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    Nathan Moore - O Repórter

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    Nathan Moore - O Repórter Empty Nathan Moore - O Repórter

    Mensagem por einherji Sex 27 maio - 9:05

    09:00 AM - 7 de novembro de 1981

    A Tribuna era um jornal bem pequeno - poucas salas, sua própria impressora - alguns poucos repórteres e menos ainda jornalistas de fato. O dono do jornal odiava escrever sobre problemas - fazia o possível para que não o fizesse, estava feliz preenchendo seu jornal com promoções do mercado local - mas apesar de tudo, era muito religioso e como toda a comunidade estava envolvida no caso, ele resolveu fazer também a sua parte e por isso, destacou Nathan para cuidar da cobertura do caso até que fosse solucionado. Era no que Nathan queria trabalhar, mas ao mesmo tempo, tinha experiências passadas em que tudo o que era passado era editado e os pontos mais obscuros do caso completamente removidos, tentando passar uma mensagem de esperança - de que as coisas iriam ficar bem, mesmo quando todos os fatos apontavam o contrário. Tinha acabado de marcar seu cartão de entrada e foi chamado na sala do chefe.

    - Bom dia, Nathan! Meu filho, tô te deixando responsável pelo caso do Elijah, como conversamos ontem no final do dia. Hoje deve ser um trabalho pela rua - tenta falar com os pais dele, veja o que consegue de informação. Talvez alguns familiares próximos, não sei. Vamos tentar ajudar como pudermos, ok? Nada de pânico, ok? Ah... Também passa no Clearie's e pega a lista dos preços também para publicarmos.

    Gordon tinha um bom coração. Suas intenções eram boas - mas os métodos talvez não tivessem o impacto que estava esperando. Clearie's era o mercado - claro.

    - Ok, Nathan, pode ir. Boa sorte e Deus te abençoe.

    Ele voltou os olhos para o papel na sua frente e começou a datilografar - dedo a dedo, era motivado - mas bem lento. O jornal nunca havia atrasado, em mais de 30 anos de funcionamento, era um mistério como um homem que datilografa tão devagar conseguia ser editor chefe e nunca atrasar um jornal, mesmo com matérias que não eram tão complexas. Mas simplesmente acontecia - sem erros de gramática, sem falhas de diagramação, simplesmente as folahs quentinhas estavam prontas todos os dias.

    Sobre o caso em si, não havia nada de informação ainda. Então era uma página em branco sua responsabilidade com relação ao caso na Tribuna.
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    Mensagem por Lucas Corey Sáb 28 maio - 16:24

    Sign 'O' the times mess with your mind
    Hurry before it's 2 late
    Let's fall in love, get married, have a baby
    We'll call him Nate
    If it's a boy

    Prince,
    Sign ‘O’ the Times

    Nathan chegou em casa às 5:00, pois sabia que sua mãe acordava às 5:30 para preparar o café da manhã para os hóspedes da pousada. Entrou bem sorrateiro, para que ela não soubesse que ele tinha passado a noite fora. O velho relógio cuco tocou no quarto de sua mãe, ela se vestiu e bateu na porta do quarto dele: "bom dia, Nate"! Era a rotina da família Moore.

    Ele ajudou sua mãe com os preparativos, bebeu uma quantidade extra de café preto e forte para compensar a noite não dormida e seguiu para o trabalho. Tinha simpatia pessoal pelo senhor Gordon e o achava perfeito para editor de um jornal de província como a Tribuna, considerando o tipo de leitor que jornais assim costumam ter. Tanto que nem conseguia sentir raiva pelas vezes em que o senhor Gordon cortou certas passagens de matérias suas só porque o rapaz, subvertendo um pouco o espírito da publicação, procurava mostrar que certas histórias inocentes podem ter um lado meio sombrio.

    Mesmo com esse histórico, não foi surpresa quando o editor lhe passou o caso Elijah, visto que Nathan foi o único que se ofereceu para o trabalho, já na véspera. Mesmo assim, mostrou-se agradecido. Mas não contou que já havia começado a investigar na noite anterior. Despediu-se dizendo "Obrigado, Deus abençoe o senhor igualmente" e seguiu para o Clearie’s.

    Ao caminhar até o mercado, não sentia sono - o primeiro desafio de sua carreira mantinha a atenção focada -, mas o corpo estava dolorido pelo trabalho investigativo. Movido por uma obsessão nascida na infância, pensou se o garoto não poderia ter estado na Casa Amarela, e decidiu investigar. Foi lá no final da tarde, equipado com um bloco de notas, caneta, câmera fotográfica e a espingarda de caça do seu pai…

    Ele já havia estado na casa outras duas vezes depois que voltou da faculdade. Sempre tinha de fazer um grande esforço para vencer o medo e nunca entrava lá sem estar armado. Jamais encontrou indícios de que o casarão fosse frequentado por usuários de drogas e nem de qualquer coisa sobrenatural, mas o lugar lhe causava um medo profundo, que parecia ter causas anteriores à experiência que viveu aos 11 anos.

    Na busca por Elijah, além de não ver nada de anormal no casarão, também não achou qualquer pista que pudesse levar ao garoto. Mesmo assim, decidiu ficar de vigília durante a noite para checar se o local não poderia ser usado como esconderijo pelo possível sequestrador. Mas não ficou dentro da casa; permaneceu escondido no mato, protegido do relento por uma capa de chuva. Agora, ao caminhar, sentia os músculos das costas e das pernas doloridos pelas horas passadas em posições desconfortáveis.

    Após pegar a lista de preços e deixá-la aos cuidados do senhor Gordon, pensou no próximo passo. Os pais do garoto não queriam dar entrevistas, e a polícia aconselhou-os assim. Poderia procurar outro parente próximo, mas achou melhor conversar com os amigos de Elijah. "As crianças sabem certas coisas que os pais não ficam sabendo". Decidiu rumar para a escola onde o garoto estudava. Ali, ele perguntaria para os professores com quem Elijah costumava andar, conversar, brincar. Teria ao menos um amigo daquele tipo que "está sempre grudado"? Se tivesse, esse seria o primeiro a entrevistar.
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    Mensagem por einherji Ter 7 Jun - 19:36

    Na escola, fora recebido por uma das professoras. A escola não era muito grande, então o corpo docente não era muito grande também. Alguns dos professores já eram bem velhos. Inclusive a que atendeu Nathan - ele havia tido aulas com a sra. Morgane. Ele conseguia se lembrar bem dela, as feições eram bastante claras, embora já com alguns anos a mais - mas ela parecia não se lembrar do mesmo, a mudança claro, era maior do lado dele. Considerando tudo, ele foi recebido do lado de fora, como era esperado.

    - Negativo... Como é seu nome? Moore? Negativo, sr. Moore. Que absurdo. Não pode falar com as crianças sem autorização dos pais delas. Os tempos são outros e além do mais, principalmente por conta do que aconteceu com Elijah, se você entrar aqui sem eles estarem sabendo, vai ser um terror!

    Ela fazia sentido, colocando-se na mesma situação, talvez não fosse a melhor das ideias deixar que um estranho falasse com seu filho, ainda mais para perguntar sobre um caso em que uam outra criança havia desaparecido.

    De certa forma, parecia até estranho que dado todo o pânico da cidade, a escola já não tivesse também fechado - era uma possibilidade para os próximos dias. Nathan poderia insistir com sua velha professora ou aguardar o fim do período e abordar as crianças na saída, o que talvez pudesse gerar ainda mais problemas para o mesmo.
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    Mensagem por Lucas Corey Dom 19 Jun - 13:53

    Nathan se lembrava bem da sra. Morgane (a qual estava longe de ser sua professora favorita dos tempos de infância), mas logo percebeu que esta não se lembrava dele. Ainda assim, não foi por causa das lembranças que ele a escutou com impaciência, e sim pela negativa que recebeu e pelos motivos alegados pela professora para lhe negar qualquer informação. Mas procurou não externar sua impaciência na expressão facial e no tom de voz quando respondeu.

    - Senhora Morgane, é óbvio que eu não ia querer chamar atenção entrevistando as crianças dentro da escola e ainda mais durante o horário das aulas. Eu só precisava saber se o Elijah tem um ou dois amigos daqueles que estão sempre juntos para fazer umas poucas perguntas. E, para pedir autorização dos pais, eu precisava saber quem são os garotos e os pais deles…

    Ele fez uma breve pausa após falar, na esperança de que a velha senhora entendesse seus argumentos e mudasse de ideia. Mas ela parecia irredutível, já que logo de início começou a falar em "absurdo" ante um pedido de informação tão simples. Isso o deixava num beco sem saída, já que os pais do garoto não davam entrevistas por aconselhamento da própria polícia. No caso de a Senhora Morgane manter sua decisão de nada dizer, Nathan iria fazer uma tentativa com os pais do garoto, tal como o senhor Gordon sugeriu, embora a expectativa de ser recebido fosse muito baixa.
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    Mensagem por einherji Dom 25 Set - 17:26

    - Bom, talvez... Considerando que vai questionar os pais, podemos ver o que fazer. Mas não deve dirigir a palavra a nenhuma criança até ter autorização, senhor Moore.

    Ela puxou o cadeado e a corrente veio junto, tirou um pesado molho de chaves do bolso e como se um artista pintando um quadro, escolheu a exata chave do molho, sem mesmo olhar, colocou-a no cadeado e girou duas vezes e meia, retirou a chave e com um clique, o cadeado se abriu. Terminou de puxar a corrente e o claque metálico acompanhou o movimento, com um rangido do portão, Nathan conseguira uma parte do que queria, estava com a passagem aberta para a escola. O caminho da negociação funciona bem com quem consegue bater dois pontos de sinapse, mas talvez fosse ter alguma dificuldade de convencer os pais.

    - Venha comigo, senhor Moore.

    Virou as costas e passou a caminhar para a entrada principal da escola, uma grande porta de madeira com diversas marcações talhadas ou rabiscadas pelos alunos. Atravessou o batente e logo na primeira sala, apontou para uma fileira de cadeiras estofadas.

    - Aguarde uns minutos aqui, por favor.

    Entrou na próxima sala e deixou Nathan sozinho.
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    Mensagem por Lucas Corey Ter 27 Set - 10:13

    Nathan ficou satisfeito ao ver que a sra. Morgane parecia ter resolvido cooperar, então a seguiu por aquele espaço bem conhecido, mas onde ele não pisava fazia tantos anos. Quando ficou sozinho na sala de espera, olhou para o relógio e viu que já estava na hora da entrevista do tio do garoto sequestrado. Ele havia solicitado à secretária do senhor Gordon que gravasse a entrevista para ele ouvir depois, mas decidiu aproveitar o tempo de espera para ouvir no rádio de pilha que trazia consigo.

    Procurou se concentrar no trabalho que tinha a fazer, mas não pôde deixar de sentir emoção ao escutar a voz de Diana, algo que não acontecia desde o dia em que terminaram o relacionamento. Ela chorou muito. Ele conseguiu se segurar, mas só enquanto estava na presença dela. Desabou logo depois, enquanto guiava o carro pela noite de Nova Orleans…

    "Se concentra, Nathan!", murmurou para si mesmo. Diana estimulou Walker a falar de forma objetiva e sugeriu que o sequestro pudesse ter algo a ver com a frustrada campanha eleitoral. A resposta fez Nathan refletir: "Eleição fraudada, vitória desonrosa, sequestro de criança para afetar a próxima eleição…? Será que esse cara acredita mesmo em tudo isso ou é só uma teoria conspiratória conveniente? Bom, é um político, então deve haver muito mais cálculo do que paranoia aí. Mas ele seria capaz de usar o desaparecimento do próprio sobrinho para faturar votos? Não duvido: é um político, afinal. Será que Diana consegue tirar dele alguma informação mais confiável que essas? Continue o bom trabalho, querida!".
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