O desespero para salvarem as próprias vidas levou vocês para o pequeno túnel improvisado, todos entram e avançam mais rápidos que podem, era estreito e escuro, não era possível ver o fim daquele buraco. O nervosismo tomava conta, mas diminuíra um pouco após perceberem que nada do que ocorria no quarto alcançá-los-ia.
Uma luz.
Vocês poderiam pensar "Finalmente!".
[...]
DIA 21, 7 horas e 43 minuto da noite
Após saírem, percebem que está chovendo bastante, estavam do lado de fora da parte de trás da casa de praia, era noite de ventos fortes. Era estranho estar de noite, já que não havia passado tanto tempo daquele túnel, sentiriam sensação estranha quanto a isso, mas tudo estava fora do normal desde que chegaram naquela casa.
Há uma porta, talvez seja entrada para cozinha ou área.
– Não entendo... Como paramos lá e agora estamos aqui? – Questiona Bárbara ainda abalada.
Ricardo e Davyd estavam mortos, mas será que André Bruno e Alex estariam bem? Poderiam se perguntar.
OFF:
Desculpa a demora, problemas pessoais me atrapalharam de dar continuidade.
Fui o último a sair daquele estreito buraco, depois de um problema por assim dizer de "perda de tempo" onde parece que ficamos com o tempo congelado pego meu celular que estava preso na minha sunga de praia para ver duas coisas, a hora e se agora tínhamos sinal.
- Pessoal verifiquem se seus telefones voltaram a funcionar, o meu estava com a hora congelada em 16h13min e sem sinal lá dentro. - falo para todos.
Claro que o professor não deveria ter nada com ele só a toalha, mas as meninas poderiam estar com seus celulares.
- Barbie, não dá para procurar lógica em eventos aleatórios. A tentativa de fazer isso só vai fragmentar a sua razão, que já está abalada demais com os eventos traumáticos que passamos.
Ia me aproximar dela quando paro e me viro para olhar o buraco pelo qual acabamos de passar com o pensamento:
Mari sai do buraco apressada e olha se todos saem em segurança, e sente alívio em ver que mais ninguém tinha ficado para trás. Olha para Bárbara quando ela se questiona sobre a ligação entre os lugares.
"- Onde estamos?" - Perguntou, encolhendo-se com o frio que fazia, vestindo apenas um bikini contra a chuva e o vento frio. "- Será que nada disso tem lógica mesmo?" - Pergunta retóricamente. "- Precisa ter alguma explicação... Alguma ligação entre tudo que presenciamos..."
pós algum tempo rastejando pelo buraco na parede torcendo para que houvesse uma saída, finalmente avistava uma luz e sem demoras chegávamos a saída do mesmo. No entanto, já era noite o que não fazia o menor sentido, mas naquele momento tudo que importava era encontrar uma maneira de aquecer-me dos ventos gelados. Porém, voltar para dentro da mansão não parecia uma boa ideia.
Enquanto todos saiam do buraco desliguei a lanterna do celular e comecei a filmar a volta e depois a mim mesma.
- Registro da viagem de ferias... Parte um e talvez única. - Olho a volta pensativa. - Bem... Davyd e Rick estão mortos. André e Alex desaparecidos e nós estamos seminus diante de um clima ruim que provavelmente vá fazer a próxima vítima por hipotermia. Digo, se a vítima em questão tiver sorte. - Respiro profundamente tentando manter a calma e tentando encontrar palavras para continuar a filmagem. - Só queria pedir... - Apesar de tentar se forte só o pensamento já faziam-me derramar algumas lágrimas. - ... para que estiver vendo essa gravação que diga aos meus pais que amo eles e peço desculpas por não conseguir voltar para casa como havia prometido. - Passo as mãos enxugando meus olhos e finalizo o vídeo. - Aqui foi Lana O’Connor, amo vocês. - Completo com um sorriso em meio as lágrimas e assim que desligo a câmera desabo em prantos.
Encolhida de braços cruzados, esfregava as mãos sobre eles tentando aquecer-me ao mesmo tento que respirava profundamente tentando controlar-me.
- Sei que todos querem se aquecer, mas não acho uma boa ideia voltarmos para dentro. Seria melhor irmos para praia e tentarmos encontrar ajuda. Além da praia estar em campo aberto e evitar qualquer coisa nos surpreenda. - Pensei que também nos tornaria alvos mais fáceis, porém não compartilhei tal pensamento.
Passei as mãos nos olhos mais uma vez e aguardei pelos prós, contras e outras ideias.
Após algum tempo rastejando pelo buraco seguindo a Barbie... Rapidamente tento ajudar Barbie a se manter de pé e olho para Morgana para que ela em ajude, observo que André pede para verificarem se os celulares estão funcionando. E por um instante penso que Lana fará isso, mas ela simplesmente começa a se filmar e chorar recitando o script de Bruxa de Blair. Por um instante eu quase tive a impressão que ela ia culpar a si mesma pelo que esta acontecendo e ela pede para sairmos em meio à chuva.
-Lana! Escuta, não morremos ainda. Vai entregar essa mensagem pessoalmente, mas não se formos diretamente para praia... A chuva pode ser sinal de mudança de maré, além de podermos passar a noite tomando chuva e aí sim ficarmos com hipotermia.
Me sinto com receio de perguntar como Deco sabia que eu estava sem roupa por baixo da toalha, mas me faz pensar que ele é observador e por isso confiarei no julgamento de evitar a chuva.
Encolhida de braços cruzados, esfregava as mãos sobre eles tentando aquecer-me ao mesmo tento que respirava profundamente tentando controlar-me. Vejo Mari e Lana passando frio de bikini e não comento as reações de Morgana. Indiferente ao namorado, mas secretamente nutrindo algo por mim. Ou seria já parte do jogo de mortes dela? Tudo é assustador.
-Lana, creio que o Deco esta certo em voltarmos para dentro e tentarmos telefonar do que encarar de noite uma chuva em uma praia desconhecida sem roupas...
Morgana respira fundo em quanto seu coração estava acelerado e sendo assim ela se senta ao saírem daquele buraco um pouco com falta de ar. -Mas que merda, mas que merda! - Tudo veio a tona na cabeça de Morgana que parecia desabar mais uma vez em quanto ouvia os outros conversarem o seu coração estava disparado em quanto ela tentava respirar fundo.
Ficou esfregando os braços, enquanto os outros falavam, na tentativa de minimizar o frio que sentia. Via que Lana estava pessimista sobre as chances deles, e isso a atingiu com o desânimo... Realmente, havia grande change de morrerem em breve, como Rick e Davyd...
"- Gente... Gláucio tem razão... Vamos morrer se ficarmos aqui..." - Disse com os lábios tremendo de frio. "- Podemos pelo menos encontrar alguma coisa que nos proteja da chuva... ou esperar ela passar, fora desse vento."
Também não queria ficar entre paredes, assustada com as coisas que tinha visto na casa, mas era a melhor chance que tinham. Precisavam de ajuda... quem sabe um telefone que funcione...
"Nada mais faz sentido" todos pensavam, seus maiores pesadelos, aqueles que até desconheciam existir, despertavam a sua frente, apenas dor, medo e o frio da morte permeavam sobre eles. Celulares sem sinal, algo já esperado. A chuva e a noite nunca foram tão desconfortantes como agora em toda vida daqueles presentes nessa experiência de horror.
Mas...
Mas...
Mas ainda havia esperança. Esperança de sobreviver... esperança de escapar disso tudo, afinal, são jovens, a idade fazem-nos acreditar que são imortais, que poderão passar por tudo.
[...]
Um estrondo cataclísmico que faz enorme fenda surgir em toda extensão visível a eles. Desespero, "O que mais poderia ser?" questionam. A casa de praia começa a ser engolida pouco a pouco pela fissura e a escuridão toma conta, se André e Alex estavam vivos ainda e naquela casa, jaz não estariam mais.
Lágrimas, que ficam imperceptíveis na chuva, caem.
Então um barulho inominável, indefinível, jamais ouvido por toda humanidade. Era tão alto e expansivo que não poderia se imaginar o que ou quem poderia fazer isso, mas vinha do mar.
MÚSICA CLIMÁTICA:
Todos então olham em direção a praia.
Seus olhos gritam e suas bocas sonoram um alto silêncio. Era impossível de ser real, seria o fim do mundo? Não teria como fugir disso... não teria como sobreviver.
[...]
Era gigante, de outro mundo, um ser que acordara de hibernação, tão antigo e desconhecido, poderia facilmente ser responsável pela criação dos mundos, ou até mesmo a destruição deles. Cheio de tentáculos em sua face, garras e asas, não poderia ser pacífico... Surgia do mar, sua vinda trazia tsunamis consigo, um navio era levado até onde ficava a areia da praia.
Todos morrem. Morrem desistindo, morrem tentando. O poder daquela criatura matá-los-ia, as ondas engoliriam-nos mesmo tentando fugir de carro, apenas a sua presença poderia destruir a sanidade de qualquer um, o que seria o mesmo que morrer.
[...]
Nazistas e socialistas haviam decidido se juntar em prol de poder, Josef Mengele, o maior e o mais sem limites cientista havia decidido criar um enorme portal capaz de ligar este mundo a outros, suas experiências foram feitas todas na casa de praia, mas com sua morte, não fora capaz de concluir o projeto. Teve uma família que desconhecia sobre seu passado, Ricardo e Bárbara eram pessoas boas que quiseram passar com seus amigos na casa de praia, mas, algo que nunca ocorrera antes, despertou o sobrenatural e instabilidade naquela casa, provavelmente os espíritos das pessoas torturadas em prol dos experimentos do cientista devem ter sido os responsáveis por tudo, tanta dor e sofrimento tornaram-nos em espíritos malignos, tamanha energia fora capaz de ativar o portal escondido na câmara secreta, no subsolo, da casa de praia, trazendo o que havia de pior no universo.
OFF:
Final abrupto, eu sei, como alguns bem sabem, não estou mais animado para mestrar por problemas pessoais, tentei dar alguma elegância para esse desfecho, espero que tenha sido bom enquanto durou, espero que apesar desse final, tenham gostado da experiência. Vocês são ótimos jogadores, que haja novas partidas no futuro!
Todos poderão fazer um post narrando a própria morte, podem narrar que tentaram, podem narrar que desistiram, pensamentos e ações, estão livres para definirem o próprio desfecho.
Mari se virou para trás, com olhos arregalados para o que estava acontecendo no horizonte, incrédula em sua visão. Agora tinha certeza que era o mais estranho dos pesadelos. Segurou a mão de Bárbara, com quem tinha se conectado naquele último dia. Ela existia mesmo? E Lana? E Gláucio? E os outros?
A onda crescia, e contra aquilo não havia o que pudesse ser feito... Mesmo assim, puxou Bárbara consigo até a porta, tentando entrar até que fosse tarde demais...
OFF:
Muito obrigada, Artorias! Foi muito legal o caminho até aqui. Fico feliz que tenha decidido dar um fim, ao invés de só abandonar a história
Tudo aconteceu muito rápido, André olhava o telefone sem sinal. Depois ele que estava de costas para a praia, repara que Lana estava estática e vertia lágrimas de seus olhos. Ele se vira para ver o que era que causava isso na ruiva.
Ele vê a criatura colossal que nem em seus pesadelos mais terríveis ele conseguiria pensar...
O horror é tamanho ante aquela cena, que seu cérebro "desliga" como é comum, como os cientistas dizem quando estamos face a um perigo que pode nos levar a morte.
Ele nem sentiu nada, apenas tudo ficou preto e nunca mais André viu a luz novamente...
off:
Bacana a finalização!
Espero que tudo se acerte contigo meu camarada e que volte a ter o ânimo que conhecemos. És um grande narrador!
Morgana sentiu que a sua loucura estava no ápice e logo ela se levantou e sentiu como se os seus ancestrais estivessem lhe dando um poder e logo ela parte para cima da onda. — MORRA! - Ela grita assim que sentia como se fosse uma só com os espíritos tentando matar a coisa e cortar a onde para salvar a todos, até ver apenas uma coisa em sua frente, o grande breu. — Nós fomos vitoriosos, agora eu posso morrer em paz sendo levada pelos espíritos e me juntando a eles em seu grande reino! - Morgana dava seu ultimo suspiro em quanto se sentia uma só com os espíritos.
—Quer um gole de café? Vou contar como foi? Acho que Lovercraft é o maior místico do final do milênio passado...
O primeiro passo para a vida eterna é morrer. É o que todas religiões dizem, mas mesmo o mais cético compreende que estar morto é fixar uma data final de existência. Não é realmente uma morte. A gente vira lenda. Não vai envelhecer.
Na casa de meu Pai há muitas mansões. É claro que, ao apertar o gatilho, Davyd morreu. Mentiroso! Identidade dupla! Várias contas falsas... Eu ainda levava Bárbara quando Mari aquecia os braços? Ou era ela quem a abraçou em seus momentos finais? Sei que Deco, por causa talvez da maconha, não conseguiu correr. E Lana?! Onde esta Lana? A Onda é imensa demais. Eu corro em direção da casa.
Bem sei que Morgana se inspirou ao ver a face do morador de R´lyeh Ela corre para nos dar uma chance... E morrer. Eu olho para trás, vendo-os virar estátuas de sal.
Com os mais diversos seres das profundezas roncando na nossa direção, Deco se recusa a se salvar, mas todos com com eles virando vítimas tento lutar como sempre fiz e salvar a mim. Eu penso que se tivesse uma arma, eu ia apertar o gatilho. Foi muito melhor que a vida real. E o seu momento de perfeição não dura para sempre.
Quando o sacerdote chega à praia, eu já dirigi para longe. Mas seus olhos... Brilhantes me alcançarão onde eu estiver.
A loucura é como morrer, disse uma vez o André para todos nós. Isso acontece. Só sei que chego no céu. Tudo no céu é branco no branco. Fingido. Tudo no céu é quieto, sapatos de solas de borracha. Consigo dormir no céu. As pessoas escrevem para o céu para me dizer que se lembram de mim. Que sou o herói delas. Que fiz bem em hackear a conta dos juízes Vai ficar ainda melhor. Os anjos daqui são aqueles do Antigo Testamento, legiões e lugares tenentes, Uma hoste celestial que trabalha em turnos, dias, períodos. Cemitério. Eles trazem as suas refeições e os seus medicamentos num copinho descartável. Um kit "Vale das Bolinhas". Evito as bolinhas. São a hóstia desse lugar. Não faço essa comunhão. Por que Jesus e os outros tiveram de morrer?
Conheci Deus na sua longa mesa de nogueira com seus diplomas pendurados na parede, e Ele me pergunta: — Por quê? Por que causei tanto sofrimento? Fui eu quem os matei? Por acaso sou uma Legião de Personalidade Fragmentada? De modo nenhum...
Ele me pergunta se eu não percebia que cada um de nós é sagrado, um floquinho de neve únicoe especial em sua exclusividade? Não via que somos todos manifestações do amor? Eu olhava para Deus atrás daquela mesa, tomando notas num bloquinho, mas Deus entendeu tudo errado. Não somos especiais. Também não somos merda nem lixo. Apenas somos. Apenas somos e o que acontece, acontece. E Deus diz: — Não, isso não está certo.
Ele não leu Shakespear, nem sabe sobre ser ou não ser. É... Bom... Tudo bem... Não se pode ensinar nada a Deus. Deus é aquele que é... Foi o que ele disse a Moisés.
Deus me pergunta do que eu me lembro.
Digo para Deus que sei bem seu nome... E que é Nyrlatothep. Ameaço gritar três vezes o nome de Hastur para que Azatoth lhe dê uma lição se Ele não me deixar em paz. Comento que finalmente entendi porque Ele nos mandou Cthullu.
Explico que houveram outros períodos em que os marxistas se uniram com os nazistas e até com os liberais. Foi na Guerra Civil Espanhola, quando os homens negaram Deus, Pátria e Patrão. Todos protegendo os Estados contra a autonomia do povo em Catalunha. É o que Deus faz sempre... Evita que esqueçamos da miséria da existência e tenhamos de chorar por ajuda Dele.
Por isso estou aqui. Por isso hackeei o Ministro, o procurador, o Juiz e vim passear com a filha da Monique Evans. Os irmãos Lannister que nos convidaram provavelmente iam ter um belo bebê em homenagem à Mengele, mesmo sem querer. Talvez no ventre de Bárbara estivesse se formando o Anti-Cristo do filme da profecia ou pior, o menino rei de Game of Thrones. Depois mataram Ricks como as abelhas sacrificam um zangão, ou melhor, como a fêmea do Louva-Deus devora nossa cabeça.
Deus sabe bem o que é isso, Ele já perdeu a cabeça por uma fêmea antes. Teve um Filho poderoso...Chamado Hércules... Que fez doze trabalhos em discípulos. Maldito Judas, servo de Hera. Traidor! Assim como os comunistas que trairam o materilismo histórico dialético de Marx se envolvendo com magia dos Grandes Antigos! Sim, os criadores da nossa espécie e dos vampiros. Vampiros como Lana O ´Brien... Sim, o sangue da Morte Rubra de Edgar Allan Poe estava nos cabelos dela. Sim... Traidores... Moedas de Prata, Judas do Drácula 2000! Sim... Só a corda e a prata podem matar os traidores... Onde estava Lana quando o sacerdote de Deus subiu como a grande besta que sobe do Mar? A ruiva, cabelos de sangue... Tinha um celular com filmadora... Raro...
Sim. Traidora. Traidores todos...
Certeza que nenhum dos que traiu os bolchevique ou Hitler em prol desse poder todo imaginavam que Deus estava observando. Agora a culpa é minha... Só minha.
Mas Deus vê tudo. Ele acordou Cthullu em sua sauna, o Deus Afogado que forja Homens de Ferro. Foi quando ele disse que eu não deveria estar lá, mas Deus sabia... Ele nos proíbe de estarmos lá. Por isso me trouxe até aqui, para servir no céu. Final Stark é o homem de Ferro, não o Lobo. Lobo é da DC... Igual o Monstro do Pantano! Ah, simmm...
Aqui no céu, eu quase esqueci a imensa escada até as profundezas do Abismo, onde Cristo dormia.
Lá achei a maldita moeda nazista entre outros artefatos estranhos. Em uma sala, que quando tentei sair fui abordado pelo fantasma de Michael Jackson.
Sortudo foi o ex de Morgana. Que no final parecia esta mais feliz comigo e transaria sobre o cadáver dele se tivessmos tido chance... Mas é certo que eu não conseguiria fazer o que ele fez... Sou um atirador medíucre.
Se eu tentasse me matar à bala, certamente eu erraria. Certeza que o tiro sairia de uma bochecha à outra me rasgando um sorriso de orelha a orelha. É... Como uma moranga de Haloween raivosa. Um demônio japonês. O Dragão da Avareza. Ou o Coringa do filme do Batman.
André e Alex ainda estão na Terra... Eles escrevem para mim... André me chama ainda de Tio, mas às vezes acho que Alex tem a mesma idade que eu. Loucura deles! Acho que ganhei um sobrinho.
Algum dia, dizem eles, que muita gente vai me levar de volta. Se houvesse um telefone no céu, eu ligaria para eles... Eu perguntaria sobre Lana, talvez pelo Telegram. De lá hackearia a conta dela e veria como ela sabia... E o que ela sentiu.
Mas não quero voltar. Ainda não. Porque não quero. Porque o tempo todo aparece alguém trazendo meu lanche e meus remédios na bandeja, e esse alguém tem um olho roxo, a testa inchada e costurada, e diz:
— Sentimos sua falta... Ou outro de nariz quebrado passa por mim com um rodinho e sussurra:
— Tudo está de acordo com os planos. Sussurra: — Vamos acabar com a civilização para construir um mundo melhor.
Sussurra: — Estamos providenciando para levá-lo de volta.
É... De fato é o que eu sempre quis. Deus nunca entenderia isso.
ão bastava a chuva e o frio um leve tremor parecia anunciar algo ainda pior. Não demorou para um poderoso abalo sísmico partir o chão ao meio e engolir toda a mansão como se não fosse nada. Qual seria o próximo evento? Era tudo tão surreal.
- Mas o que diabos est... - Antes mesmo que pudesse completar a frase um estridente urro vindo do mar interrompia-me.
Em meio ao mar uma criatura gigante com uma cabeça de polvo cheia de tentáculos e asas de morcego criava tsunamis que varreriam a praia a qualquer momento. Olhei a minha volta e vi Deco, Mari e Barbara atônitos esperando a própria morte. Enquanto isso Morgana se lançava aos brados contra o perigo eminente. Gláucio parecia o único ainda com instinto de sobrevivência. Assim que ele pôs-se a correr, também parti em disparada sem olhar para trás. Corri em meio as árvores da floresta que cercava a mansão, mas logo o vislumbre de uma imensa onda surgiu e caiu sobre mim...
[...]
Sentei-me na cama ainda tentando entender o que havia ocorrido. Meu coração estava acelerado, eu estava ofegante e suava frio. Tudo parecia ter sido apenas um sonho ou melhor um pesadelo.
Olhei a minha volta e ao lado de meu travesseiro a figura horripilante que surgiu em meus sonhos. Peguei o livro O chamado de Cthulhu e o coloquei no criado mudo.
- Nunca mais bebo e leio livros de terror na cama. - Murmurei ao ver a taça do lado de uma garrafa de vinho vazia que também estavam sobre o criado mudo.
Peguei o celular e chequei as horas. Afinal, as ferias estavam começando e o convite de Rick ainda estava valendo. Tomei banho, peguei minha blusinha regata preta, uma calça jeans e meus all star branco. Fiz a minha ultima revisão na minha mochila e resolvi deixar o livro de Lovecraft no criado mudo e levar O Bardo em seu lugar.
[...]
Ao chegar na pracinha universitária e avistar quatro rapazes com suas mochilas, eu parecia ter um déjà-vu. Tentei aproximar-me sorrateiramente e até mesmo a conversa era a mesma de meu sonho. Com certeza aquilo seria interessante. Dirigi-me até onde todos encontravam-se com um sorriso matreiro.