por Pallando Sáb Mar 16, 2019 11:37 am
Amargurado e de cara fechada, Nilus bebia de uma caneca grande na esperança de que algo melhorasse. Sentia-se um desgraçado, pois a miséria parecia persegui-lo como uma maldita praga. Quando finalmente havia começado a construir alguma coisa depois de ter nascido sem nada, um bando de vagabundos saqueia a vila e tudo é perdido. Mais uma vez, a vida havia trapaceado o trapaceiro. Nilus ergueu o olhar em um susto quando ouviu o barulho de algo quebrando, então lembrando-se de que não era o único infeliz naquela situação. Eric, Thumam e Ricardo eram os outros azarados.
- Não tem problema, mas é melhor esconder isso... não sei se podemos pagar por um caneca quebrada.- Mal terminou de falar e já estava rindo da própria desgraça como um bêbado.
Então viu Amadeus se levantar e ir até um cartaz na parede. Nilus estava tão distraído anteriormente que não sabia nem quando aquele cartaz fora colocado ali, mas já tinha uma ideia do que era. Achava triste toda aquela história das mulheres desaparecendo, porém não tinha vontade alguma de fazer algo a respeito, afinal já bastavam problemas. Mas depois, quando o sacerdote voltou a mesa com o cartaz em mãos, aquelas 600 moedas despertaram o herói em Nilus.
- Interessante... - Disse quase sem perceber quando pôs os olhos no valor descrito.- Excelente! - Respondeu animado ao ver que todos os seus companheiros concordavam com a ideia. No mesmo instante se levantou e começou a olhar ao redor procurando o taverneiro, aquele que provavelmente sabia de todas as histórias da região.
Se conseguisse encontra-lo, Nilus buscaria nele algumas informações. Aproximaria-se calmamente com um sorriso amigável no rosto, cumprimentaria o taverneiro como alguém que não estivesse bêbado e então lançaria sua primeira pergunta.
- Senhor, lamento ter de ser direto em minha pergunta, mas o tempo é escasso. Sobre a filha desaparecida do burgomestre, o que poderia me dizer sobre ela? Coisas como quando, como e onde ela desapareceu...- Talvez a boa educação não funcionasse se o taverneiro fosse bom em reconhecer vagabundos, e por isso seria bom apelar também para a ganância dele.- Como um forasteiro, toda esta história de desaparecimentos me intriga. É muito triste. Talvez eu possa ajudar... e se eu for bem sucedido, qualquer um que me ajudar poderá colher os frutos comigo.