Piratas! Temporada 1

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ILHA DE TOROA

KANA:

Kana estava cercada pelas imagens e símbolos de variados deuses naquela mini-capela. No entanto é a imagem do Deus do Conhecimento que chama sua atenção. Toshio se aproxima e pega um objeto a frente do deus Monbauten, para logo depois entrega-la a garota. “É seu...”



O rapaz fica envergonhado e logo sai do puxadinho.

“Ora, ora... Vamos voltar, quer dizer, ir para a taverna... Tenho que entregar as vitaminas para a Shiva, antes que fique uma fera!”

CHARLOTE:

Charlote fica animada ao ser lembrada de Kana. Ela conhecia as línguas orientais e poderia decifrar a mensagem.

-Simmm!!! Ela vai me ajudar, tenho certeza e quem sabe isso signifique algo importante pra mim! Obrigada, Alek e agradeço ao senhor do oceano por me permitir ter uma chance de esclarecer meu passado e assim viver sem pesos ou medos! -

Depois de se despedir de Alek, ela vai correndo em direção da casa do curandeiro, com a tabua em mãos.

KANA, CHARLOTE, Toshio:

Kana conversava com Toshio sobre Monbauten, quando ambos escutam a voz de uma garota chamando por Kana. Eles se viram e veem que era Charlote, a naufraga que tinha sido adotada pela chefe da vila, Norna. Ela tinha em suas mãos uma tabua de madeira velha e escura.

Toshio leva a mão no peito, com dificuldade de respirar. Como ele poderia estar sendo agraciado pela presença das duas garotas mais bonitas da vila? Era certo que Shiva também era bonita, mas por ser sua chefe e um tanto severa, não a encarava como um ser do sexo feminino. Mas Kana e Charlote, ao mesmo tempo, aquilo era muita coisa para seu pobre coraçãozinho aguentar...

“B-b-bem... então... acho que já vou , pode d-d-deixar que eu levo as vitaminas para a Shiva... Então a noite eu passo la na sua casa, viu, Kana? Voce vai para a festa também, né, Charlote? Ah, claro, voce que ta organizando, né? Então, tá, fui!!!”

Ele então sai correndo como se estivesse numa corrida, deixando as duas garotas la para tras. Que rapaz estranho!

Kana Nobushi Idade: 18 anos

A menina observava atentamente as imagens, mas uma em especial chamou sua atenção. Ao reconhecer o Deus do Conhecimento, Toshio se aproxima da imagem e pega um pequeno objeto. Que logo Kana reconhece como um colar, que parecia ser um livro com uma pedra incrustada na capa. Será que dava para abrir?

"É seu...”

Ela olha o menino e estava surpresa por ganhar um presente de maneira tão inesperado. A menina faz uma reverência agradecendo.

- Muito obrigado Toshio-kun, irei usar com carinho - e coloca o colar que fica visível sobre as vestes.

“ Ora, ora... Vamos voltar, quer dizer, ir para a taverna... Tenho que entregar as vitaminas para a Shiva, antes que fique uma fera!”

Kana concorda e sai da capelinha, conforme caminharam alguns passos, a menina escutou alguém chamando seu nome.  Charlote vinha correndo na direção deles e trazia um estranho objeto nas mãos.

- Bom dia Charlote-chan. Como tem passado?- Ela também reparou que Toshio começou a corar violentamente, ele põem a mão no peito e começa a respirar com dificuldade.

"Oh Céus… ele está passando mal… o que devo fazer?? Qual poção seria mais eficaz?"

Ela começa a vascular sua bolsa a procura de algum medicamento. Seria o caso de uma intoxicação alimentar ou uma parada cardíaca??

“B-b-bem... então... acho que já vou , pode d-d-deixar que eu levo as vitaminas para a Shiva... Então a noite eu passo la na sua casa, viu, Kana? Voce vai para a festa também, né, Charlote? Ah, claro, voce que ta organizando, né? Então, tá, fui!!!”

- Tem certeza?? Você não me parece muito bem… Quando passar em casa, peça para meu tio te avaliar.- Como o rapaz estava muito apressado, ela entrega as vitaminas e grita antes que ele se afastasse muito.- TOME CUIDADO PARA NÃO CAIR...- a naufraga consegue escutar a última parte....ou vai derramar as vitaminas no chão.

Kana espera até Toshio sumir de vista e observa melhor o objeto que a garota estava segurando.

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ILHA DE TOROA

O nome Tetsu Matsushima traz lembranças do passado que atormentam o presente de Kana. Qual seria a ligação com Charlote? Então um grande estrondo faz a espinhas das duas gelar. Elas voltam seu olhar para a direção do porto, e veem uma grande coluna de fumaça. Depois mais três estampidos, um silvo no ar e mais explosões!

Uma grande movimentação de pessoas então ocorre, que saem de suas casas para ver o que esta acontecendo. Depois os lamentos e choro de pessoas, assustadas com as explosões, ou depois de verem os feridos e mortos. Quando mais explosões sucedem, as pessoas começam a fugir em desespero... Kana e Charlote podem ver conhecidos correndo, alguns carregando pertences, enquanto outros desejam apenas salvar suas vidas. Os que ficam tentam ajudar feridos presos em meios aos destroços de casas que ruíram.

“Piratas! Piratas! Que Nindassus nos proteja!”, gritam os aldeões.



O incêndio logo começa a se espalhar, indicando o uso de cargas incendiarias nos canhoes piratas, para causar a máxima destruição possível. O cheiro de queimado entra nas narinas e o calor parece queimar os pulmões.

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ILHA DE TOROA

O ataque a pacata ilha de Toroa pega a todos de surpresa! Leva um tempo até Kana se acalmar, e armada ela procura por algum inimigo. Após se certificar de que não havia inimigos próximos, Kana, acompanhada de Charlote se aproxima de um aldeão caído. Tratava-se de um senhor de idade, que tinha sofrido graves ferimentos e estava em parada cardíaca.

Lembrando-se de seu treinamento em primeiros socorros, ela tenta reanima-lo com a massagem cardiaca, contando com a ajuda de Charlote. Porem o coração do velho estava fraco demais e não resistiu.

Não havia tempo de lamentar sua morte, pois haviam ainda outros feridos, apresentando queimaduras ou machucados causados pelos fragmentos das bombas explosivas. O desespero estava por todo o canto, toda a alegria da festa a Nindassus fora destruída em poucos minutos.

Uma pessoa em voz alta da um alerta,

“Olhem, para o mar! Barcos estão vindo em direção do porto! Estão cheios de homens armados! São piratas! Salvem-se quem puder!”

Então a chefe da vila, Norna, ergue a mão, pedindo calma a todos.

“É melhor que todos se afastem da vila, por segurança, mas sem pânico. Eu e o Conselho vamos falar com os piratas para resolver este problema, para que ninguém mais saia ferido e possamos retornar para a paz que sempre tivemos por aqui.”

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ILHA DE TOROA

Kana e Charlote decidem ir até Norna, que estava acompanhada por mais dois membros do Conselho da vila. Assim que ela as ve, da um abraço forte nas duas.

“Quem bom que estão a salvo! Tantas mortes e feridos, isto é uma tragédia.... Apesar de ficar feliz com a preocupação de vocês, sera perigoso irem comigo, estes piratas não tem compaixão... Cuidem dos feridos, que logo mandaremos noticias.”

Mas Kana e Charlote não seriam assim tao facilmente colocadas de lado. Elas acompanham a distancia Norna e o Conselho até o cais do porto.

Os piratas já tinham desembarcado, havia umas duas dezenas deles, armados com espadas e sabres, mal-encarados e malvados. O chefe deles era o Capitão Balek, um homem barbado que usava tapa-olho.



Norna diz em voz alta para ele,

“Nós estamos sobre proteção do Capitão Blake, a quem pagamos nossos tributos em dia. Vão embora daqui agora, caso contrario conhecerão a sua ira!”

O pirata olha para seus companheiros, e todos dão uma sonora gargalhada.

“Não lembro de ter visto nenhuma placa falando que aqui é território do Blake... Ele nem esta aqui, esta? De qualquer modo, não vamos nos demorar... Tenho a seguinte proposta... Voces me dao todo o dinheiro e comida estocada que vocês tem, e também metade dos jovens da vila para nós... Caso contrario matamos todo mundo. Eu acho que vocês só tem a ganhar se aceitarem minha proposta.”

Norna leva a mão na boca, horrorizada. Como poderiam existir seres assim tao malignos? Os outros dois membros do conselho a seguram para que não caia.

“E-esperem um momento... vamos... discutir...”

Escondidas atrás de uma mureta, elas escutam Norna conversar com seus colegas. A mãe de Charlote estava em lagrimas.

“Como poderemos aceitar uma coisa destas? Mas ao mesmo tempo, quantos morrerão se não aceitarmos? Jamais dormirei em paz, qualquer que seja a decisão... A culpa é minha, jamais deveria ter deixado as coisas chegarem a este ponto...”

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ILHA DE TOROA

As palavras tristes e desesperadas de Norna fazem com que a jovem Charlote não se contenha e salte de seu esconderijo, surpreendendo tanto sua mãe quanto os piratas que ali estavam. Com palavras corajosas ela manda os piratas saírem da ilha que tanto amava.

Porem as coisas não eram tao simples assim... Os piratas, ao verem que somente se tratava de uma garota, começam a gargalhar. O chefe deles se aproxima ameaçadoramente.

“É mesmo? E onde está esse senhor das aguas? Não vi Nindassus mover um dedo sequer para ajuda-los, enquanto botávamos sua aldeia para arder! Não, vamos ficar por aqui... E voce ate daria para ser uma boa escrava, não fosse ser assim tão rebelde!”

Kana observava a tudo de seu esconderijo, e percebeu que realmente a situação havia ficado critica. Antes que o chefe pirata pudesse colocar suas patas sobre Charlote, a ninja lança sua kunai, que voando atinge o ombro do inimigo, que ruge de dor.

- É melhor vocês fugirem e buscar ajuda.- Disse baixinho para Charlote e Norma.

Porém era apenas Kana contra 20 piratas! Ela lutava com toda sua técnica, golpeando e se esquivando, mas não seria possível lutar contra todos eles!

Os ferimentos que sofria a deixavam cada vez mais lenta, até que finalmente foi pega e segura pelos braços.

Balek retira de seu ombro a kunai, e aproxima a ponta dela no pescoço de Kana, babando de raiva.

“Voce! Luta bem, mas é só uma! Vai pagar com sua vida, a vida dos dois homens que voce matou!”

Kana esbraveja e tenta se soltar, mas era inútil. Ela volta um ultimo olhar para longe, e percebe Charlote. Ela não tinha ido embora, como tinha sugerido... E estava diferente da doce Charlote de sempre! Parecia possuída!

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Charlote tinha resolvido ficar por ali, não iria deixar sua amiga para trás. Mas o que poderia fazer? O que sabia fazer? Kana sabia lutar, mas impotente ela viu Kana ser subjugada e pronta para ser executada.

A jovem sentiu uma grande ira dentro de si!

Com as mãos em formas de garras, mas não apontadas para os piratas, mas com as palmas para cima, ela sentiu o peso das aguas do mar sobre suas próprias mãos. Com grande esforço, sentindo seus braços tremerem, ela forçou... e uma enorme onda se formou. E trazendo as mãos para si, a onda parecendo um tsunami se levantou.



Foi quando o capitão Balek a viu e se assustou, fazendo cair a kunai e correndo para procurar abrigo, assim como todos os outros piratas.

Kana agora estava livre, mas também estava assustada com o tamanho daquela onda... Por sua vez Charlote parece ter acordado de um pesadelo... para se ver diante de outro.

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ILHA DE TOROA

O problema com os piratas repentinamente ficaram em segundo plano, e no final das contas, uma catástrofe acabou sendo trocada por uma outra ainda maior. Os piratas começaram a corre como baratas tontas, e o barulho das ondas parecia ter cessado, como se elas estivessem com medo de sua irmã de tamanho gigante.

Charlote e Norna observam paralisadas para o enorme tsunami, quando as palavras de Kana as fazem sair de seu torpor. Mas o que fazer? Não seria possível correr mais que aquela onda, e não parecia que nada fosse resistir a força do impacto das aguas. De qualquer maneira as duas seguiram atrás de Kana, que decidiu ficar atrás de uma arvore, depois de verificar que nenhuma das estruturas de madeira do porto aguentaria a força da tsunami.

Não havia mais tempo para se preparar ou para correr, a onda de 10 metros de altura já começava a descer, sua crista espumante caindo e fazendo um barulho ensurdecedor.

Em ato reflexo, Charlote estende uma palma da mão, enquanto com a outra segura firmemente no tronco da arvore, e abaixa a cabeça. Kana e Norna, que estavam bem próximas, se agarram com força.

Então...

O que se passou a seguir foi muito estranho. O grande barulho da onda cessou, e agora somente se ouvia o borbulhar e o som abafado das coisas submersas. Charlote, Kana e Norna olharam ao seu redor, e perceberam que estavam bem. E estavam secas!

Uma pequena área ao redor delas continha ar, como se fosse um tipo de redoma submersa. Do lado de fora era possível ver o movimento das coisas sendo levadas pela força das aguas, mas aquilo não parecia atingir o interior daquela bolha.

Norna se vira para Charlote, espantada e temerosa. Ela olhou para a palma da mão de sua filha, que brilhava num tom azulado.

“Foi... voce que fez isso? Assim como chamou a força do tsunami contra os piratas?”