Naehrys, quando mais jovem, sempre gostou das histórias de meistre Bruce e de outras pessoas do castelo - em especial as histórias de sua mãe sobre a antiga valíria e seus ancestrais da casa Velaryon. Por isso, quando percebeu que Bruce iniciaria uma de suas histórias, deixou de olhar pela janela para prestar atenção ao que ele falava. A viagem pareceu bem mais curta do que o normal, enquanto a lady e o meistre conversavam na carruagem. Pensou em muitas coisas para falar, porém preferiu guardar seus pensamentos para si e refletir sobre a história.
"Meu pai me deixa quase de mãos atadas com a situação atual da nossa casa, e ainda complica mais as coisas sem sequer sair daquele maldito quarto... Argh!". Neste mesmo instante, ambos tem a atenção desviada para fora. Inúmeros pedintes se aglomeram ao redor da carruagem, implorando por diversas coisas. O ódio por seu pai só aumentava a medida que avançavam na vila. Naehrys já não tinha muitos luxos dos quais abdicar, ao menos não o suficiente para suprir a carência de toda a plebe.
"Aquele estúpido velho mórbido! Nada fez da vida a não ser choramingar, deitar com servas para ter seus bastardos e matar a minha mãe! Oh não, eu não conseguirei gerir essa Casa na situação em que nos encontramos. Meistre Bruce tem razão, é preciso encontrar um bom solo, bons aliados dispostos a me auxiliar na recuperação dos Goldwing. No Ninho, em Porto Real ou até em K'dath, se preciso for!", pensou, e foi então que notou a mulher ensanguentada no chão. Balthazar já havia ido até ela, mas o meistre sugerir algo mais além.
-Oh, meistre Bruce, o senhor é o meu melhor médico! Por favor, cuide dela, dê-lhe qualquer coisa para as dores. Não há tempo para trazê-la até a carruagem, vamos até ela! - Naehrys esticou-se para fora da janela e tocou o braço do condutor, pedindo para que parasse. Assim que possível, ela desce da mesma, sendo acompanhada de perto pelos soldados de Balthazar, ou até mesmo pelo próprio mestre de armas. A aglomeração ali era muito volumosa, e pelo que conseguia ver, estavam perto da casa onde o patrulheiro estava sendo mantido. Tentando não demonstrar qualquer temor pela situação, Naehrys segue com os homens até a mulher. No caminho, falou com cumplicidade ao seu mestre de armas. -
Senhor Balthazar, não puna o homem que fez isto. Sei que não foi proposital, e nossos soldados já estão desmotivados pela situação da casa Goldwing. Deixe-me que fale com ele quando voltarmos ao castelo. - A lady seguiu pelo caminho que os homens abriam até a mulher e, ao chegar perto dela, abaixou-se, pegando em sua mão. Embora não gostasse de sujar seus belos vestidos, a situação não permitia que demonstrasse tal futilidade.
-Oh senhora, peço perdão pelo ocorrido. Pedi ao meu meistre que cuide de ti, e lamento que não possa fazer além disso. - ela fez um sinal para que Bruce avançasse. Não era boa em diagnósticos ou tratamentos, mas pelo visto não passava de um nariz quebrado, que provavelmente doía muito. Ela sorriu de maneira doce para a mulher e se levantou. Balthazar logo veio perguntar sobre o que fariam a seguir: entrar na casa ou trazer o patrulheiro até ali. -
Não, as pessoas estão agressivas demais. É melhor que eu fale com ele a sós, por enquanto. - suspirando, Naehrys olhou para a cena que se montava. Não era da mais favoráveis para si. Um calafrio percorreu sua espinha. Jamais estivera tão próxima da população, ao menos não se lembrava de algo semelhante. Seus pais a mimaram demais e a deixaram distante de todos os problemas da casa, afinal, era uma mulher, nada mais que um produto de troca e aliança entre casas, feita para casar e ter filhos, como qualquer moça de família deveria fazer. E lá estava ela, vendo o que essa negligência havia causado.
-Por favor, escutem, POR FAVOR! - Naehrys levantou seus braços e sua voz, tentando ser notada ao menos pelas pessoas mais próximas. Não sabia se teria algum efeito, jamais tinha falado para um público tão grande. Seu território eram conversas individuais e entre nobres. Seria um grande desafio e, ainda assim, precisava ser feito. Só faria a fala seguinte se tivesse alguma atenção para si. -
Sei que esperam mais de seu lord, e que passam fome e insegurança nos últimos tempos. O senhor meu pai está acamado e me incumbiu de saber pelo que tem passado e resolver seus problemas! Acreditem, nada me entristece mais do que ver as pessoas em uma situação tão ruim. Dias melhores hão de vir, confiem em minhas palavras. Farei de tudo o que estiver ao meu alcance para trazer prosperidade à Vila da Penugem. - ela olha em volta e avança alguns passos na direção da casa. -
Agora, se me permitem, eu venho trazer a justiça do Rei ao homem que chamam de assassino. Permitam-me ouvir sua história, em seguida ouvirei aos que testemunharam o dito crime. Eu não farei qualquer injustiça a quem for. O homem pagará pelo ato caso o tenha cometido, ou então encontraremos aquele que o fez. - avançando mais um pouco, ela fica atenta a como todos estão reagindo, especialmente os que jogam objetos e comidas no casebre. -
Peço que parem por alguns minutos, e deixem-me provar a vocês que sou digna de vossa confiança.thanks weird for