On Game: Dias Indesejáveis de um Futuro Ferido

Marreta fez um bico quando percebeu que Lex não sabia de quem era o presente. Ele guardou aquela informação. Por enquanto.

- Depois eu te conto o que eu sei. Assim você pode deixar de ser estagiário.

Enquanto andava por entre os presentes no jornal, Marreta sorriu para a mulher que sorriu de volta. Sentiu-se com sorte e sentiu-se mais bonito ainda do que achava que era. Passou a mão no cabelo, confiante. Olhou Lex:

- Um pouco de confiança te ajuda, vai por mim.


Uma pena que sua confiança não serviu muito contra o editor-chefe. Marreta arregalou os olhos, incrédulo, com os gritos daquele homem. Aos poucos, foi estreitando os olhos e franzindo a testa. Aquele sujeito lembrava-o do Legalizador.

"Malditos juízes...." Pensou, irritado. Pensava que aquele homem era um protótipo do que viria. Cruzes.

E dessa vez, ficou impressionado com a resposta de Lex. Ele pensou rápido e realmente tomou partido da coisa toda. Olhou o rapaz e deu um leve sorriso. Até que ele não era tão bobo. Ponto pra ele!

Marreta iria completar a fala de Lex, mas o editor-chefe deu mais um grito que fez Marreta arregalar os olhos. Ele olhou por cima do ombro para White. Coçou a cabeça e disfarçou uma careta quando o editor Chefe brigou com o rapaz.

Os homens e o rapaz saíram da sala. Marreta foi até Lex e tentava animá-lo junto com White.

- Credo, Lex. Esse seu editor é meio tã-tã. Você tem que se impor mais! Mostra pra ele! Né, White? - olhou o coitado do White que caíra de paraquedas na confusão.

- E aquele bigode de Hitler?

Olhou por cima do ombro para a sala e comentou sozinho:

- Cadê a Polícia do Karma pra prender ele? Se prendem gente que usa o corte do Hitler... - disse enquanto se lembrava de uma velha canção.¹


Marreta olhou White e deu um meio sorriso. Estranhamente sentiu que ele se esquivava de perguntas que nem foram feitas:

- Valeu pela sua futura ajuda. Não vá se esquivar das minhas perguntas e..

Marreta calou-se ao ouvir Oliver em sua mente. Arregalou os olhos e olhou para White, mudo. Olhou Lex e depois olhou o relógio.

- Aaaah, mas que idiota! Eu esqueci que tinha uma palestra!! Uma palestra importante no... Não importa! Tenho que ir!

Marreta deu uns tapinhas amigáveis no ombro de White e de Lex:

- Minha... estagiária vai chegar e vocês podem conversar com ela! Muito inteligente! Mais que eu!

Falou enquanto afastava-se dos dois. Quando estava longe o suficiente, andou na direção da saída, mas tomou um rumo diferente: foi até o banheiro e entrou, trancando a porta.

"Pode trocar!!" Disse para Oliver, um pouco ansioso. Será que iria funcionar?

"Pelo amor de Deus, Nabu e de Nyar! Que eu vá pra onde tenho que ir e ela venha pra cá!!" Não podiam errar! Não agora!

1:

Marreta andou rápido para o banheiro, deixando Lex e White para trás. Enquanto caminhava o mais depressa que conseguia sem levantar suspeitas, já sentia que sua visão começava a tremer, formando um círculo que lentamente parecia desassociar as imagens que estavam a sua frente.

"Puta merda". Pensou junto com Oliver.

Meio cambaleante, Marreta entrou no banheiro e tropeçando, prendeu-se em uma das cabines.

"Cuide da Regina, tá? Não deixe que nada aconteça a ela."

Ouvia Oliver em sua cabeça e via a imagem de Regina. Marreta, antes com uma das mãos na frente do rosto, tonto, ergueu os olhos confusos e viu a realidade esticar-se e sugá-lo enquanto o mundo parecia ser um emaranhado de cores distorcidas e que era difícil de classificar.


De olhos fechados, Marreta caiu como um foguete no quarto, com um dos joelhos flexionados. Abriu os olhos lentamente e olhou para um lado e depois o outro.

"Temos que começar a treinar viajar de olhos abertos. Imagina se nos pegam desprevenidos." Disse a Oliver. Ou pelo menos, achava que tinha dito.

Ele ergueu-se lentamente. Parecia estar curtindo aquele momento. Com um meio sorriso imaginava-se em algum filme de super heróis, quando o mocinho fazia sua entrada triunfante e...

- Hun?

Era o cara do cemitério!!

- Você é o cara do cemitério! Claude!

Depois, lembrou-se que Claude havia apontado uma arma para ele no cemitério. Marreta apontou um dedo para o ladrão:

- Você apontou a arma pra mim e...

Mas calou-se e olhou para o controle que Claude carregava e oferecia para que Marreta observasse, com curiosidade. Ele pegou o equipamento e com os olhos meio fechados, estudava a cena da sala. Imediatamente reconheceu Regina.

- Vou proteger a ruiva.

Marreta bateu o controle no peito de Claude, entregando-o.

- Se prepara, chapa. - disse com um sorriso que era, ao mesmo tempo, debochado e malicioso. - Acho que vai ser uma briga meio feia. Mas ainda bem que sei apanhar.

E foi até a porta do quarto, silencioso. Queria usar o elemento surpresa contra Mei Ling, se fosse necessário. Ele olhou Claude com um meio sorriso debochado e levou o dedo indicador em riste na frente dos lábios.

-Shhhh.

Fez, enquanto abria lentamente a porta e seguia para a sala.

Claude não falou nada, mas pareceu bem interessado em ouvir todas as fanfarronices de Dylan, conforme Marreta bate o tablet no peito do ladino e caminha falando sobre defender Prince esse simplesmente o segue em um silêncio estarrecedor que se contrapõe com a forma abrutalhada que seu colega recém teleportado caminha...

Conforme a porta se abre, de uma nuvem de gás esverdado surge uma pequena chinesa em um vestido tradicional que atinge com uma velocidade incrível o tronco com um chute impulsinado por um salto.



O ataque acerta e certamente derrubaria uma pessoa comum facilmente, mas Dylan esta longe de ser uma pessoa comum e nada sente do golpe, porém agora ambos estão envoltos em gás verde que adentra o corredor e agora ele não conseguia ver, mas graças aos seu sentidos sentia o cheiro da jovem em meio à fumaça

Abriu a porta devagar e tentando não fazer barulho. Marreta até sentiu algum orgulho de si mesmo: fazendo as coisas de maneira cuidadosa! Era assim que deveria ser!

Mas... Que porra! De que adiantou? Sabia que tudo estava coberto de fumaça verde, mas... Ele arregala de leve os olhos ao ver a bagunça de tons verdes. Era quase impossível de ver qualquer coisa. Ele passou os olhos pelo cômodo, procurando, primeiro, por Prince. Queria garantir que ela estava salva, mas...

Seu faro e visão haviam percebido uma forma nova. Ele olhou na direção de uma figura pequena no meio daquele mundaréu verde e..

BAM!! Ele pareceu não entender de primeira o que havia acontecido, mas depois...

"Por Melissa! Ela me chutou!"

Sim. Antes que tivesse alguma reação, do nada, sentiu aquele chute bem no meio de seu peito.

Fez uma careta por causa da surpresa e por fim, olhou para onde havia sido acertado quando ouviu a voz da jovem, ele se recuperou do pseudo-susto. A vida gostava de dar pancadas nele do nada.

Deu alguns passos para frente, saindo do caminho da porta deixando aquele caminho livre para Prince e Claude.

- Meus pais são dentistas. - disse com seu habitual meio sorriso sacana nos lábios.

Enquanto falava e dava passos cuidadosos, Dylan observou melhor a pequena figura que tomava uma postura típica de artes marciais. (não sei se tenho que declarar, mas vou avaliar o adversário!)

Estreitou os olhos e fez uma careta de dor - cerrou os dentes e enrugou um lado do nariz - ao perceber o que ela fazia.

- Dona, a gente não precisa...!!

Tarde demais. Marreta viu a jovem correndo em sua direção como uma flecha.

"Bater é fácil. Difícil é apanhar." Era seu mantra. Sua mãe lhe disse isso uma vez e ele sempre repetia. Ainda bem que ele sabia apanhar. E aguentava muita coisa. Quase tudo, alguns diriam.

Mas, bem. Apanhar nunca era legal. Na maioria das vezes não doía, mas... Ele sabia que aquele golpe iria doer!

Apesar disso, não se preocupou muito em desviar-se completamente do golpe. O que queria era chegar só um pouco pro lado. O suficiente para conseguir erguer ambas as mãos e com elas, bater nas mãos de sua atacante, com força, para afastá-la dele!

Dylan cerrou os dentes enquanto fazia isso, um tanto quanto sem jeito. Mesmo que não conseguisse usar sua força toda, queria pelo menos tirá-la de sua trajetória e jogá-la um pouco para o lado.

Aproveitaria seu próprio embalo e iria para o lado oposto, catando a primeira coisa que visse na direção da moça. Claro, tudo menos a bonequinha de Oliver. Ela gostava daquela bonequinha. marreta sabia disso.

- Hora de dar o fora! - disse com a voz preocupada. Não queria apagar a moça. Não que ela fosse fácil de apagar.

Falava, não sabendo direito para quem, se para Prince fugir ou se para a invasora cessar os ataques. de qualquer forma, ficaria entre ela e Prince, custasse o que custar.

"Só não deixem que me enterrem!" Dizia à Oliver enquanto observava a chinesa.

Ao esquivar-se e vendo a posição por ter avaliado que a garota era vulnerável apenas à ataques à distância e sem saber como conseguiria quebrar a guarda dela...
Dylan arremessa uma estátua de mármore ao lado da porta no instante que esta quase para ser atingido pelo soco duplo.



—"Yama Tsuki"...

Ouviu Claude comentar, enquanto via Elanne/Regina sair abraçada com ele do meio da fumaça, aproveitando a brecha cedida e saindo em meio ao corredor antes da fumaça se dissipar, ele viu exatamente onde Mei Ling estava pelo seu calor e odor diferente no local e quando toda camuflagem esverdeada se dissipou finalmente ele surgiu diante dela sorridente.

Agora assim, ele poderia tentar conversar, especialmente ao ver que aquela menina de menos de vinte anos parecia ter partido uma estátua de mármore réplica da de Davi de Davinci ao meio com seus punhos.

Marreta viu pela visão periférica que Prince e Claude escapavam da cena. ele ficou feliz e triste com aquilo: eles teriam chance de escapar, mas... Agora, teria que lidar com aquele chinesa baixinha sozinho. E ele quase deu um sorriso desesperado, porque sabia que não seria fácil. Não podia deixar que a distância se encurtasse. seria fácil.

Quando Mei Ling fala com ele como se o acusasse de começar a briga, Marreta arregalou os olhos de forma surpresa. Balançou rapidamente a cabeça em sinal de desentendimento e depois deu um riso debochado:

- Dona, sério? Você que começou e...

Marreta parou de falar, balançando a cabeça em negativo. Não adiantaria falar aquilo.

Bufou:

- Da próxima vez, fico parado apanhando. Que acha? Pela "paz". - fez aspas com os dedos das mãos, irônico.

Apanhar era horrível.

E ela veio coma quelas perguntas. Marreta ficou calado. Na real, ele não sabia a resposta, mas sabia que não poderia deixar ela ir atrás deles. Teria que ganhar tempo.

- Por que você está atrás dela? Ele não fez nada, até ajuda uma galera. Acho que você tem que fazer as perguntas certas pra quem te mandou aqui.

Marreta falava enquanto tentava dar tempo de Claude e Prince fugirem.

- Acho que você tá com raiva das pessoas erradas.

Marreta não saiu do lugar, encarava a jovem.

(Primeiro, vou tentar manter no papo. Se ela vier me atacar mesmo, vou me defender)

E é claro, estava prestando atenção na jovem. Assim que ela tentasse alguma coisa, Marreta iria tacar tudo que pudesse na direção dela, além de proteger a passagem. Não deixaria o caminho aberto para a jovem lutadora.