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por Bravos Sáb Dez 12, 2020 10:57 amO apocalíptico da porta marcou Modi na altura do esterno com uma tinta fosforescente avermelhada. Logo que ela passou o umbral da entrada, alguém passou e agarrou-a num beijo em que mãos corriam o corpo e apertavam e com a mesma rapidez que chegou, a pessoa se foi. Modi olhou para trás, um semi-sorriso que parecia explicar o que queria dizer aquela marca e aquela cor. Depois desapareceu entre a multidão. O homem na porta perguntou a cada um suas preferências, explicando: - Vermelho quer dizer que você está aberto a qualquer aproximação. Laranja que só está aberto a uma aproximação por vez. Amarelo indica que não está aberto a aproximações, mas que pode querer se aproximar por iniciativa própria. Branco quer dizer que você não está nem irá se aproximar de ninguém. Qual vai ser? Cada um foi marcado de acordo com sua escolha. Lá dentro a música tocava forte e havia espalhada por ai tendas com camas e sofás enormes. No centro uma espécie de pista de dança em que as pessoas dançavam bastante livremente. Era fácil notar que os neolíbios se aglomeravam mais nas tendas e alguns em espécies de camarotes que ficavam no pavimento acima da construção. Tinha apocalípticos por todos os lados e não era difícil ouvir gemidos vindo de direções diversas. Em cada um dos lados da área havia um balcão de bebidas, normalmente cheios. Heb observava tudo com sua contumaz seriedade. Parecia que o local era frequentado apenas por apocalípticos e neolíbios. Parecia. Olhando melhor ele conseguiu ver alguns algozes, misturados entre os 'donos da festa'. Talvez tinham vergonha que estar ali? Deveriam ter? Quanto a anubitas... Ele só viu um: num camarote, no andar a cima, ele falava com um neolíbio, segurando sua mão espalmada. Heb sabia o que era aquilo. Uma leitura de almas. O Banco do Comércio fazia aquilo para oferecer créditos aos novos comerciantes de acordo com o que a vida deles reservava. Parecia que aqueles homens nunca paravam de maquinar suas transações. Zuri puxou Shinji até aquilo que parecia ser a pista de dança. Nada mais era que um quadrado pavimentado em pedra, invés de terra batida. A música ali era mais alta, mas eles estavam praticamente no meio do espaço: uma visão privilegiada. - Melhor você olhar quem tá aí logo enquanto tá sóbrio. - Ela disse, brincando com a possibilidade de fazer negócios, e percorreu os olhos ao redor. Havia muitos apocalípticos ali com o torso desnudo como o dele, porém bem mais esculpidos pelas insanas brigas que eles costumavam se meter. Adimu seguiu para o bar. O som lhe incomodava, mas o álcool ia deixá-lo soltinho. Depois de algumas tentativas e alguns gritos ele foi atendido. A bebida entra, a verdade sai. É como dizem. Logo o sucateiro estava dançando entre as pessoas. Vez ou outra aparecia alguém disposto a dançar com ele, mais perto do que seria aceitável para chamar de dança. Ele já sentia a cabeça longe quando deu de cara com Modi. Ela dançava junto com um casal. A depender do que se entende por dançar. Talvez ter segurado forte naquele corpo tenha animado o velho a tentar algo mais e ele se achegou. Ela o olhou com um olhar brincalhão, os outros dois se esfregando nela. - Adimu! Esse velho garanhão ainda trota? - E a mão dela foi direto lá, procurando alguma reação. Um sorriso. Foi escárnio? - Quem sabe noutra chance... - Ela o soltou e deu um beijo no indicador e dedo médio e em seguida os encostou na boca do velho. Hoje não. |
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- Bravos
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Pediu a tinta vermelha. Era sabido que a maioria não se interessaria por um velho matusquela, caquético e raquítico, mas pensou... por que não? A velhice dificultava as funções sexuais, mas não o deixou imprestável, no caso dele. Talvez as outras mulheres que tivesse dançado com ele não o tivessem instigado da maneira que Modi conseguia. Aquela apalpada fez os olhos do velho quase se evadirem da cavidade ocular. Estava um pouco zonzo do álcool e das drogas. Modi, então se afastou. Aquilo era querer demais, ela sabia, mas toda aquela situação o deixou muito animado. Ele procurava Heb e Shinji eventualmente com os olhos para saber se estavam todos bem e então foi para a pista de dança onde protagonizou dancinhas bizarras e hilárias, e até medonhas. A bebida continuou a descer. As ruínas do dia posteriores que “lutassem”, pois a caganeira,o mau humor e a ressaca de Adimu eram três certezas. |
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Heb, a Foice Heb olha a cena com uma nostalgia inesperada. A sensação de desperdício. O lugar todo não tinha uma aura que fazia ele lembrar do que desejava antes. Quando ele queria ser uma das pessoas nas tendas. Quando aquele lugar era exatamente onde desejava estar e em sua mente jovem ele saberia o que fazer. O anubita lutava contra a vontade de testar todas as coisas. Contra a vontade de fugir dali. A vontade de confrontar os neolíbios sobre a vaidade dispendiosa daquilo tudo. A escolha da cor fazia todas aquelas sensações rodarem ainda mais rápido na sua mente. A solidão uma fresta na armadura de disciplina do anubita. A cabana vazia que o esperava em Fez. As privações. O caminho que podia ter seguido levava até ali? Ele precisa mastigar as palavras. Uma batalha lenta entre orgulho arrogante e o desejo tantas vezes negado. Branco ele decide. A palavra trava na garganta e o homem da entrada provavelmente não entende a demora e nem a expressão perturbada do anubita. Mas Heb vê um mar de crânios. Ele ouve seus passos sobre os ossos, ele sabe o som que faz. "Laranja." Ele diz imediatamente arrependido. Dentro da festa ele quer orbitar a segurança dos seus amigos. Mas ele não é um covarde. Ele força seus passos para longe deles. Força seus passos até não saber onde estão. Os olhos se enchendo com o lugar como um soldado procurando o melhor ângulo. Mas para que? Ele vê os mercadores fazendo trocas. Vê as pessoas dançando e pensa que talvez seja a única chance de um deles tocar um neolíbio. A vergonha dos algozes é algo que ele sente na carne. Como se a tinta no peito fosse coçar até ele arranhar os ossos. Mas suas mãos não se moviam. Só seus pés e seus olhos. Varrendo o lugar. Tentando ocupar a mente com o que pode ver sem ter de agir. O anubita se vê perto dos camarotes. Perto das tendas. A realidade da qual ele foi salvo tão próxima. Tão perto. Ele não sabia como se sentir. Mas precisava olhar. Precisava ver. |
- Ankou
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Shinji Shinji sorri pros companheiros observando a escolha das tintas de cada um deles, como se ficasse se divettindo com isso, ele próprio se mantém conservador e escolhe o branco, já tinha toda a companhia que queria pela noite, aos mesmo tempo com o olhar ele parecia desafiar cada uma das moças como se quisesse vê-las quebrando o protocolo. Ele toma a pista de dança junto de Zuri, uma birita qualquer nas mãos, ele a mantém por perto, muito perto, ele olha por cima do ombro dela o tempo todo, não de forma paranoica mas ele parece fazer exatamente o que ela falava, queria conhecer o pessoal ali, fazer contatos, com sorte conhecer o manda-chuva ainda hoje.[/size] |
- Bravos
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Shinji observava. Ele também viu o Vidente de Almas trabalhando no camarote um andar acima. Aquele era o grande negócio dos neolíbios junto com os anubitas: esquadrinhar a vida futura de alguém para ver se valia a pena o investimento. Ele notou que ali embaixo havia só festa, putaria e bebida. Era no andar de cima que as negociações aconteciam. Ele pensava exatamente nisso quando sentiu um seio se chocando contra seu braço e o equilíbrio se perdendo, enquanto Zuri soltava um gritinho. O choque veio do ponto cego dela, mas Shinji não viu apenas por uma desatenção. - Opa, foi ma... Shinji! Quanto tempo... - A voz era conhecidíssima. Modi. Zuri virou-se com a cara fechada. - Já está bêbada? - Perguntou a esposa do clanista. Modi sorriu, seus olhos estavam mareados. - Acho que já bebi mais do que vocês no último mês. Adimu tentou a sorte hoje, soube? Mas não era o dia dele. - Ela olhou lá para cima, para onde Shinji olhava. - Eu acho que eu devia levar vocês para conversar com aquele cara... Os neolíbios iam ficar de cara e eu ia ter uma garantia. Já teve sua vida analisada por um vidente, Shinji? Ei... - Zuri acotovelou a apocalíptica, abrindo um espaço que cada vez mais que ela falava parecia diminuir. Modi não pareceu ficar ofendida e pegou na mão do Shinji e Zuri e começou a puxá-los em direção às escadas. Heb se questionava sobre aqueles caminhos. Poderia ser ele ali. Se a vida não tivesse virado naquela esquina, ele também estaria fechando negócios. Ele já estava perto das tendas e da subida para o camarote quando deu por conta de Shinji, Zuri e Modi se aproximando. Sua prima estava evidentemente contrariada e eles seguiam para as escadas que dava acesso ao camarote superior. Onde ele havia visto o vidente de almas. Ele poderia dizer algo para Heb? Será que a Foice teria o mesmo destino de Rakki e Medewa? Seu colega poderia mostrá-lo o que ia acontecer? Adimu dançava freneticamente, como se sua vida dependesse daquilo. A cabeça girava e ele já não via praticamente nada direito, eram apenas borrões rápidos e violentos. Então estranhamente ele focalizou algo. Alguém aspirava uma coisa dentro de uma bolsa escura. Outro alguém pegou a bolsa, fechando. - O tiozinho ali tá doido... - Longe... Quem tava com a bolsa se aproximou: - Quer? - Ofereceu a bolsa. |
- Wordspinner
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Heb, a Foice Era estranho encontrar com eles ali. Mas poderia ser exatamente o que Heb precisava. "O destino nos laça de novo." Ele sorri sem perceber. Ele olha para cima e depois para Modi. "Imagino que queira nos apresentar, não é? São seus parceiros também?." As perguntas eram só o que ele conseguiu pensar. "Vi um colega lá em cima. Estava indo conversar." Ele diz, mas não estava. Não até vê-los ali. Mas agora estava e ela era a melhor e mais cômoda passagem. As palavras pareciam caber perfeitamente em Modi. |
- Ankou
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Shinji Enquanto a maioria via uma festa Shinji via um campo minado, principalmente quando ele olhou pra parte de cima, definitivamente ele não acreditava em porra nenhuma daquele Vodú dos Videntes de Almas, era coisa de jacú sempre, mas ele nunca se atreveria a dizer isso, aqueles caras todos estavam esperando o sujeito falar algo de bom do futuro, mesmo sendo mentira. Ele sente o “toque” nada convencional de Modi, a irritaçao de Zuri, e pela primeira vez desde que a conheceu por um instante ele olha pra ela como um incômodo, o humor melhora quando ela fala sobre Adimu – É deve ter sido com a finesse de um gorila. - Ele faz pouco do velho, não que achasse que Heb era muito melhor, mas pelo menos era mais jovem, talvez os músculos protuberantes fosse mais do agrado dela. Ele pensou em sacanear com ela e perguntar se ela tava de olho nele ou em Zuri, mas não quando ela pareceu ser o passe pro camarote VIP – Eu só ouvi falar deles, deve ser um negócio sinistro. - ele nem parecia se esforçar pra parecer verídico, mas ele logo fica com uma cara de cachorro que cagou no meio do salão quandoe ele olha pra Zuri e pra Modi de volta. Sentia-se puxar junto de Zuri pela Tucano não oefrecia qualquer resistência, na verdade queria causar uma boa impressão ao sujeito. Ele passa sendo “arrastado” por Heb – Ela insistiu pra ver o vidente! - é tudo que ele fala, é tudo que dá tempo de falar já que ele não para. |
- Shmul
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Apesar das vistas borradas quando girava o corpo, conseguiu focar a visão na pessoa que lhe oferecia algum tipo de droga “desconhecida” de maneira soturna. Oras, as drogas eram liberadas naquele local, então por que do mistério? – Você quer que a cabeça de Mu-Za vire uma colônia de fungos com essa Brasa, seu merdinha? – Parecia querer se irritar, mas o som alto e a letargia das bebidas quebravam quaisquer chances de intimidação. – Vou enfiar essa porcaria toda no meio do seu cu! – então tentou dar um tapa na bolsa. Sua mão buscou o coldre de sua arma, mas elas todas foram retidas na entrada da festa. Apesar da noite estrelada, a probabilidade era do "tempo fechar". |
- Bravos
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- Mais do que eles gostam de admitir. - Disse Modi sobre se os neolíbios eram seus parceiros, respondendo a Heb. O quarteto subiu as escadas, a apocalíptica sempre puxando Shinji e Zuri pela mão. A esposa do clanista algumas vezes tentou se soltar, mas a mão da apocalíptica era firme. Shinji viu quando ela revirou os olhos desistindo de resistir. Ao chegar, eles passaram por um arco, em que um tecido caía como cortina, indicando que aquele era um espaço 'privado' da festa. Olhos se voltaram pra eles. Shinji foi capaz de notar que alguns não pareciam felizes. Às vezes é duro lidar com o sucesso alheio. - Ebele, que surpresa vê-lo aqui! - Modi falou em voz alta. Mais alta do que era preciso. Talvez porque o som ali era menos intenso e todos pareciam mais refinados. Ebele era o vidente de almas. Ele olha para os quatro. - Não é surpresa nenhuma, Modi, você sabe que eu sempre estou aqui. - Ela sorri e larga a mão dos dois. Os neolíbios olham um pouco atordoados. Ela se aproxima de onde Ebele está. Ele está sentado numa cadeira com encosto feito de palha trançada e amarrada em madeira maciça, simples, mas bom, e ao seu lado, uma pequena mesa de apoio redonda, do outro lado da mesa, um banco estofado. Um neolíbio estava sentado lá. Modi o encarou por alguns segundos antes que ele levantasse. O olhar furioso dela se desfez e ela estendeu a mão em direção a Shinji. - Eu vou fazer negócios com esse homem e quero saber se ele não vai morrer até semana que vem e extraviar minha carga. Ebele visivelmente não está satisfeito também. - Esse não é o protocolo... Mas vejo que temos um irmão aqui. Sente-se. - Ele agora fala diretamente com Heb e parece ignorar Modi. Ela não havia sentado e fica um tanto quanto confusa quando isso acontece. Ebele está indicando o banco estofado para que o outro anubita sentasse. - Já leram sua alma alguma vez? - Ele pega a mão de Heb e seu toque é delicado, se comparado ao da Foice. Ebele olha para sua mão como se estivesse lendo um bilhete. Passam alguns instantes só antes que ele erguesse os olhos para Heb novamente. As olheiras sob os olhos já tinham algumas rugas. - Você está incomodado aqui. Teve vergonha do que viu. - Ele larga a mão de Heb. - Terá que brandir seu khopesh em breve. Pode ser a última vez. Pode ser que fique como seus amigos. - Ele sabia o que significava aquilo: psiconautas. - Ou poderá sair ainda maior. - E ele faz um aceno com a cabeça, sinalizando que acabou o momento. Talvez ele tenha tempo de perguntar uma coisa ou outra, se rápido. Modi o olha com um olhar que quer dizer 'anda sai daí'. Zuri cochicha no ouvido de Shinji - Nunca vi um vidente de almas lendo a alma de um clanista. Essa fofoca vai correr a África. - Ali tinha bastante gente, pelas roupas, pelo menos dois ou três mais importantes. Mas Modi tinha mijado para demarcar território. Será que ele conseguiria algo depois dela ter anunciado que estava fechando negócio com ele? O clanista tinha conseguido as graças dos apocalípticos, será que isso custaria as graças com os neolíbios? - Agora sua vez. - Modi falou depois que Heb se levantou. - Você vai pagar? - Perguntou Ebele para a apocalíptica. Ela respondeu com um simples e rápido 'claro'. Quando Shinji se sentasse, Ebele o perguntaria: - Há algo sobre si mesmo que deseje saber? * * * - Êê, véi, para com essa merda. - Adimu tenta acertar a bolsa, mas seus movimentos são lentos. O cara tira ela do caminho e dá um tapão no meio dos peitos do velho. Ele só não desequilibra e cai porque esbarrou em outras pessoas atrás, ficando novamente de pé. - Achei que o velho era descolado, mas ele é um senhor certinho. - Disse uma outra pessoa, do lado do homem que segurava a bolsa. - Depois daqui ele vai rezar pros quinto ancestral pedindo desculpa enquanto se toca sozinho. - Na África, esse era o ancestral do desejo físico e da reprodução. Talvez fosse hora de voltar e dormir.
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- Ankou
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Shinji Shinji sorri, e acompanha sem resistência alguma, por horas ele ri do descontentamento da esposa como se dicesse pra ela que precisava relaxar. O teatro de Modi faz o clanista virar o rosto e segurar o riso, ele nem sabia mais se ria do teatro dela ou do descontentamento do vidente. Ele olha em volta percebendo que querendo ou não ele havia se tornado parte do show também, apesar de que seria inevitável bater nos ouvidos dos neolíbios que ele tinha feito negócios com os apocalípticos, tinha que se preocupar com um problema por vez. Shinji cochicha de volta – Espero que seja uma fofoca boa. Logo ele se senta o vidente certamente consegue ver a descrença completa no olhar dele, por mais que Heb tenha visto sentido nas palavras dele, ou não. – Eu quero saber se a Tucano quer levar a minha mulher ou eu pra cama essa noite, ou os dois, por que ela parece que ainda não se decidiu. - provocativo sim, mas ao mesmo tempo com um humor sarcástico com uma pitada de desaprovação pelo comportamento dela. Finalmente ele olha sério pro Vidente – Eu quero saber se eu vou conseguir realizar meu sonho.- ele pensa no helicóptero, imagina como a cabeça dele deveria imaginar ele de verdade e em como devia ser libertador voar e estende a mão pro homem, ele duvidava que ele sequer pudesse compreender o que era a máquina que ele desejava construir, mesmo que ele fosse magicamente capaz de ler sua mente. |
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Heb, a Foice Heb tinha perguntas sem fim, mas fazê-las? "Eu agradeço irmão. Não há um preço para suas palavras." O anubita pensa profundamente no que foi dito, Sempre pode ser a última vez quando ele dança com seu kopesh. Mas as palavras do leitor eram valiosas. As perguntas, porém dançam em sua mente. "Se lembre de mim, quando eu voltar você terá um amigo maior." Uma bravata vazia talvez, mas só se ele não voltasse. O anubita da um passo atrás digerindo as palavras do leitor de almas. Heb observa Shinji e Modi, a primeira pergunta ele saberia responder sem precisar pensar. Sem precisar de qualquer visão além da dele mesmo. Mas uma das coisas que ela falou o incomoda. Ele fecha a mão sobre o punho de Modi, sem a delicadeza do vidente. "Ele é africano." A voz tinha mais força do que ele tinha pretendido. "Ele nunca teria Zuri sem isso." Dessa vez com um tom um pouco mais suave. Ele não quis falar do ritual. Ele não conseguiu deixar de fazer a diferença, no entanto. Talvez o próprio Shinji se visse como um clanista. Mas para Heb a distinção era real e seria defendida por ele com as ferramentas que tivesse. Não hesitaria em devolver o amigo para a terra de onde o tirou. |
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- Eu não tenho certeza... - Disse Zuri antes de Shinji seguir para o banco. Heb havia acabado de ouvir sua leitura de alma. Foi visível a diferença de tratamento entre ele, anubita, e Shinji, um clanista. A intervenção de Heb fez Ebele fitá-lo por um tempo, mas era praticamente impossível dizer o que se passava na cabeça dele. Quando ele voltou a falar, foi sem olhar diretamente para o foice: - A leitura de almas para fins de negócios também é um negócio. Está tudo certo. - Então ele não havia considerado a leitura de Heb como um negócio. Talvez uma orientação? Shinji então fez sua piada. Modi fez um barulho estranho típico de quem estava segurando uma risada. Ebele não riu, sua cara parecia de um velório eterno. Também não se dignou a responder. As bolsas roxas sob os olhos do anubita saltavam na visão do clanista. Ele escutou a pergunta e então passou a olhar sua mão. Então ele suspirou. - O Cairo não é para você. E sim, há chances, mas não se Heb morrer amanhã. Neste caso você vai ficar cada vez mais longe. - Ebele largou a mão e reclinou-se na cadeira. Modi interviu: - E quanto aos negócios? Posso investir? - Por um milésimo de segundo, um sorrisinho de canto. - Pode. - Um sorriso largo no rosto da apocalíptica. - Estou satisfeita.
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Vamos encerrar essa cena da festa aqui.- Bravos
Semi-Deus - Mensagens : 5614
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A foice do anubita desceu violenta quase ao mesmo tempo que o tiro do sucateiro botava mais um hybrispano no chão. Heb viu o único olho visível da psiconauta se arregalar e então o ar parecia carregado de uma energia pujante. Como uma onda, aquela energia varreu tudo ao redor deles. A confusão na cabeça de Heb parecia se amplificar: agora ele lembrava de momentos que havia gritado por sua vida, em que a morte quase lhe havia dado uma rasteira. O primeiro deles foi quando quase caiu na armadilha hybrispana. Quando aquilo tinha acontecido? Parecia que fazia anos. Ele se via jovem na lembrança. Adimu também sentiu a força embaralhar seus pensamentos. Ele lembrou das vezes que teve que lidar com léperos que estavam ávidos por matá-lo. Aqueles pobres humanos infectados de esporos até perderem qualquer humanidade. No canto do olho ele via alguém se aproximando. Virou-se: nada. Outra vez! Virou-se: nada. Estaria ficando paranóico depois de velho? O anubita sentiu o peso do corpo da psiconauta ceder. Ela caiu no chão engasgando no próprio sangue. Ainda assim ela sequer parecia sentir dor. Pequenas pedras começaram a cair no chão. Elas haviam se erguido com aquele último feito da pregnóstica. A voz do apocalíptico se fez ouvir, embora parecesse distante: - Que porra foi essa, mermão?! - Heb sabia o que era: um clamor de ajuda. Pela intensidade do chamado, ia alcançar dezenas de quilômetros. Todos os psiconautas e léperos que estivessem naquele raio iriam responder. Era um anúncio de morte. Adimu sente as mãos tremerem. Ele já quase não tinha balas. Seu juízo alerta que eles tem que ir embora dali imediatamente. Ele olha pra Heb e sabe que, apesar de não estar ferido gravemente, ele não dura muito mais numa outra batalha. Obasea está ofegante ainda. Eles precisavam chegar nas ruínas.
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- Wordspinner
Antediluviano - Mensagens : 3112
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Heb, a Foice Heb cospe, não por desprezo, mas porque a boca está com um gosto horrível de morte e medo. "A gente tá ferrado..." O anubita normalmente não falava assim. "Qualquer outro bixo desses tá vindo para cá agora." Sem nenhum motivo melhor do que descontar a frustração e talvez se sentir mais forte ele faz o kopesh descer no pescoço da mulher, se é que ela pode ser chamada assim. "Era um pedido de socorro e eu prefiro não morrer nos próximos minutos." Ele queria dizer que não podiam parar, que tinham que continuar. Mas a verdade é que ele queria parar e cuidar dos sangramentos. Levar um tiro estava ardendo e tirando sua força. Tirando sua convicção agora que não tinha mais um inimigo. Ele forçou as palavras que achou que tinham que ser ditas. "Peguem o que for útil." Nem isso ele conseguiu. As palavras arranhavam a garganta castigada. "Estão bem para dirigir? Vamos precisar ir rápido a um lugar onde possamos dormir e..." Ele podia ter dito as palavras mesmo com a voz grave e forçada que era tudo que tinha, mas colocou o dedo no buraco na armadura e passou o dedo molhado de sangue na careta involuntária. Heb lambe os lábios e cospe de novo. "Africa..." quase um sussurro para ninguém ali exceto ele mesmo. "Esse é o gosto da vitória." |
- Shmul
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Shmul escreveu:
Os pensamentos confusos atrapalhavam sua percepção? Era o sexto sentido de uma raposa velha alertando que o uivo do cão entregara sua posição aos caçadores? Precisavam sair dali imediatamente, as palavras de Heb confirmavam seus pressentimentos – Merda! Quão distante vai esse pedido de socorro? Como uma fogueira em pleno dia, eu suponho. Minhas balas estão acabando.
Observou as próprias mãos em uma convulsão frenética e olhou uma veze mais por cima de seu ombro, e com os olhos mais arregalados do que nunca disse – Não estamos sozinhos, não há tempo para saquear os corpos.
- Bravos
Semi-Deus - Mensagens : 5614
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Obasea olha de um lado para o outro, de Heb para Adimu. - Você disse nos próximos minutos? Então não temos tempo a perder aqui. - Ele se recompõe e começa a andar. - Isso, vamos sair logo daqui. A gente deu sorte que esse ser estava acompanhado de poucos hybrispanos, normalmente eles vem de muito. - Ele para e olha para os dois, incrédulo, por ainda não terem se movido. - Sucateiro, pra que lado nós vamos? - O velho poderia estar assustado, mas não iria esquecer a direção da ruína.
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- Wordspinner
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Heb, a Foice Heb ouve e vê a pressa dos dois. Mas é como se tudo aquilo estivesse no passado, um passado superado por um anubita muito mais jovem. Ele guarda a kopesh e em um movimento deliberado ele se abaixa para pegar a cabeça e a arma do psiconauta. Ele levanta finca a base no corpo e a cabeça encaixada no topo. "É assim que estava quando eu achei." E ele achava que aquilo devia ser verdade de alguma forma, em algum tempo. "Minutos... segundos... horas... Quem sabe? Quem sabe com eles? Quem sabe depois disso se já não estamos aqui a dias." O anubita começa a se mover na direção do sucateiro tão rápido quanto pode. "Isso aqui tá tudo errado velho. Já embaralhou minhas lembranças, mudou o que já foi." Ele limpa a garganta e cospe outra vez. "Você? Sentiu alguma coisa? Mudou alguma coisa?" Ele não perguntou a Mu-za, estava claro que o velho também tinha sido afetado. Heb odiava deixar coisas para trás, mas tinha conquistado um momento, se não um pedaço, daquele lugar. Ele tinha posto uma cabeça em um espeto para eles sentirem o gosto da morte em suas bocas. Para eles sentirem o toque frio do medo e o calor da raiva. Quando tempo aquela cabeça ficaria ali? "Vou saber se um deles chegar perto. Eu aviso. O importante agora é ficar de costas para esse ponto e andar." Ele forçava as palavras a sair. Não gostava de estar tão machudado. Tão frágil. |
- Shmul
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Talvez estivesse alucinando pela presença da Psiconauta, mas acreditava que mais inimigos estavam em seu encalço, ao alcance deles em questão de poucos segundos. Léperos costumavam acompanhar um Psiconauta? Na dúvida, melhor correrem o quanto antes. Foram raras as vezes que Adimu se perdeu em sua vida. Seu cérebro trabalhava como uma bússola embutida em um mapa, e a pergunta de Obasea quase lhe arrancou um sorriso em meio aquela situação. O velho apontou a direção, com as mãos ainda tremulas. - Aquela criatura maldita afetou nossos sentidos, sim, mas Mu-Za não se aproximou tanto quanto você, Anubita. Minha mente esteve em um passado longínquo de minha vida, enfrentando Léperos, porém, minha intuição diz que estamos sendo seguidos no aqui e agora, que foi onde você acabou de derrubar essa Psiconauta. Você já não consegue senti-los? Se a manipulação temporal dessa desgraçada fosse mais potente, certamente estaríamos presos em um êxtase temporal ou mortos. |
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Antediluviano - Mensagens : 3112
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Heb, a Foice O anubita gosta da resposta do velho. "Longe demais." é o que ele responde, mas prontamente segue o caminho apontado pelo velho. No fundo da sua mente uma voz diz que eles deviam fazer uma armadilha ali, nunca iam esperar uma armadilha ali. "Vai conseguir dirigir?" A pergunta era só para afastar os próprios pensamentos. Mesmo debilitado o velho séria melhor que ele de qualquer forma. Ele pensa que deixariam uma trilha clara, mas não conseguia pensar em nenhuma opção. Nada. Então decidiu não mencionar nada ali. "Estão muito feridos? Alguém machucado demais?" Ele preferia pensar nas coisas que ia poder mudar. |
- Bravos
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- Acho que o mais ferido é você. - Obasea responde a pergunta do anubita, olhando-o com verdadeira incredulidade. Quantos golpes aquele homem tinha sofrido? O apocalíptico deveria calcular que se fosse ele, já estaria tão debilitado que só a morte o esperaria. O próprio Heb sabia disso, pois sentia que mais uma luta seria e aquela seria a última. A finitude da morte tão próxima. O velho Adimu parecia mais conservado que ele naquela altura. O sucateiro sabia o caminho e essa parecia a melhor saída. O trio não se demora a voltar às motos. Logo eles estavam avançando. Mu-Za ia na frente. Esperto como uma raposa, vez ou outra o velho desviava o caminho sem muitas explicações. Heb o entendia, pois sentia a mesma intuição ruim. O sucateiro estava desviando do perigo como um cego desviando de balas: ninguém poderia explicar como, mas era possível. Eles avançaram por quase uma horas, que pareceu uma eternidade, pois a tensão era imensa. Adimu já engolia uma saliva seca e grossa, o corpo reclamando da idade e da pressão. Ele precisava parar. Mas ainda lhe assombrava a chance de serem abordados. Será que eles já haviam se afastado o bastante para sair do raio do chamado da psiconauta? Se tivessem ido em linha reta, com certeza, mas nem o relevo, nem os desvios permitiam ter essa noção perfeita. Na moto atrás, Obasea levava Heb. - Eu acho que devemos parar, o velho tá arquejando já. - Heb sabia que era verdade.
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