por Count Zero Sex Jul 24, 2020 3:27 am
Quando chegaram à base, Hugo estava de prontidão com uma maca, pronto para curar dos ferimentos da dupla – principalmente de Rosa, que era quem estava mais grave. Ao lado dele, estava Heitor com uma cara de quem comeu e não gostou.
– Vocês demoraram demais – repreendeu, depois tirou Maria do banco do passageiro. – Vamos lá, garota. Fique conosco. Você é forte, vai conseguir. Hugo, vá em frente.
– Preocupe-se com os ferimentos dela. Dar esporros não é prioridade aqui, tampouco é do feitio de sua nobre pessoa... – respondeu, enquanto saltava do Sarcófago com uma cara tão feia quanto a do Carrasco. Se Heitor estava mal humorado, Walther estava muito pior. Aqueles que conviviam com ele sabiam que ele só usava sarcasmo quando estava realmente puto da vida.
Walther permaneceu do lado de Hugo, zelando por Maria, enquanto ela era operada. Ele ainda estava com metade da roupa do Carrasco, e isso dava a ele um aspecto de action figure em tamanho real, uma vez que ele estava literalmente congelado encarando Maria. O único sinal de vida estava no brilho dos olhos, que era um misto de preocupação e inquietação.
Quando finalmente acabou e ele viu ela estável na maca, ele colocou a mão mumificada no ombro de Hugo e disse:
– Muito bom, garoto. Você é ótimo. De fato seria um desperdício mantê-lo naquela geladeira por muito mais tempo.
– Vocês precisam descansar – disse ele, assim que terminou. Tinha o aspecto cansado. – Walther conto com você para manter Maria longe das ruas nos próximos dias. Só assim ela vai conseguir se recuperar. Você também, seria bom fazer uma pausa.
– Eu concordo – Heitor entrou na conversa, sentado ao lado do leito de Maria. – E acredito que já está na hora de a cidade conhecer os nossos novos amigos. O que acha, Walther?
– Não se preocupe comigo – respondeu, mais casualmente. – Suas olheiras estão piores do que as minhas. Nada que um café forte não resolva, no meu caso. Além disso, com uma parceira como a minha na delegacia, que simplesmente não cala a boca um minuto para nada, paz é uma utopia e tanto em minha vida. Mas não se preocupe quanto a Maria. Eu convenço a mãe dela a acorrentá-la na cama, se for preciso.
E então ele se virou para Heitor e disse:
– Vou descansar quando terminar o serviço. Não podemos deixar o serviço pela metade por falta de sorte. Se os filhos da puta perceberem que alguns marginais toparam conosco e sobreviveram, eles vão ficar mais ousados e aí as coisas vão piorar... Hugo pode brincar como ele quiser, mas esses são meus, de acordo? Me passe uma lista de todos que sobreviveram. Eu vou caça-los e esquartejá-los um por um.