No rastro de Wendy
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- Mensagem nº42
Re: No rastro de Wendy
Maria chega pouco tempo depois. Tão pouco tempo depois que é até um tanto suspeito. Ela não está usando seus véus habituais. Ela está de Jeans e veste uma jaqueta de peles de raposa. O cabelo preso para trás sem cobertura. Ela não vai diretamente ao irraka. Ela espera afastada até a moto de Amy chegar. Desse momento em diante a ithaeur segue para fora da estrada esperando ser seguida.
A visão do irraka logo se acostuma com a luz da lua distante da eletricidade. "Isso vai ser perigoso. Bem perigoso. Sei que parece que estamos todos o tempo todo subestimando vocês. Talvez seja, espero que seja. Mas só vou saber depois. Só vou saber quando nós três voltarmos inteiros." Maria falava com calma. Tinha até um pouco de humor no modo como ela falava. "Certo. Ela não tá errada. Olhos aberto. Não deve ser uma armadilha, mas pode ser." Ela assume a forma de urhan assim que termina de falar. A pelagem vermelha parece quase preta no escuro. Maria não demora a mudar também, mas antes lança um olhar que talvez tenha sido encorajador para Shaw.
Os três correm pelo mato. O cheiro de umidade no ar frio. A sensação do espaço selvagem ao redor. Mal da para perceber a mudança quando ela chega. A enorme termoelétrica desativada. Cheia de mato. Cheia de concreto. Selvageria sobre uma camada morta de civilização. Os sons dos insetos. O distante chiado da cidade que só os aguçados ouvidos de lobo captavam. Eles tinham atravessado a cerca de proteção sem nem perceber. Tem som vindo da caldeira. O crepitar de chamas.
Os três se aproximam da entrada juntos. Maria para. Ela quer que Shaw observe em volta. Ela quer que Amy seja a primeira a entrar. Ela vai esperar. Ser a ponte entre os dois. Amy concorda. Elas esperam Shaw dar o ok. Ele consegue ver o uratha lá dentro pelas janelas. Ele olha fixo para as chamas em uma das caldeiras. Não está frio de verdade. Mas lá está o pai de Wendy. Verdade Ardente olhando para o fogo.
Shaw não viu mais ninguém. Nenhum rastro. Nenhum traço. Nenhum cheiro.
Os três entram. Amy alguns passos na frente. Os dois logo atrás. A rahu logo assume a forma de hishu. Uma demonstração de vulnerabilidade. Uma prova de confiança? Maria não muda de forma. Ela espera. "Verdade Ardente, estamos aqui. Você também?" O homem não se move por alguns segundos. Longos e demorados segundos. "Esse lugar é especial. O fogo dança aqui com uma graça tão bonita. Ardendo como a saudade em mim." As primeiras palavras tem são lentas e frias. No fim, quando ele fala da sua dor as suas palavras são emocionadas e comoventes. Elas parecem queimar fundo na mente do irraka.
Wendy se assusta. Ele consegue sentir. Sentir nos pelos. Os dedos frios da menina. "É... meu lobo..." A tristeza dela é penetrante. Como raízes afundando na alma de Shaw. Raízes feitas gelo. Maria e Amy olham para Shaw. Elas perceberam ou só esperam que ele fale alguma coisa?
A visão do irraka logo se acostuma com a luz da lua distante da eletricidade. "Isso vai ser perigoso. Bem perigoso. Sei que parece que estamos todos o tempo todo subestimando vocês. Talvez seja, espero que seja. Mas só vou saber depois. Só vou saber quando nós três voltarmos inteiros." Maria falava com calma. Tinha até um pouco de humor no modo como ela falava. "Certo. Ela não tá errada. Olhos aberto. Não deve ser uma armadilha, mas pode ser." Ela assume a forma de urhan assim que termina de falar. A pelagem vermelha parece quase preta no escuro. Maria não demora a mudar também, mas antes lança um olhar que talvez tenha sido encorajador para Shaw.
Os três correm pelo mato. O cheiro de umidade no ar frio. A sensação do espaço selvagem ao redor. Mal da para perceber a mudança quando ela chega. A enorme termoelétrica desativada. Cheia de mato. Cheia de concreto. Selvageria sobre uma camada morta de civilização. Os sons dos insetos. O distante chiado da cidade que só os aguçados ouvidos de lobo captavam. Eles tinham atravessado a cerca de proteção sem nem perceber. Tem som vindo da caldeira. O crepitar de chamas.
Os três se aproximam da entrada juntos. Maria para. Ela quer que Shaw observe em volta. Ela quer que Amy seja a primeira a entrar. Ela vai esperar. Ser a ponte entre os dois. Amy concorda. Elas esperam Shaw dar o ok. Ele consegue ver o uratha lá dentro pelas janelas. Ele olha fixo para as chamas em uma das caldeiras. Não está frio de verdade. Mas lá está o pai de Wendy. Verdade Ardente olhando para o fogo.
Shaw não viu mais ninguém. Nenhum rastro. Nenhum traço. Nenhum cheiro.
Os três entram. Amy alguns passos na frente. Os dois logo atrás. A rahu logo assume a forma de hishu. Uma demonstração de vulnerabilidade. Uma prova de confiança? Maria não muda de forma. Ela espera. "Verdade Ardente, estamos aqui. Você também?" O homem não se move por alguns segundos. Longos e demorados segundos. "Esse lugar é especial. O fogo dança aqui com uma graça tão bonita. Ardendo como a saudade em mim." As primeiras palavras tem são lentas e frias. No fim, quando ele fala da sua dor as suas palavras são emocionadas e comoventes. Elas parecem queimar fundo na mente do irraka.
Wendy se assusta. Ele consegue sentir. Sentir nos pelos. Os dedos frios da menina. "É... meu lobo..." A tristeza dela é penetrante. Como raízes afundando na alma de Shaw. Raízes feitas gelo. Maria e Amy olham para Shaw. Elas perceberam ou só esperam que ele fale alguma coisa?
- Faor
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- Mensagem nº43
Re: No rastro de Wendy
- Wordspinner
Antediluviano - Mensagens : 3112
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- Mensagem nº44
Re: No rastro de Wendy
Ele fixa os olhos febris no irraka. Ele mostra os dentes quando ouve o nome de Wendy. Imediatamente ele começa a andar na direção de Shaw. Passos lentos. Calmos. Nada em harmonia com seu semblante. Ele junto com o silêncio de Shaw. "Você... a viu?" A voz absolutamente normal. "Ela era tão pequena. Você consegue me dizer?" Ele parecia a pessoa mais normal do mundo. Muito fácil perder ele na multidão. Os cabelos castanhos e a pele clara. "Como foi?" O brilho do fogo nas costas de Hank o fazem parecer escuro.
As mãos de Wendy são quase físicas na sua pele. Frias como a morte. Nunca foram tão reais. "Eu... Você me trouxe aqui... Você achou ele..." Dessa Vez Shaw consegue ouvir o vento que sempre sopra para Wendy. Algo forte e frio. Um uivo alto como um sopro forte entre as árvores. Loba sem Sombra parece perceber alguma coisa. Ela procura desconfiada entre as sombras. "Eu nunca encontrei nada além do sangue. Todo esse tempo eu queria tanto que ela estivesse viva. Um pouco de mim acreditava contra todas as... contra tudo. Era..." Ele tira do bolso um pedaço espesso de tecido vermelho. Um pequeno chapéu que Shaw viu balançar em uma árvore. Os dedos sujos de cinzas de Hank o tocam extrema delicadeza. O puro suspira e a dor é tão genuína e comum. Só mais um pai sem um filho.
Um inimigo mortal quebrado e vulnerável. A lua nova não o permite esquecer. A lua nova continua trazendo morte aos olhos dele.
"Eu não estou em nenhum outro lugar. Onde ela está?" Na voz um tom de suplica. Wendy responde a cada palavra do pai se apertando ainda mais em Shaw. Ele sente o vento mais forte. Ele sente a corrente fria puxando a pequena Wendy.
As mãos de Wendy são quase físicas na sua pele. Frias como a morte. Nunca foram tão reais. "Eu... Você me trouxe aqui... Você achou ele..." Dessa Vez Shaw consegue ouvir o vento que sempre sopra para Wendy. Algo forte e frio. Um uivo alto como um sopro forte entre as árvores. Loba sem Sombra parece perceber alguma coisa. Ela procura desconfiada entre as sombras. "Eu nunca encontrei nada além do sangue. Todo esse tempo eu queria tanto que ela estivesse viva. Um pouco de mim acreditava contra todas as... contra tudo. Era..." Ele tira do bolso um pedaço espesso de tecido vermelho. Um pequeno chapéu que Shaw viu balançar em uma árvore. Os dedos sujos de cinzas de Hank o tocam extrema delicadeza. O puro suspira e a dor é tão genuína e comum. Só mais um pai sem um filho.
Um inimigo mortal quebrado e vulnerável. A lua nova não o permite esquecer. A lua nova continua trazendo morte aos olhos dele.
"Eu não estou em nenhum outro lugar. Onde ela está?" Na voz um tom de suplica. Wendy responde a cada palavra do pai se apertando ainda mais em Shaw. Ele sente o vento mais forte. Ele sente a corrente fria puxando a pequena Wendy.
- Faor
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- Mensagem nº45
Re: No rastro de Wendy
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- Mensagem nº46
Re: No rastro de Wendy
"O vestido listrado... É..." Ele se aproxima mais um passo. Amy não se move. Maria claramente tem os olhos no outro mundo. Ele estende o chapéu para Shaw. Tão pequeno. "Ela pode pegar? Ela quer?" A voz suplicante. Um pai pronto a perder sua única lembrança para dar alento a filha que não tem mais. Wendy se segura em Shaw com força. O frio alcança os ossos agora. Ela tem os olhos fixos no chapéu.
"Você pode me ouvir wendy? Eu não parei de procurar, eu não vou parar sem te encontrar." A voz agora tinha um doce e tranquilizador. Uma promessa a uma criança.
Wendy chora. Algo desesperado. "Pai! Me ajuda! Eu to perdida! Aqui tem tanto barulho!" Shaw continua falando sabendo que o pai não pode ouvi-la. Ele permanece pacifico. "Eu ainda não a encontrei. Não sei onde está." Ele olha sobre os ombros do irraka procurando algo. Inesperadamente é Maria que dá o próximo passo. Ela muda a própria forma. "Eu entendo os segredos da morte. Coma isso. Não é um presente para você, mas a esses dois." Ela olha para Shaw quando diz isso e entrega um pequeno tubo de vidro com um olho em liquido esverdeado. A coisa fede a podre. Fede a morte. O puro não hesita nem por um instante.
Assim que ele engole seus olhos ficam negros como piche. "Wendy..." Shaw sente quando ela toca o chapéu na mão do pai. O som é como um enorme trovão. Como o mundo quebrasse. A pequena Wendy some. O calor que volta ao corpo de Shaw parece mais vazio do que antes. Uma parte do mundo foi arrancada dele. "Eu senti tanto... Eu não dormi... só queria te achar..." Maria toca o braço de Shaw para conseguir sua atenção e faz um movimento para o lugar por onde vieram. Amy recua até estar na mesma posição que os outros dois. "Ninguém pode fazer mais nada. Ela vai seguir em frente agora. Antes do que ele gostaria. Se ela ficasse por anos ainda séria pouco tempo para ele." Maria parece sofrer junto com ele, já Amy está claramente abalada. Sem palavras para falar. Olhos perdidos no suplicio do outro uratha. As duas tentam ir embora sem fazer barulho.
"Você pode me ouvir wendy? Eu não parei de procurar, eu não vou parar sem te encontrar." A voz agora tinha um doce e tranquilizador. Uma promessa a uma criança.
Wendy chora. Algo desesperado. "Pai! Me ajuda! Eu to perdida! Aqui tem tanto barulho!" Shaw continua falando sabendo que o pai não pode ouvi-la. Ele permanece pacifico. "Eu ainda não a encontrei. Não sei onde está." Ele olha sobre os ombros do irraka procurando algo. Inesperadamente é Maria que dá o próximo passo. Ela muda a própria forma. "Eu entendo os segredos da morte. Coma isso. Não é um presente para você, mas a esses dois." Ela olha para Shaw quando diz isso e entrega um pequeno tubo de vidro com um olho em liquido esverdeado. A coisa fede a podre. Fede a morte. O puro não hesita nem por um instante.
Assim que ele engole seus olhos ficam negros como piche. "Wendy..." Shaw sente quando ela toca o chapéu na mão do pai. O som é como um enorme trovão. Como o mundo quebrasse. A pequena Wendy some. O calor que volta ao corpo de Shaw parece mais vazio do que antes. Uma parte do mundo foi arrancada dele. "Eu senti tanto... Eu não dormi... só queria te achar..." Maria toca o braço de Shaw para conseguir sua atenção e faz um movimento para o lugar por onde vieram. Amy recua até estar na mesma posição que os outros dois. "Ninguém pode fazer mais nada. Ela vai seguir em frente agora. Antes do que ele gostaria. Se ela ficasse por anos ainda séria pouco tempo para ele." Maria parece sofrer junto com ele, já Amy está claramente abalada. Sem palavras para falar. Olhos perdidos no suplicio do outro uratha. As duas tentam ir embora sem fazer barulho.
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