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    Ligação Inesperada - Primeira lua nova - Terceiro capítulo

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    Mensagem por Bastet Sex maio 14, 2021 12:28 am



    Samantha
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    Sam apenas assente quando ele fala que vai desligar. Aguarda, ficando um pouco mais sonolenta no processo, mas reparando quando ele volta a ligar daquele jeito esquisito. Fica uns segundos em silêncio, reparando na expressão pálida e desolada dele.

    Apenas assentiu com a cabeça quando ele perguntou se estava tudo bem, mesmo não estando.

    - Não era nada secreto pra precisar de linha segura, eu acho – dizia, se ajeitando na cama, deitando o corpo um pouco mais – Eu fui mais babaca que o de costume hoje cedo. O momento foi muito ruim mesmo, então... – suspirou – Bem, eu achei babaca mesmo o que rolou, mas você teve seus motivos. Hoje eu entendi que faria qualquer coisa pra manter minha família segura também, achei que devia me desculpar – talvez fosse o mais próximo de uma desculpa que ele ouviria de Sam.

    - Mas o que rolou aí? Mais cedo cê tava todo bonitão, saído do spa... Agora tá só a carcaça...

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    Mensagem por Ankou Sex maio 14, 2021 12:54 am









    Ele parece satisfeito de alguma forma quando ela assente que está bem - A gente sempre fala coisa que não deve, melhor proteger o segredo. - ele não precisava dizer aquilo, era claro que ela sabia, mas era quase como se sentisse o dever de o fazer.

    - É pior do que isso Sam, é manter a família segura e os dois lados seguros, eu não podia continuar correndo na frente eu ia fazer pior do que atrasar a alcateia, eu ia virar um problema - ele diz disperso, mas olha pra tela no momento seguinte, o olhar é cheio de desejo - Eu sou uratha Sam, cê acha mesmo que eu ia parar na primeira? Você geme gostoso quando você goza. - na voz um tom de elogio e ele mostra os dentes cheio de lascívia, os lábios desenhados como um convite, tudo nele mesmo naquele estado tem alguma sensualidade - Se dependesse da minha vontade a gente ia ficar lá até o sol nascer. - ele chega a recobrar alguma cor depois de falar aquelas palavras.

    Ele acende em seguida um charuto pela metade, demora pra ele responder o que aconteceu, dá pra escutar o barulho do fumo queimando quando ele puxa. - Eu tinha um problema Sam, eu acertei as minhas contas com a Loba Caçadora, não tá me fazendo bem, seria uma heresia esconder essa bosta, parabéns você é a primeira a saber. - não tem animação nenhuma na voz. - Falei do meu dia de merda, agora me conta o seu? - não tinha nenhuma soberba ou brincadeirinha na voz, apenas um convite de alguém nitidamente quebrado querendo se escorar em outro.
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    Mensagem por Bastet Sex maio 14, 2021 1:32 am



    Samantha
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    Ela não contestou sobre o segredo, sabendo que realmente poderiam falar algo que não deviam. Suspira com a primeira frase dele e assente – Eu não tava na tua pele pra saber sua motivação. Imagino que era ainda pior do que você descrev... Connor! – ela ficou vermelha, um pouco sem graça. Não estava esperando mesmo que o assunto surgisse ali, naquele momento.  Na verdade, desde que começou a fuçar o seu próprio passado, a noite que os dois passaram juntos deixou de ser apenas “pegar um cara casado”... Mas se tornou pior... “pegar um possível irmão”.  Ela coçou de leve a cabeça.

    - Cê nem lembra, deixa de ser besta – só desconversou, não querendo falar naquilo – E pelo menos fizemos menos mal aos envolvidos, dando umazinha só – era pra soar cômico, mas só soou estranha a frase.

    Por sorte, as merdas da vida criaram um novo assunto. Um bem complicado. O olhou por um instante, pegando algo na mesinha e parecendo comparar o que via na tela com o que via no papel, sem deixar que ele visse aquilo. Analisava a foto de Adam... Os traços dele, os próprios traços e os de Connor. Balançou a cabeça, voltando a falar – Eu soube que correr sozinho é algo desesperador. Sem o lobo, deve ser pior – ela puxou a correntinha com a dogtag que ele tinha dado de dentro da blusa – Você não me disse o que significava. Espero que não seja algo relacionado à montar em você – só brincou pois tinha reparado que ele se animara quando falou a outra besteira. De toda forma, guardar aquilo, mesmo estando puta como estava com ele antes, devia significar algo... talvez desse um pouco de conforto pra Connor – Eu levo a sério quando me dizem que sou família. Você não tá sozinho, mesmo sendo um cuzão – desviou o olhar, querendo falar mais, mas não o fazendo. No fim, as palavras dele quando a trouxe pra alcateia tinham resolvido o que ela queria dizer: se dependesse dela, ele não tava sozinho.

    - Você vai tentar entrar em outra tribo? Como isso funciona? – perguntou, curiosa. Logo ele perguntou sobre o dia dela e ela suspirou.

    - Problemas lá na clínica. Sempre que to lá ajudando e chega uma criança, eu fico meio abalada, sabe? Ainda mais quando tem risco de morte. Fico imaginando mil coisas... Hoje eu tava me perguntando se minha criança pode ser tão frágil quanto um humano... Ou se já vai ser um de nós. Na verdade, as duas coisas me assustam, acho – bebeu mais um pouco do chá, fazendo outra careta, escondendo o rosto com a caneca, sem jeito por falar tanto de si.


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    Mensagem por Ankou Sex maio 14, 2021 2:25 am









    Ele meneia em positivo quando ela fala que não estava na pele dele, a verdade é que ninguém tava, não dava pra viver na pele dos outros, pelos ideais dos outros, nem do vô, talvez esse tivesse sido o primeiro erro, mas ele prefere o silêncio.

    O sorriso cristalino dele se intensifica quando ela cora - Eu lembro da porra toda viu? Até do seu perfume de lavanda junto do seu cheiro excitada, pra você pode ter sido umazinha Sam, mas eu nunca me senti tão livre igual aquele dia. - ele suspira, o olhar pra tela era ferino, não intenso igual aquele dia na pedra, mas era. - Aquele dia me fez perceber um monte de merda sobre mim que eu nem sabia. A gente fez o que a gente nasceu pra fazer. - a coisa toda soava quase como um obrigado a ela, ainda que fosse de alguma forma auto reflexão, ele não prossegue, achava que de alguma forma ela podia entender todo o lance que ele tinha explicado antes sobre o ciclo dos urathas.

    - É uma merda! - A ênfase dele não deixa a menor dúvida - Eu dei sorte de achar uma galera boa pra me ajudar, mas eles não são alcateia saca, não sei se tô pronto ainda. Nem sei se eles iriam me querer aqui de forma permanente. To ajudando aqui e ali e não me fodendo muito no processo. - Existe uma tristeza na voz que ele tenta disfarçar a todo custo e falha miseravelmente, ainda que ele agisse como se tivesse tudo bem.

    Ele gargalha quando ela mostra a dogtag e faz a piada - Engraçado, eles nunca te disseram é? - ele diz a palavra na primeira língua, parece um grunhido feral inteligível - Ossuda - Ele ri. - Ossuda é seu nome, eu te dei um nome, por que você é osso duro de roer, eu gostei de você desde a praia, não nesse sentido pra ter levar pra pedra saca? Mas como pessoa, osso duro de roer, magrela e quase deu na minha cara. - dá pra ver as memórias felizes se formando no olhar dele, o humor parecia já bem melhor, conversar parecia lhe fazer bem, ainda que ele parecesse meio pálido. - Mostra isso pra qualquer lobo e ele vai saber quem você é e ele vai saber que um uratha te deu esse nome. - ele nem escondia a ponta de orgulho. - Palavras na primeira língua são mais fortes do que você imagina, elas carregam sentimentos, tem gosto e cheiro. - ele não tinha como descrever aquilo melhor, talvez um outro uratha mais letrado fosse capaz.

    - É eu também levo a sério. Valeu pela força. - ele bate duas vezes com a mão fechada sobre o peito como se tivesse grande consideração por aquelas palavras, dá pra ver a dogtag dele ainda com uma única placa pendurada em volta do pescoço.

    Ele fica pensativo quando ela lhe pergunta sobre uma outra tribo. - É igual procurar emprego, você pede pra entrar se o cara que tá dentro for com a sua cara ele te dá um teste, senão você se lasca. - ele continua respondendo a outra pergunta dela - Eu andei pensando sobre, mas não sei ainda, ainda tô pensando. - ele parece ainda mais desanimado.

    - Pode crer, criança em risco é foda, mas deu tudo certo? - ele pergunta parecendo realmente se importar. - Sua criança vai ser o que tem que ser, igual a minha, quando ela vier a gente ajeita da melhor forma possível. - ele fala quase como um reflexo, sem querer, como se quisesse cuidar do filho de Sam também - Não tem nada que eu queira mais do que ver meu bebê. - ele solta um pigarro tentando disfarçar a emoção, mas ele parecia longe de ser psicologicamente capaz daquilo, e desconversa tão rápido quanto pode. - O que é isso que tu tá bebendo? Parece horrível, deve ser igual os chás da minha véia. - ele diz dando uma risadinha de chacota.
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    Mensagem por Bastet Sáb maio 15, 2021 8:03 pm



    Samantha
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    No exato momento em que ela falou aquilo, Samantha se arrependeu. O sorriso de Connor entregava que ele tinha algo besta em mente, mesmo pra pessoa mais tapada com isso, como a Sangue de lobo. Nem ela mesma se lembrava do perfume que usava, mas possivelmente era o de lavanda, um dos únicos que ela tinha.  – Cala a boca, Connor  - Disse quando ele começou a descrever os cheiros dela, mas entendeu que pra ele não tinha sido importante exatamente por aquilo – Sei lá. Não consigo concordar muito com isso. Digo, pessoas estarem dispostas a foder quando quiserem? Isso eu concordo, mas não acho que seja regra... De vocês, de nós ou do que quer que viva mais por aí... – Bem, se existiam lobos, fantasmas e tudo o que Ash contara, não duvidava de outros seres sobrenaturais. – O instinto é avassalador, mas a vida não é preto e branca assim...

    Encolheu os ombros quando ele começou a contar sobre a experiência de estar sem tribo e sem alcateia.  Ela apenas escuta, parando por um momento de analisar a foto.  – A galera que te botou como segurança daquelas coisas? – ele tinha dito algo sobre isso na ligação anterior – Só... cuidado. – desviou o olhar, agora pra foto que Connor não podia ver, nesse momento talvez só pra se focar em outra coisa. Parecia que ia dizer algo pessoal, mas se cala.

    Enquanto ele brinca sobre a dogtag, ela fez uma careta, voltando a analisar as similaridades e conclui que não se parecem em nada. “Obrigada deus, mesmo eu não acreditando em você, ce foi maneirão”, pensou, logo ouvindo a palavra em uma língua esquisita e o seu significado em seguida. – Eu nunca mostrei pra eles, na verdade. Talvez só a Anne tenha visto – explica e dá um sorriso, assentindo – Ossuda, magrela, minha autoestima vai lá em cima hoje – brincou, sem graça pelo elogio.  Quando ele falou sobre a “primeira língua” ela pareceu se interessar – Uma vez fui falar algo com esses sons que vocês fazem, quase levei um tapa – riu, se lembrando de Anne fazendo a maior careta do mundo quando ela tentou falar o nome da Loba Caçadora – É só entre vocês que faz sentido? Essa língua?

    Sam deu uma piscadinha de um olho quando ele disse que levava a sério a coisa de família. – Eu imagino que vá fazer o melhor pra você e sua família. Acha que se entrar, aquele treco para de te seguir? Pelo que entendi, tá só na sua tribo e do Axel né? – se esforçava pra lembrar se tinha mais alguém, além deles e das alcateias antigas de Hunter em Dover, falhando em lembrar – Seja o que for... vocês deviam dar um trato nisso. Um trato bem doloroso – a expressão dela ficava séria e aquilo parecia muito mais pessoal do que devia ser.

    Por fim, o assunto se voltou pra Clara.

    - Sim, deu tudo certo na medida do possível – suspirou, virando a câmera do celular – Consegue ver com essa ligação esquisita? – tentava mostrar a barriga. Puxou o pano da blusa, mostrando o ventre levemente elevado. Como ela era magra, dava pra perceber um pouquinho – A da Emillie tá maior. Sua criança vai ser grande igual ao pai. – os dedos dela passavam de leve na pele branca da barriga, feliz em conversar sobre aquilo. Logo voltou a câmera pra si mesma novamente.

    - É um chá lá do Sebastian. Aparentemente bom pro sono e pros enjoos – bebeu mais um pouco, claramente não gostando.

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    Mensagem por Ankou Sáb maio 15, 2021 8:52 pm









    Ele ri quando ela manda ele calar a boca, como se tivesse prazer em alguma coisa - Não é preto no branco, mas tem horas que a gente não pensa muito, tem horas que é melhor nem pensar. - ele não insiste no assunto.

    Logo ele fica sério, e as palavras de Sam fazem ele se sentir acolhido de alguma forma dá pra ver a expressão dele amaciar - Eu sempre tenho cuidado. - ele diz num tom de que ela não precisava se preocupar, mas por um momento ele parece apreensivo - Nah, o treco ainda tá aí Sam no cangote da Rail e do Axel, melhor você ficar longe dele, ou pelo menos não ficar sozinha com ele. - dava pra sentir a preocupação dele mesmo do outro lado da tela e o tom de aviso era impossível de passar despercebido.

    Ele sorri dessa vez simpatia pura quando vê ela feliz pelo nome, leva o charuto à boca e fica brincando com a fumaça enquanto ela fala - Você nunca me falou qual é o seu lance com a Anne, vocês tão sempre juntas quando ela tá na cidade né? Cêis são primas algo assim? - não tem malícia nenhuma na voz, mas havia de fato uma curiosidade, os Lobos a Diesel sempre pareciam tão livres e desprendidos em cima de suas motos pra lá e pra cá.

    - Ah eu gosto disso em você também, seu interesse na gente é incomum Lina ia gostar de te conhecer sério mesmo, eu quando era um Sangue do Lobo tava é querendo correr fora de tudo que envolvia os Urathas, queria minha carreira no esporte e sumir de Dover… Minha mãe nunca deixou de me contar histórias no entanto e isso salvou meu couro trocentas vezes - Dá pra sentir a nostalgia exalando dele de uma vida comum que ele nunca iria viver, ou talvez de Dover e da própria mãe - Na verdade é a língua dos espíritos, todo uratha sabe, mas alguns Sangue do Lobo também conseguem dominar, Marco não fala bem, mas ele entende tudo, é instintivo ou cê sabe ou não sabe. - como sempre ele parecia tomar aquele ar meio didático quando falava daquelas coisas, mas logo aquilo se desfaz.

    - Ex-tribo… - Ele completa sem animação ou orgulho qualquer. - Talvez, eu pensei nessa hipótese, mas tribo não é assim Sam, é como se fosse uma religião, você não passa acreditar da noite pro dia, eu escolhi a minha por conveniência e olha onde eu vim parar? Talvez eu tenha uma segunda chance, mas é isso, eu não posso fazer cagada dessa vez. - o rosto se desvia dá pra ver ele pensativo coçando o nariz enquanto mantinha o charuto entre os dentes.

    Logo ele toma o tablet em mãos colocando o charuto de lado quando ela mostra a barriga, ele sorri, o ar dele muda de uma hora pra outra, alguma coisa dentro dele aquece, ele sente felicidade pura - Dá pra ver sim. - ele responde com a voz suave que ele não tinha costume de usar, aquilo mexe com ele, ainda dá pra ver o rosto dele colado na câmera, dessa vez a aparência corada, muito diferente da que Sam havia encontrado ele desde que aquela conversa havia começado. - Eu tentei falar com ela, acho que deu alguma merda com o celular, não sei, mãe ficou de cuidar dela pra mim até eu ter tudo certo pra ela vir ficar comigo, eu ganhei uma grana essa semana mandei pra conta dela... Ela sabe? Tipo sabe da gente? - o tablet volta à posição original e ele se recosta no sofá retomando o toco de charuto que fumava.

    Ele termina com uma careta mas dá de ombros pros chás de Sebastian.
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     Ligação Inesperada - Primeira lua nova - Terceiro capítulo  - Página 2 Empty Re: Ligação Inesperada - Primeira lua nova - Terceiro capítulo

    Mensagem por Bastet Dom maio 16, 2021 7:37 pm



    Samantha
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    Sam dá de ombros, também não estendendo o assunto. De certa forma, conseguia compreender o que ele dizia, ela mesma agia por impulso em muitas coisas de sua vida... Só não tinha certeza se ficaria de boa com a própria culpa, caso o relacionamento dela e de Anne fosse igual ao de Connor e Emillie. Por sorte, não era.

    Sorriu quando ele disse que sempre tinha cuidado, ficando vermelha quando ele comentou de Anne. – Eu não te contei né? – nem se lembrava mais quem já sabia ou não. Não era de fato algo que escondiam, mas Sam não era do tipo que saia falando da vida por falar. Naquele dia, em especial, estava falante, talvez pelo fato de a conversa estar fazendo bem à cabeça cansada dela.  – Ela é a mãe do meu filho... – disse, naturalmente, acostumada já à situação atípica. Nem explicou, pensando que “mudar de forma” era algo comum entre alguns deles.

    - Lina? – não reconheceu o nome – Eu acho que a gente tem trajetórias diferentes nisso né. Tu tava dentro antes de poder escolher... Eu tava fora, sem opção de escolha. A verdade é que, se não fosse esse filho, eu acho que eu nunca ia saber de tudo isso. Então aproveito a oportunidade, pra saber o máximo possível pra não colocar o lobinho em perigo – “lobinho” era o jeito que Sam e Anne costumavam chamar a criança, a mulher nem reparou que usou o apelido, sem costume de conversar sobre a gravidez sem ser com Anne ou Chloe. – Hmm... maneiro. Nossa, falando nisso, sobre coisas esquisitas que a gente Sangue de Lobo pode fazer... Sua mãe me disse que eu posso ver fantasmas... E coisas assim. Me senti no iluminado... Pera, acho que você nem tem idade pra conhecer esse filme – riu.

    - Tem razão... eu acho. Já tem alguma em mente? Com a qual você se identifique e tudo mais – estava curiosa. Até então, achava que era algo pra vida toda. Por que o pai tinha ficado nos Hunter, mesmo com o risco de enlouquecer?

    Quando mostra a barriga, ela sorri vendo a cara de Connor assumir quase a forma de um dedão, de tão perto que ele chegou da câmera. Ele era um cara família mesmo, até a mais leiga em ler pessoas conseguia perceber – Provavelmente não, ela não deve querer falar contigo. – era uma realidade dura, mas muito possível -  Eu não sei o que Ash tá fazendo, mas o Shaw tá tomando conta dela como pode. Não tem tanto tempo que fui lá na casa da amiga dela, pra ver como ela estava... Ela não deixou eu examinar, mas parecia bem. Talvez a Chloe tenha mais sucesso nos exames – Sam encolhe os ombros – Eu não faço ideia, mas acho que sabe sim. No dia que tu vazou algumas coisas desnecessárias foram ditas em voz alta no quintal e... Bem, a casa não é tão longe. Eu não perguntei, Connor... Não quero causar mais emoção a ela, pode prejudicar a criança... Mas se em algum momento ela quiser conversar, eu não vou mentir – deixou claro a sua posição quanto àquilo.


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     Ligação Inesperada - Primeira lua nova - Terceiro capítulo  - Página 2 Empty Re: Ligação Inesperada - Primeira lua nova - Terceiro capítulo

    Mensagem por Ankou Dom maio 16, 2021 8:10 pm









    O rosto fica vermelho enquanto ele tosse com a declaração de Sam sobre Anne, ele tosse e perde a compostura - Que?! - ele olha pra tela incrédulo ainda com algum resquício de tosse - Anne é um travecão? - ele solta a primeira coisa que vem a cabeça sem ter a menor ideia do que aquela afirmação de Sam queria dizer direito.

    --

    - Lina é minha prima, irmã do Brendan, ela gosta de correr atrás de descobrir coisas que nem devia… - um leve toque de desaprovação na voz em relação a prima.  - Trajetórias diferentes, sorte sua, mas não importa, mesmo que o filho não fosse da Anne - aquilo ainda soava estranho de falar, dava pra ver na expressão dele - Tipo, filho de Sangue do Lobo vai nascer um Sangue do Lobo, mesmo que a outra metade seja humana. Sua sorte real foi nunca ter topado com os escrotos… Os Puros ou os Cães. - ele apresenta o nome, mas faz questão de matar o assunto. - Melhor nem saber ou nunca ver nenhum deles se possível.

    - É tenho sim. - ele prossegue sobre o assunto das tribos - Minha mãe nem vai ficar orgulhosa se eu decidir o que tô pra fazer, mas a vida é minha certo? - a pergunta retórica mais autoafirmação que outra coisa.

    Ele escuta pacientemente sobre Emillie, não parece esboçar reação nenhuma, nem mesmo parece ficar furioso quando ela diz que ela podia ter escutado coisas vindo de alguém no quintal da casa - Emillie fui eu me fazendo de otário sonhando que eu podia em algum aspecto ter uma vida normal, uma vida que eu nunca vou ser capaz de viver Sam. - ele fala com as palavras de alguém que já tinha chorado o bastante sobre o assunto e as lágrimas já tinham secado. - Eu não sei como eu e ela vamos ficar, mas meu bebê não vai ficar na merda e sem pai eu garanto isso. - não tinha nenhuma dúvida na voz. - E tu e a Anne, ela sabe? Tá de boas com isso? A gente não casa Sam, mas se ela te elegeu companheira dela, eu tô vendo que isso vai dar merda pro meu lado. - uma afirmação simples sem preocupação na voz, como se tivesse disposto e pronto pra arcar com as consequências.

    Ele mudou de assunto no momento seguinte, parecia cansado de coisas tristes - Conseguiu falar com a minha mãe? Ela te respondeu alguma coisa? - impossível esconder a curiosidade na voz e no olhar.
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    Mensagem por Bastet Dom maio 16, 2021 11:24 pm



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    Sam não consegue contar uma risada alta – Porra Connor, minha mulher não é traveco, cara – riu de novo, da forma que ele falou. Possivelmente ela não teria problema se fosse também, mas não imaginou que ele falaria aquilo. – Eu conheci ela na outra forma dela, ela pode virar homem e tal. Acho que é coisa de lobo... Pensei que era comum – tentou explicar, talvez não usando os termos mais corretos – Enfim, ela frequentava o bar onde eu trabalhava e a gente se pegava antes de eu me mudar... Aí engravidei e descobri que o pai é ela. Não faz essa cara, pode ser um dom... versátil Sam cora, indicando no quê o dom era versátil. Muda de assunto rapidinho.

    ---

    - Eu provavelmente gostaria dela também – diz, pensativa. A Maioria dos Sangue de Lobo não iam muito contra os lobos. Seria bom conhecer alguém mais “curioso”.  – Oh, sério? Tem certeza? Eu pensei que podia ser humano... – Sam não sabe se a notícia é boa ou ruim. Se fosse humano, ele poderia ter uma vida normal... Mas também poderia acabar igual Clara. Se não fosse... Bem, tinha muita coisa pra aprender nesse mundo. Será que Sam dava conta de ensinar?.. Ela ficou um tempo calada, nem reparando no papo dos cães.

    Voltou a prestar atenção quando ele falou da tribo, assentindo – Ela te apoiou quando você saiu igual doido da cidade. Se você mostrar que merece orgulho, ela vai se orgulhar – não parecia ser algo só pra motivar, realmente acreditava naquilo.

    ---

    - Você acha mesmo isso? – perguntou, ajeitando a postura que tava caindo, o corpo já meio mole pela medicação – Realmente não dá pra saber como vão ficar... Mas se você voltar já pensando que ela é algo de um momento da sua vida que você não tava satisfeito... – deu de ombros, não querendo dar conselhos amorosos enquanto ela mesma só tinha dado... sorte? – A Anne? Ahan, ela sabe. Disse que sou previsível e disse que tenho um gosto péssimo pra homens – Sam dá uma risadinha – Nós temos um relacionamento aberto, não se preocupa com isso – não entendia toda a preocupação dele.

    No fim, ele perguntou da mãe e ela assentiu.

    - Não só isso. Descobri quem são... foram meus pais – disse, dessa vez não tão animada – Conversei com sua mãe, depois fui fuçar numas coisas... Eu ainda tenho um avô... Em High Cup Hill... Isso é bom, né?


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     Ligação Inesperada - Primeira lua nova - Terceiro capítulo  - Página 2 Empty Re: Ligação Inesperada - Primeira lua nova - Terceiro capítulo

    Mensagem por Ankou Seg maio 17, 2021 12:11 am









    Ele ainda se controla pra parar de tossir - Nunca ouvi falar disso - ele diz com os olhos arregalados e nitidamente surpresos - Pera vou pegar uma água. - ele se levanta e some de frente da tela por no máximo um minuto e volta com uma coqueteleira bem daquelas de academia que devia ter pelo menos meio litro de água, cheia até o topo, ele vira a coisa na boca e pelo menos um terço da água desce em segundos.

    - Nós somos criaturas de mudança, meio espíritos, meio carne, espíritos não tem sexo, é eu suponho que seja possível, eu não faço essas paradas, mas a Anne tá na estrada há mais tempo que eu. - ele arqueia uma sobrancelha quando ela fala “versátil” na palavra, ele faz uma cara de nojo e espanto que ele não consegue esconder - Ahhh não, não, não. Nunca jamais! Pode até ser útil uma parada dessas, mas não pra isso aí, pra mim não, já saquei que tu curte as duas paradas. - de alguma forma a imagem de Anne com um bigodinho tosco ou uma barba rala vem na cabeça dele e ele acha ele horrível só de imaginar.

    --

    - Sem chance de ser humano. - ele diz sem nenhuma dúvida - Tu disse que pode ver fantasmas, é uma capacidade até relativamente comum, às vezes os Sangue do Lobo morrem sem saber do que são capazes, não é uma ciência exata, mas quando seu bebê nascer pode procurar a marca nele, ele vai ter uma de nascença, todo Sangue tem, humanos sucumbem a um medo irracional quando veem um uratha em qualquer forma que não seja a humana ou do lobo, aquele dia na reserva você provavelmente se mijaria de medo se fosse humana quando me viu na forma do lobo ancestral. - Ele dá um sorriso nitidamente malicioso. - Sua marca tá na bundinha é bem bonitinha. - ele dá uma piscadela provocadora, um sorriso sem pudor algum.

    Quando ela fala da fuga dele o olhar vem abaixo - Ela me apoiou por que ela sabia que seu ficasse ia morrer, eu teimei muito em sair, eu provavelmente teria morrido se não fosse meu bebê e muito provavelmente teria levado um monte de gente comigo e terminado como os outros da tribo. - as palavras saem cheias de dor, como se uma sobra pairasse sobre o rosto.

    - Soou insensível e fodido né? Eu sei. - ele diz com um olhar baixo, uma tristeza visível - Mas é verdade, não é como se eu não quisesse ter uma vida normal, eu nunca vou ter e não aceitar isso é tolice, é arriscar minha criança e a Emillie, eu não posso fazer isso Sam, eu me coloquei numa ilusão onde eu tinha controle das coisas e eu não tinha de verdade. - ele para e fica refletindo por um tempo, sobre Emillie, sobre como Anne e Sam levavam o relacionamento delas. - É talvez fosse uma opção pra mim, abrir o relacionamento, se é que ainda existe algum… - ele dizia aquilo, mas sem muita convicção, a verdade é que pensar nela com outro cara nem o importava tanto, mas pensar que ela podia engravidar de outro sujeito fazia o sangue ferver.

    Ele arregala os olhos pra tela, mas a coisa tem um misto de provocação e diversão quando ela repete o que Anne havia falado dele - Tu fale pra ela se lascar, que eu lembro muito bem dela lambendo a Asia e olhando pra mim, eu era novato e tapado, mas eu dou um braço se aquele dia ela não queria que nós três nos pegássemos! - A coisa tem um tom falso de alarme.

    Dá pra ver Connor ficando boquiaberto quando Sam fala do avô. - Eu conheço o velho, lua gibosa brabo, brabo no último, ele provavelmente vive mais do lado de lá do que o de cá, todo cheio de profecias complicadas, uma autoridade que eu nunca vi igual. - ele baixa os olhos, como se respeitasse a dor de Sam. - É ele me disse que o filho dele havia falecido em Dover, eu tinha certeza que ele era um dos amigos da minha mãe, mas a gente vive numa porra de mundo pequeno, quem ia imaginar… - ele se recosta de volta no sofá virando mais da água na boca. - Quer ir ver ele? Tipo, não espera muito afeto do velho, ele é mais espírito do que carne, mas de algum jeito ele vai ficar feliz em te ver, mais feliz com a sua criança na barriga pode ter certeza. - a proposta toma um tom sério, ele chega a se curvar pra frente e aproximar o rosto da tela.
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     Ligação Inesperada - Primeira lua nova - Terceiro capítulo  - Página 2 Empty Re: Ligação Inesperada - Primeira lua nova - Terceiro capítulo

    Mensagem por Bastet Ter maio 18, 2021 11:25 pm



    Samantha
    Doiley

    Sam esperou Connor voltar, achando divertido que ela, em seu pouco conhecimento sobre aquele mundo, pudesse ter surpreendido Connor com alguma informação que ele não sabia. Sentiu até a barriga doer de tanto rir quando ele a amaldiçoou por falar do outro sexo de Anne.

    - Você devia experimentar antes de falar que não gosta – ela riu novamente, com os prováveis xingamentos que viriam daí.

    ----

    Samantha assente quando ele diz, com certeza, que a criança não seria humana. Pelo menos, agora, sabia em qual direção deveria se preocupar para manter sua criança segura. Ficou vermelha quando ele afirmou que a marca dela era na bunda. Ela realmente tinha uma marquinha lá, mas não sabia que Connor tinha reparado naquilo – Como você pode lembrar de tanta coisa depois de beber pra cacete, Connor? – bufou – Mas por que temos essa marca? Espero que não seja pra provar que somos Sangue de Lobo... Se não eu vou ter de ficar de bunda de fora pra isso – deu uma risadinha.

    Quando ele falou da mãe, ela suspirou. Sabia que aquilo era verdade, Adam que o diga – Eu sei, Connor. Meu pai... Ele morreu assim – baixou o olhar – Mas sua mãe luta por você, mesmo que você provavelmente faça tudo ao contrário. Pode ser o jeito dela de demonstrar, sabe? – talvez nem Sam estivesse se expressando direito. Ela não sabia tanto sobre maternidades.

    - Acho que sua mãe te mimou também – ela disse, dando um pequeno sorriso,  só pra tentar quebrar a tensão – A vida nunca é como queremos, Connor. Nunca. Se você vier com negativas sempre que algo sair do controle, porra, mano, tudo o que você vai ter é a fera dentro de você. Ela não tem esse senso de moral, tem? Ela não se sente culpada. Uma vez você me disse que nós somos responsáveis por trazer o lado humano de vocês, mas precisa ter esse lado, antes disso. Deu merda com a vida de Barbie de vocês? Você gosta dela? Luta,pô. Não gosta? Assume, não culpa uma vida que não vai mudar. Vocês sempre terão um filho em comum, juntos ou não... Vai ser melhor pra ele que vocês sejam amigos ao invés de uma mãe magoada e um pai. Enfim, não é da minha conta isso tudo, desculpa pela opinião – ela assentiu no fim – É bom ser livre, eu gosto bastante. Não tem o lado maçante dos relacionamentos, em geral...

    ---

    Sobre Anne, Sam abre um sorriso malicioso – Ela devia querer. Você no meio das duas, ela por trás – falou, com bastante convicção, logo deu uma risada.

    Estava virando de lado na cama quando ele falou que conhecia o avô dela. Ficou surpresa quando Connor afirmou conhecer... E achar que era um amigo da mãe – Eu acho que sua mãe conhecia todo mundo da tribo. Não parece ter sido uma perda fácil... Pra ela, pros outros que também perderam amigos – se lembrou de Stuarts. A expressão dela fica incrédula e até um pouco emocionada quando o lobo oferece aquilo – A Amy me disse que ele, meu avô, já vive mais como lobo que como gente... Você acha que ele ficaria feliz mesmo? Eu... Eu posso ser uma lembrança ruim pra ele. Eu e minha criança...


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     Ligação Inesperada - Primeira lua nova - Terceiro capítulo  - Página 2 Empty Re: Ligação Inesperada - Primeira lua nova - Terceiro capítulo

    Mensagem por Ankou Qua maio 19, 2021 12:18 am









    - Zero vontade de ver uma mina crescendo um pinto. - A careta permanece e se retorce mais, mas os xingamentos não vem.

    --

    - Pelo mesmo motivo que a gente gosta muito de transar, o efeito passa rápido, e transar é tudo que sobra de bom. Pelo menos que eu saiba… - ele parece se divertir com o descontentamento de Sam. - É uma marca espiritual, mas isso é até onde eu sei, tem coisa mais a fundo se você quiser cavar, mas aí é melhor procurar os velhos. - ele arqueia uma sobrancelha - A gente sabe pelo cheiro, mas meu nariz é ruim, e a memória pior ainda, acho que você vai precisar me mostrar umas três ou quatro vezes por dia. - não tinha nenhuma seriedade na voz, provocação pura, no rosto um sorriso faceiro.

    Ele se recosta no sofá, os olhos pra baixo vazios. - Essa merda é foda Sam, quando seu pai se foi nem tinha mais nada dele, eu posso te dar certeza disso, era só o corpo habitado por algum treco alienígena. - ele não sabia quem exatamente era o pai dela então ele se rende ao silêncio, ele parecia visivelmente incomodado e triste de falar daquelas coisas, mas ele soava verdadeiro até a última gota.

    Ele parece não se importar com ela chamar ele de mimado pela mãe, ele só sorri e balança a cabeça em negativo, ele parece impassível quando ela, fala de Emillie ele fica pensativo procurando uma resposta exata pro que ela havia falado - Eu nem sei se a gente ama igual gente Sam, mas eu te dou certeza de que eu gosto do fato dela estar carregando um filho meu, eu não escolheria outra pessoa… Gosto do cheiro, do gosto... Isso é amor ou sou só eu sendo esquisito, algo novo ou quebrado? Eu não sei! - no final a voz se altera, ele parece confuso, como se faltasse uma peça num quebra cabeças gigante.

    --

    Ele não parece animado com a teoria de Sam - Ainda bem que eu escapei dessa porra… - ele balança a cabeça em negativo com a face sonsa o rosto completamente sem expressão.

    Ele escuta o relato de Sam sobre a perda de todos com os Caça nas Trevas - Tinha gente nossa no meio, uma prima e uma sobrinha da minha mãe, a coisa foi mais pessoal do que você imagina, foram mais do que amigos. Eu não tenho detalhes da coisa toda. - ele diz como se sentisse muito em não poder dar mais detalhes, mas ele prossegue mais animado sobre o velho - Ele falou com dor e orgulho do seu pai, pra mim e Axel, lá tem muitos urathas, muitos visitantes, o lugar é bem frequentado, eu tenho certeza que ele gostaria de te ver. - ele diz com toda convicção do mundo.
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    Mensagem por Bastet Qua maio 19, 2021 3:36 pm



    Samantha
    Doiley

    - Peraí, então - Sam  mexeu a câmera, como se fosse se levantar pra mostrar a bunda, mas, no meio do movimento ergueu a mão na frente da câmera, mandando o dedo do meio pra Connor. – Idiota – ela riu, voltando a se ajeitar no travesseiro. Estava um pouco sonolenta já.

    ---

    Quando ele fala do pai, ela só assente. A irritava um pouco quando eles falavam aquilo – Sabe, eu nunca quis buscar meus pais, pois sempre achei que, se me colocaram para adoção, era por que eles não queriam ou não podiam lidar com uma filha... Mas quando eu soube disso tudo, não consigo tirar da minha cabeça se não me deixaram lá para me proteger. Se eu tivesse buscado antes... Talvez, pudesse ter ajudado.... Ou me despedido de forma mais gentil do que fizeram. Eu não tenho esse juramento pra seguir.

    Sam não parece completamente satisfeita com a resposta dele sobre Emillie ou sobre o amor. – Tudo bem, não questiono isso. É tudo mais selvagem no mundo de vocês, eu confesso que gosto disso... Mas ela também vive nesse mundo e te conhece melhor que ninguém. Será que não estava apenas correspondendo sua concepção de romance adolescente? – sorriu, afinal, ele tava com cara de galã desses filmes – Dê uma chance pro amor bruto, Connor. Vai que ela gosta – esse foi o último conselho, não insistiria naquilo. Já achava que tava se intrometendo demais.

    ---

    Ela deu uma gargalhada com o que ele disse sobre Anne – Quer dizer que iria recusar se elas te chamassem?

    O assunto do avô deixava ela um pouco mais animada. Principalmente com o que Connor tinha dito. A princípio preferiu não tocar no assunto Ash+Adam, que não tinha plena certeza.

    - Ele não foi atingido? Por essa coisa que ta perseguindo você e o Axel... – perguntou, curiosa e por fim assentiu, dando um sorriso – Então eu aceito. Eu não sei nem o que vestir pra encontrar meu avô – disse, em clara ansiedade... Sam geralmente nem se importava muito com as roupas que vestia.

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    Mensagem por Ankou Qua maio 19, 2021 4:39 pm









    Ele ri com a brincadeira de Sam - Isso tudo é saudade? Tá até dormindo na minha cama, tá esquentando pra mim? - ele ri ainda mais com o próprio comentário.

    --

    - Nossa vida não é fácil, nem das mais seguras pra uma criança, mas parte do juramento é ter filhos, a nossa sociedade respeita isso, não tem um Uratha que eu conheça ou tenha ouvido falar  que seja infértil, contraceptivo hormonal nenhum funciona e eu já ouvi papo do cara arrancar a camisinha pra terminar dentro. - ele fala mostrando no rosto como se compreendesse bem sobre o que ele falava, o olhar vidrado excitação visível correndo pelo corpo - Os motivos podem ser centenas, não adianta remoer isso, nem achar que tu poderia fazer alguma coisa. - ele dá de ombros, não tinha mais nada a dizer sobre o assunto, nada que ele soubesse pelo menos.

    - A essa altura eu não sei nem se existe mais a gente Sam…
    - ele responde desanimado - Não sei do que ela sabe ou acha saber, a gente precisa conversar, mas isso não vai rolar tão cedo… - Ele olha pra Sam com curiosidade - Amor bruto? O que tu quer dizer com isso? - dúvida e um misto de humor stampado no rosto, não fazia ideia do que ela queria dizer com aquilo.

    --

    - Se elas ficarem crescendo pintos pra brincar de espadinha, puta merda, sem pensar duas vezes! Koé, isso não é minha praia não! - sem dúvidas e totalmente averso a ideia.

    - Nah, a coisa tá agarrada em Dover, só afeta o pessoal aí, eu só era mais um puto arrogante achando que ia chegar e resolver a parada, High Cup é quase na Escócia, até Londres já é longe demais, eu acho. Pelo menos eu não senti nada desde que eu cheguei aqui. - dizia sem convicção, não dava pra saber até onde o poder daquela coisa se estendia.

    - Beleza então, a gente vai esse fim de semana, lembra pros moleques que eu não perdi minha lua e não vai até o aeroporto sem escolta de um deles, eu te pego assim que você descer no Heathrow, nada de carro, Sparhall tá perigoso demais ok? - ele arqueia as sobrancelhas - Veja pelo lado bom, pelo menos o aeroporto tá do lado certo do rio. - ele balança a mão como se fosse pra ela deixar isso pra lá, como se não tivesse muita importância.
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    Mensagem por Bastet Qui maio 20, 2021 1:16 pm



    Samantha
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    - Cala a boca, Connor, nossa – revirou os olhos, com uma risada.

    ---

    - Nossa, que babacas – ela claramente parecia ao mesmo tempo desgostosa e agradecida. Até o momento, não tinha tido problemas assim com nenhum deles. Tudo bem que após o episódio da Pedra com Connor as coisas tinham ficado estranhas e com tom de ser usada, mas ele não tinha forçado ela a nada.  

    Não comentou mais sobre o relacionamento dele, apenas assentindo quando ele disse que precisava conversar com a mulher. Deu uma risada envergonhada quando ele perguntou sobre o amor bruto – Ué, Connor... O amor sem essa idealização que a gente vê na TV. Com brigas, acertos, conversas e divergências. Com a força de vocês, suas necessidades, e nossa sensibilidade, medo e persistência. Eu concordo contigo que não dá pra encaixar na “vida real” um relacionamento do nosso mundo, mas isso não inviabiliza as pessoas de se apaixonarem, né? – muito sem graça, ela muda logo de assunto. O coração apertado por não ter recebido uma resposta de Anne, com medo que tivesse acontecido algo.

    ---

    Sam ainda ri da reação dele sobre o ménage com Anne e Asia – Eu não sei se a Asia pode fazer isso, mas a Anne certamente dá conta de vocês – mais uma risada e ergue uma mão como quem pede paz – Tá bom, parei, parei.

    ---

    Enquanto Connor conta sobre o avô, percebe Sam um pouco inquieta. Estava ouvindo uma movimentação  fora do normal na casa.

    - Acho que o pessoal tá chegando aqui. Isso é bom, pelo menos o bicho não te persegu... Oi, entra. A Chloe? Tem mais feridos? – Samantha larga o celular por um momento, levantando da cama quase num pulo – Tá. Preciso que me leve na clínica pra pegar umas coisas. Desço num instante.

    Barulho de coisas sendo jogadas, um zíper sendo fechado. Sam se lembra do celular.

    - Connor, preciso ir. Combinado a viagem – diz, aparecendo na tela meio apoiada na cama, talvez colocando o sapato enquanto falava. Desligou em seguida.  

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