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    Capítulo 1: Como chegar à estação?

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    Capítulo 1: Como chegar à estação? - Página 2 Empty Re: Capítulo 1: Como chegar à estação?

    Mensagem por Lnrd Dom maio 05, 2019 12:59 pm

    Os olhos vivazes de Igoric, algo violáceos, algo avermelhados, encaram o pequeno Gabriel com uma expressão confusa, de que não compreende bem a pergunta feita.
    - Esse lugar... qual lugar? O trem? A caverna? Scholomance? O mundo bruxo... Você foi criado entre os trouxas? Deve estar bem confuso... .

    Enquanto falava ao menino, não notara a reação amuada de Akane. Dragoflor era um rapaz bem-intencionado e disposto, mas, apesar de não ser burro, tinha o lado brutamontes: típico garoto acostumado a ser o centro das atenções, não sabia muito bem captar as nuances e alterações de humores alheios. Era do tipo que, sempre que chateava alguém, não conseguia entender o motivo, o que havia feito.

    Na contramão, apesar da cara pouco convidativa, Nerb aproveitara o passeio para futricar as coisas, conhecendo o ambiente. Com muita naturalidade, tentar enfiar-se nas coisas da menina, atraída pela novidade e pronta para bagunçar tudo na curiosidade.

    Na parte do vagão, a atenção de Arthurio era capturada pela mão que o cutucava, pondo-se a ler a mensagem no caderninho de Link. Sem demora, abriu a boca para começar a falar, mas as palavras inesperadamente faltarem-lhe. Parecera que algo dentro da própria mente, uma lembrança, confundira o que pretendia dizer.
    Fechou os lábios, fazendo uma expressão esquisita, de incômodo, antes de finalmente botar para fora o assunto.
    - É... um pouco... complicado... .

    Da maneira errática e avoada dele, às vezes repetindo informações ou fazendo longos desvios, explicou que aquelas eram coisas de adultos, difíceis de entender. Ao menos a parte mais profunda delas.

    Conforme tentara colocar, toda a magia tinha alguma relação com as forças da natureza, desde a vida até a morte. As pessoas trouxas, sem atentar a nada, estavam trazendo um grande desequilíbrio aos dois mundos, não só ferindo “Gaia”, mas contribuindo para o aumento de energias malignas.
    - Sempre perseguiram bruxas porque achavam que elas eram más, mas era o próprio ódio deles que as envenenava.

    Sem ser afetada pela passagem daquele longo veículo, a paisagem continuava mudando, ora mais estranha, ora mais familiar, ora inacreditáveis, ora assustadoras.


    Capítulo 1: Como chegar à estação? - Página 2 Nausic10

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    Aquele era um assunto delicado, pelo que se podia perceber. De acordo com o rapaz, não havia quem discordasse que ambos os mundos sofriam. Mas a resposta sobre “o que fazer?” era motivo de encrenca. E muita.
    - Às vezes os adultos se separam entre “pró-trouxas” e... – por um instante, Arthurio pareceu ter dúvidas se deveria falar aquilo, mas resolveu terminar – ... “anti-trouxas”.

    Como disso, porém, nalguns momentos era muito difícil – ao menos para ele, um adolescente – definir a diferença. Parecia que alguém podia ser acusado de estar de um lado num instante e, no segundo posterior, de fazer parte do outro lado. De toda a maneira, aparentemente a maior parte de quem preferia uma solução sem não envolver magia, nem revelar a sociedade bruxa às comunidades externas, era “pró-trouxas”, “anti-intervencionista”. Mas algumas opiniões nesse mesmo grupo eram favoráveis a “pequenas intervenções”, como feitiços simples de convencimento, mensagens através de sonhos etc. Havia até quem fosse mais radical, propondo quebrar todo esse segredo sobre a existência do mundo mágico em favor de uma convivência pacífica entre todos os povos, o que parecia ótimo. Mas havia quem discordasse totalmente de tais propostas, apontando que, no passado, esse tipo de atitude só trouxe problemas. Bruxas perseguidas ou trouxas abusados por magos poderosos.

    Em suma, aceitar tais condições tinha risco, pois poderia abrir as portas a ideias “anti-trouxas”: manipulá-los ao bel prazer de criaturas más, escravizando e mesmo exterminando-os.
    - Minha mãe é da Guarda Encantada – a política daquele povo – e o pessoal lá é muito rigoroso no combate ao uso de trouxas como servos e esse tipo de coisa. Daí isso é bem raro.

    Àquela altura o protesto já tinha ficado bem para trás, conforme o longo monólogo seguia. No fim, ele confessou que não conseguia diferenciar bem as coisas, já que até um protesto tão “bondoso” quanto um contra familiares presos em gaiolas podia ser feito por ambos os lados: no caso, “anti-trouxas” defendiam que a única forma de liberdade total era deixá-los circular abertamente entre as duas realidades, mas se espertalhões tentassem lucrar maltratando-os ou cientistas começassem a fazer experimentos neles... .

    A conversa só fora interrompida por um momento de escuridão, quando o Expresso Transmundial saiu da área iluminada, mergulhando na escuridão subterrânea. O silêncio que se fez tinha algo de opressor.
    - Mas não precisa se preocupar com isso agora. Vai ter muito tempo pra discutir em “História da Magia” e em “Debates Metafísicos”... .

    Ao longe, uma pequena luz começava a crescer e brilhar. Seria o fim do túnel?
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    Capítulo 1: Como chegar à estação? - Página 2 Empty Re: Capítulo 1: Como chegar à estação?

    Mensagem por ScorpioKS Qua maio 08, 2019 4:29 pm

    Link foi absorvendo aquele monte de informação que ia lhe sendo dada... até entender que era tudo politicagem. Já tinha ouvido falar sobre aquelas coisas. Sua avó, mãe de sua mãe (a mesma que tinha lhe dado o caderninho), era uma pessoa muito tranquila em relação ao relacionamento de trouxas e bruxos (ou isso, ou o casamento entre os pais dele não teria acontecido)... até o momento que a sua família degringolou a um ponto tal que até mesmo aquela senhora tão boazinha preferia ver o diabo a ter de interagir com alguém não-mágico. Ela não interferia ativamente na vida do neto, impedindo-o de fazer suas coisas, mas não era incomum que a senhora simplesmente começasse a tentar dizer a ele o quanto aquela era uma população perigosa.

    Suspirou pesadamente enquanto lembrava dessas coisas. Entendia a sua avó: ela também ficou muito traumatizada com todo o ocorrido, e na idade da senhora era uma judiação, mas... por que simplesmente não deixar as coisas como eram? Havia não-magos tão simpáticos que chegava a ser indecente, inclusive alguns deles se oferecendo para ajudá-lo de qualquer forma quando descobriam que ele era praticamente um "órfão de mãe viva".

    ... aquilo cansava demais o jovem bruxo.

    Foi quando notou uma luz ao longe, do lado de fora do trem.

    ”Scholomance?"

    Foi a única palavra que Link escreveu no caderno, mostrando-o para Arthurio.
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    Capítulo 1: Como chegar à estação? - Página 2 Empty Re: Capítulo 1: Como chegar à estação?

    Mensagem por Lnrd Dom maio 12, 2019 3:32 pm

    Capítulo 1: Como chegar à estação? - Página 2 Rn2blw10

    – NERB! – Exclamara Igoric, percebendo o familiar enxerido dele enfiando-se na bagagem da menina – Não sei de onde tirou essa falta de educação de ficar metendo o focinho nas coisas dos outros – Pegou-a, desculpando-se com Akane.

    Bem naquele momento, um pequeno grupo surgiu à porta, cochichando e se cutucando, atraindo a atenção do capitão. Estavam carregando alguns itens esportivos do colégio, pedindo para que os autografasse, algo que ele não se fez de rogado em conceder.
    - Esse ano o torneio vai ser nosso - Disse um rapaz mais novo que Dragoflor, mas mais velho que os dois novatos que dividiam o local com ele. O resto da trupe concordou.
    - Claro que vamos! Estão falando com um dos melhores da liga! - Realmente, o histórico dele era impressionante, com muitos rumores sobre convites dele para a categoria adulta.

    Não longe, Arthurio ajustou a armação dos óculos, tirando-os da ponta do nariz, lendo a letra de Link no caderninho. A resposta dera fazendo que "não" com um rápido meneio de cabeça.
    – É a vila de Hermanstadt. De lá são umas 5h de caminhada... – percebendo o quão assustador aquele número enorme poderia parecer, correu para se corrigir - Só que não vamos a pé!

    A luz do dia inundou os vagões a partir das largas janelas, afogando a maioria das crianças novatas em excitação e medo. Estavam agora aproximando-se do destino e era de se esperar que a construção fosse em breve visível.
    Porém não era assim.

    Por algum tempo ainda, tudo o que encaravam era uma paisagem bucólica, largos campos naturais ou cultivados. Era uma visão bela, porém pesadamente “normal” – principalmente após a experiência da caverna pela qual haviam passado.

    Aqui e ali, o ritmo monótono era quebrado pela presença de uma casinha isolada, alguém cruzando o espaço a pé, um ou outro animal. Nada, porém, “mágico”.


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    Havia também um pouco de decepção por não ser possível ver nenhum castelo ou coisa do tipo marcando o horizonte. Era difícil definir se isso devia-se a ainda estarem longe demais ou se culpa de algum feitiço de ilusão defendendo a escola de olhares curiosos.

    Seja como fosse, não demorou muito até que o apito do trem soou alto, avisando que estavam quase chegando. Logo após, ao vencerem a curva de um grande grupo de árvores, surgiu um muro. Apesar dele, por conta de desvios de nível, era possível ver um aglomerado de construções baixas, humildes, porém bem cuidadas. Possuíam algo de acolhedor, sendo feitas de pedra e madeira.


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    – HERMANSTADT! – Gritou Dragoflor à porta da cabine, quase como se fosse um funcionário da companhia de transporte. A intenção dele, conforme continuara, fora bem outra – QUEM VAI ME DAR UMA AJUDA AQUI?!?!

    Como dissera antes, tivera de carregar todo o material sozinho porque perdera o horário. Porém, era alguém bastante popular e, bem rápido, uma aglomeração formou-se no corredor.
    – É isso – falou rapidamente –: quem quiser ver nosso time ganhando, é melhor ajudar agora!

    Não fora preciso mágica alguma. Num instante, todas as malas haviam sido esvaziadas.
    Na empolgação, até as coisas de Gabriel e Akane estavam sendo puxadas pelos apoiadores de Igoric.

    Conforme o convite, uma "caravana" sairia do vilarejo ao fim da tarde. Aparentemente, ainda teriam algum tempo para conhecer as ruas do pequeno povoado.
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    Mensagem por Claude Speedy Dom maio 12, 2019 3:56 pm

    -Uau... Esse lugar é...

    Dragoflor escreveu:– QUEM VAI ME DAR UMA AJUDA AQUI?!?!

    -Ah, eu ajudo.
    Akane escreveu:-Porque estava me encarando a alguns minutos?
    -Eu estava?

    Enquanto carregava algumas das várias malas.

    Off: Não sei se a @Katerine Le Blanc. mas se não a frase serve.
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    Mensagem por Katerine Le Blanc Dom maio 12, 2019 5:08 pm

    Akane ouvia a voz de um deles e logo observava por alguns segundos. -Meu amigo afirma que sim, eu sou Akane e vocês são? - Ela os questionava em quanto abria um sorriso levemente amigável. -Desculpe eu sou um desastre pra arrumar amigos, ainda mais por causa de meus olhos serem de cor diferentes. - Akane dizia em quanto esperava a resposta de um dos dois, porém, ela sentia que estava fazendo algo que não deveria e que talvez se arrependeria depois já que as palavras ofensivas aconteciam frequentemente.
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    Mensagem por Claude Speedy Qua maio 15, 2019 9:33 am

    -Cores diferentes...? Paro para olhar melhor. -Puxa, isso é bem legal! Sou Gabriel... E esse é meu gato de estimação: Ulthar. Minha mãe disse que ele é praticamente da família... O chama de familiar.

    Comentando e levando equipamentos de esporte para ajudar Dragonflor e não sobrecarregar nenhum funcionário e nem o veterano.
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    Capítulo 1: Como chegar à estação? - Página 2 Empty Re: Capítulo 1: Como chegar à estação?

    Mensagem por ScorpioKS Qui maio 16, 2019 11:14 am

    Claro, óbvio! Ele tinha esquecido que essa viagem tinha como destino final não a escola, mas uma vila. Enfim, hora de partir. Colocou a mochila nos ombros e fez um rápido carinho na cabeça de seu familiar, que de imediato acordou e pôs-se de pé.

    "Obrigado pela companhia durante a viagem"

    Escreveu em seu caderno para Arthorio,enquanto abria a porta da cabine. Teve impressão de ter ouvido um berro ao longe ("HERMANSTADT! QUEM VAI ME DAR UMA AJUDA AQUI?!?!), mas logo esse pensamento se foi, pois Link foi seguindo o fluxo de alguns alunos que já estavam se preparando para sair.

    Bom, e aquilo só confirmava que sim, ele estava partindo pra uma nova e importante etapa na sua vida.
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    Mensagem por Lnrd Seg maio 20, 2019 2:57 pm

    Capítulo 1: Como chegar à estação? - Página 2 19cd9810

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    Rápido como um piscar de olhos, não levou mais que uns instantes para o trem estar praticamente todo vazio e já apitando para anunciar a partida, deixando oficialmente aquela leva sobre o solo de Hermanstadt, a última estação para quem se dirigisse à famosa Scholomance.

    Para além da algazarra inicial de gente, era possível tentar distinguir, entre os curiosos cardumes de estudantes de idades variadas, quem pertencia às turmas avançadas e quem não: algumas crianças pareciam meio atordoadas, sem saber exatamente qual rumo tomar. Deviam procurar enturmar-se ou tal atitude poderia ser lida como afobação?
    A vida social, mesmo num colégio, podia ser bastante estressante.

    Arthurio já havia ficado para trás após Link despedir-se dele, não podendo mais dar nenhuma das dicas dele para o momento. De igual maneira, Igoric preparava-se já para afastar-se, seguindo o rumo dele.
    - Ah, valeu, galera. Valeu mesmo. – disse acenando um agradecimento a todo mundo que havia ajudado no descarregamento – Daqui já tenho permissão pros... tenebris!

    Aquela última palavra viera acompanhada de um firme gesto utilizando uma varinha tirada não se sabe de onde. Se Dragoflor fosse tão veloz assim num duelo, talvez a fama dele no time não fosse apenas empáfia.
    Mas mais importante que o ato fora o resultado: de frestas, orifícios e reentrâncias nas construções próximas, pequenas figuras emergiram das sombras quase como aranhas saindo dos ninhos. Eram pequenos e estranhos flocos escuros de neve, com estranhas pernas, estranhos braços e estranhos olhos. Caminhavam como o exército de um formigueiro e, aglomerando ao redor das bagagens do time, ergueram e começaram a carregar tudo. Isso mesmo que o peso suportado parecesse ser muito, muito além do que se esperaria que aquelas pequenas coisas pequeninas.
    Afora o chão vazio, deixaram para trás apenas as malas de Akane e Gabriel, como se soubessem instintivamente que elas não faziam parte dos pertences do capitão do time.


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    De forma curiosa, dava pra notar que não havia outras pessoas fazendo o mesmo. Era possível crer que tal magia fosse um truque que só Igoric soubesse ou, mais provável ainda, que só ele tivesse autorização para utilizar agora que estavam quase na escola. De qualquer maneira, foi assim que, sem mais delongas, deixou Akane e Gabriel, indo cuidar das próprias preocupações.

    O resto do corpo estudantil estava disperso, visitando as lojinhas não tão fartas da vila, aproveitando para beliscar alguma coisa ou comprar alguma provisão de última hora. Mas nem todo mundo parecia ter pressa: vários grupinhos haviam se formado aqui e ali, como se para botar a conversa em dia após as férias.

    Ruim para quem não conhecia ninguém.

    Sentada num banco próximo, uma menina estava sozinha e com expressão um tanto quanto assustada. Talvez fosse também o primeiro ano dela lá - mas, obviamente, só poderia ter certeza daquilo quem se aproximasse para perguntar.


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    Capítulo 1: Como chegar à estação? - Página 2 Empty Re: Capítulo 1: Como chegar à estação?

    Mensagem por ScorpioKS Ter maio 28, 2019 11:08 am

    Link olhava ao redor com uma curiosidade genuína. Aquela agitação toda não fazia parte de sua rotina: a área que ele morava era muito tranquila, e sua vida era basicamente dentro de sua casa, então ver aquilo tudo era até mesmo um tanto fascinante. Foi caminhando ao redor, apenas vendo pessoas interagindo e indo para lá e para cá na vila. Era impressionante, não podia negar.

    E foram nessas idas e vindas de "olhada" nos redores que o loiro viu uma menina sentada em um banco ali perto. Ela parecia assustada com alguma coisa, ele apenas não sabia com o que ela estaria assustada. Por curiosidade (dado que não apenas a menina parecia tensa, mas que ela ter uma aparência bem exótica, e isso chamou sua atenção ainda mais), Link aproximou-se da jovem e sentou-se ao seu lado, pensando em uma forma de iniciar alguma conversa. E como se lendo a mente de seu dono, seu familiar Dark sentou-se diante da menina e deu um rápido latido, abanando seu rabo de forma animada, mostrando que parecia feliz em estar diante de outra pessoa.

    OFF:
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    Capítulo 1: Como chegar à estação? - Página 2 Empty Re: Capítulo 1: Como chegar à estação?

    Mensagem por Lnrd Qua Jun 05, 2019 2:18 am

    Os casebres humildes e de arquitetura tradicional, porém bastante bem cuidados daquele distante vilarejo eram um convite para uma época menos frenética que aquela das grandes cidades de arranha-céus modernos e, mesmo sem obeliscos em chamas violáceas ou orbes de luz voadores marcando a paisagem, tinha algo de “mágico” na forma como as flores dos jardins pareciam harmoniosamente dispostas ou no como os paralelepípedos do calçamento pareciam lustrosos de tanto polidos ao longo de séculos de pés pesados caminhando sobre eles. Tirando aquele momento de desembarque, era possível concluir que a maré de caos logo de transformaria numa pacata marola de pessoas sem muita pressa, sendo guiadas pelo ritmo das estações.

    As ruas possuíam nomes simples e descritivos, gravados em bonitas placas de maneira, como “rua principal”, “caminho do bosque” e "trilha do rio". Não havia números estampados nas fachadas, mas brasões os mais variados: “estalagem do Dragão Tricéfalo”, “loja de ervas da dona Marisolda”, "quitanda dos Elfos" e "alfaiataria Airataiafla" eram os mais próximos daquela área.

    Em meio ao descarregamento de estudantes, a chegada daquele garoto desconhecido não fora de imediato notada pela mocinha sentada, desatenção desculpável em se considerando alguém sob um bombardeio de estímulos por todos os lados. Como o resto, devia ter em mente a preocupação sobre a lista de compras estar ou não completa ou se a varinha conseguida funcionaria adequadamente ou não. Não só isso, mas quando finalmente percebeu que alguém estava ocupando o espaço ao lado dela, mal deu sinais de olhar em tal direção, limitando-se a ajeitar timidamente o corpo no próprio lugar – tal qual alguém que, num ônibus, evita interagir com qualquer companhia aleatória com a qual divida-se o banco.

    Foi o inesperado plano de Dark que pusera as coisas em movimento, uma vez que a garota arregalou os olhos com empolgação, pronta para esticar a mão na direção daquele "cachorrinho" para fazê-lo carinho. Mas o latido que emitira, apesar de aparentemente amigável, acabou gerando uma reação secundária bastante para fora do esperado.

    De corpo longo e pelos vermelho-aloirados, uma doninha surgiu por entre as malas pouco abundantes daquela figura, trepando-se na cabeça dela numa tentativa destrambelhada de fuga.
    - ARROZ, NÃO! Calma! Nada vai te acontecer! – disse um pouco irritada, mas tentando manter a voz baixa enquanto nomeava a criatura que a acompanhava de uma forma inusitada - Não bastava ser ladrão, ainda precisava ser tão escandaloso?! SOLTA O MEU CABELO, ARROZ! - bufara e reclamara para Link, envergonhada pela situação.

    Enquanto lutava para trazê-lo para o próprio colo, era possível notar que segurava uma espécie de medalha na mão direita, apesar de ser difícil identificar com precisão em meio àquela movimentação, uma pequena batalha com o ágil familiar.
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