CRONICAS DE MAXIM GEZNY – O ASSASSINO DAS CORRENTES
CRIMEIA
Em 2014 a população de maioria russa da península da Crimeia aprovou um referendo, aprovando a anexação da região ao governo russo. Logo após o referendo, o governo russo enviou tropas para a península da Crimeia.
Em alguns locais houve resistência...
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1 SEMANA ANTES DA INVASÃO DA CRIMEIA
Maxim Gezny estava sentado na calçada em frente do hospital, vendo um grupo de moradores pro-russia passarem. Eles estavam bêbados de vodka, e cantarolavam o hino russo com vozes graves. Ao verem Maxim, e reconhecerem sua etnia ucraniana, logo começaram a lançar insultos gratuitos, e a manda-lo de volta para Kiev.
O rapaz apenas os observou sem dizer nada, com olhos vazios.
Por algum motivo, os bêbados sentiram um frio na espinha, e ao ouvirem o som de correntes se arrastando, decidiram apenas ir embora para comemorar em outro lugar.
Mas a mente de Maxim estava voltada para Pavlo Gezny, seu irmão menor, que estava em tratamento no único hospital que possuía o equipamento necessário para continuar a sua luta contra o câncer, e que era sem custos. Maxim sabia o quanto isto era importante, e saber que a tempestade politico-militar poderia por um fim a este tratamento, era algo que lhe dava muita ansiedade.
Não ter dinheiro é uma merda!
Havia também um outro motivo para estar do lado de fora... hospitais são locais com extrema concentração de resíduos psíquicos, e por isto berçários não somente para recém-nascidos, mas também para maldições dos mais diversos tipos. E além disso, também existiam os espíritos recém-desencarnados que muitas vezes se perdiam do caminho, incapazes de compreender sua própria morte.
Embora estivesse acostumado a ver este tipo de coisa em Chernobyl, já tinha passado da hora de finalmente estar em um local, a principio, com coisas normais.
“Ei, que cara essa? Parece que viu um fantasma?”
Maxim franze a testa... não se lembrava de ter feito nenhuma amizade com ninguém destas paragens... Ele se vira para a dona da voz feminina, que era meio zombeteira.
Era uma garota bonita, de cabelos negros, vestindo como se fosse uma gótica de butique. Se fosse um outro momento, um outro lugar, ate que estaria disposto a puxar um papo... porem Maxim agora só queria manda-la a merda...
Só que esta frase, ah, não tinha como não falar nada.
Maxim esperava uma cara amedrontada, ou sem-graça. Porem a garota continuou com a cara zombeteira.
Maxim não sabia dizer se ficava surpreso ou partia para esganar aquela folgada!
CONTINUA