(ON) AMANHECER VIOLENTO

Mais uma vez Luther dirigia até seu trabalho no centro comunitário, mesmo sendo capaz de voar até lá e carregar consigo o próprio veículo sem problemas, ele sabia que aparecer do nada escondendo sua capa sobre as roupas obviamente faria as pessoas desconfiar.

Especialmente em uma cidade como National City, cuja presença dos "National men" e tantos heróis aparecendo especialmente ao redor das várias cidades pela Califórnia, Luther parava em um farol sentindo certo medo de permanecer por um momento, se recordando da experiência que teve.

Apesar do trânsito e das memórias ruins mecladas ao tédio por estar se precavendo para que o Amanhecer surgisse em momentos importantes dentro da missão que recebeu do seres alienígenas.

Ao parar o carro e andar em direção da entrada, a secretaria Greta estava à porta. A expressão dela era de quem estava aguardando justamente por ele para falar.  

Greta: Bom dia, Professor Clement. O coordenador Flag gostaria de falar com o senhor.

Por alguma razão aquilo não soava uma boa coisa, afinal seja qual for a razão do coordenador do centro comunitário o chamar, ou era algum problema que ele gerou ou algum grave no qual ele teria de se envolver.

Após caminharem até a sala do coordenador, ele estava em sua cadeira e com um copo de bebida em sua mão, diante de uma relíquia máquina de datilografar.


Randall Flagg: —Entre, Luther... entre...Eu apenas precisaria de alguns detalhes aqui sobre o que esta lecionando. Uma mãe republicana veio me atazanar dizendo que fez uma apologia às estruturas soviéticas... Eu ainda não acredito no quanto esses brancos pró-Trump podem continuar sendo cretinos... Foi uma longa jornada da escravidão até o Obama e nos querem tirar isso?

Ele estava ligeiramente bêbado e aquilo assustava logo cedo, certamente o coordenador estava com outros problemas naquele comportamento estranho, não era só divergências políticas de alguma mãe que o incomodava. E ele parecia descontar sua frustração naquela conversa.

Pelo menos era isso que Luther sentia, naquela hora o rapaz se perguntava se seria algum poder telepático dele que estava ativado para sentir esses segredos na mente do coordenador, mas seria preciso se concentrar.

Luther Clement Nas primeiras semanas depois do acidente, dirigir tinha se tornado uma tarefa incômoda para Luther. Em uma situação comum, ele possivelmente teria ataque de ansiedade quando sentasse atrás do volante e seria obrigado a frequentar um curso para habilitados para superar o trauma. Mas a situação dele não tinha sido comum. O incômodo partia de um sentimento de tédio e tempo perdido. Mais de uma vez cogitou ir voando para o trabalho, inclusive elaborou planos de logística para tal, mas não chegou a colocá-los em prática. Era arriscado e nem um pouco sensato. Perdido em pensamentos, Luther despertou com o aviso da Greta. Disfarçou como pôde o sentimento de surpresa. Quando chegaram em frente a sala do coordenador, se despediu da secretária com um sinal de agradecimento. — Senhor Flagg — Luther cumprimenta Randall e se senta em alguma cadeira do aposento. Ouve o que o coordenador tem a dizer enquanto tenta não fazer nenhum pré julgamento da situação que o homem se encontrava. — Essas pessoas se incomodam quando percebem que o mundo não é exclusivamente delas e que terão que compartilhar conosco — Luther abre sua pasta executiva e retira o conteúdo programático do semestre, contendo os resumos das aulas — Fique à vontade para ver com calma e me devolver ao final do dia. Depois de entregar os documentos, Luther se ajeita na cadeira, dando a entender que não estava disposto a sair e que, por ele, o encontro ainda não havia terminado. Se o coordenador desse alguma abertura, levaria a conversa para temas pessoais, tanto para confirmar suas suspeitas, quanto para se colocar à disposição de qualquer apoio que fosse necessário.

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Luther Clement Luther ouve as preocupações do coordenador e elas também se tornam as suas. Há tempos Luther se doava, sem medir esforços, ao centro comunitário e não queria ver o espaço chegar ao fim de forma abrupta. — Vou falar com a Regina. Talvez ela não tenha conhecimento de tudo que fazemos aqui. Se mostrarmos todas as ações e pessoas que ajudamos, ela vai reconsiderar. As coisas vão voltar ao eixo, senhor. Luther afasta a bebida do Randall — E ficarmos firmes é um dos pontos fundamentais para isso. O professor se levanta, dando a intenção de sair da sala — Vou dar a primeira aula e no próximo horário retorno aqui, para pegar o endereço da Regina e também para ver o senhor melhor, certo?

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A aula transcorria normalmente, apesar das preocupações de Luther.

Gretta sorriu de forma misteriosa enquanto entregou o endereço para onde Clement poderia ir.
Talvez não precisasse do carro dessa vez para chegar lá.
Não era difícil chegar ao prédio onde Regina Prince trabalhava, sequer a informação era protegida e justamente tamanha propaganda virtual forçava a isso ficar mais fácil.


Era o Hotel Continental no centro.

Luther Clement Ao se aproximar do hotel, Luther abre a pasta executiva e confere se pegou o material de apresentação do centro comunitário: fotos de confraternizações; certificações e premiações da prefeitura; feedback da população; relação dos programas de apoio; pendrive com planilhas do balancete e demonstrativo financeiro; demais documentos pertinentes. Ao chegar na recepção do hotel, se dirige gentilmente ao funcionário (a): — Regina Prince, por gentileza. Meu nome é Luther Clement, do Centro Comunitário da zona oeste.

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Luther Clement . — Sem hora marcada, mas especialmente relevante. Para Luther, era evidente que os funcionários e, talvez, a própria Regina estivessem preocupados demais com os imprevistos do momento e o mandariam embora se soubessem o motivo dele estar ali. Cogitou inventar um assunto que chamasse a atenção, porém, não queria iniciar as tratativas com mentiras. Convicto da sua causa, responde honestamente: — Trata-se da verba do centro comunitário. É importante para a população local. Olha para os lados, para visualizar a confusão que o recepcionista havia comentado — Mas antes, eu posso ajudar você com essa correria. Qual foi o problema com a encomenda?

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Todos na sala pararam, se voltaram para Clement para ouvi-lo, as expressões em seus rostos pareciam que nenhum deles imaginava o que ele Luther iria dizer...

Trevor Smith pega um cigarro do bolso nessa hora, se aproveitando que todos estão distraídos... Malcolm o repreende com o olhar e ele guarda de novo.

MW: —Bem...então nos diga. No que poderia ajudar?

Ele chega na cobertura do prédio daquele mesmo hotel, já paramentado e sem problema algum.
Sabia que o herói que chamasse teria de vir pela cobertura
Porém ao se aproximar to topo, escuta dois andares abaixo escuta o que parecem ser disparos de bala.