Job 06

A hacker entrou na cabeça do guarda desacordado. Passar seu TAP foi bem mais simples que entrar no SysOp. Deu início à busca dos arquivos de permissões. Logo estava com eles diante dos olhos. Agora bastava copiá-los para então apresentá-los como se fosse o guarda. Porém, o último passo bateu no Firewall. Os dois já caminhavam em direção do elevador para irem para o quarto sub-solo. - Então, deu certo? Esse cara tá pesando. Gente desacordada pesa demais. - Reclamava o policial à paisana. Sayuri viu o TAP tentar aumentar a segurança, antes que ele pudesse efetivar maiores defesas, ela introduziu um pequenos vírus que o atrasaria nisso. Tudo estava sobre controle.

dream inscription: Foi quase no momento da edição

A segunda tentativa foi perfeita. Com a lentidão do sistema, copiar os arquivos e trazer para seu próprio TAP foi fácil. - Eu costumo resolver as coisas com o punhos e com aço. - Chegaram diante do elevador. Toshiro apertou a tela indicando o andar que iriam. Imediatamente apareceu o requerimento de permissão. Sayuri não teve dificuldade em enviar o sinal positivo do seu TAP. Em seguida, veio a confirmação biométrica. O policial colocou o guarda de pé enquanto o segurava. O scanner demorou um pouco mais que o esperado, talvez pela flacidez muscular causada pelo desmaio. Os invasores se entreolharam. Mas o reconhecimento deu positivo. - Não quero nem pensar o que aconteceria se não desse certo.

Não demorou até o elevador chegar e eles entraram. Quando a porta reabriu, estavam dentro de um laboratório. Havia tubos cilíndricos de metros de altura com... coisas dentro boiando em líquidos. Bem como uma infinidade de computadores potentes e máquinas para usos diversos que era difícil de identificar de onde estavam. Toshiro botou o guarda desacordado impedindo o fechamento do elevador. - Melhor sermos rápidos aqui. Depois precisamos dar um jeito com as câmeras.

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Aqueles tanques estranhos realmente pareciam qualquer coisa que atentasse contra a ética. Talvez por isso a IBioT tivesse um Firewall tão potente para o que deveria ser apenas um instituto de tecnologia. Aliás, talvez por isso ela tivesse andares subsolo com acesso restrito também. Sayuri lançou contra a muralha virtual do instituto seus programas de achar brechas, mas a primeira tentativa foi inútil. Sem se fazer de rogada, tentou métodos alternativos pouco ortodoxos. Na terceira vez, antes que conseguisse de fato fazer algo, viu o alerta virtual de detecção.

Ela não prestou atenção nisso, naquele instante, pois estava focada no hacking, mas Toshiro a tocou no ombro. - Alguma coisa fez um barulho ali para trás. - Um segundo barulho. Dessa vez Sayuri escutou. Era um destravamento mecânico. - Puta que pariu!

Dois módulos de segurança se destacaram de alguma parede e apareceram lado a lado entre os tanques. Módulos de segurança é o eufemismo para robôs armados.

dream inscription: Vamos puxar Iniciativas! Segue na ordem: Toshiro, Robô 1 à esquerda, Robô 2 à direita.

Bravos efetuou 3 lançamento(s) de dados (carta.) :

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Sayuri lançou seu raio concentrado sobre o robô de segurança e ele, que andava na direção dela, teve uma onda eletromagnética correndo no seu corpo metálico, parando. Toshiro sacou sua Thunderbolt e aquela era uma arma assustadora. Com um tiro certeiro ele implodiu o robô, que após uma explosão localizada tombou no chão erguendo uma fumaça escura. - Toma, desgraçad... AARGH! - Disse ao acertá-lo, mas sua voz foi esganiçada por um feixe de energia que vinha do rifle do robô sobressalente. Armas de energia eram coisa de ponta e causavam um estrago medonho. O companheiro policial vacilou e apoiou-se numa mesa ao seu lado.

dream inscription: Toshiro sofreu 1 Ferimento.

- Tô aguentando! - A frase de Toshiro saiu entredentes e claramente acompanhada de dor. Sayuri usou lançou novamente seus raios, num arco perfeito até o robô de segurança. A descarga caiu violenta, percorrendo os metais que formavam aquele construto e, como o outro, ele tombou exalando uma fumaça que definitivamente vinha dos seus circuitos internos.

Vendo aquilo, o policial deixou o corpo desabar sobre uma cadeira. - Eu já levei tiros, mas esses disparos de energia são bem piores. - Ambos respiravam pesadamente depois daquela surpresa e só agora olhavam com mais atenção aquela sala. Sayuri viu que um dos tanques tinha descrito BS-721. Aquele era o protótipo que estavam vindo buscar. Olhando para dentro, via um corpo feminino despido e plugado de uma série de fios, imerso num líquido desconhecido.

- A gente vai ter... Urgh, merda!... que levar isso ai? - Imediatamente Sayuri lembrou-se da mensagem que recebeu de Yamamoto. Ele solicitava que ela trouxesse também o protótipo BS-720. Olhou ao redor e encontrou, num outro tanque, um corpo agora masculino, na mesma situação.

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Talvez os poderes zeeks de Sayuri estivesse deflorando diante da pressão que ela passava. Não tinha certeza quanto a isso, mas tinha impressão que sim. Ela talvez pensasse mais no assunto se não tivesse notado o que eram aqueles protótipos. Pessoas. Começou a fazer pesquisas na DataNet Global procurando algo que a ajudasse e entender como tirar aquelas pessoas ali de dentro, se estavam sofrendo ou algo assim. Começou mesmo a desconfiar de Yamamoto. Será que ele estava envolvido com coisas que ela não estava sabendo?

Suas buscas demoraram a trazer resultados. Aquele tipo de experimento era claramente anti-ético, se não fosse abertamente ilegal. Procurou por imagens semelhantes e começou a cair em sites de teorias da conspiração. Já ia sair deles quando leu um código semelhante ao dado àquelas pessoas: BS-477. O autor, cujo nome era protegido, dizia que haviam conseguido criar um corpo humano do zero. Tecnologia orgânica. Possibilidades de vida eterna.

- O que você tá vendo ai? - A voz de Toshiro trouxe a hacker de volta de seu mergulho. Ela questionou os motivos de quererem algo como aquilo. - Eu também gostaria de entender... tem certeza que esses corpos estão vivos? Quer dizer, eles já foram ou estão vivos? - De fato, não havia nenhum leitor de sinais vitais naqueles tanques. Sem batimentos, sem pulsos eletromagnéticos, nem ciclos de respiração. Esse tipo de coisa que costuma indicar vida.

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