Sebastião de Azevedo Castellos nasceu em Belo Horizonte em 1.945. Em 1.963 entrou para a Polícia Civil, mas ficou profundamente desapontado com a atuação das forças policiais na repressão durante a Ditadura Militar. Infelizmente, tendo se casado recentemente, com uma esposa grávida, ele sentia que não podia fazer muito – no máximo ignorava algumas coisas para evitar ser um "vilão", limitando-se a efetivamente investigar crimes contra os cidadãos.
Suas investigações começaram a levar a um lado obscuro do regime e ele descobriu que pessoas inocentes estavam sendo subtraídas das favelas e bairros mais pobres e desaparecendo. A despeito dos avisos do delegado, o investigador continuou o trabalho de forma discreta. Ou assim acreditava.
Uma noite sua casa foi invadida por criaturas que ele só poderia classificar como monstros. Ele tentou lutar, mas era inútil. Arrastados para fora de casa, eles foram torturados e ele se viu sendo morto ao ser rasgado em dois por um vampiro.
Viu um ralo de luz e figuras aladas que pareciam feitas de fogo o cercaram. Ouviu um "você foi escolhido" e então novamente tudo apagou. Não havia mais dor, não havia mais sofrimento, somente a paz do esquecimento.
Despertou nu em um campo florido. Um homem de asas abertas, uma aura dourada, estava sentado em uma pedra ao seu lado. O homem sorriu e disse "bem-vindo ao Paraíso, irmão". Ele lhe deu roupas e levou-o a uma enorme cidade que se espalhava ao largo da margem de um lago tão grande quanto um oceano.
Seguiram-se meses de educação e treinamento. Sebastião aprendeu sobre o que era – um anjo, escolhido pelos poderes divinos para ser um campeão da Luz –, sobre seu Clero, os Cuique Suum, agentes da Justiça Divina. Mas nunca se esqueceu de sua família.
Castellos nunca encontrou sua esposa. Ou seu filho. A criança, disse seu Afonso Barras, seu mentor, provavelmente havia reencarnado – era muito jovem para ser escolhido pelo Céu ou o Inferno, disse –, mas sua esposa nunca foi encontrada. "Talvez ela venha a renascer no futuro." Foi quando ele descobriu que havia renascido dez anos após sua morte, a Ditadura havia acabado e o Brasil vivia sob o governo do Presidente José Sarney. "Ela pode renascer décadas após a morte, então ainda há tempo."
Mas o ex-policial não tinha tempo para esperar. Ele queria levar a punição aos responsáveis pela morte de sua família. Queria vingança. Todos os esforços de Afonso para livrá-lo deste sentimento foram inúteis. Quando por fim se tornou um Anjo Menor, Afonso apenas se limitou a dizer "bem, os vampiros são uma praga no mundo e devem ser detidos. Mas não deixe que sua ira ofusque seu dever para com a Lei Divina." Com a benção do Arcanjo ele retornou para Belo Horizonte.
Agora Sebastião busca se instalar. Ele conta com ajuda da Principado local, Camille Safra dos Princeps, e começou a reunir companheiros para caçar os vampiros, enquanto investiga seus alvos. Mas uma nova informação o chocou.
Andreza, sua esposa, havia se tornado uma vampira. Confrontado com a notícia inesperada, ele não sabe como proceder. Em um primeiro momento, vampiros estariam condenados ao Inferno. Mas, talvez – e somente talvez – ela possa ser salva? Dividido entre seu desejo de vingança, seu dever e seu amor, Sebastião Castellos deve decidir como conduzir seus atos na Guerra Pela Salvação.