No rastro de Wendy

Perseguir Wendy é extremamente difícil. Sempre exige o máximo de concentração e deixa até os sentidos afiados de Shaw cansados e embotados. Mesmo assim ela sempre escapa quando seu rastro some em lugar nenhum. Em frente a uma parede ou para dentro do chão. As vezes ele desaparece no nada. Indo para algum lugar que Shaw não consegue alcançar de forma alguma. Ele tenta mostrar isso para Ethan. Mas sinceramente ele acaba parecendo mais um louco paranoico e delirante. Mas se um ithaeur não está pronto a ouvir os delírios paranoicos de seus irmãos de alcateia, para que ele serve?

Os Algozes já sabem que um puro está em algum lugar procurando uma parente chamada Wendy, se o espectro fala a verdade ele era seu pai. Hank Waters, Chama Ardente, um tocado pelo fogo. A frustração de Shaw seria ainda maior se Wendy não tivesse acabado de aparecer ao lado de Ethan. "Seu amigo é muito mal educado. Todos eles são. Porque ele não fala comigo?" Ela se põe na frente de Ethan que olha através dela para o irraka.

O ambiente não desafia as histórias de terror. O Sol se pós a pouco. Ethan já consegue sentir o movimento dos espíritos aumentando, uma sinfonia crescente de caos alienígena. O chão está coberto de uma camada escorregadia de gelo já que choveu o dia todo. Tudo em volta parece molhado. Quase tudo coberto de gelo. Os dois estão em uma grande estrada, vazia e lisa. Ela parece um rio de obsidiana manchado com a luz tímida da lua. A casa dos algozes não pode mais ser vista, mas em um posto abandonado o simbolo da alcateia marcado por cima das pichações indica o fim do território e o fim do rastro da garota. Teria ela seguido Shaw até ali, ou ela agora assombrava somente seu território? "Porque a gente tá aqui? Eu não gosto daqui. Tem... tem coisas mortas me olhando. Elas tão com fome..." Ela caminha sem sair do lugar como se quisesse se esconder atrás do irraka.

off:

Ela olha desconfiada de um para outro e depois assente feliz. Quando abre a boca para falar ela parece ser soprada por um vento forte. Já aconteceu mais de uma vez. É frustrante e deixa ela furiosa, não importa quantas vezes explique o que aconteceu. Para ela você a deixou falando sozinha.

Ethan os leva até o loci mais próximo. A fonte no meio de uma linda praça extremamente romântica. O frio ainda atrapalha as pessoas e a fonte está congelada no momento. Mas é um loci, nada discreto, mas vazio e agradável nessa noite gelada. A fonte é uma séria de complexos formatos geométricos. que são iluminados por luzes coloridas chamando bastante atenção. Em volta da fonte paredes de trepadeiras dão privacidade a mesinhas e bancos aconchegantes. No momento, tudo está coberto de gelo e as luzes apagadas.

Do outro lado a fonte é muito maior e parece viva com uma luz intensa e vibrante. O espirito que guarda o loci é a própria fonte. Um acordo fácil que não deixa o totem muito feliz. As formas geométricas que compõe o espírito na sombra mudam com a posição que se olha e são mais complexas e até impossíveis em seu movimento. Na sombra não há neve na praça, a atmosfera é aconchegante e amigável. A temperatura é agradável e pássaros cantam e cortam o céu. Acima deles as perpetuas nuvens de tempestade.

O brilho da lua cheia escapa até vocês através de rachaduras no firmamento.

"Vieram me visitar?" diz a fonte virando superfícies multicoloridas para vocês. Ela não parece se incomodar com a falta de interesse dos urathas, na verdade a fonte parece aliviada quando vocês vão embora. O caminho é diferente na sombra. Completamente diferente. Mais que isso, no Hisil, coisas que deveriam ser imóveis estão por aí caçando. As trepadeiras chegam a mordiscar os urathas, mesmo cegas elas decidem que eles não são presa. Algumas ruas tem o brilho do gelo e outras o cheiro de pneu queimado. Algumas casas existem como foram dezenas de anos atrás e outras nem estão lá.

Antes mesmo de chegarem ao cemitério mais próximo Ethan tira a sorte grande e encontra o que queria. Um espírito de morte. Bom, pelo menos seu rastro. Pelo cheiro um espírito poderoso o suficiente para responder algumas perguntas. Em pouco tempo o rastro leva para fora do território, mas o cemitério também era fora do território. Claro que isso aumentou sua atenção, mas não poderiam esperar viver em uma gaiola.

Os dois assumem a forma do lobo. A melhor para rastrear e muito mais segura que a forma do homem. Muito mais rápida também. Eles correm e agora Shaw tem o cheiro da presa e ele é um rastreador mais rápido. As patas vão passando por asfalto e grama e neve. Até que, como que surgindo de nada, eles conseguem ver a rodovia em espiral e cheia de ossos e saídas e entradas umas por cima das outras. No meio do emaranhado um prédio antigo e bem conservado.

Assustado e temeroso uma criatura feita de ossos limpos e amarelados se põe no caminho dos lobos. Os muitos crânios sem olhos fitando os dois. "Cria do Guardião Lunar, não querem passar esse limite sem serem convidados." Os ossos tremem e sacodem, a coisa, o espírito, parece não querer testar sua convicção de avançar. "Esperem. Esperem e eu levo sua mensagem ao meu senhor." Mesmo estando claramente assustado a espírito não sai do caminho.

Em todo canto o cheiro de morte.

Os ossos se sacodem indecisos. Ele se move mais para perto sem levantar os pés. Se arrastando no chão escuro e úmido como se ele fosse uma esteira. "Deveria pagar antes de pedir, uratha." Os crânios mudam de lugar na criatura e um deles fica mais perto dos dois Algozes. "Posso responder as perguntas que tiverem se puderem pagar o suf... " Os dentes da criatura batem se fechando as pressas.

Um outro espírito se aproxima. Um que já foi visto antes por Ethan. Ele parece pulsar de alegria. O ar frio e morto do lugar parece um pouco mais feliz. O espírito que logo chega e se põe entre o monte de ossos e os algozes parece ser feito completamente de dentes. "Tão maravilhoso que não tenha esquecido de nós Ethan." A palavra soa estranha, como se fosse difícil para o espírito pronunciar um nome assim. Com um movimento de mão ele afasta o monte de ossos para longe, esse por sua vez não reclama ou retruca. Se afasta em silêncio. "Vamos entrando. Os dois são bem vindos." Ele se vira, mas como não tem olhos ou mesmo um rosto e nem tem o numero certo de membros e articulações é impossível saber para onde está olhando."Fico tão feliz que estejam aqui. Sou Troféu de Marfim, sei que seu povo se importa muito com nomes." Ele começa a andar na estrada se aproximando do prédio no meio da estranha estrada. "Meu senhor deseja muito vê-los. Assim que ele soube que Ethan estava por perto me mandou procurá-los. Preciso dizer de novo o quanto é incrível que tenha vindo." Ele realmente parece feliz. Feliz de forma contagiante. Sua aparência desagradável é reforçada pela voz que é feita de bater de dentes e ranger dos mesmos.

O destino do espírito é claro e assim que ele começa a andar para perto do prédio a construção parece mais próxima.

Ethan se surpreende com a chegada daquele espírito desconfortável cheio de dentes, na verdade só era um amontoado de dentes e sua alegria exagerada o deixava desconfiado, o espírito anterior era menos complexo e deixara clara as sua intenções, mas esse era uma incógnita. Olho para Shaw e vejo ele preocupado com o espírito da garota que ele diz ver e o Ithaeur decide conhecer um pouco mais daquele espírito, pois não pode deixar as ações ao acaso...

OFF:

O dom é um sucesso excepcional!

Ban - não pode evitar a morte de ninguém, nunca.

Bane - Dentes arrancados de vivos.

Quanto as intenções dele, ele realmente está muito feliz de ver os urathas e está radiante com a chance de levá-los ao senhor dele. Ele não tem nenhuma vontade de matar ou aprisionar os urathas.

Espero uma reação melhor de vcs antes de continuar.

Os dois pareceram muito hesitantes para mim. go go !

O espírito para depois de alguns passos e se vira lentamente, como se fosse para vê-los melhor. "Gentileza? Um conceito humano não é? Aqui não há gentileza, mas sim alegria. Alegria e morte, é claro. Estradas também. Ossos e dentes e terra e ar. Mas gentileza não. Nem pressa." A cabeça, ou o que se passa por isso, se torce em um ângulo impossível. "Se puder barganhar pelo conhecimento que deseja, grande uratha, ficarei alegre ao responder suas perguntas." De alguma forma ele parece sorrir com todo o corpo.

As luzes se acendem no prédio velho a distância. As estradas parecem correr feito rios.

off:

A voz dele é como dentes batendo e raspando. "Shaw..." Ele testa o nome com alguma dificuldade. "Acho que sei o que acontece com ela. Mortos podem ser caprichosos uratha Shaw. Posso me livrar dela se quiser. " A voz não mostra nenhum desconforto ou animação. Estão falando sobre o que é ele. Morte. "Existem mistérios dos mortos humanos que estão além de mim. Mas posso garantir que ela siga em frente se quiser e posso responder essa pergunta se pagarem um preço adequado. Posso também levá-los ao maior especialista em morte que já vi, se pagarem um preço adequado. Vejamos... Acho que um tanto assim vai basar." Ele usa a própria essência para mostrar uma quantidade. O tempo todo os sons distantes na sombra se arrastam até ali.

Árvores andando no bosque. Pedras rastejando na terra. Vento soprando pelo ar. No céu a eterna nuvem de tempestade rolando sobre tudo.

OFF:

Ele toma um pouco da essência de cada um. É uma sensação ruim. Como sangrar. Mas não é feito com malicia e nem esforço. A permissão dos urathas o deu poder para retirar aquilo que tinha sido acordado. Ele está alegre quando isso termina. Uma alegria contagiante que pode ser tocada. Dá para sentir o gosto no ar.

ELe se vira e segue a diante. Exatamente para o lugar onde estava indo. "Nada fora dos mais profundos abismos do mundo sabe mais sobre assassinato que meu mestre. O maior especialista no assunto. Sua amiga está presa, ele pode colocá-la no seu caminho num piscar de olhos." Ele para como se para mostrar algo a vocês, mas nada acontece e ele segue rindo. As estradas parecem se mover para longe abrindo caminho de forma que vocês nunca precisam cruzar uma delas para chegar no grande prédio.

Hotel Dos Ossos

Está escrito em um grande e bonito letreiro composto de muitas lâmpadas pintadas como na década de vinte. A fachada é enorme e fresca, como se tivesse sido terminada hoje. Uma grande porta dupla de madeira está aberta e um esqueleto bem vestido e sofisticado os espera na porta. As orbitas vazias podem estar olhando qualquer coisa. O sorriso descarnado permanente pode esconder qualquer sentimento. Troféu se aproxima dele ansioso e alegre. O esqueleto o entrega uma moeda grande e prateada e que logo desaparece dentro do outro espirito. "Eu tenho esperado a sua visita por um tempo." A voz tinha um nota gritante de alegria. Mas carregava alguma coisa afiada e cruel por baixo dela. Ele faz uma mesura polida e bem medida. "Estou esperando no salão de jogos, servos do grande Guardião Lunar. Não me deixem esperando mais por favor."

As cores da fachada e da entrada eram alegres. Branco e vermelho e o amarelo e dourado. Lá dentro o carpete era fofo e macio. As paredes cobertas por papel como se fazia no passado. Tudo com cuidado e dedicação. Uma pequena mesa muito alta logo ao lado dele com chaves de carros e moedas de todo tipo. O grande salão que era o primeiro comodo logo entregava suas direções com placas bem humoradas com desenhos de traço bem antigo e fora de moda. Mas novos como se pintados hoje.

O salão de jogos era logo atrás da recepção onde um outro esqueleto aguardava sorridente com um pesado livro aberto ao lado de um sininho. Música animada escava de lá. Risadas também. O lugar todo tinha um cheiro agradável de madeira e grama e perfume de jasmim.

Off: