Intro Lucas

Estou de volta. Estou em casa. A verdade é que hoje eu sou capaz de me sentir em casa em qualquer área verde e escura, mas esse lugar, o cheiro dele… é o cheiro da minha casa!

Sou interrompido em meus devaneios pela aproximação de um grupo grande de guardas, que sou capaz de escutar graças a meus sentidos preternaturais.

Estão armados e pelo número seriam um desafio formidável, mas não estou aqui para isso e não há tanta urgência para me alimentar. Me refugio ainda mais nas sombras, num movimento instintivo, porque eles ainda estão afastados demais para me notarem. Eles estão falando sobre um casamento de uma tal Misha, que pelo visto era desejada por algum lorde. Talvez se trate de uma dama? Ao que parece haverá uma festa.

Essas são as primeiras notícias de que tomo conhecimento ao retornar e não sei se elas podem ajudar na minha busca, então permaneço ouvindo nas sombras um pouco mais…

Mas não quero ser notado, então antes que eles estejam próximos o suficiente para perceber a minha presença eu fecho meus olhos e me concentro em transformar meu corpo. O sangue amaldiçoado de minhas veias se agita e em poucos segundos eu estou voando em meu corpo de morcego.

Meus sentidos se transformam completamente nessa forma. A visão não é tão boa, mas minha audição se amplia de um modo estranho, que permite que eu a utilize para localizar tudo que há ao meu redor, através de ecos.

Caso os guardas tenham dito mais alguma coisa que dê a entender que a tal Misha seja mesmo uma nobre, eu seguirei voando em direção ao castelo. Caso contrário eu voarei em direção à vila.

Estou voando em direção ao castelo e já procurando por onde eu iria entrar quando percebo a aproximação de uma maldita águia careca, que definitivamente é bem mais do que aparenta ser. A ave vem direto em minha direção e tenho que pensar rápido. Entrar em combate com ela em pleno voo, ou na minha forma atual, parece uma ideia terrível, então mergulho em direção ao solo já me concentrando para fazer a transformação reversa. *

Voando bem próximo ao solo eu termino de retornar à minha forma normal enquanto monitoro a aproximação da águia. **

Já em minha forma humana eu observo com um olhar agressivo e uma postura defensiva o mergulho da ave de rapina. Caso ela ainda esteja vindo diretamente em minha direção vou invocar minhas garras e ampliar minha resistência através da força de meu sangue. ***

Porém, caso a trajetória não seja mais a de um ataque direto, eu não invocarei as garras e nem ampliarei minha resistência, mantendo apenas uma expressão feroz de poucos amigos. Bufarei para ela, ou para o vampiro em quem ela se transforme, e mostrarei minhas presas.

Off:

Permaneço vários minutos na beira do lago observando a águia com frustração. Observo se ocorre a aproximação de algum outro animal alado e como ela se comporta se isso ocorrer. Com uma expressão zangada, tentarei gesticular para a ave, indicando que quero falar com ela.

Caso nada disso surta efeito, atravessarei o lago nadando e me aproximarei do castelo a pé. Manterei um olho atento para a águia enquanto isso.

Estou com fome e pretendia me alimentar no castelo. Agora já não tenho mais certeza se conseguirei penetrar nas muralhas... mas em último caso posso atacar algum dos vigias que esteja de guarda.