Lafayette Diggs

noite era de lua cheia, bem alta e clara em pleno verão. Eram 19:00 e ainda havia uma imensa quantidade de pessoas andando pelas ruas, como se aquela cidade jamais parasse. Luminosos piscavam, música ecoava no ar, instrumentos rugindo e o falatório sem fim de pessoas era o que diariamente ecoava pelas ruas da cidade. Lojas, armazéns, bares, clubes, padarias... tudo quanto era comércio ainda estava aberto naquele horário e não precisava nem ser alta estação ou período de férias para tal. Sempre cheia de visitantes e moradores locais, as ruas estreitas não tinham descanso nunca. Os bares e casas noturnas trabalhavam já a toda velocidade naquela hora da noite na Bourbon St.

Ainda nem era Mardi Gras e a cidade já estava ceia de pessoas e tudo funcionava a pleno vapor.
A cidade também possuía outros tipos de atrações apreciados por muitas pessoas: a comida creoule, procurada por muitos. A fama do famoso Gumbo, Po Boy's, Jambalaya e Beignets havia cruzado o país e agora muitas pessoas desbravavam a noite da cidade procurando por algum desses práticos típicos e um bom drink para beber em meio à toda aquela agitação, música e show de luzes.

A medida que as pessoas andavam pela cidade, os diferentes cheiros iam atraindo pessoas para as diversas diversões que poderiam imaginar, desde a comida, desde os drinks exóticos, desde as belas mulheres até o cheiro de produtos e frutos do mar frescos que vinham do grande mercado da cidade.
Boatos do ocorrido cruzaram o país para todos os povos, desde humanos, vampiros, lobisomens e bruxos, o que acabou trazendo alguns curiosos à cidade e outros não tão curiosos que por lá estavam, como o garou Lafayette...

então, depois de toda sua rotina de cuidados, Thundershadow poderia ficar tranquilo que realmente estava seguro, sempre seguro e que nada havia acontecido em seu apartamento.

Porque ele não morava com os outros de sua espécie no bayou era um mistério, mas já que ele preferia daquela forma...

Resolveu levar uma obra de arte e procurar Maalia Hale, mas porque justamente ela? E o que Maalia faria com a obra de arte? Ela poderia dar para Pierre ou simplesmente levar para Clairy ou Alison. Não eram amigas mas se conheciam.

Maalia naquele momento estava na companhia de Pierre, mas como ele tinha coisas a fazer, ambos acabariam por se separar naquela noite e então ela sentiu o celular vibrar e viu que era uma mensagem do jovem e ficou curiosa sobre o que poderia querer falar com ela, mas não tinha lógica ele ir para a casa dela, pois ela morava com os outros no Caern, então ela simplesmente respondeu:

“Vamos para algum bar ou qualquer outro lugar... e você quer que eu leve a obra para as bruxas? Eu te espero no parque, assim podemos brincar um pouco...“ – Apesar de ser uma jovem adulta, Maalia não negava que ir ao parque e brincar era algo que gostava de fazer, mesmo quando não havia seguranças por perto, mas brincar com um lobo jovem era sempre muito divertido...

A obra de arte poderia ser usada para justificar a visita para pegar conselhos de como vende-la melhor e sobre um bom preço e coisas do tipo, mas que Maalia ficasse com ele seria equivocado.

aalia podia ser jovem mas era bem esperta e era uma boa ajuda para seu grupo. Jovem para a função mas bem adequada para ela.

O Jovem Thundershadow ainda era bem jovem para entender certas coisas e havia chegado há pouco tempo, então ainda tinha que se adaptar aquele grupo urbano, que mesmo vivendo no bayou eram urbanos acima de tudo e lutavam para viver em harmonia com os outros clãs, desde bruxos(as) e os vampiros.

Maalia tinha um comportamento bem diferente de outros e ela tinha certas reações que normalmente outros não tinham, nem em sua idade e era normal o jovem ficar com “nós na cabeça” por conta disso.

Assim que ela viu o jovem acenando para ela, sorriu e acenou de volta.


A garota estava usando um vestido liso e simples. Era meio creme e não tinha desenho algum e como de costume ela costumava usar um par de tênis e tinha uma jaqueta jeans amarrada em sua cintura. O vestido era na altura do joelho para tentar não revelar tanto do seu corpo e na parte de cima era de alças não muito finas e também não muito grossas.

O vestido ficava um pouco largo em seu corpo, justamente para que pudesse passar meio que desapercebido, sem chamar muita atenção por onde andasse.

- Boa noite, tudo bem? Vamos dar uma volta sim.

Olhou para o quadro que ele tinha em mãos.

- Tudo bem... sem problemas... eu.. fico com o quadro...

Ela respirou fundo e pegou o quadro meio insegura com o jovem e então começou a andar.

- Cenário daqui... hnm.. bom.. tem muito acontecendo... preciso que seja mais específico pois não gosto muito de palestrar...

ela o observava calmamente. Era um jovemtramquilo mas parecia ansear por muito ali.

- Nossa convivência em harmonia existe e tem uma razão. Alguns estão fazendo de tudo para atrapalhar essa convivência porém precisamos fazer de tudo para que as coisas continuem bem na medida do possível. Não vamos nos envolver em problemas alheios e nem causar nenhum tipo de problema... cada um no seu canto, cainitas, wizards e nós...

Faz um breve pausa e então continua a falar.

- Não somos protegidos pelos outros a não ser por nós mesmos. Apenas não nos misturamos muito e apenas observamos a situação por entre as teias e o véu da umbra. Muitas respostas as vezes podem ser encontradas por lá...

Realmente o jovem fazia muitas perguntas e falava bastante. Não achava aquilo ruim mas realmente não estava acostumada com jovens sentando para interroga-la, principalmente quando viam que ela não era a pessoa com a maior paciência ainda mais em comparação de outros do grupo. De certa forma estava sendo divertido falar com o mais novo.

- Em uma matilha, todos estamos em risco, porém nosso alfa é sempre o foco. Por mais incrível que Scot seja, ele não está imune a tudo mas antes de chegar nele, tem muitos de nós para passarem por cima, então não será tão fácil assim.

E continuou andando pelo parque enquanto ele falava. Não parecia incomodada e nem inquieta, mas parecia que aquele tipo de conversa, por mais séria que fosse era divertida para alguém que acavaba de chegar em meio àquele caos que a cidade se formava. Ela então fala no final com um tom mais sério:

- Não se misture com cainitas.. já temos outros em campo infiltrados no meio deles...

então ela o olha novamente com um pouco de seriedade no seu rosto e continua dizendo:

- E como estão os seus treinamento na umbra? Você consegue caminhar livremente pelos planos ou ainda não? – ela precisava saber disso, pois o novato tinha que se encaixar nas regras daquele caern.

Não sabia como ele lidava com isso, mas todos em seu caern faziam árduos treinamentos desde filhotes para que pudessem aprender e se aperfeiçoar cada vez mais, já que os inimigos ali dentro era tantos quanto os de fora...

- Somos pacíficos e trabalhamos junto com os vampiros, mas seguro morreu de velho e precisamos observar também, pois não sabemos até que ponto pode vir alguma coisa e nos afetar de dentro do “grupo” deles... pois todos queremos manter a az e harmonia que tínhamos antes...

E por alguns instantes ela para e olha para o céu comentando inocentemente:

- O céu está lindo essa noite não está? Bem que todas poderiam ser assim, não acha?

uita coisa estava em questão alí e certamente aquele novato não entenderia como é que as coisas funcionavam naquela cidade. Nessas horas, ela sabia como o alfa de seu caern pensava e já sabia o que faria para conhecer mais o novato...

- sim… eu acho que você comentou... mas acho que não diretamente pra mim mas não tem problema não...

Franziu um pouco um cenho com as palavras que ele disse sobre o Taliban e a Autoridade. Se ele continuasse pensando assim, iria causar muitos problemas para os lobos da cidade e não iria fazer parte daquele caern nunca, pensando daquela forma.

- Para você sobreviver nesta cidade, você precisa obedecer às leis e as leis são não se envolver com nenhum dos lados e apenas observar. Somos obrigados a ajudar uns aos outros quando existe uma ameaça maior e isso ainda não sabemos. Siga essas regras e não nos traga problemas novato...

Não gostava de ter que falar daquela forma. Odiava ter que ser incisiva, mas se fosse necessário ela seria. Se espreguiça um pouco para suavizar o clima e volta a dizer:

- Nosso alfa nos passa informações bem específicas do que fazer e para ele, você ainda não provou o seu valor. Seu teste será trazer informações sobre as bruxas... o que andam fazendo e por onde andam andando. Informações sobre os vampiros eu já tenho até demais, mas preciso saber mais sobre aquele coven...

Maalia continuava olhando para ele. Dava para perceber que o jovem estava em fúria pelo jeito de seu olhar e ela já estava acostumada com aquele tipo de coisa. Aquele jovem não era nem o primeiro e nem o último que já transpareceu não gostar dos acordos feitos há muito tempo e ela apenas disse:

- Controle-se, afinal as regras não foram criadas nem por mim e nem por você.... apenas fazemos o que precisamos fazer...

E observando cada expressão no jovem e ouvindo atentamente cada palavra, ela voltou a dizer:

- Com os vampiros eu estou lidando pessoalmente. As bruxas? Bom, se você se dirigir até a galeria de arte, vai encontrar duas delas. Sugiro que procure por uma mulher chamada Alison... será muito mais fácil se aproximar dela do que de Clairy....

Um longo momento de pausa de instaurou entre os dois antes que Maalia voltasse a falar:

- Faça como quiser... Ninguém está atuando nisso ainda... Apenas não seja apanhado. Elas nunca nos atacaram diretamente, mas não sabemos se podem estar ajudando os Crias de Fenrir... enfim... descubra...

Apesar da se esforçar para mostrar submissão, algumas coisas acabavam entregando demais o que ele pensava e com a experiência da jovem, não era possível disfarçar tão bem assim, mas com ele aceitando o que era para ser feito, Maalia fingiu não perceber a fúria no rapaz e simplesmente sorriu, como era de praxe.