A aproximação de pessoas importantes deixa os gladiadores, servos e guardas mais atentos. Eram pessoas poderosas, seus donos, e qualquer transtorno ou falta de modos podia significar um fim prematuro. Eram homens gananciosos que utilizavam o show das arenas para aumentar seus poderes e riquezas. E Badu, como os outros, era apenas mais uma mercadoria, e como tal, foram tratados durante esta visita.
O tamanho de Badu sempre foi um problema, se atrapalhava com as tarefas mais simples e delicadas e comia por dois, mas naquele lugar era uma dádiva, pois todos admiravam sua capacidade pelo seu tamanho e força e não pelas suas habilidades. Isso lhe garantia um pouco de privilégio, era uma mercadoria que sempre daria retorno para seu patrono. Porém, no dia de amanhã, sentiu que algo não sairia como o de costume. Badu desconfia que as apostas sejam altas nele e que se algo de pior acontecer ele pode fazer muitos inimigos, bem como tornar alguém rico - ou mais rico, como frisou Médici.
Então acontece uma demonstração das gladiatrix para deleite das visitas, mas ela não acaba bem para Marina. Seu ferimento vai lhe custar a chance de se mostrar amanhã na arena e ela faz bem em se preocupar.
18:10
A refeição é servida algum tempo depois dos visitantes se retirarem e Badu a aproveita como de costume. Nenhuma preocupação irá lhe tirar este pouco de satisfação em saborear sua refeição, apesar de rançosa e sem gosto. E o choro de Marina acaba tirando esse prazer do gigante que resmunga para a cela ao lado, todo sério.
-"Recomponha-se mulher! Supere a dor ou aceite seu destino! Amanhã será um dia importante para todos nós, inclusive você! Ou você aguenta ou não! Chorar não vai te ajudar!", dizia grosseiramente.