SHIVA |
ILHA DE TOROA
O dia estava quente na taverna A Arara Caolha, e Shiva estava suando as bicas. Ela estava terminando de fazer o lamen, colocando em uma cumbuca para depois jogar o caldo por cima, adicionar umas fatias de carne de porco assada e salpicar com cebolinha cortada.
Ela bate o sinal, e o atendente já pega para servir um senhor idoso. O velho Ikeda vem todos os dias no almoço, e pede sempre o mesmo prato. Com satisfação Shiva ve o Ikeda dar a primeira mordida e fazer aquela cara de “hmm, que delicia!”
Mas é claro, ela era uma das melhores cozinheiras de Porto Real, o mais conhecido e ilegal porto do arquipélago! E tinha ralado muito para chegar a este nível, inclusive tendo que deitar em muitas camas para poder sustentar as suas viagens em busca do conhecimento.
E o que agora ela estava fazendo neste fim de mundo?
Shiva desaba sobre o balcão... Seria este seu fim, cozinheira de uma taverna em uma ilha de pescadores?
A cozinheira sente a presença de alguém. Era Toshio, o atendente, que fazia uma cara de preocupado. Ele era boa gente, um tanto desastrado, sendo que Shiva já teve que refazer alguns pratos por causa de sua falta de destreza.