ON Kariane: Mente e espírito

Ela já tinha ouvido falar do lugar, mas nunca havia ido para aquele lugar, mas sem nenhum motivo aparente. Sabia do que se tratava, mas tinha lá seus receios e agora lá estava ela.
Quando chegou e viu aquela imensa escadaria, respirou fundo e começou a subir. Parecia que estava indo com uma espécie de templo como tinha ouvido falar. O que será que ela encontraria lá?

Depois de alguns minutos chegou no topo e viu aquela figura de cabelos pretos baixinha que havia deixado ela bem cismada, pois sentia algo muito ruim vindo dele, mas era algo ruim e ao mesmo tempo triste. Não leria a mente dele por conta dos seus princípios, mas estava começando a se sentir ao mesmo tempo com raiva e melancolia ao estar perto dele e não conseguia entender bem o porquê. Era mais fácil estar ao lado de Yusuke, pois se sentiu hyper quando o conheceu.

- Sim... eu vim como combinado... – Ele a olha nos olhos e ela retribuiu  o olhar nos olhos e por mais que fosse desconfortável isso, pois parecia que ele queria que ela vasculhasse a sua mente, ela tentava se concentrar para que isso não acontecesse, mas não sabia se estava conseguindo ou não. Lhe faltavam habilidades e conhecimento para tal.

- Sim... – e então ela o seguiu, receosa ainda mas ao mesmo tempo estava ansiosa em ver o que seria dali pra frente...

Enquanto ia subindo atrás dela, ela ia observando todo o trajeto, prestando atenção por onde subiam pela escadaria, pela mata em volta e prestava atenção naquele barulho gostoso que vinha de toda aquela vegetação em volta, que era bem diferente do barulho da cidade. Era um barulhinho gostoso de ouvir e era muito pacífico, pois fazia com que realmente a mente dela pudesse ficar tranquila e relaxar, já que não precisava bloquear de si mesma o pensamento de qualquer outra pessoa que pudesse captar. Então, era o lugar perfeito para ela poder estar e mesmo subindo mecanicamente as escadarias, ela fechava os olhos brevemente em alguns momentos para simplesmente apreciar aquele novo ambiente onde estava e toda a paz que vinha dele.

Era muito bom poder não ouvir absolutamente nada, apenas o som da natureza que lhe cercava, mas o fato de nada ouvir chegava a lhe causar um sentimento grande de ansiedade em seu interior. O que será que estava lhe aguardando? O que será que iria acontecer? Onde é que Hiei estava a levando?

Em um determinado momento, era possível ouvir os passos dos dois ecoando pelo lugar assim que entraram finalmente no templo. Ela percebe que estava em um amplo salão, o que por alguns instantes a deixou apreensiva e inquieta. Seus olhos vagavam de um lado ao outro cheia de receios, pois tudo estava quieto demais e por mais que se forçasse ouvir alguma coisa, nada ouvia e isso era incomum demais para Kariane nada ouvir. Será que estavam realmente sozinhos lá dentro daquele salão?

Mesmo com aquela sensação estranha rodeando sua mente e seu espírito inquieto, ela seguia até que Hiei para em frente a uma ampla porta e fala com ela. Aquelas palavras lhe soaram como um bom alerta, mas uma vez decidida, ela seguiria em frente.

- Obrigada mas eu seguirei em frente... – Parecia que ela estava tão impaciente quando ele afinal de contas.

E ela olha para a bandana que ele lhe entrega. Tinha que vendar os olhos.. ou seja, teria que ser obrigada a botar sua mente e seus ouvidos para trabalharem, sem falar em se concentrar e tentar acalmar o coração que estava acelerado de ansiedade.

Ela então pega o objeto das mãos dele, respira e expira fundo umas 5 vezes para se acalmar e então coloca aquilo sobre os olhos fechados, amarrando atrás da cabeça. Seus cabelos estavam soltos então ela se certificou que o tecido estaria preso bem firme e que não sairia dali caso movesse a cabeça em alguma direção. Lodo depois, procurou se concentrar, enquanto tentava relaxar seus ombros da tensão do momento, pois algo teria que ser feito a partir dali, mas o que seria afinal de contas?

E ela ouve mais uma vez as “gentis” palavras de Hiei e resmunga para ele.

- Idiota ou não, eu to aqui para ajudar vocês... e agradeço se puder confiar em mim pelo menos um pouquinho... não sou tão poderosa quanto você mas devo poder ajudar em algo...-
Quando ela ouve algo sendo arrastado imagina que é a porta se abrindo e sente a brisa e o calor do sol batendo em seus cabelos. Parece que realmente estava um bom dia.

- Eu estou logo atrás de você... relaxa... – e seguiu caminhando atrás dele entrando pelo local. Ela não conseguia ver exatamente como era o local, mas sentia a sua volta e ficou tranquila quando ouviu a voz de Yusuke brigando com Hiei e chegou até a sorrir e a olhar na direção que Yusuke e Hiei estavam agora, indicando que sabia que eles estavam naquele lado.

Ela ouve atentamente as palavras de Hiei com toda a impaciência que elas transpareciam e disse como se além de estar descrevendo para eles, estivesse conversando consigo mesma:

- Eu já disse que vou continuar, mas não sei exatamente que tipo de ser é, pois parece algo sem vida que está vindo na minha direção. Sei que são dois seres, posso ouvir os sons que parecem gemidos, os passos arrastados e lentos na minha direção, mas não sinto nada mental neles. Parece que são feitos de algo orgânico, porém sem vida... os gemidos indicam vibrações que poderiam até percorrer o caminho do corpo todo mostrando algum tipo de oscilação como ondas cerebrais ou até mesmo batidas cardíacas, mas não consigo ouvir nada... consigo ver que são maiores do que eu e tem corpos, mas parecem vazios... o que é isso? Algum tipo de golem de barro? Não parece ser barro porque sinto que estou em um ambiente aberto com vento e sol...

Por segundos ela vira a cabeça para como se pudesse ver o sol e continua falando depois voltando a olhar para frente, na direção dos seres:

- Eu só sinto cheiro de vento comum, não sei se vai chover ou não mas sinto cheiro de mato.. vegetação... não vejo armas nas mãos deles.. nada que pudesse brilhar com a luz do sol... nada.. sinto alguma energia emanando eles mas parece que está vindo de algum de vocês ou até de uma terceira pessoa que além de vocês possa estar por aqui.. escondida... não sei... mas é a impressão que eu tenho...

Ela estava carregando uma espécie de mochila e por alguns instantes ela segura mais forte as alças da mochila, uma de cada lado como se quisesse tirar aquilo das costas.

Iniciativa Zumbis 1d20+5 = 11 + 5 =)

Então, como havia passado na primeira parte do teste, ela tirou então a venda dos olhos e olhou para os seres na sua frente. Realmente pareciam ser feitos de plantas como seu nariz havia indicado. Tantos anos dentro de uma cozinha ajudando no café haviam feito com que ela tivesse um bom nariz para cheiros, mas será que suas habilidades com uma arma cortante seriam boas ali para derrotar aqueles seres?

Kariane reparou também na posição que Yusuke e Hiei estavam e era bem como ela tinha sentido que eles estavam momentos antes e isso a deixou feliz de que realmente tinha sido boa naquilo.

Olhando brevemente em volta, percebeu também que estava em uma área na parte de trás do tempo, bem aberta e arborizada, será que conseguiria correr dali? Olhando para o outro lado, ela viu uma pequena mesa com um bastão e uma espada. Nunca havia usado nenhum tipo de bastão e também nenhum tipo de espada, então, o que poderia fazer?
Como aqueles seres estavam prestes a tocá-la ou até mesmo agarrá-la ela se lembrou dos tempos de escola, das aulas de educação física onde as vezes praticava alguns esportes com as colegas de sala e lembrou que quando jogavam futebol e alguém estava no gol, duas coisas o goleiro faria para poder pegar a bola: pular ou se jogar. Ela sabia que tinha alguma habilidade diferente dos demais, pois podia pular mais alto que as pessoas normais e até mesmo correr mais rápido que elas, então ela deu um salto para o lado o mais alto que conseguiu, para tomar uma distância maior das criaturas e escolheu saltar para o lado da mesa.

- É sério mesmo que tenho que derrotar eles? Jura? – pergunta ela olhando na direção de Yusuke e Hiei. Ela sabia que Hiei apesar de estar todo ranzinza tinha dado instruções de que ela devia derrotar aqueles seres mas... como poderia fazer isso? Será que bater com o bastão neles seria o suficiente? Bom.. não custava tentar...

Pegou então o bastão que estava encostado naquela mesa e então, fixando seu olhar em um ponto no horizonte a sua frente, ela se concentrou e deixou fluir as forças que vinham do seu interior e segurando aquele bastão como se fosse um taco de baseball, ela correu para cima daqueles seres em silêncio e usando uma velocidade parecida com a de Hiei apesar de ser menos rápida e procurou golpeá-los na cabeça e nas pernas, para que pudessem cair imóveis no chão e torcia para que aquilo fosse o suficiente. Nunca havia matado nada e ninguém, mas sentia dentro de sí o seu sangue ferver na medida que ia desferindo golpes contra aqueles seres. Ela planejava parar quando sentisse que eles estivessem imóveis no chão e iria dar outro salto para se afastar e ganhar distância para observar isso, para caso se ainda se mexessem, ela teria que pensar em outra coisa.

Seu coração estava pouco apouco ficando mais acelerado, mas ela não estava exatamente ficando com falta de ar com aquilo...

Ela mal teve tempo de observar o que havia restado do primeiro “zumbi” com a cacetada que ela deu. Sentia como se seu coração estivesse batendo muito mais rápido e como se sua pulsação estivesse bem na sua orelha, mas então sentiu a mão pegajosa do outro tentando segurar o bastão, mas que bom que ela conseguiu puxar o braço evitando de ser pega.

Karine tentaria acertar aquele outro da mesma forma que o primeiro, com uma cacetada na cabeça igualzinho, fazendo com que também se espatifasse no chão.

Caso ela consiga, ela iria terminar tudo com os olhos meio fechados, com o bastão apoiado no chão e tentando controlar um pouco a respiração tentando fazer seus batimentos desacelerarem um pouco e sua pulsação diminuir um pouco, por ter a impressão de que podia ouvir aquilo estava dando aflição.

Ataque: 1d6+1 = 4
Defesa: 1d6+1 = 4

Então mais uma vez ela precisava tentar golpear a criatura para derrubá-la.

Como conseguiu escapar de ser pega daquela vez e ainda estava bem agitada com o pulso e os batimentos cardíacos bem fortes, ela pega impulso e mais uma vez tenta bater com o bastão na cabeça daquele ser, para tentar derruba-lo de uma vez por todas.

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E com aquele golpe, conseguiu finalmente estraçalhar o zumbi no chão, como havia feito com o primeiro e finalmente aquele momento havia terminado e agora ela poderia finalmente fechar os olhos, abaixar levemente a cabeça e se concentrar para tentar desacelerar todo aquele turbilhão que começava a sentir.

Em parte, ela sentia como se o corpo dela sabia o que estava fazendo e queria mais. Ela sentia todo um vigor que nunca havia sentido antes e bem lá no fundo do sue interior sentia como se uma voz da sua consciência dissesse: “eu quero mais... mais...”

O bastão ainda estava firme e sua mão e parecia que de tão firme que segurava a palma de sua mão chegava a doer então pouco a pouco ela inspirava e expirava profundamente para desacelerar. Uma vez.... duas vezes..... três vezes... quatro.... cinco... e 6....... e pouco a pouco sentiu que o nublado do pensamento abaixava e parecia começar a sentir melhor, mas ainda estava de olhos fechados.

Ela observava os dois ainda segurando aquele bastão e tentando controlar a respiração. Não estava sendo fácil, mas dentro de alguns minutos a mais ela conseguiria se acalmar um pouco mais.

Quando ouviu Yusuke chamar ela de “esquisitinha”, uma veia saltou em sua testa. Por que ele teria que chamar ela assim afinal de contas? Mas de certa forma ela deu uma leve risada como comentário de “não deu tempo de anotar a placa do que o atropelou”. Quando Yusuke tocou os ombros dela ela ficou um pouco tensa e parou um pouco de rir olhando para ele. Geralmente as pessoas não tocavam nela, nem os pais e era estranho aquilo, mas bom decerta forma, o que a fez sorrir de leve.

Ouviu Hiei e Yusuke discutirem um pouco e ficou feliz em saber que finalmente iria aprender alguma coisa e isso a deixava empolgada, mas quando viu o demônio com aparência de morcego ficou um pouco com os olhos esbugalhados. Será que era algum amigo deles? Ela o cumprimentou com um leve aceno com a mão como se simplesmente falasse oi e então virou-se para Yusuke e disse:

- Bater nele? Tá... estou... – disse ela com um ligeiro receio em sua voz.

Ela observa a conversa dos dois em silêncio sem entender muito bem o jeito com que se tratavam, ainda mais pelo jeito que Yusuke falava.

Ela então observou a árvore e o que ele fez com a árvore. Por alguns instantes ela arregalou os olhos vendo a bola de energia meio azulada e esbranquiçada se formando na ponta do dedo indicador dele. Quando ele disse que ela deveria imaginar como se fosse um revólver puxando o gatinho e então disparou fazendo o rombo na árvore. Aquilo foi impressionante.

- Concentrar a energia no dedo... hnn... – ela faz uma breve expressão de quem está pensando no que ele disse tentando entender como poderia fazer isso e então ela fecha os olhos, estende a mão direta para frente, deixa o dedo indicador esticado, segura o punho com a mão esquerda e então tenta sentir a energia do seu corpo fluindo e indo em direção ao dedo.

Como estava com os olhos fechados, ela não poderia ver se estava dando certo ou não, mas caso estivesse funcionando, Yusuke poderia ver uma energia levemente avermelhada se concentrando na ponta do dedo da garota.

Inicialmente tudo pareceu seguir como uma certa naturalidade, porém era estranho de se ver que teria que bater no morcego, que aparentemente era algum tipo de conhecido de Yusuke. Se era algum tipo de conhecido ou colega, não podia simplesmente despejar toda a força nele e correr o risco de machucá-lo, por mais que parte de si não acreditasse que tinha lá força e pudesse mesmo vir a machucar alguém.

A informação de só poder usar o leigan 1x ao dia era vital, então teria sempre que tomar todo o cuidado com aquilo pois realmente tinha que ser esperta e não desperdiçar. Vai lá saber se precisaria usar mais de uma vez. Mas o que será que aconteceria se ela tentasse usar mais do que uma vez? Por alguns instantes ela se questionou disso.

Quando Yusuke a virou para ficar frente a frente com o morcego e o pior ainda, empurrou ela para dar um passo para frente e meio que quase desajeitada ela cambaleou, ela olhou o adversário, respirou fundo e pensou o que faria e então decidiu: ela olhou no chão ao lado dele e viu que aquele bastão que usou antes ainda estava lá, o que seria perfeito, afinal não pretendia machucar muito o morcego caso acertasse nele então o bastão deveria servir, já que ela não tinha lá tantas habilidades de socos e chutes.

Ela se abaixou então e assumiu uma postura que também era defensiva, procurando aguçar sua mente e seus ouvidos para captar o que aquele morcego estava pensando, afinal com aquela distância em que estavam, ele estava no território dela e sabendo o que ele faria, ficaria mais fácil de contra-atacar, sem ferir muito ele e ser mais eficaz em derrubá-lo.