KATE.

   
   

A Meditativa, dia 11 do mês da Águia, 1429 jP (faltam 4 dias para A Iniciadora e começo do inverno) Já que @DariusNovadek demorou para interpretar os encontros,  @Dycleal resolveu ir atrás da Kate antes, então faz os encontros todos juntos.

CLIMA DO DIA, ROLADO POR DARIUS: A Meditativa amanhece bem mais fria, Kate planeja ir até a sede da Escola Izete, assim que vencer sua luta contra as cobertas, que ganhavam a Kate de 2X0. (batidas na porta, a dona da hospedaria fala) - Senhorita Kate? Um amigo seu está lhe procurando! Pensa: "Mentira, ninguém que me procura de manhazinha num frio deste pode ser um AMIGO! Se eu ficar quietinha vão pensar que não estou aqui." Ela se encasula na coberta. (batidas mais fortes, desta vez ela ouve a voz de Nadhull) - Rey, druzu preguiçosa! Abre esta porta que preciso de sua ajuda! Não esquece que ainda me deve uma. "Demônios jogam baixo!" pensa, se arrasta como uma lagarta até a porta. Nadhull trazia uma de suas amantes, ela gemia de dor. Num exame inicial, Nadhull acreditava que a amante tinha travado o segundo ou terceiro chacra. Kate passa as mãos nas costas da outra, elevando sua percepção mágica. A pele dele estava quente, indicando febre, macia e lisa, mas quando apurava a percepção mágica, Kate sentia verdadeiros calombos além de módulos nas linfas, sua pele parecia toda enrugada. "Será que foi isto que o pessoal da Izete sentiu em mim quando eu estava mal?" Manas densas acumulavam em seu corpo, prejudicando o fluxo perfeito. Nadhull provavelmente já tinha dado um tranco mágico em Zhaphyra, mas se ela ainda estava mal, havia três possibilidades: Ou o Nadhull fez merda (dá para bloquear as capacidades de uma pessoa ou até mesmo matá-la usando magia de cura, ao contrário do que algumas pessoas pensam), ou a mulher tinha barreiras fortes demais (isto é normal de cada corpo, algumas pessoas simplesmente não podem ser tratadas com magia), ou, o mais provável, seu problema estava além da magia branca. As maiores magias de cura são de magia branca, mas a água era o segundo elemento mais forte em magias curativas. Pelo jeito as manas densas já entraram nos rins e/ou pâncreas da Zhaphyra, aí só a magia de água poderia curá-la mesmo. - Tem três formas de cura: a forma que não dói, mas demora, a forma rápida, e a forma certa. - Kate agora falou que nem a Keela, apesar de que esta chamava de "forma divertida" já que causava dores inesquecíveis em Kate - A primeira demoraria mais de mês... - Trinta dias é muita coisa, pode tentar as outras? - Ahhh... Tá doendo muito! Kate queria ir hoje na Escola Izete, então pensa que poderia juntar o útil ao agradável: - Vou precisar do Elyn, vamos levá-la à Escola Izete. - Quem é este Elyn? - Não é quem, é o tanque sagrado da escola, dentro de suas águas, posso ter mais controle. Não era mentira, apesar de Kate poder usar o método "força bruta" se quisesse, já tinha capacidade para o Elyn não fazer tanta diferença, mas, se quisesse operar com segurança, o tanque sagrado ajudaria sim um pouco. A Escola Izete fica ao lado do porto, no momento, o lugar mais frio da cidade, Kate vai montada no Vent'Kapo (que obviamente faz cara feia pra dona, já que tem sangue frio), enquanto Nadhull leva Zhaphyra voando (vai ficar com as asas doendo o dia todo, mas é a vida). Na porta da sede/templo Solazar, vendo Kate, reclama: - Cadê os homens desta escola? Preciso de ajuda para carregar caixas do porto até aqui, o porto está uma bagunça, podemos perder encomendas que foram feitas. E você, oh novata, tá a toa? É bom trabalhar também. A Izete acabava recebendo mais mulheres que homens, pois a magia azul era feminina, e quem tinha dom vermelho normalmente escolhia outras filiações. - Não sou novata, estou aqui desde ano passado. - Não me importo, faz algo de útil, dá pra ir no porto? - Vou fazer uma seção de curacismo agora, se eu ver um dos meninos, mando te ajudarem. - Se ninguém me ajudar, a Escola vai ficar sem recursos... Já fazia meses que a escola estava em reforma, mas era assim em mais da metade da cidade, a reconstrução estava muito lenta. Entrando, a primeira coisa que chama atenção é a estátua de Jara, com seus 1,80 metros de prata e imponência sem igual. Só ver a estátua já fazia o fluxo da Kate ficar mais forte. Passando pelo átrio principal vocês veem uma mulher, segurando um pêndulo de cristal, com um mapa da cidade no chão, e ao lado dois incensórios com erva-de-arnzug. A mulher, Cerenis', era baixinha, devia ter no máximo 1,5 de altura, quarentona, e estava com a típica cara de notícias ruins. Nadhull conhecia bem a erva-de-arnzug, para pessoas experientes ajudava induzir um transe espiritual, mas era também uma das ervas que deixou Zhaphyra naquele estado. Kate espera um minuto, até Cerenis' sair do transe: - Que a deusa esteja conosco, Cerenis'! Eu gostaria de usar o Elyn... - Então usa, e rápido, aproveite, pois coisas ruins se aproximam! Cerenis' não costumava ser tão curta e grossa, normalmente era apenas curta. Seu pêndulo deve ter mesmo prenunciado coisas bem ruins. Cerenis' era uma grande intuitiva, o mau humor dela deixava Kate preocupada. Mas tinha que ir pro Elyn agora. Kate troca de roupa e põe uma sica, um camisolão branco que os curacistas usavam na Izete e na Igreja Central. Spoiler: Leva Zhaphyra até o Elyn e a despe antes de entrar (tradição dos curacistas de água deixarem os pacientes com menos roupa possível para entrar em mais contato com a água, apesar de que só roupas muito pesadas ou armaduras atrapalhem realmente, a outra tá delirando de dor então nem tá muito consciente, mas se o Nadhull reclamar pode enrola-la numa toalha ou por uma sica nela). Nadhull não pode entrar na nave onde está o Elyn, mas se quiser, tem uma escada que dá pra sacada lateral, onde pode observar todo trabalho de curacismo. Como não é nenhuma situação de combate ou pressão, rola uma cura básica, sem magia específica, o alvo é 11, rolagens básicas serão todas 1d20. Kate pode ainda pedir ajuda se quiser, embora seu nível dê bem para tratar a outra sozinha. A melhor opção é a Caoilain, já que você não sabe se a Corrente está ou não na sede, mas qualquer outra curacista (até o Braeno) pode te ajudar. A Cerenis' não é curacista, mas tem muito poder espiritual, pode te orientar e ajudar também, se quiser chamá-la. Caso escolha ajuda, o alvo cai para 10.

- Pode contar comigo, assim que terminar essa seção eu já venho aqui ajudar.

- Sei que vem... Então me empresta seu calango! - Rebate Solazar cético.

- Auuurrrgg? Diz VentKapo

- Que coisas ruins? O que você viu em seu transe? Fala pra gente que nós ajudamos.

- Estão querendo recriar A Seita.

Existiam muitas seitas em Akaŝa, quase sempre termo usado pejorativamente, mas quando se falava no singular assim era referência à primeira delas.

Talvez Kate não soubesse detalhes da Seita (a menos que ela tenha tido interesse de pesquisar no tempo livre), mas A Seita era tipo um conto de fadas de terror que todo seguidor de Jara já ouviu algo a respeito. Era algo mais antigo que o nascimento de Piro, uma Seita que buscava trazer as piores criaturas do Inferno para este Plano. A Seita só acabou com a interferência direta de Jara. Dizem que até na atualidade se pode ver os efeitos desta Seita quando se vai à uma ilha específica em Akvlando.

No Elyn, Kate se sente mais segura envolta em seu elemento, bem como ajuda se sentir segura estar na sua escola.

Analisa cada chacra na coluna da Zhaphyra, o primeiro já estava cheio de mana densa, mas ainda fluía em sentido anti-horário, sendo assim o segundo deveria fluir no sentido horário, mas estava tão prejudicado que a energia quase passava reta, o terceiro ainda pulsava, até porque que tinha o dom verde usar muito este chacra, mas se não fosse isto já estaria comprometido também, o quarto já fluía quase normal, sentido horário, mas a maior parte da energia dela não estava subindo pelos inferiores. Kate se concentra na altura dos rins, a mana densa poderia ter se alocado em outras vísceras, mas era quase certo que os rins eram os mais prejudicados.

Ao forçar a sua energia para dentro do corpo dela, Zhaphyra grunhe como um porco esfaqueado. Ela ainda tem sorte que terra e água são elementos afins, mas retirar módulos mágicos é quase tão doloroso quanto expulsar pedras físicas do rins, coisa que aliás a magia ajudava também. Ao ver que a outra estava prestes a vomitar (outra reação típica quando se tenta curar alguém intoxicada com magia negra) Kate dobra parte da água pra fora, segurando ela também pela borda, pra não sujar dentro do Elyn.

Demora alguns minutos para ela restaurar um pouco do fluxo da doente. Kate poderia ter feito isto mais rápido na casa dela, mas fazendo desta forma deixará menos sequelas, apesar dela se sair bem na seção, não iria conseguir curá-la totalmente de uma única vez.

Enquanto isto Nadhull assiste no piso superior, aproveitando que Cerenis' também estava ali, ele puxa conversa, perguntando se as luzes azuis que vira poderia ter algo a ver com as previsões da sensitiva. Provavelmente Nadhull conhecia ainda menos sobre uma "seita" específica a que ela falara.

- O que eu vi não tem nada a ver com luzes. Com certeza! Ainda mais azuis! Se fossem no mínimo roxas escuras, tristes como a noite...

- Mm, e tem algum palpite sobre o que poderiam ser? Luzes pequenas, várias delas, como vagalumes voando na noite, indo para algum lugar ao sul...

- Podem ser qualquer coisa, de fadas até formas-pensamento. Ou podem ser vagalumes.

- Desculpe-me, mas acreditas em formas-pensamento? Isto não deveria ser um mito? E mesmo se não for, este tipo de teoria não seria invisível no Plano Material?

- Tudo depende da sua capacidade de enxergar. Muitos não acreditam, por isto não se importam. É o mesmo com miasmas. Mas saiba que existem mais coisas entre os Infernos e os Céus do que julga vossa vã filosofia.

Outra mulher se aproxima, era menos baixinha que Cerenis' (ou que não é muito difícil), mas também tinha baixa estatura, um pouco acima do peso, embora não deixasse de ter seus atrativos.

- Olá Cerenis'! Que a deusa nos abençoe! O que a Kate está fazendo?

- Tentando destravar o fluxo mágico de uma viciada.

- Ela nem pediu ajuda?

- Não, ela tem força suficiente para lidar com isto!

- Mas e o controle? - Caoilain observa, eleva a mão na direção do Elyn - Hmm, é, parece que ela está fazendo certo.

- Sim. Com medo que ela não precise mais de sua ajuda?

- Não! É bom ver os alunos progredir.

Kate resolve tirar Zhaphyra do Elyn depois de sentir seu fluxo retomar as rotações aceitáveis. Ela ainda estava fraca e cheia de mana densa no corpo, mas precisaria de tempo para recuperar as forças. Não dava para curá-la totalmente de uma única vez (pelo menos não usando a forma certa, embora Kate pudesse obrigá-la a expulsar mais mana densa se usasse a forma sádica). A magia de Kate tem um efeito levemente anestésico depois que o fluxo foi reestabelecido, a temperatura da doente também baixa para quase normal.

Caoilain estava próxima, e se adianta:

- Mas duas ou três seções, em intervalos de dois ou três dias, ela não corre risco de vida... Oh, desculpe, Kate, a paciente é sua...

- Tudo bem, Calin! De fato, sua... esposa pode ficar curada, afinal eu também tive um bloqueio e escapei, mas suas capacidades mágicas ficarão reduzidas por um tempo. - Na verdade o dom de Zaphyra não era tão forte, então tecnicamente Nadhull não deve perceber muita coisa, embora a própria pode sentir um pouco - Cerenis', acha que é bom recomendar um tempo de purificação?

- Você ACHA? - Cerenis' olha Kate com cara séria, Kate, vendo que levou uma bronca, baixa a cabeça. - Sua esposa não vai morrer. Hoje. Mas eventualmente as drogas a levarão à morte. O fluxo energético dela está fraco no Segundo e Terceiro Chacra, ela precisará de um tempo de purificação, nos próximos dias não e deixe fumar, nem beber, nem use ervas de Arnzug, - A erva de Arnzug é uma substância que, se usada corretamente, induz transes espirituais. Nadhull já usou algumas vezes e a própria Cerenis' estava usando quando vocês entraram no templo da escola. Mas ela pode ser usada recreativamente também, por pessoas que gostam de "viajar para filosofar", conversas de fim de festa e filosofia de botiquim ficam muito "cultas" com Arnzug - não deve fazer sexo, não deve comer carne de porco nem carnes gordurosas, não deve comer frituras, não deve comer coisas feitas de farinha, não deve comer carne de predadores ou vermelha, nem pele, nem ossos ou vísceras.

- Elas querem que eu fique três dias só a pão e água? Oooohh!! Eu vou morrer de fome! - Geme Zaphyra.

- Não ouviu que é para evitar farinha? Pão é feito de farinha, no caso ficará só com a água! - Cerenis' hoje estava para poucas ideias.

- Ah, não fique tão desanimada, no bairro sul tem alguns restaurantes vegetarianos bem arrumadinhos. - Caoilain sorri de leve, tentando apoiar.

- Oh! Eu vou morrer de fome! - Resmunga baixinho.

DariusNovadek escreveu:- O Calango tem nome! *Kate faz um sinal para o lagarto* - Vent'Kapo, ajuda ele a levar essas caixas pro porto enquanto eu estiver aqui dentro. Quando terminar ele vai ter dar uma comida bem gostosa.

- Uurrrrkkkk! - Vent'Kapo reclama, mas vai com Solazar, ele estava parecendo bem preguiçoso ultimamente, talvez fosse até melhor mesmo deixá-lo fazer uns exercícios.

Ao entrar no templo, um breve colóquio é feito com Cerenis', que previa tempos difíceis em breve.

- Estão querendo recriar A Seita.

- E o que precisam para recriar? Nós podemos fazer algo pra evitar isso?

- O que precisam? De "duas medidas de estupidez, umas oito partes de burrice, adicione o ódio e o preconceito, e tempere com espírito de porco antes de levar ao forno." Para se evitar, tem-se que achar as fontes dos vários males.

Até parece um chiste, embora Cerenis' não fosse disto.

- É uma profecia?

- É uma poesia.

Isto faz Kate se perguntar sobre o conceito de "poesia", ou sobre "poesia moderna" ou seja lá o que valha. Nadhull, que também ouviu a conversa, tem impressão de já ter ouvido algo parecido, não exatamente com a mesma "receita", em algum lugar, embora não se lembre de pronto onde. Porém eles não tem muito tempo de filosofar, e Kate vai fazer os preparativos para usar o Elyn.

Apesar das sombras das profecias, de resto tudo corre como deveria correr.

Nadhull escreveu:- Em três dias a trarei de volta, pode ser?

Kate olha pra Caoilain e diz:

- Pode, só procura por ela. Lembra que não sou curacista, e que tava te devendo uma. Caoilain é melhor que eu nesse quesito. Agora, quando quiser me chamar pra bater nuns adoradores de Ades, ou pra tomar uma, sabe que pode contar comigo.

- Ah, você não é uma curacista, mas se saiu muito bem. Está aprendendo equilibrar os elementos bem. E deu até um pouco de sorte, pois a paciente parece ter uma inclinação para a terra, um elemento masculino; Você tem maior domínio no fogo, também masculino. Portanto duas mulheres com forças masculinas pode ter sido um facilitador para o processo. Embora os unicistas** (pisca) não entenderiam isto. De qualquer forma você mostrou já ter talento suficiente para um trabalho assim. Se precisar, claro.

Calin buscava animar Kate, embora Kate indiretamente queria tirar o seu da reta.

Nadhull, vendo que Cerenis' parecia a maior autoridade religiosa no templo, pergunta a ela quanto devia pelo trabalho de Kate.

- Você deve acertar isto direto com Kate, ela que fez o desbloqueio.

- É que, em todas as filiações das deusas-mães, o pagamento é feito para a sacerdotisa, e os ensinos das deusas-mães sempre sobressaem ao dos deuses-filhos.

- Os ensinos sim, de qualquer forma, aqui você combina direto com quem lhe presta o serviço. E de qualquer forma, sou uma vidente, não sacerdotisa.

Nadhull olha para Kate: - Então acerto com você depois. - E vai embora. Como Kate ainda estava em dívida, Nadhull suspeita que ela não iria lhe cobrar, e mesmo se cobrasse, eles veriam isto depois.

- Eai, o que a escola ou a gente vai fazer pra acabar com essa seita? E já que estamos falando sobre A seita, gostaria de saber: O que vocês sabem sobre A jornada?

- Não somos caçadores de magia negra, tão pouco especialistas em portais, portanto terei que falar primeiro com A Corrente, para ver que atitude tomar. E de que jornada você está falando?

- Amm... É... Não existe assim, tipo, uma jornada que seria tipo "A Grande Jornada", a "Jornada" da vida? Não tem algo assim nas Escrituras?

- De quais escrituras você está falando? Das de Piro ou de Jara?

(suspiro) - Creio que de Piro. - Quando ela fala "creio" Cerenis' já torce o nariz, mas ela se apressa antes de levar uma bronca. - Uma antiga mestre disse que eu tinha que fazer uma Jornada, "uma jornada de uma vida, que eu teria de descobrir, pois ninguém poderia me contar". E recentemente ela mandou dizer que a Jornada possui 50 sentenças, mas que posso entender depois de 30. Sabe de alguma jornada que tenha estas sentenças?

- Mm, deixa ver se entendi: ela disse que ninguém pode te contar, e você vem ME perguntar se eu posso te contar algo?

- Oh Cerizinha! Não podia me dar só uma forcinha? Na moralzinha?

- Oh dó que tenho de você! Quer moleza vá adorar Tamuz, ele tem regras bem claras.

Ser devota de Piro era mesmo espinhoso às vezes, mesmo na Izete onde os ensinos de Jara sobressaíam. As regras de "iniciação" na Izete era bem melhores que na Cour des Miracles, ainda assim muitos mestres falavam de forma enigmática.

Kate tem que explicar sobre a visita de um mensageiro da Corte a seu quarto, do anel de sua mestre e sobre e das breves palavras enigmáticas. Cerenis' ainda dá mais uma broca em Kate, falando que da próxima vez é pra começar do início então. Ela pensa...

- É... O anel deve ser uma alusão à expressão "Asafobkabidas, Kabidasbasafo", a sequência dos símbolos... ...não, não tenho ideia do que pode ser. A tal Jornada pode ser entender o significado de Asafobkabidas, Kabidasbasafo, ou seja, o verdadeiro significado da Prana. Se for isto, só lhe desejo boa sorte! Se sua mestre disse que entendeu a sentença, ela deve ser fodona mesmo... Ou só falastrona, o que explicaria muita coisa...

- E tem 50 sentenças sobre isto?

- Sobre a Prana? Provavelmente até mais de 50! "A Prana é a fonte de todo poder.", "A Prana é a fonte de toda magia.", "A Prana é o único poder maior que os deuses.", "A Prana é fonte de vida"...

- "É a Prana, e não o tempo quem cura.", "É o caminho da tristeza que leva à alegria."... - Caoilain queria ajudar também.

- É a Prana que transforma Demônios em homens... ou meninos em homens... ou homens em 'mais' Homens.", Ou "você só pode controlar a Prana até o ponto em que deixa ela te controlar"...

- Ah, tem uma que eu gosto: "A vida começa com a Prana, e termina quando se para de sonhar!"

- O que significa, Calin?

- Não sei. Mas não é bonita? Alguns dizem parar de sonhar ou parar de amar, depende da tradução.

- Tem alguém que poderia me ajudar com estas sentenças?

- Eu sou vidente, não uma sacerdotisa. Se isto é sobre Asafobkabidas, Kabidasbasafo, tem que procurar alguém especialista da sua outra filiação ou um mestre espiritualista.

A Escola Izete não era uma filiação concorrente, ou seja, não se impunha como única verdade, e não impedia seus membros de participar de várias outras filiações, sendo assim não tinha problema nenhum os demais saberem que Kate também era da Cour des Miracles. A maioria das filiações ligadas a Piro não eram concorrentes, tirando a Escola Atemense.

Na Escola Izete o foco eram os pontos CONVERGENTES entre Piro e Jara, então se a questão da Kevlla se referia exclusivamente aos ensinos de Piro, poderia não ser a filiação mais indicada para saber o que queria.

Kate sabia que Asafobkabidas, Kabidasbasafo estava escrita no livro "Além do óbvio ululante que pulula nas mentes humanas". Ela já leu este livro, mas não entendeu nada dele. Boa parte dos especialistas entendiam bem pouco, era como A Fornalha dos livros (em Akaŝa, A Fornalha é uma montanha, equivale ao Evereste da terra, só que bem pior, pois é um vulcão). Algumas das sentenças faladas por Cerenis' e Caoilain também eram do Além do óbvio ululante que pulula nas mentes humanas, embora algumas outras fossem de "A Inimortalidade" ou outros livros.

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Nos próximos três dias Nadhull fica pajeando Zaphyra, além disto, seu amigo Alberich tinha uma ideia de implantar uma guilda de aventureiros em Heséd.

Spoiler:

Heséd tinha uma guilda de comércio, mas ainda não tinha uma oficial de aventureiros. Haviam muitas confrarias, mas Alberich achou melhor não criar uma outra "confraria" pois o nome estava associado a ligas de ladrão, ladinos, rebeldes ou quaisquer outros grupo de pessoas com moral dúbia.

Para selar acordos de grupos, juízes de Ĵevurá vieram à cidade. Desde antes da guerra, Heséd e Ĵevurá tem suas rivalidades. Ĵevurá é a capital jurídica de Fajr-Regno, e muito hesedense não curtem o jeito "burocrático" de Ĵevurá fazer as coisas, portanto alguns torceram os narizes para algumas propostas desta criação de guilda. Entre as propostas está impor magias restritivas sob contrato, coisas tipo: se os membro firmarem que nenhum membro pode roubar outros membros do grupo, a magia pode punir quem tentar fazer isto.

Existe muitas coisas a se acertar ainda sobre esta guilda, mas alguns achavam urgente ter algo assim na cidade, pois no tempo de guerra não deu pra se fazer.

Bom, passado os três dias, Nadhull volta com Zaphyra è Escola Izete. Por coincidência (ou não) Kate também estará lá neste dia. Independente se ela ou Calin atenderem a Zaphyra, o tratamento será novamente bem sucedido, e o bloqueio dela estará concertado, por enquanto. Este dia era o último do outono, amanhã será o primeiro dia do inverno, e é o dia em que Kate terá de comparecer no templo verde.

A partir de amanhã acabará o período de "férias" de vocês, e começará as missões espinhosas. Kate ainda não encontrou Azriel, e do jeito que anda, talvez nem encontre, mas esta ideia de uma guilda de aventureiros poderá nos ajudar a não depender apenas de aventuras "solo".

Como Nadhull previa, a "filha de Lilith" acaba se mostrando mimada e reclama bastante durante os dias de purificação. Às vezes ele pensa se não seria vantagem trocar a esposa por um pacote de biscoito. Nestes dias ele acaba indo bastante no bairro sul, vendo alguns restaurantes vegetarianos. Havia certa separação entre o bairro sul e o resto da cidade, tanto que alguns moradores ali nem falavam as línguas do continente. Os demônios não eram muito bem recebidos no bairro sul, mas se bem que demônios não costumam ser bem recebidos nem por outros demônios, então não faz tanta diferença. Nadhull acaba conhecendo algumas ruas que ainda não conhecia encontrando até alguns lugares onde a comida é até razoável, o que é uma pequena boa surpresa, mesmo que ainda não seja seu estilo.

Na segunda ida até o templo da Escola Izete, ele novamente encontra Kate lá. A seção de Zaphyra no Elyn é novamente satisfatória, e seu bloqueio energético por enquanto resolvido, sendo que não precisará de novas seções de cura por enquanto, mas ficam as observações para ela procurar hábitos e passatempos mais saudáveis. O tempo dirá.

Ele observa a imponente estátua da escola: Jara tinha mesmo pernas bem longas. Kate comenta que tinha sido chamada para uma missão para a Cour des Miracles e que estava procurando por Azriel, pergunta se ele não a tinha visto, e ele responde que se encontraram brevemente e tomaram um chá no bairro sul. Ela pergunta se ele não quer dar uma "olhada" na missão, para ver se interessaria, ele em contra-partida a faz ir numa reunião do Alberich.

Spoiler:

Kate também fizera amizade com Alberich durante e depois da disputa do porto, mas ela não era tão ligada às questões de política. Mesmo Nadhull não era um entusiasta como Alberich, mas via algumas vantagens em ter alguns contatos políticos, ainda mais com Alberich que também era comerciante.

O dia seguinte seria uma Iniciadora, primeiro dia da semana e primeiro dia do inverno, teria alguma importância isto na convocação de Kate justo neste dia, ou seria mera coincidência?

Alberich tinha chamado várias pessoas, incluindo algumas da Escola Izete, para abertura da Guilda de Aventureiros da cidade. Claro que ele não perderia a chance de usar isto como palanque, mas muitos de fato achavam a iniciativa positiva para a cidade, independente do comerciante ganhar ou não algum apoio político com isto. Alguns poderiam ver a criação da Guilda como uma forma de competição aos mossares, mas Alberich habilmente tinha convidado inclusive alguns mossaris, e eles não pareciam incomodados com isto, alguns até pareciam apoiar, sendo assim, há um ditado em Heséd que diz: "quando ninguém está reclamando (das coisas), é porque estão funcionando, e, se Piro não se incomoda quando as coisas estão funcionando, por que a gente deveria?" Isto não é uma ditado oficial, nem ratificado nem esculachado por nenhum templo, apenas algo que vez ou outra se diz por aí.

A reunião da guilda termina, algumas informações e algumas oportunidades são abertas. Muitos ainda têm ressalvas, outros já aproveitam para propor as primeiras missões. Caoilain,  a curacista da Izete, é uma das que aproveita a criação da guilda de aventureiros para propor uma missão para conseguir peixes taguinha, cujos oleos tinham propriedades curativas, era um missão bem básica, mas os peixes em questão só eram achados em lugares bem específicos de Heséd, e estavam em falta no mercado. 

Depois da reunião, Kate vai caçar a Azriel no bairro sul. Demora um pouco, mas uma mulher daquelas, com aquelas asas, não dá pra ficar escondida.

- Até que enfim te achei! Onde você estava, distinta, que estou há uma semana te procurando? 

- Oi Kate! Que bom te ver também. Eu estou bem, apesar de você não ter perguntado, estava sempre por aqui, você que não procurou direito , na maior parte do tempo estava só mandando meus vestidos fazer abdominal, mas você não vai acreditar no lugar que eu encontrei ontem! 

- Como assim, mandando os vestidos fazer abdominal? 

- Ah, foi uma "dica" de uma alfaiate, mas isto  não tem importância nenhuma , adivinha o que eu encontrei! 

Azriel conta sobre um lugar mágico que encontrou, sobre as fadas e o outro ser celestial que ela encontrou. Como boa parte dos humanos, para Kate qualquer celestial é um anjo, então ela se impressiona muito menos do que a amiga esperava.

- Então você também viu as fadas? Legal! 

- Também? Ah, é, você já tinha encontrado, aquela vez que ficou com o cabelo zoado! Você tava lindinha loirinha. 

Azriel é bem mais linda que Kate, embora Kate não tivesse problema pra chamar atenção, e preferia manter seus cabelos vermelhos, difícil era mante-los compridos, pois quando não estavam queimando, as fadas fizeram eles ficarem loiros, rosa e azul e ela tinha que cortar curto.

Depois de jogarem conversa fora, Kate pede pra ela acompanha-lá na missão da Corte dos Milagres. Azriel não estava muito interessada, mas acompanharia a amiga por consideração. 

No dia seguinte vocês vão ao templo verde. Era um templo pequeno, teoricamente politeísta, um tipo comum no continente. A princípio nada chama muito atenção. Havia poucas pessoas, e seis cadeiras estavam em forma de círculo no meio do templo. Um rapaz está sentado em uma das cadeiras.

Kate não vê o "Arlindo" por ali, mas também fizera questão de ir cedo. Alguém pergunta se vocês irão participar do culto, oferecendo inclusive as cadeiras que estão no círculo.

Como ninguém quis rolar nada, nem percepção, nem intuição, nem investigação, nem interação, vamos ao culto, estes meus jogadores são muito anti-sociais.

(Aim mestre, não tinha pensado nisto, posso rolar algo agora?) Não, pode mais não.

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O templo é pequeno, sem muitos chamativos. Na parede ao fundo há representações de armas douradas: o leque, o tridente, a clave e o kratak (espada curta e reta), são feitos para parecerem de ouro, mas quase certo que não passam de enfeites em latão ou algo assim, não estão em boa escala, o leque grande demais para ser usado, enquanto o tridente e a clava são curtos, servem mesmo só para demonstrar que o templo é politeísta.

Nadhull entra no templo usando sua magia para parecer humano, não havia ali necessidade de chamar atenção desnecessária, ainda que os templos politeístas não fossem proibidos aos demônios. Azriel já chamava atenção suficiente, era a único anjo ali, todos ao redor eram humanos, talvez um ou outro hibrido (lembrando: Heséd é uma cidade com poucos demônios morando e menos ainda anjos, embora tenha um número considerável de pessoas com sangue misturado).

Seis cadeiras foram postas no centro, um rapaz (17-20) ocupa uma delas, Azriel, quando perguntam se vocês irão se sentar, acaba ocupando outra, um homem com mais de 40 e traços duros (possivelmente alguém ligado a trabalho com armas ou trabalhos braçais) toma outra, vocês dois podem tomar alguma ou não. Quando começa a encher mais de gente, Azriel até pensa em ceder sua cadeira para uma senhora mais idosa, mas alguém gentilmente segura o ombro dela, demonstrando que as seis pessoas que sentaram primeiro não poderiam levantar-se, e todas as outras ficariam em pé, atrás destas que estavam sentadas no centro.

Uma travessa grande com vários pergaminhos é colocada no centro, cada pergaminho tem um número, o homem de meia-idade pega uma aleatória, Azriel também, o rapaz vê alguns pergaminhos e escolhe um, outra mulher faz o mesmo, vocês podem escolher caso tenham se sentado no centro, mas cada um dos seis tem que pegar um pergaminho.

Uma oração curta é lida, uma que inclusive um de vocês ou ambos devem conhecer, pois é básica em muitos ritos de Piro:

oração escreveu:"Bem-aventurado é o lugar, a casa e o coração, e bem-aventurada a cidade, a montanha, o refúgio, a caverna e o vale, a terra e o mar, o prado e a ilha, onde se haja feito menção dos deuses e celebrado Seu louvor."

Em seguida uma mulher no círculo começa a ler o pergaminho dela, com voz do povo do sul.

Quando não se esforçarem por difundir a Mensagem, os amigos deixam de adorar de modo digno! E não haverão de testemunhar os sinais de ajuda e confirmação que vêm do Reino de Abhá, nem compreenderão os mistérios divinos.
O negligente é também tolo, assemelhando-se aos demônios malditos, olhando o céu, mas caminhando com os pés para o Inferno. Por que acreditam que terão ajuda no dia da sega se suas mãos andaram vazias ou oscilantes em quase todo caminho?
Quem se deixa contaminar com os demônios se torna maldito como os próprios, e não há salvação para o Inferno, onde abandonar deve todo o ouro e o bronze, a filosofia e os feitos.
Prefira os flagelos do caminho, que ao menos o deixam atento, do que o vazio de um sono sem sonhos nem descanso.
Não peçam graças sem antes mostrar devoção, pois nada teremos a dar a quem não merece.

Spoiler:

O homem de meia-idade desenrola o dele e faz uma cara meio desanimada, baixa a cabeça e pergunta se não poderia trocar por outro menor. O rapaz mais jovem sorri e o incentiva:

- Não tenha pressa. Com certeza tens algo muito importante para nos falar.

- Louvor a Ti, ó Ti... Ó Tu... Ó Tu que inci...inclinas Te-Teus ouvidos aos su-suspiros dos que de to...do a-pe...go se li-livram...

O homem era sério, com uma voz forte como seu corpo, mas infelizmente era semi-analfabeto e lê com extrema dificuldade. Pra infelicidade de vocês ela pegou uma leitura enorme. O rapaz simpático ao lado tenta ajudar, quando ele engasga em alguma palavra, "soprando" baixinho a palavra, mas a leitura é sofrida, e vocês tem que ficar calados até ele terminar. A oração até tem partes interessantes, como "tudo se move através da Prana, do verme no seio da terra até o trabalho dos anjos em comunhão", ou "A esperança é teu tesouro, e a sabedoria sempre aumentará, mesmo que tenha pouca", mas também tinha partes que vocês não conseguiam prender atenção: "eles são como as gaivotas, não esqueçam disto!" eles quem? Do que ele estava falando que apareceu gaivotas? "e o trigo não foi suficiente. Assim quando lembrarem dos parentes andando na beira do morro..." espera, o que gaivotas tem a ver com trigo? E que seus parentes tem com isto? são eles ou você que estava na beira do morro?

Quando o senhor finalmente termina, Kate solta um AMÉM um pouco mais alto do que seria respeitoso, o homem fica todo encolhido, apesar de seu porte grande, alguns tenta disfarça o ar de pena ou alívio, o rapaz simpático ainda diz:

- Muito obrigado por colaborar conosco, são palavras que emocionaram! - E sorri com empatia sincera. - Nos dá a graça, me'danda? - Ele passa pra Azriel que é a próxima no círculo.

Azriel desenrola seu pergaminho.

- Oh! Pro Anĝelina! Está em Tareno, eu não falo Tareno, posso trocar por um em Esperanto?

Suspiros e gemidos são ouvidos, os sacerdotes fazem cara de desagrado.

- Pode ler, e eu traduzo para a senhora!

- Mas não posso falar o que não sei que estou dizendo.

Alguém que estava atrás de Kate até coça a careca, aquilo estava saindo do planejado, mas o rapaz ao lado de Azriel rapidamente troca seu pergaminho com o dela e começa a ler, todos fingem que não perceberam isto apesar da quebra do ritualismo. Mesmo o pergaminho estando em Tareno ele fala em Esperanto.

oração escreveu:"Ó Senhor, meu Senhor! Esta é uma criança gerada por uma de Tuas servas a quem concedeste um lugar de distinção nas Epístolas de Teu irrenogável decreto e nos Livros de Teu mando.
Suplico-Te por Teu nome, através do qual cada um é capacitado a atingir o objeto de seu desejo, permite que esta criança se tore uma alma madura entre Teus servo; faze-a brilhar através do poder de Teu nome, dá-lhe capacidade de pronunciar Teu louvor, a Ti dirigir a face e de Ti se aproximar. Ó excelso! Ó Augusto!"

No final era apenas uma oração de bênção para crianças, não tinha nada demais que Azriel não pudesse falar, mas então ela lê o próximo pergaminho:

- Hoje é o Dia da Semeadura. Ó Tamuz! Tu que és o Clemente, o Misericordioso! Dá-nos a firmeza de propósito!
Nossas esperanças serão soterradas! Desejaremos ver, mais estaremos cobertos, sem a luz! Clamaremos, mas nada ouviremos! Seremos pisados, e sentiremos o peso do mundo. Seremos humilhados, e choraremos. Nossos inimigos zombaram do nosso e do Teu nome. Tudo perderemos.
Ainda assim, não blasfemaremos, pois somos semente. Na sufocante escuridão, só da Água da Vida precisamos. Aguentaremos, pois Teu é o propósito, e em Ti confiamos.
Hoje é o Dia da Semeadora, ó Tamuz, o Justo. Hoje é um dia triste, mas seremos as testemunhas no Dia da Colheita, e é tudo que merecemos! Amém!

Ela deve ter lido antes de falar, e sabia que era uma oração a Tamuz, ainda assim a voz de Azriel não falha. Mesmo sendo devota de Piro, sua voz enche, macia e limpa, todo o salão. Suas asas até se abre um pouco enquanto enquanto ora, um gesto instintivo dos anjos quando estão emocionados.

- Que lindo, me'danda! Sua voz é maravilhosa, e creio que é a vez que ouço esta oração ser declamada com mais convicção.

- É uma oração potente, senhor!

Caso Nadhull e/ou Kate estejam no centro, é hora deles lerem as orações que pegaram/escolheram.

Depois que todos orarem, os pergaminhos são recolhidos e é servido um chá para as pessoas no círculo. Quem gostar de chá muito doce vai se decepcionar um pouco com o gosto, caso contrário é até agradável. Nadhull, que tem domínio de mana branca, perceberá que o rapaz mais jovem fica mais tempo cheirando o chá do que bebendo, e realmente é bem aromático, mas Nadhull e Azriel percebem também que é bronquiestimulante, bom para quem tiver algum problema respiratório, pra quem não tiver, não deve fazer muito efeito. Provavelmente.

Enquanto bebem do chá, debatem sobre as orações e filosofia.

Depois disto o círculo se desfaz, e algumas pessoas começam ir embora. Kate nota então que o Arlindo estava atrás dela, provavelmente desde uma parte do meio do culto.

- Por que demorou aparecer? Quem é o meu tratado?

- Tão seca assim? Nem um "boa tarde" e um beijinho antes?

- Seu nariz parece que já está melhor! Quer que o quebre novamente?

Ele faz cara de raiva.

- Você tinha me pego de surpresa, vadia, mas se não tivéssemos num templo você ia ver quem quebraria o que, sua cadela!

Ele diz apontando o dedo para a nariz de Kate, depois faz um gesto para alguém atrás de Kate, ela se vira, vê um homem de 40, forte, barba cerrada, se aproximar. Ao mesmo tempo o Arlindo já vai saindo.



- Você é a que chamam de A Siriema?

Kate sorri: - A própria. E você?

- Hoje, a noite não tem luar!

- Oi?

- Ruŝ! Me diga, qual é o seu nível?

Burocracia da Corte, pensa ela: -Anh? Ah! É... Uso minha pele como bandeira.

- Tão baixo assim? (SUSPIRO) (pausa humilhante) - Suponho que aquela seja sua amiga! (aponta para Azriel)

- Sim, falaram que poderia ser útil minha habilidade de ser amiga** de anjos.

- Espero que não tão amigos**!

** tem uma filiação chamada La Amikoj, literalmente os amigos, que reúne gente de Ajros e de Gaja que não gosta do pessoal de Fajr-Regno, e inclusive vocês lutaram contra este pessoal ano passado, aqui acaba gerando um trocadilho de dupla interpretação, pois tinha muitos anjos na Amikoj, então nem todo Hesediano podia confiar nos anjos.

- Certo... Mas então...

- Me chame de Kaneh.

- E meu contrato?

Nadhull estava do seu lado, a Azriel ainda falando com alguns crentes que gostaram de ouvir ela falar no culto, Kaneh deduz que Nadhull era parte de seu grupo, portanto não incomoda com ele ouvindo.

- Já ouviu falar da morte melancólica?

Spoiler:

- Precisamos de um grupo de quatro ou cinco, para ir até uma torre, pegar os remédios com ele e trazer para nós o mais rápido possível, de preferência arrastando aquele cabeça dura junto. É uma tarefa fácil. Interessada?

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Kaneh diz que um grupo considerado de pessoas estão isoladas, num canto da cidade, com a "morte melancólica", e que o número de infectados pode aumentar em breve, pois nem todos na cidade sabem da doença e estão espalhando aos poucos. O exército prefere ficar em silêncio do que promover o caos.

Um alquimista, de nome Durze, sabe preparar um antídoto que é capaz de amenizar/curar cerca de 80% dos enfermos, infelizmente ninguém chegou a 100%. Pedidos já foram feitos a este alquimista, mas por algum motivo ele está atrasado.

Durze mora numa torre, no alto de uma montanha (provavelmente a Grande Rochosa, que é a montanha mais famosa de Fajr-Regno) um lugar meio isolado onde faz suas experiências. A Corte dos Milagres contatou Kate pela fama dela de ser amiga de uma anjo, e Kaneh diz que é mais seguro para um grupo que tenha um dominador branco forte (no caso um anjo), pois assim ficarão mais seguros quando uma exposição acidental à morte melancólica. Caso aceitem a missão, ele dará a vocês um artefato que Azriel deve usar para aumentar a aura de proteção contra a doença para todo o grupo. Outras providências menores também serão tomadas, então ele diz que vocês podem ficar "tranquilos".

Será dado duas insígnias para apresentar a Durze, mostrando que vocês são enviados de quem dizem ser, e garantindo que ele disponibilizará os antídotos sem criar caso. Kaneh diz que o ideal é se vocês voltarem trazendo Durze também, mas este é meio cabeça-dura, e se vocês precisarem amará-lo e trazer à força não é problema, mas se não conseguirem traze-lo, os antídotos são prioridade.

Kaneh diz que aconselha um grupo de quatro ou cinco pessoas só para garantir eventuais problemas. Durze não deve criar caso ao ver as insígnias, pois ele já sabe da necessidade da Corte, mas ele é meio paranoico vivendo naquela torre com alguns auxiliares, então é bom precaver. É bem possível que ele já tenha mandado uma remessa prometida, mas esta remessa nunca chegou, então vocês tem que garantir outra, independente do que tenha acontecido com a que já foi pedida antes. O tempo é inimigo aqui, pois cada momento perdido é um tempo a mais pra doença piorar e espalhar.

A Corte dos Milagres está providenciando um sistema "não ortodoxo" de locomoção para facilitar a missão (leia-se "algum tipo de portal") portanto vocês devem arrumar mais um ou dois membros para a missão em poucas horas.

Qualquer dúvida Kaneh responderá agora.

A iniciativa do amigo de vocês, Alberich, de ter criado a guilda de aventureiros vem a calhar, pois podem contratar um aventureiro temporário para ir com vocês. Kate pode também ver se alguém da Izete estaria interessado, com certeza pelo menos um estaria.

obs.: quando comecei esta fase D&D disse que não trabalharia com as ração elfo e anões a menos que outro jogador interessasse, como não aconteceu, eventuais anões que aparecessem não seriam considerados uma raça à parte, mas humanos normais com nanismo. Podemos continuar com este conceito ou vocês preferem que traga as particularidades dos anões? Pois o Durze e seus auxiliares seriam representantes desta raça.

dado:

É de fato curioso (pra dizer o mínimo) um devoto de Piro fazer uma oração a Tamuz de bom grado e ainda elogiar, e Azriel era sabidamente uma devota de Piro. Os deuses primos já tiveram "bons momentos" no passado, embora nunca tenham sido tão bons de verdade e isto faz parte de um passado muito distante, faz séculos que nada de bom tem saído da interação entre eles. Talvez outros pontos controversos poderiam ser verificados no culto.

- Claro que estou, se não estivesse não estaria aqui. Mas me diga, esse alquimista.. Ele costuma ter uma guarda particular? Devemos esperar alguma animosidade? E que ele é "amigo" da corte, já sabemos, mas tem a possibilidade de ele ser "amigo" de filiações inimigas ao mesmo tempo?

- CLARO QUE NÃO! - Kaneh responde prontamente, com uma expressão de quem se ofendeu levemente com a pergunta de Kate, mas faz uma pausa (talvez pensando se a pergunta dela poderia não ter sido tão tola) e continua, novamente com expressão normal - Durze obviamente tem uma guarda pessoal, o local de sua torre é isolado, mas não totalmente seguro, então ele precisa de uma guarda. São homens da linhagem dos edanos**, como o próprio Durze. Pessoas de boa honra.
Eles jamais atacariam uma caravana comum, ainda mais se vocês se identificarem pelas insígnias que dei, pois Durze já negociou comigo. Só fariam isto se tivessem ficado loucos, mas não creio que ficaram. Eles devem ter tido algum problema para terem atrasado a entrega dos medicamentos, mas com certeza não foi loucura coletiva.
Durze é cabeça-dura, não gosta de sair daquela torre, mesmo quando chamado, que é o caso, e não gosta de trabalhar com qualquer um, mas nada que possa ser chamado de "animosidade".
A Corte não é excludente**, mas traidores não têm vida longa dentro dela, então ser amigo de filiações inimigas seria basicamente impossível para ele. No máximo ele poderia, devido a natureza do trabalho, negociar com um potencial inimigo, mesmo assim duvido que o faria se não fosse por ignorar tal.

Spoiler:

Agora me diga o preço pelo grupo**.

**Edanos: Como comentei, não pretendo (a menos que vocês queiram muito) trabalhar com anões como RAÇA diferente, no caso este grupo chamado de edanos são humanos que tem a característica de serem mais baixos que a maioria dos humanos, embora sejam bem fortes. Eles podem ter, além da aparência, uma ou outra peculiaridade que lembra os anões clássicos do D&D, mas não características que os fariam deixar de ser humanos, como expectativa de vida de séculos.
Os edanos não são um grupo nem particularmente famoso e nem muito desconhecidos, assim vocês já podem ter ouvido falar deles. São, num resumo bem rude, conhecidos por trabalharem de forma bem focada, mas comem e bebem muito quando não estão trabalhando, e de não se misturarem muito com humanos "comuns". Têm fama de serem sérios com compromissos e de não gostarem de piadinhas.

**não excludente, acho que já comentei, mas são filiações que não impedem de participar de mais de uma. A Corte dos Milagres permite a seus membros liberdade política e religiosa (a maioria não é devota de Piro, e sim ateia), permite que sirvam ou não o exército, bem como sigam ou não juízes, embora em algumas vezes ou lugares a Corte se sobreponha ao exército, mas em Heséd é mais tranquilo.
Ainda assim é óbvio que nos graus superiores se requer cada vez mais prudência e a liberdade pode não ser tão grande assim. Inimigos declarados mesmo são só o Yüksek Kan e La Amikoj, a Corte não se relaciona muito com a Igreja Cisne Branco por falta de afinidade, e com a Igreja Central ou Sagrada Conduta pq ESTAS são exclusivistas. Outros casos, como discípulos de Hagreb, a posição pode não ser precisa.

**preço do grupo significa que ele não negociará separadamente. Se vocês tiverem pedidos individuais, devem somar tudo, então se um aceitar por exemplo 50 kons pelo serviço, outro 100Ж, outro 110Ж, vocês que devem fazer esta divisão depois. Se fecharem por, por exemplo, 500Ж o cara pagará isto para o grupo, independente de serem duas, três ou cinco pessoas, ou de se alguém morrer no percurso.
Kaneh já disse que, se convencerem Durze voltar com vocês, paga um pouco mais do que se só trouxerem os remédios, então vocês têm que estipular o que acham razoável. Uma missão aparentemente fácil aventureiros costumam pedir cerca de 30Ж-40Ж por pessoa e mais um sinal para despesas eventuais no caminho. No caso já deixou entender que vão poder usar um portal para reduzir a viagem de vocês. Vocês também poderão pedir mais que a média pois estão contra o tempo.

Usando membros da Escola Izete no grupo vocês economizam burocracia, pois contratando alguém na guilda iam ter que discutir que tipo de contrato fariam. Tem vantagens e desvantagens.

A Caoilain eu farei uma ficha de clériga, embora oficialmente a personagem será curacista mesmo, a Kate é feiticeira 4 e monge 2, a Azriel tá como canivete suíço, e o Braeno farei a ficha como paladino (talvez com alguns níveis de feiticeiro, mas o principal será paladino). Caoilain aceita ir interessada em saber um pouco mais sobre a morte melancólica e seu antídoto, não tanto pela grana, ela diz que por 40Ж e mais despesa de comida ela já aceita. Braeno diz que, da parte dele, iria por 90Ж, mas pode pensar se aceitaria ou não contra-oferta.

- O Portal é só para a ida, ou conseguiremos um portal para a volta também?

- O portal é duplo, mas só poderemos mantê-lo por três dias. Até porque, se demorarem mais que isto, já será tarde demais para os infectados!

Kate nota que terem marcado a missão para uma semana depois do contato deve ter sido para dar tempo de ter aberto este portal. Portais são coisinhas bem complicadas, com um número de "ses" e "poréns" que Kate não conhecia todos. Este não deveria ser dos mais complexos, pois ligava dois pontos do Mundo Material, ainda assim deveria ser muita energia para abrir e manter aberto, mesmo por apenas três dias.

Spoiler:

Kate da o preço de 420Ж pelo grupo, afinal a missão não parecia tão difícil, e o portal economizaria boa parte da jornada (ela esperava que quase todo caminho, embora seria sorte demais se o portal levasse direto para a porta da missão, e de fato, especulando um pouco, Kaneh diz que o caminho deve demorar três horas depois do portal se o grupo de vocês não for lento, ou umas seis horas se forem ineficientes). Kaneh escuta o valor, pensa por apenas dez segundos e diz:

- Certo!

Ele concordou fácil demais, ou devia estar desesperado (que o tempo era curto, já sabiam) ou Kate foi mais razoável do que esperava. Correndo para a sede da escola, Caoilain é solícita e pede menos do que Kate calculou por pessoa, o esperado de alguém desapegada como ela. Já Braeno parecia ter adivinhado o valor que Kate calculara, o esperado de alguém prático como ele.

- Vamos lá, da ultima vez que lutamos juntos, eu estava toda fudida e bloqueada. Agora é diferente, eu estarei la para te proteger. Vamos fechar no 70Ж

Calin esperava nem ter que lutar, pois era apenas curacista, e Kate também tinha esta esperança de não precisar lutar, embora estaria pronta a defender a amiga que seria só suporte, caso precisasse.

- 70Ж Não paga uma semana do meu almoço! Assim você me quebra, ruivinha.

Pior que era verdade, Braeno costumava gostar de pratos caros. Embora uma pessoa padrão pudesse almoçar relativamente bem com um prato de 3Ж, não era raro Braeno gastar 9-11Ж numa única refeição.

- Ah, deixa de ser ganancioso! É só um dia de serviço, e vai ser molezinha, só pegar o bagulho e trazer! - Ela pensa um pouco - Um dia e meio no máximo, se alguma merda acontecer.

- Ganância nunca foi crime nas leis de Piro, e você sabe que merdas sempre acontecem, senão eles teriam pedido um grupo mais barato que o nosso.

(R.Oc.) Mesmo reclamando, ele ainda aceita diminuir para 80Ж, só porque a missão parecia simples.

- Se este pessoal desta tal Corte dos Milagres estiver te tapeando quanto a missão, e eu morrer, terá que fazer oferendas no meu túmulo nua.

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Continuamos em novo tópico. Tô vendo o @Dycleal entrar todo dia mais ficar caladinho, vou arrastar o personagem dele também, se continuar calado.

Nadhull está junto, e apenas observa. Não sentou entre as 6 cadeiras, pois está estranhando aquela pregação, mesmo que digam que é de Piro. Ao ouvir o contrato, acha que é pouco, pois acha que vai ser mais complicado do que dizem que vai ser e para completar o grupo, pode chamar a esposa que é maga ou guerreira conforme a necessidade do grupo. Acho legal os anões no cenário. Sem problemas para mim. E se aumentarem o preço vou e se não aumentarem, vou reclamar, mas como vou receber pela minha mulher, compensa.

Dycleal escreveu:Nadhull está junto, e apenas observa. Não sentou entre as 6 cadeiras, pois está estranhando aquela pregação, mesmo que digam que é de Piro. Ao ouvir o contrato, acha que é pouco, pois acha que vai ser mais complicado do que dizem que vai ser e para completar o grupo, pode chamar a esposa que é maga ou guerreira conforme a necessidade do grupo. Acho legal os anões no cenário. Sem problemas para mim. E se aumentarem o preço vou e se não aumentarem, vou reclamar, mas como vou receber pela minha mulher, compensa.

Na verdade, não foi dito que a pregação era de Piro, embora a primeira oração é típica Dele, as demais não necessariamente, mas não foram curiosos o bastante pra fazer alguma observação religiosa, então tudo segue sem mais problemas.
Kate deu o valor de 420 kons para o grupo, o que, se dividir em 5 dá 84Ж para cada. Se chamar sua esposa fica divisão por 6, que dá 70Ж para cada. Não é muito dinheiro, de fato, na verdade é bem básico para uma missão bem básica, se tiverem maiores problemas pode quase não compensar, mas:

1) a divisão não precisa ser necessariamente igual, a Caoilain mesmo já disse que contenta com 40Ж, a Azriel talvez (talvez) peça algo no mesmo nível.
2) se achar que ela pediu pouco, é sim possível pedir um pouco mais para o Kaneh, podem falar que precisam de um suporte "para a viagem" que ele pagaria antes e não contaria com os 420Ж, mas agora que ela já deu o preço, ele provavelmente não vai querer subir muito, mas como eu disse, dá pra rolar comércio.

Continuamos em outro tópico