Um grupo de Shinobi o vigiando tornava as coisas complicadas. Matar um alvo com guarda costas invisíveis representava um risco intolerável à missão, precisaria reavaliar seus procedimentos.
Decidiu observar e seguir o inimigo que havia identificado. Sombras invisíveis e ameaças silenciosas à parte, Toshiro encontrou refúgio no fato de ao menos aquele inimigo ali, parado na sua frente, ser visível e real. E era ele quem estava em posição de vantagem no momento.
Contudo, não havia sido treinado para perseguir ninjas em matas escuras. As dúvidas sobre como proceder eram grandes. Mas, Toshiro avaliou os riscos envolvidos. Caso fosse percebido, que prejuízo teria? Na pior das hipóteses o inimigo iria confrontá-lo, e essa possibilidade não lhe assustava. Tinha confiança em suas próprias habilidades.
O Ninja parecia atordoado. Ele parecia ter consciência de que provavelmente caíra numa armadilha, mas a falta de ação de Toshiro parecia confundi-lo. Ele não sabia como agir.
Então, depois de vários momentos de hesitação, em que manteve a guarda alta e observava ao redor, o shinobi pareceu aceitar que estava sozinho e baixou a guarda. Se ele disse algo, Toshiro não conseguia ouvir por causa do som forte da chuva caindo nas folhas da mata. Quando o ninja caminhou pela trilha, retomando o caminho de volta ao povoado, Toshiro o seguiu sem hesitação.
Dizem que, ao se tentar fazer silêncio, percebemos o quão barulhentos somos. Toshiro sentia as folhas fazendo barulho a cada passada que dava. A propria espada parecia produzir sons sutis conforme a lâmina se chocava com as paredes internas da bainha em sua milimétrica folga. Mas o retalhador se resguardava no fato de que a chuva lavava praticamente todos os sons, e nenhum dos barulhos que produzia chegaria aos ouvidos de seu alvo.
Contudo, uma surpresa. Em determinado momento, o shinobi saiu da trilha, correndo mata adentro. Toshiro poderia persegui-lo, mas uma corrida às cegas pela mata buscando um alvo potencialmente letal não lhe parecia boa idéia.