Diante do poder, alguns homens se corrompem, mas aqueles marcados pelo toque do Criador não se curvam ao falso poder. Juninho sabia disso, fora ensinado muito bem em seus anos no monastério.
Com o olhar firme, mas misericordioso, a besta flamejante olhou para o sanguinário Volant e falou poderosas palavras.
O ser de pele completamente enegrecida a sua frente abriu um leve sorriso, tão macabro quanto sórdido.
- HE HE HE, O PEQUENO INDA CREDITA NESSAS MERDAS? Cuspiu um tanto de sangue em uma tosse agressiva.
- NEM DEUS NEM O DEMÔNIO TÃO POUCO SE FUDENDO PRA ISSO AQUI, GAROTO. TAMO NUM JOGO BEM MENOR... O Volant usou suas últimas forças para deixar sua coluna ereta enquanto ainda estava de joelhos. Seus olhos já estavam sem brilho algum de vida.
- E PRA MIM SÓ ACABOU UM POUCO MAIS CEDO DO QUE PRA VOCÊ. De uma só vez, o grande corpo do Volant se inclina para o lado e cai com grande força por cima da lâmina de seu próprio machado que estava ali cravado ao chão.
Imediatamente seu crânio racha com o impacto e o aquele corpo bestial amolece. Já não havia mais vida ali.
Após o choque de ver aquela atitude tomada pelo inimigo, Juninho viera a conceber o quão foi estranho aquele lapso repentino de inteligência em um ser que até então apenas havia gritado e grunhido algumas poucas palavras. Mas não podia perder muito tempo com pensamentos enquanto estava em meio aquela cidade.
Com seus sentidos mais apurados que nunca, Juninho conseguira sentir o chão tremendo em sua direção como a pouco tempo atrás quando esse ataque se iniciou nas terras de Uin. Ele sabia q eram mais Volants que chegavam, e pelo barulho pareciam centenas. Ao mesmo tempo, escutou gritos de outros Volants que pareciam estar perto de onde ele sabia que se encontrava a saída da cidade.
Talvez devesse ficar e enfrentar todos os inimigos de frente? Talvez ir até a saída da cidade para entender a confusão que estava escutando e, talvez, reencontrar seu irmão? ou finalmente se ver livre de tudo aquilo e galopar para bem longe de sua terra natal?
Não sabia muito bem o que fazer, mas sabia que teria que decidir logo já que seu corpo parecia não aguentar muito mais tempo naquela forma. Sua devoção sempre cobrara um preço alto ao final de suas preces.
Já do outro lado do barulho, guiando a carroça para longe dos Volants com maestria, estava Gambiru e o loiro desconhecido desacordado ao seu lado, assim como os dois burricos que marchavam vigorosamente atrás daquelas cenouras para, emfim, matar suas fomes. Após algumas manobras bastante arriscadas para desviar de alguns escombros, Gambiru vê o arco da cidade, aquele que simbolizava a entrada de Uin, se aproximando enquanto seu coração palpitava de emoção. Finalmente estava alcançando aquilo que colocara como seu objetivo desde que sua mãe se despediu em sua casa. Os Volants também se aproximavam, com seus pés pesados e ligeiros, como se não tivessem quaisquer tipo de cansaço ou perda de vigor.
Mas o kemono estava esperto.
Ao alcançar o arco, fez uma volta brusca e seguiu rente ao muro de Uin, fazendo com que uma das rodas da carroça até saísse do chão enquanto realizava tao manobra. Com isso, em um golpe de vista, não mais estavam no campo de visão dos monstruosos inimigos que os perseguiam e podiam decidir com mais calma qual seria o próximo passo de seu caminho.
Finalmente fora da cidade.
Gambiru diminuía o ritmo da carroça e respirava ofegante para se recuperar do incrível feito que realizara em sua primeira vez guiando um veículo como aquele. Colocara a mão no rosto para expressar seu cansaço e exaustão.
Sentiu um roçar de um material crespo em sua pele. Decidira, em um reflexo, retirar as mãos do rosto... mas estranhamente não estava conseguindo.
Gambiru estava com as mãos amarradas em seu rosto e, logo, também todo seu corpo se encontrava amarrado. Mas como?
Mal havia parado a charrete, os burricos ainda relinchavam de felicidade ao comer as cenouras.
Parecia que quem o tivesse amarrado, era um exímio laçador.
Enquanto o irmão mais velho dos dois filhos de Rosinha ainda estava confuso e tentando entender a situação, ele escutou uma jovem voz que vinha exatamente do seu lado, onde antes se encontrava o garoto loiro desacordado.
- Eu até poderia perguntar o que você ta fazendo na minha carroça... mas como to vendo que a gente tá fora dessa cidade miserável e que meus jumentinhos tão bem, as únicas coisas que eu tenho a lhe perguntar é: "Quem é você?" e "Você é amigo ou inimigo daquelas coisas lá dentro"?Após as perguntas em um tom sério e forçado, apenas o silêncio dos arredores podia ser escutado além da respiração ofegante dos dois jovens ali, lado a lado, na carroça.
- Off:
Juninho, espero q dessa vez vc leia isso aq kkkkk
mas em relação a tuas ações, agora ta bem mais simples, só seguir com a narrativa que ta tudo certo.
Mesma coisa com você,
Gambiru, única diferença é q vc pode escolher tentar se livrar das cordas e eu digo quais testes fazer, mas lembrando que tem uma maior dificuldade por conta do seu Kink, ou responder normalmente o rapaz "misterioso".