@Wordspinner tu deu a sugestão, tá feito, carece de correções mas e a paciência? Espero que o pessoal goste da leitura, e que cubra o vazio entre as tretagens da Emillie e o Connor hahahah
Interlúdio: Connor Mcleary e Emillie Veer
Aquele dia tinha sido assustador... Tava jurando que ele ia te beijar no portão da casa, o safado tava escondendo a ereção desde o ponto do ônibus, só não saiu correndo achando que era um tarado por que a mãe dele era conhecida e ela sempre foi boa contigo, e ele era bonito, fazia demais o seu tipo, nem ia negar. Já tinha visto aquilo dezenas de vezes, cocaína era foda, já viu amigo na abstinência dar cabeçada na parede igual ele fez, ainda que de certeza ele tivesse feito as afirmações mais estranhas que já havia ouvido. Tipo como você era do sangue. Aquilo era algum tipo de gangue? Ou que você cheirava bem. Naquela altura tinha certeza que cheirava a suor e adubo e nada mais. E ficava se perguntando como ele sabia que tu tinha uma marca de nascença que tava tapada pela camisa?
O problema não foi nem a aparência que ele tomou aquilo por incrível que pareça apesar da apreensão que causava parecia a coisa mais natural do mundo, mas a força que ele fazia no corpo contra o muro, jurava que seria o fim. O spray de pimenta era a salvação, que na verdade nem foi, ele nem pareceu sentir aquela merda, um homem adulto iria cair sentado chorando, pra aquele monstro parecia até colírio, mas foi o bastante pra distrair ele e correr pra dentro de casa, ele veio atrás podia sentir ele no cangote, mas alguma coisa que não sabia explicar fez ele ir embora, olhou de relance pra trás e mesmo naquele físico monstruosamente grosseiro que ele tinha ouviu os ossos dele estalarem-se como se ficassem remoendo dentro da carne, foi só o tempo dele passar a mão na bolsa dele e pular o muro pra casa do vizinho sumindo no escuro.
Chorar era a única coisa que podia fazer, se sentou do lado da porta depois de trancada e ficou sentada ali recostada na parte, tava em choque, com medo de que ele pudesse voltar pra terminar o que havia começado, até que a campainha tocou, ficou com medo de abrir a porta, ainda mais depois que viu que era o pai dele, saiu correndo e pegou o 38 na gaveta do quarto, tinha saído da vida bandalheira, mas ainda conhecia os contatos certos nos lugares certos e tinha maluco pra tudo que era lado, abriu a coisa com a arma escondida, se ele virasse um monstrão igual o filho ia crivar a seis balas nele.
Escondeu a arma dentro da bolsa e respirou aliviada quando ele explicou a situação, que o filho dele era novo naquela coisa, e que eles tinham um dever com o mundo, quase que como super-heróis que nunca eram reconhecidos, e que as coisas não eram fáceis, era como ter um lobo selvagem dentro da cabeça atiçando pra ele fazer coisas de lobo, pelo menos era assim que ele falava das descrições que ouviu dos caras que tinham aquela condição, e o mais importante, não contar pra ninguém, o coroa chegou a ser chato em reafirmar aquilo tantas vezes que chegou a ser chato, mas pelo menos ia conseguir dormir aquela noite, mas não sem antes de ligar pra polícia e pedir patrulhamento extra pros amigos por que tinha maluco solto na área.
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Finalmente era dia de reunião, amava a floricultura, mas tava exausta de trabalhar, as reuniões eram um alento tanto pro corpo como pra alma, sabia que viria um monte de histórias tristes, já tinha tido as suas, já teve na pele de uma forma ou de outra de todo mundo que estava ali, o veterano do exército virado na cocaína, o hipster paz e amor que tava tentando largar a maconha, o marido violento que tava tentando mudar pra melhor e largar o álcool, mas nunca na pele de um lobisomem e ele havia acabado de entrar pela porta.
O coração veio na boca, tinha vontade de correr, deu um suador e um frio na espinha, mas não ia dar bandeira. Foi até a mesa dos lanches e pegou um café pra ajudar a acalmar os nervos, e logo a reunião dava início, as histórias eram tristes já havia as ouvido inúmeras vezes e muita gente que tava ali já tinha voltado de várias recaídas, outros não tavam dispostos a falar, até que finalmente de um em um a coisa chegou nele e ele levantou a mão.
- Olá pessoal, meu nome é Connor e eu sou viciado em esteroides e cocaína. – ele cafungou um daqueles bastões de Vick que se acha em qualquer farmácia e logo os olhos lacrimejaram, não tinha bem certeza do por que aquilo tinha acontecido, mas lembrou dele falar o quão bem ela cheirava, logo percebia como cheirar aquilo era incômodo pra ele, tava anestesiando o nariz de cachorro, tinha vontade real de dar um soco pra ver se aquilo entrava nariz adentro – Eu to aqui hoje por que eu to tentando largar o vício, esses dias eu conheci uma garota, daquelas que é um em um milhão, do tipo de gente que a gente nem acha que existe mais, que dá marmita pra mendigo lascado, que tem paciência com velhinho, que gosta das pessoas sem pensar na conta bancária delas. Então esse dia que eu a conheci, tinha sido um dia super merda, tudo tinha dado errado, minha mãe me chutou de casa por que ela diz que eu fiz escolhas erradas – De início as coisas não tinham ficado bem claras, mas conforme ele contava a história com meias verdades era certeza de quem ele tava falando dela. Como assim dona Ash tinha chutado ele de casa? Logo ela que era tão gente boa? Não entendia mesmo aquele mundo dos lobisomens, seria tipo mãe colocando o filho pra fora do ninho? Aliás nem conseguia imaginar a mulher que tava sempre tão bem vestida e toda bonita daquele jeito igual o filho, toda peluda e musculosa. – Eu tava virado na droga, tava puto com um monte de coisa e mesmo com a melhores intenções com ela eu quase virei a mão nela, nunca fiquei tão feliz de tomar pimenta na cara, sérião – olhou o sorriso dele, branco, com dentes perfeitamente alinhados, com aquele monte de barba e daquele tamanho seria até assustador, mas com ele falando aquele monte de coisas fofas dava até gosto de ver. – Então eu decidi que era hora de parar de usar essas merdas, eu achei um cartão daqui com um camarada e decidi aparecer, por que é o certo a se fazer, é meu jeito de me desculpar com ela. – ele cafungou a desgraça uma segunda vez, se não soubesse do nariz de cachorro as lágrimas seriam até convincentes.
O pessoal aplaudiu o depoimento, palavras de ajuda e apoio vieram de vários membros do grupo, mas era melhor ficar quieta, aplaudiu só pra não se destacar dos demais.
Finalmente quando a coisa terminou ficaram só os dois na sala, levou um tempo pra ele explicar a coisa toda, algumas coisas já tinha ouvido como ser novo naquele mundo, outras nem tanto como papo de alcateia e de inimigos, lobos maus que eram como eles mas não se pautavam por código ou moral nenhuma. – Se eu nas melhores das intenções já fiz aquele tanto de cagada, não queira nem ver alguém como eu mal intencionado. – palavras dele, e aquilo sim dava medo – Minha mãe fez de tudo pra te esconder, tem mais da gente na cidade, a maioria deles são aliados, os que não são, não vão te fazer mal, mas eu quero você correndo com a gente, eu quero você pra mim! Por que eu confio menos neles do que em mim. – chegou a tremer na base ouvindo ele falar aquilo, gostava do físico de lenhador parrudo dele, da voz, da barba e do cheiro, mas já tinha se enroscado com muitos namorados problemáticos, lembrou do Joe, falando que ela tinha que parar de se meter com maluco, mas lá no fundo tava puta, querendo descontar a frustração, a arma ainda tava na bolsa, desde o dia do ocorrido, pegou a chave e trancou a porta.
- Não tem ninguém aqui, não tem câmeras nem nada, eu quero ver, me mostra, eu quero ver você do jeito que tava no outro dia, sem você tá me esmagando contra um muro, me mostra! – Tava se cagando de medo, mas falou imperativa, a arma tava ao alcance da mão, mas ver os olhos dele se arregalando de surpresa foi mais doido ainda, sentiu uma adrenalina fodida, quase como na época que usava bagulho.
Viu ele se levantar da cadeira e o mesmo processo acontecer, mas dessa vez tinha mais detalhes de como ele crescia, fazendo os ossos se estalarem, dava agonia, mas era uma visão impressionante. Agora a cabeça dele quase batia no teto, a musculatura era monstruosa e gigantesca nitidamente fora de qualquer padrão humanamente alcançável. Se aproximou, devagar, tinha medo que ele fizesse qualquer movimento, mas ele ficava lá parado olhando pra ela, parou quando ele cafungou o Vick de novo, mas já tinha sacado que ele tava fazendo aquilo por um bom motivo.
Levantou a camisa dele só um pouquinho e enfiou uma mão já suada de nervoso por baixo sentido o abdome musculoso e peludo, o toque dava um “choque” de alguma coisa que não sabia explicar, a outra mão alcançava o antebraço igualmente peludo, escorregou o toque até a mão dele, a sua parecia uma mão de criança comparando o tamanho, as mãos dele tinha garras tão afiadas quanto navalhas. Ele se move lento e toca os ombros fazendo o corpo arrepiar ao sentir aquelas garras raspando na pele. Ele diminui e cola o corpo dele, dava pra sentir a camisa dele ensopada de suor, um cheiro forte masculino que vem de perfume nenhum. Ele fica olhando entre o rosto de Emillie e a mesa do café que agora já está arrumada – Eu quero te comer ali em cima. – Ele diz sem o menor pudor.
- Você é doido! – mais fácil dizer do que descolar do corpo dele, tinha certeza de que era uma ideia muito bosta, se a prefeitura sonhasse que algo assim tava a beira de acontecer perderia o lugar das reuniões, mas como tinha dito, não tinha câmeras e a sala tava trancada, e nem sabia explicar por que lá no fundo queria exatamente a mesma coisa.
As roupas voavam pra cantos aleatórios ficando espalhadas pelo chão, o físico dele era lindo de olhar, a ponto de nem acreditar que um cara daqueles tava te dando bola, fez questão de olhar em meio as pernas dele enquanto ele tivara as calças. Levou uma das mãos aos rosto cobrindo a boca, não queria dar bandeira de que tinha ficado impressionada de que o filho da puta devia ser parente de um jumento, mas era de se esperar, nada dele era pequeno e o amiguinho só acompanhava o conjunto da obra. Pensou até em cair de boca nele, pra dar uma animada, mas a coisa já tava latejando.
- Calma. – foi a única coisa que pediu, antes que ele fizesse um estrago com aquele treco...
Uma trepada e um preservativo usado depois tinha certeza que ele tinha gozado duas vezes, mas entre uma e outra ele nem tremeu, foi definitivamente o melhor sexo da vida, tava revigorada e ele nem parecia se sentir muito diferente com o sorriso que ficava estampado no rosto. Bagunça arrumada, ele a deixa há alguns blocos de casa junto com o número de telefone dele. – Eu não posso passar daqui, mas pensa no que eu te disse, me liga a hora que tu quiser.
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A casa é grande, mal tinha acabado de amanhecer, sair da cama é difícil, como pra qualquer outro reles mortal, ele ainda dormia e a vontade era de se aninhar nele e dormir um pouco mais, mas nem dava, tinha que trabalhar.
Se encaminhou pra cozinha topando com Silvia, tava nitidamente de noite virada e dava pra sentir o cheiro de sexo há metros de distância, mas ainda assim é melhor estampar uma cara simpática e devolver o bom dia dela.
- Você e Connor heim? Se conheceram como? – ela diz sorrindo maliciosa e estendendo uma caneca de café.
Sua filha da puta, piranha do caralho, lambisgóia, tá de olho no meu home é? Vai tomar no seu cu frouxo sua arrombada! É exatamente isso que tem vontade de falar, mas não fala.
– Ah, ele foi comprar flores uma vez e me convidou pra sair e rolou – O sorriso agora era mais falso ainda, mas já tava acostumada a dar ele diariamente pros clientes da loja, a imagem da garota feliz e inocente vendia bem. – Agora deixa eu correr que hoje o dia vai ser cheio... – dizia indo em direção ao banheiro...