre ele e a refeição em segundos. Puxou uma cadeira, largou sua mochila, machado e escudo pesadamente ao pé da mesa, sentou-se e começou a comer. Depois da viagem desastrosa, ele precisava repor tudo o que tinha colocado pra fora. O Anão pegou uma caneca de cerveja, tomou tudo de uma só vez, puxou uma galinha assada pra perto e voltou a encher a caneca. Entre uma mordida e outra, falava.

- Agradeço! - Levantou a caneca como se brindasse e a esvaziou novamente. - Falar de mim? Hunf... Não tenho muito o que falar de mim. Sou um guerreiro, como a senhorita pode ver, minha missão é lutar contra o mal. Meu machado já me acompanhou por muitas batalhas. E ainda estou aqui, não estou? - Ele da um risinho e passa a mão para limpar a boca de frango, o que só fez sujar sua barba. - Sigo ordens senhora, por isso estou aqui. Se for para defender o reino, meu machado estará contigo. - Balak corre o olhar pela mesa procurando alguma coisa. - Tem bolo também?

Satisfeito? Balak estava empanturrado, não recusava comida, principalmente se fosse de graça. O Anão limpou a boca com as costas da mão e concordou com a cabeça junto com a pergunta de Jaina e, vendo que o assunto ficaria mais sério, ele se pôs de pé mostrando sinal de respeito para com um superior.

- Sim! - Falou firme. - Pode me chamar de Balak. Sou um enviado do Rei Magni Barbabronze, vindo de Ironforge, a missão de um guerreiro é honrar seu juramento! Não ter medo ao encarar seus inimigos, ser valente, dizer sempre a verdade, proteger o indefeso e não fazer nenhum mal. - O Anão bate com o punho direito fechado sobre o peito. - Mesmo que custe a minha vida, guardarei seus segredos!

- Venha, preciso lhe mostrar algumas coisas.

Magia não era o forte do Anão, para ele as artes arcanas eram muito confusas e traiçoeiras, preferia manter distância delas. Mas, por se tratar de Jaina, Balak se aproximou do patamar de madeira que antes não existia. Cauteloso, o Jovem Guerreiro testou o primeiro degrau da escada para se certificar de que estava firme. Por fim, subiu.

A vista da cidade era ainda mais bonita ali de cima, as casa, ruas e muros, tudo ali parecia estar em perfeito alinhamento. Quase igual ao trabalho de Anões. Jaina, porém, chama a atenção para uma ponte e o litoral a Nordeste, o que fez Balak sentir um calafrio na espinha.

- Ali após a ponte é a costa Tenebrosa. Logo depois da ponte, seguindo pelo cemitério, você pode acessar uma caverna litorânea onde preparei um portal e um refúgio para ser o covil do seu futuro grupo. A praia mais a frente e as ilhas estão infestadas de bandidos Défias e sabe lá mais o que. Eles sequestraram o Rei Varian quando ele se deslocava para cá se encontrar com o Xamã e líder da Nova Horda Thrall, onde discutiriam uma paz entre as duas facções, Nova Horda e Aliança.

- Hunf... - Balak concordava com a cabeça, um pouco quieto. Quando se tratava de estratégias de guerra, o guerreiro costumava escutar os mais experientes a fim de aprender com eles e poder triunfar em combate, um soldado disciplinado.

- O que quero de você é que proteja o grupo que estou formando para encontrar o Rei e pesquisar o que de fato está acontecendo e quem está por trás de tudo isso. Posso contar com sua lealdade para essa tarefa?

- Sim Senhora! - Respondeu de imediato, quase que automático. - Meu machado e escudo são seus. Protegerei o pelotão, nem que para isso eu tenha que entregar minha própria vida! - Falou firme olhando para Jaina.

- Assim que reunirmos todos, eu o apresentarei como o responsável pela segurança do grupo. Alguma dúvida? Se não tiver, Dolorae o levará ao seu aposento e está livre para treinar com os outros soldados da guarda, mas quero você inteiro quando for partir.

- Não Senhora! - Balak desceu do patamar com seus passos ritmados, marchando para pegar suas coisas. - Não deixarei nenhum mal cair sobre meus companheiros, também não permitirei que eles desistam. - Pegou seu machado e escudo. - Darei minha vida em honra da missão, irei impedir o avanço do mal. - Jogou sua mochila barulhenta por sobre o ombro. - Os Pés-de-Ferro nunca quebram uma promessa! Honrarei o chamado de meus generais e... - Ele já estava se afastando quando, subitamente, parou pensativo no meio do caminho, quieto. Balak se voltou para Jaina um pouco confuso e falou mais baixinho. - Hm, senhora... Hmm... Bem, é que... Não conheço esse tal Rei Varian. Como ele é? - Perguntou inocente.

Com tantas coisas para se preocupar, Balak Pés-de-Ferro parecia se preocupar mais em saber quem deveria resgatar do que com os possíveis perigos que talvez fosse enfrentar. Típico de um guerreiro que optava pelo bem de todos.

Balak coça sua vasta barba analisando cautelosamente a imagem do Rei Varian.

- Hum... Bastante cabeludo esse Rei, mas pouca barba. Vou me certificar de que encontraremos o Rei certo.

- Bem eu ia esquecendo de uma coisa, - Balak recebe o acessório de Jaina com a mão espalmada. - Enquanto estiver a meu serviço, use este anel e não o tire por nada, apenas quando voltar para Altaforja, tudo bem? É o simbolo do nosso pacto de palavra.

- Hum... Certo... - O Guerreiro aproxima o acessório do rosto como se tivesse dificuldade em enxergar o pequeno objeto. - Carregarei seu anel comigo, senhora.

O Anão experimenta colocar o anel no indicador, mas o item acaba não passando da falange do dedo. Suas mãos rudes não serviam para usar adornos, mas mesmo assim o Guerreiro cumpriria sua promessa, por fim ele consegue inserir o anel em seu dedo mínimo.

- Posso pegar seu machado e dar uma olhada?

Em um primeiro momento o Guerreiro fica em silêncio, pois não esperava essa atitude de uma Grã Senhora, mas depois Balak solta uma gargalhada.

- Tenho que dizer, a Senhora sabe como tratar um Anão. Primeiro me dá de comer e beber, agora quer saber sobre meu machado! - O Guerreiro saca sua arma e se aproxima de Jaina, como uma criança mostrando seu brinquedo favorito para a mãe. - Claro, claro. Olhe aqui, está vendo? Eu certifico de afiar a ponta todos os dias. O cabo é bem robusto, mas balanceado. Vê esse detalhe? Era diferente, mas eu mesmo preparei. Um dia o deixei cair no chão, aí deu um problema, mas não quebrou. Sabe, ele me acompanha, eu limpo e faço polimento, não que eu seja profissional, mas eu gosto de cuidar das minhas coisas e...

O Anão começa a falar sem parar, Jaina tinha tocado em um ponto ao qual Balak gostava muito de conversar: Seu Machado.

Balak fica um pouco desconcertado com a seriedade da pergunta, mas, se tratando de um superior, ele não podia recusar.

- Ah... Hunf... Meu machado, é... Hm... - Ele exita por um momento, mas por fim cede entregando sua arma. - Tudo bem, tudo bem. Aqui está...

O Anão fica de olho, não desconfiado, mas curioso querendo saber o que uma maga humana iria querer com um Machado Anão.

Norox efetuou 2 lançamento(s) de dados (d10.) :

6 , 9

A primeira reação de Balak foi de espanto, ver uma maga humana jogar seu machado para cima e fazer acrobacias com sua arma de guerra era de prender a respiração, quase viu seu instrumento cair várias vezes, sempre sendo resgatado no último segundo pela velocidade dos movimentos de Jaina. A segunda reação foi de admiração, como ela sabia fazer aquilo? Certamente o guerreiro menosprezou as habilidades de combate da Grã Senhora, não com magias, isso ele tinha certeza de que ela era boa, mas com armas!

Balak permaneceu boquiaberto com a Maga, talvez tivesse engolido uma mosca se tivessem insetos voando por ali. Sem palavras, o Guerreiro assente com a cabeça vagarosamente enquanto a Maga falava, por fim pigarreou e agradeceu.

- Hu-hum... Hm.. Agradeço Senhora. - Ele olhava para seu machado enquanto se imaginava fazendo aquelas acrobacias, com certeza perderia um dedo ou dois se tentasse imitá-la. - Almoço? Hum... Almoço! Sim Senhora, vou me preparar... Agradeço a confiança, não irei decepcionar. Meu machado e meu escudo estarão à seu serviços! Com a sua licença.

O Guerreiro faz uma pequena reverência em sinal de respeito, típico gesto de um soldado para seu superior, e então se vira e segue na direção da porta. No caminho, ele analisa o peso de seu machado.

"Bem forte essa Senhora, certamente."