por Elminster Aumar Ter Ago 28, 2012 1:21 am
A próxima câmara se abre num amplo espaço. Para se chegar do outro lado era preciso atravessar uma longa ponte de pedra. Embaixo havia apenas um obscuro precipício. Várias gárgulas estavam empoleiradas nas paredes que circundavam a ponte, de forma a se assemelharem predadores silenciosos e mortíferos. Por sorte, a surdez de Grimlock havia passado e ele novamente estava apto a lutar em suas totais condições. Sabendo que o único meio de atravessar a sala era passando pela ponte, o grupo segue em frente mesmo diante da perspectiva de ser atacado por um bando de gárgulas de pedra.
As gárgulas deram o bote quando o grupo estava no meio do percurso. Elas vieram como um enxame, porém diferentemente das gárgulas guardiãs do lado de fora do castelo, estas não ofereciam tanto perigo. O combate ia chegando ao fim sem maiores problemas quando uma das gárgulas consegue agarrar Inako, o pseudo-dragão, e arrastá-lo para o fundo da caverna, na escuridão profunda do precipício. Athanor elimina a última gárgula e só restou aos companheiros gritar inutilmente por Inakno. Não houve resposta e tampouco havia algo a ser feito. Com um sentimento de tristeza pela perda, eles avançam para o outro lado da ponte.
A sala seguinte não há nada além de uma exótica criatura com corpo de leão, asas de falcão e uma cabeça humanoide. Janus já ouvira falar das esfinges e não se surpreende quando a criatura começa a falar numa voz feminina:
- Parabéns, vocês acabaram de vencer a primeira etapa do Castelo dos Enigmas. Agora, para ir para a próxima etapa, vocês deverão acertar o meu enigma. Cada um de vocês tem direito a apenas uma resposta. Se ninguém acertar, não restará outro caminho senão o caminho da volta.
E ela recita o poema:
"De nenhuma utilidade para um
ainda que de absoluta êxtase para dois.
O pequeno garoto recebe ela para nada.
O jovem rapaz mente para tê-la.
Já o velho tem que comprá-la."
Parecia simples, mas o tempo mostrou aos três aventureiros que eles preferiam mais uma rodada com as gárgulas. O esforço mental para responder estes cinco versos foi o maior já enfrentado por eles, e levou horas até começarem a arriscar os palpites. Grimlock foi o primeiro, e errou por muito. Depois de longas horas, Athanor arriscou o seu palpite. Também estava errado. Só restava uma chance com o Janus, e se ele errasse, Inakno teria morrido em vão e Lua Alta estaria condenada.
- Um beijo – diz Janus. A esfinge fica em silêncio por longos minutos, aumentando a apreensão do momento.
Por fim ela faz um gesto positivo com a cabeça e murmura um encantamento mágico. Uma escada circular surge como que do nada no meio da sala, e o trio sobe as escadarias para o próximo andar. Eles passam por mais uma série de desafios mentais e físicos, envolvendo enigmas de variados tipos cujo fracasso encadearia uma armadilha mortal. A última prova é um labirinto aparentemente sem fim. Eles enfrentam monstros errantes em corredores sem saída e se não fossem as magias salvadoras de Grimlock dificilmente teriam sobrevivido. Eles passaram três dias inteiros até achar a saída do lugar.
A última câmara era uma verdadeira sala real para gigantes, com mobílias, quadros e lustres de velas muito maiores do que seria o normal. O Rei Gigante estava sentado num monstruoso trono. Ele usava uma coroa de ouro que contrastava com seus longos cabelos prateados. Vestia roupas de nobres, incluindo uma pesada capa de veludo, e portava numa das mãos um bonito cetro de marfim. Sua pele era branca como leite e seus olhos tinha um tom azulado. O gigante estava sozinho na sala.
- HAHAHAHA. Não sabia que um labirinto mutável daria tanto trabalho a ser vencido. Mas tenho que reconhecer o mérito de vocês em conseguir chegar até aqui, aonde nunca ninguém antes chegou. Mas foi a duras perdas, não é mesmo? Quando achar o corpo daquele pseudo-dragão mandarei que ele seja empalhado para decorar meu quarto. HAHAHAHA.
Athanor segura o punho da espada, mas se contém. Ele sabia que antes de qualquer ato ostensivo o grupo precisava de respostas.
- Onde está o tal exército que você diz ter? Não encontramos nenhum ogro desde que chegamos aqui.
- Sinto muito, vocês chegaram atrasados. O meu exército partiu há exatos quatro dias para devastar aquela pobre cidade que se recusou a pagar o meu imposto. A esta altura eles já devem estar queimando as casas e empilhando os corpos numa fogueira.
- E você ficou aqui? Não foi para a luta? Que tipo de ser que se julga um rei faria isso?
- Eu levei anos para construir este castelo. Nunca iria abandoná-lo para que um grupo pretensioso como o seu chegasse e pusesse as mãos nele.
Athanor olha para os seus companheiros para ver que comentários teriam a fazer.