OFF - Sussurros do Vento Oriental

Eu to respondendo as 20 perguntas

@Alexyus,

Postei meu personagem definitivo.

Depois de pensar, percebi que os dois personagens que eu estava em dúvida, Fênix e Unicórnio, eram muito parecidos com outros que já joguei. Decidi, então, experimentar algo diferente e optei por um bushi do Clã Dragão.

Quando puder, pode apagar meu primeiro post no tópico de fichas, por favor?

Obrigado.

Xafic Zahi escreveu:@Alexyus,

Postei meu personagem definitivo.

Depois de pensar, percebi que os dois personagens que eu estava em dúvida, Fênix e Unicórnio, eram muito parecidos com outros que já joguei. Decidi, então, experimentar algo diferente e optei por um bushi do Clã Dragão.

Quando puder, pode apagar meu primeiro post no tópico de fichas, por favor?

Obrigado.

Hanbei vai ter um irmão gêmeo  

Ficaram muito iguais mesmo kkk
Até começarmos a jogar, vou tentar gerar algumas diferentes

Não leu o meu ainda kkkkkk

Mas amém que dê tudo certo

shamps escreveu:Não leu o meu ainda kkkkkk

Mas amém que dê tudo certo

Bora, minha filha, cadê seu BG e sua PJ? Terminei meu BG, mas não consegui resumir porque acho que perde a ideia que quero passar. Vou mandar por MP também, e, quando ele puder, ele lê, @Alexyus, sem pressa. Haha, ainda estou ocupada em OFF, mas essa semana foi mais ou menos tranquila, então sem pressa. A ficha, pensei em uma gueixa, mas como o @Xafic Zahi me disse, não tem no livro, então pensei em ser uma Emissária de Ide. Mas preciso que você leia o BG pra gente ir trocando figurinha e também saber se você topa a ideia dessa personagem ou se acha melhor eu fazer outra coisa, massssss vai no seu tempo viu e quando der você da uma zoiada no que vou mandar pra você

O livro fornece a opção de artista que, a depender do rolleplay que você queria com a gueixa, podem ser funções bem parecidas

Alexyus escreveu:No meu entendimento, gueixa é uma espécie de cortesã. Pelo menos em regra funcionaria muito bem assim.

Mecanicamente, acho que funcionaria bem. No entanto, na minha opinião, isso seria contraditório com o cenário, principalmente por causa da Ordem Celestial. Como os samurais ocupam o topo da hierarquia social, realizar os mesmos serviços que uma gueixa seria uma desonra para a família e para o Clã. Na Ordem Celestial, as gueixas estão abaixo até mesmo dos Ronin. Mas, claro, essa é a minha interpretação do cenário, que, obviamente, não é a única e pode não estar correta.

Alexyus escreveu: E todo mundo pode pedir pro Xafic revisar as fichas antes de mestre olhar! 

Se me pedirem, eu olho sim

Isso eu sabia, por isso optei por colocá-la na escola Ide. A questão que me deixa curiosa é se o background dela pode ser utilizado ou se há uma obrigatoriedade de que ela tenha que ser de nascença da família ou do clã.

Canonicamente, as escolas são somente para a casta samurai mesmo e costuma ser uma tradição familiar, na qual o futuro estudante não opina muito. Eles entram nela bem novos, por volta dos 10, 12 anos de idade. Quando aprendem a primeira técnica, o que leva normalmente 4 anos, eles fazem o gempukku e são considerados adultos

Alexyus escreveu:A família Ide, como todo o Clã Unicórnio, recebe indivíduos de todos os tipos incluindo gaijin. Então não vejo problemas em sua personagem ser uma agregada da família. 

A função de uma gueixa, tradicionalmente, e bem respeitada no Japão, como uma artista e anfitriã de entretenimento para classes altas. Frequentemente elas são confundidas com prostitutas, que são obviamente das mais baixas camadas sociais. Na minha interpretação do cenário, essa diferença existe em Rokugan também, incluindo possíveis confusões.

Pelo bg, alguém deixou ela sob os cuidados da Hatsumomo, que tem um passado indecifrável, mas é muito conhecida como uma grande gueixa, recebendo pessoas da alta sociedade. A casa dela é um ponto de encontro para negócios importantes. Ela cria a Mizuki e depois a envia para os Ide ao que parece, eles poderiam ter algum acordo ou outra coisa que não quero saber HAHA. Seja o que for, isso tira Mizuki das vistas e a manda para longe. Ela é criada com o filho mais novo do Ide, que eu não verifiquei se realmente existe, mas coloquei que ele teve dois filhos: um mais velho, que casou e era o crush platônico dela, e o mais novo, que está estudando pelo mundo porque é diferente do mais velho( menino é cheio da magia). Mas, se isso estiver muito fora da proposta, posso montar outra coisa sem problemas.

Alexyus escreveu:A família Ide, como todo o Clã Unicórnio, recebe indivíduos de todos os tipos incluindo gaijin. Então não vejo problemas em sua personagem ser uma agregada da família. 

Se não estou enganado, lembro de ter lido em algum lugar que alguns gaijin podem ascender à posição de samurai dentro do Unicórnio.

Sobre as gueixas, apesar da função não ser necessariamente a mesma de uma propostituta, elas ainda são consideradas himin, "não-pessoas", em Rokugan. Por isso levantei a questão de me parecer contraditório ser gueixa e, ao mesmo tempo, samurai.

Na pg. 98 do livro básico, tem uma tabela com o status social de cada função.

Mas assim, até falei para a Thendara no privado, eu tô fazendo esses apontamentos apenas para indicar o cânone do cenário (conforme a minha interpretação). Eu mesmo não tenho nenhum problema da personagem dela ser gueixa e, ao memso tempo, samurai

thendara_selune escreveu:

Alexyus escreveu:No meu entendimento, gueixa é uma espécie de cortesã. Pelo menos em regra funcionaria muito bem assim.

O gaijin pode contar com a ajuda da ninja das imagens de IA, a Shamps!

E todo mundo pode pedir pro Xafic revisar as fichas antes de mestre olhar! 

Mandei o BG via MP   @Alexyus e vou postar aqui tbm, hahaha. É só um rascunho, pois posso ter exagerado um pouco nas ideias. Me divirto muito com esse tipo de tema, que é bem diferente, e fico pensando que dá para explorar muitos personagens, tramas e melodramas HAHA  @shamps posso te arrumar em on o Yuto viuuu uhauhahua tem meu apoio pra fanfic se quiser       to montando as imagens hihi quando o  @Alexyus der o ok posto elas tbm    


"Querida Mizuki,
Somos como as águas que fluem, sempre mutáveis, sempre carregando histórias em suas correntes. É assim que começo a minha, soprando-a como uma brisa suave entre as flores de cerejeira.
"Imagine-nos sentadas numa sala silenciosa, com vista para um jardim onde as cerejeiras em flor dançam ao vento. O perfume das pétalas preenche o ar, e quase conseguimos ver uma dama sob o luar — seus cabelos brancos como seda e olhos azuis que brilham como estrelas distantes. Com um leque nas mãos, ela se move em uma dança lenta e graciosa, contando uma história de amor melancólico sem dizer uma única palavra. Quando a dança termina, ela se desfaz em pétalas de sakura, renascendo como uma garça que voa alto, enquanto nossos corações permanecem suspensos na eternidade de seu movimento."
Foi em uma noite assim que você foi concebida. Nós duas, com nossos olhos de um azul profundo e cabelos brancos como a primeira neve, sempre fomos diferentes, únicas. Escrevo-lhe agora porque sinto que meus dias se encurtam. Os sábios dizem que nossos olhos refletem um excesso de água em nossas almas, faltando-nos o equilíbrio dos outros elementos. Por isso, minha filha, pedem que você se case com alguém que complemente sua natureza, para que encontre seu próprio equilíbrio e mantenha nossa linhagem em harmonia.
Meu presente material para você é o anel que seu pai me deu quando nos conhecemos. Saiba, Mizuki, que a amamos muito. O amor é o elemento universal; sem ele, restam apenas ambições e sentimentos que cegam a razão diante do que é justo.
Sei que o que lhe peço é um sacrifício. Quando seu tio lhe entregar ao seu marido, será para o seu bem, para que nossos ancestrais possam aplacar o karma que carregamos. Perdoe-me, Mizuki, por ter me perdido naquela noite, por ter dançado para ele e me deixado levar para longe, para uma terra sombria, onde deixei meu coração se congelar. Mas como resistir aos olhos de ônix de seu pai, chamas negras num mar de fogo azul? Meu erro, minha vergonha, agora pesam sobre você... Carregamos a mesma marca de nascença, e eu a beijei, torcendo para que o gesto se fundisse a ela. A lua crescente azul é nosso segredo, assim como o anel, Mizuki."

***

Meus dedos tamborilavam no papel envelhecido; a tinta, desbotada pelo tempo, guardava as palavras de minha mãe. O anel de jade em meu dedo refletia incompreensão e raiva, enquanto o perfume de sakura permeava minhas memórias, como se as pétalas ainda flutuassem ao meu redor.
Escondi a carta ao ouvir o som dos getas das colegas no corredor. Um shoji deslizou, e uma delas saiu com roupas para a costureira. Caminhei pelo jardim, observando os fusumas decorados com garças, mulheres à beira do rio, e criaturas míticas — dragões, fênix, unicórnios. A arte parecia viva; o homem que segurava um escorpião, quase oculto, tinha olhos da cor do meu anel. Desde pequena, sentia que aquelas ondas sussurravam meu nome.

Sempre senti um olhar invisível sobre mim, como se carregasse um kami em meu sangue. Diziam que minha aura era intensa. Pisquei, imaginando que o homem na pintura havia se movido, mas era apenas um engano. A luz suave atravessava o papel, e o dia se despedia em tons de laranja.
Na Casa de Chá Flor de Jade, Hatsumomo-sama me criou para ser uma gueixa: arte sem sentimentos próprios, teatro de força e delicadeza. Minha palavra só tinha valor quando envolta em mistério. A gueixa deve ser névoa, leve e serena, mas também uma onda que nunca se quebra. Hatsumomo-sama me permitiu guardar meu anel de jade, talvez por honra, talvez por capricho. A marca da lua crescente nas minhas costas, escondida pela roupa, era um lembrete de que meu passado era perigoso ou proibido.
Eu era sua predileta, talvez sua herdeira. Mas estava cansada de ser vista como mera artesã de prazeres inalcançáveis. O ikebana que eu criava, o chá que eu servia, escondiam minhas emoções. Havia um oceano em mim que ninguém poderia navegar. Mas eu queria mais: tocar o biwa, cantar, dançar, contar histórias que ecoassem além de mim.

Então, Hatsumomo-sama me chamou ao tokonoma, um lugar onde raramente era recebida. Ela estava rodeada por flores — sumire, momo, sakurasou — cada uma carregando significados ocultos de amor, desejo, sinceridade. As teorias que eu tinha sobre seu propósito desaguaram em um rio de incertezas.
Ela servia chá a um grupo de homens que vestiam roupas em tons de roxo e branco, adornadas com bordados em alto-relevo feitos de fios de seda. Seus cabelos longos estavam presos de modo a deixar seus rostos expostos, e suas barbas bem-cuidadas exalavam o cheiro de ervas que se misturava ao incenso do lugar sem causar incômodo. Eles tinham uma presença forte e atlética, como se o aço tivesse nascido em suas mãos. Seus olhares eram vibrantes, como se cada um pudesse contar uma história. Suas peles variavam, algumas marcadas pelo sol, outras mais claras que a da maioria dos frequentadores daquele lugar. Não conseguia identificar de onde vinham; suas roupas tinham costuras diferentes, trajes belos, e suas vozes traziam algo peculiar — talvez um sotaque.
Entre eles, destacava-se um jovem de olhos cor de jade que cintilavam como estrelas. Ele era muito bonito, e percebi o olhar de Hatsumomo sobre mim. Lembrei-me das lições que ela me dera: “Você não deve deixar nada flutuar em seus olhos, não importa o quão belo seja aquilo que lhe cativa. Você é névoa, água passando suavemente pelas pedras, não pode ser contida em um pote qualquer...”
Nada em meus olhos revelava que o achei bonito; tudo em mim era silêncio, placidez, serenidade. Meu olhar parecia atravessá-lo, e ele bebericou o chá, visivelmente surpreso pela minha aparente falta de interesse.

Hatsumomo disse: “Dance para eles, Mizuki. Há muito para você comemorar...” Obedeci, minha submissão era palpável em cada movimento gracioso. Meus braços estavam ocultos pelo tecido das longas mangas de seda branca com azul, deixando meu pulso aparecer brevemente quando meus leques dançavam sozinhos no ar. Meu corpo girava suavemente, revelando, por instantes fugazes, meu pescoço gracioso, a pele branca como neve, como se feita de gelo, e os lábios tingidos de um azul suave, que combinava com meus olhos e meus cabelos brancos como seda. Ao finalizar, meus leques se moveram para esconder meus lábios, e agradeci em tom baixo.
O incenso parecia queimar mais intensamente — o perfume de Kinmokusei e Ume fez os homens esquecerem de beber o chá servido por Hatsumomo. Talvez fosse mais um teste: “Você precisa ser como a água, Mizuki... Adaptável... Fluida... sempre intocável.”

Alguns dias depois, fui informada de que seria destinada à casa Ide; tornaria-me uma gueixa para eles, um entretenimento caro. Era difícil acreditar que viriam de tão longe por uma criada de classe inferior. Aqueles homens eram do clã do Unicórnio, e agora eu deveria me juntar a eles. "Está traçado em seu destino," disse Hatsumomo enquanto eu guardava meus pertences. "Vão cuidar bem de você, Mizuki. Um dia, você entenderá o porquê de tudo. Mas, por agora, seja como a água que abre caminho através da rocha. Diante de qualquer obstáculo, ela encontra outro rumo.”
Ela me entregou meus kimonos novos, explicando que meu futuro Daimyô havia desejado agradar-me. Eu sabia que era uma joia bem lapidada e que, se mantivesse os ensinamentos de Hatsumomo, aprenderia a lidar com o presente e o futuro. Não sabia muito sobre Ide Tadaji; Hatsumomo apenas mencionou: "Ele é um embaixador do Clã Unicórnio e o Daimyô dos Ide. Com 50 anos, bem preservado, carismático e inteligente, ele sabe se manter onde está, apesar de...” Ela fez uma pausa e acrescentou: "Ele aprecia a beleza, a juventude, a força, o mistério e a adaptabilidade. Acredito que fiz a escolha certa ao enviá-la para ele. Você será sua ave pessoal, aprenderá muito com os Ide, e seu potencial terá mais chances com eles. Aqui não é mais o seu lugar."
Então, pela primeira vez, ela me abraçou. Parti sem que ninguém chorasse.

Ao chegar diante de Tadaji, compreendi as palavras de Hatsumomo-sama. Embora fosse um homem atraente e de boa constituição, ele nascera com um pé deficiente, o que o impediu de cavalgar os cavalos de seu clã durante toda a vida. Ouvi isso de uma das servas, mas meus olhos não cometeriam o deslize de olhar para seus pés. O Daimyô era obrigado a usar uma bengala para andar, e seu pé doía terrivelmente quando o clima estava úmido. Seu cabelo negro, denso, era amarrado com uma fita roxa, e seus olhos, parecidos com jade, eram incrivelmente intensos, demonstrando um brilho astuto e magnético. Para minha surpresa, ele parecia bastante satisfeito com a minha "aquisição".

Mas o que realmente me surpreendeu foi descobrir que o jovem que estava com os homens que me trouxeram até ali era um dos filhos do Daimyô. O mais velho, Taiga, estava em uma viagem diplomática nas terras do deserto, por isso o mais novo, Yuto, fora encarregado de garantir minha chegada em segurança. Deveria ter desconfiado assim que vi o Daimyô Ide, mas o rapaz parecia aliviado em retornar às terras da família. As servas lhe lançavam olhares discretos, mas, como era esperado do segundo filho do clã Ide, ele se portava educadamente. A mãe dele havia falecido há muito tempo, e o pai não quisera casar-se novamente. Yuto contou que seu irmão preferia cavalgar; era um bom guerreiro, mas os Ide valorizavam a resolução pacífica e clara das questões.
Com a ajuda de Yuto, fui compreendendo o dia a dia daquele lugar. Aos poucos, adaptei-me aos modos dos Ide: minhas roupas mudaram, e ao meu redor surgia uma curiosidade nada velada. Queriam saber por que haviam me trazido para dentro do castelo. As jovens mais novas que eu faziam perguntas sobre meu cabelo: "É dessa cor mesmo? Seus olhos são tão intensamente azuis?" Eu lhes contava histórias, dançava com meus leques, fazia ikebanas e realizava a cerimônia do chá. Em breve, aprendi a manejar o arco e flecha, um capricho do Daimyô Ide. Yuto me ensinou a usar também um par de tantōs e a prática do herbalismo. Eu oferecia ao Daimyô não apenas minha companhia, mas também emplastros, unguentos e massagens nos pés, como uma criatura servil e inofensiva. Mantinha a névoa do mistério ao meu redor, mas observava atentamente tudo o que acontecia.

Cavalgar tornou-se parte do meu cotidiano. Dia após dia, eu me aprofundava na história do clã, e novos caminhos se abriam diante de mim. Foi assim que conheci Taiga em uma tarde, enquanto cavalgava sozinha pelo caminho sombreado pelos matsus e sugis. Ele passou por mim como se fosse feito de vento, seu corcel galopando com uma graça e agilidade que pareciam irreais. A risada dele ecoou pelo ar, preenchendo tudo, e naquele momento a água em mim transbordou. Meu coração ousou sentir o que não deveria. Os olhos dele, verdes como os bambuzais que se recusavam a se curvar, me cativaram. Mas, como Hatsumomo sempre dizia, "Não temos o direito de amar; é isso que faz nossa existência tão frágil."

Taiga me via como uma irmã mais nova, e quando soube de seu arranjo matrimonial, meu coração se partiu em pedaços. A cerimônia aconteceu sob um véu de flores de cerejeira, um cenário de beleza efêmera. Yuto, apesar de jovem, percebeu meu pesar. Com serenidade, ele disse: “O arranjo foi feito antes de eu nascer. Embora meu irmão pareça forte como um cedro, jamais contrariaria o que já está escrito em seu destino.” Sua mão pousou gentilmente sobre minha cabeça, e pela primeira vez, a água dentro de mim transbordou. Inclinei minha cabeça enquanto o casal se despedia.
Após o casamento de Taiga, passei dias em silêncio. Meses depois, fui enviada à Escola de Emissários Ide, onde permaneci por três anos, refinando meus conhecimentos e habilidades. Yuto, por sua vez, foi enviado para conhecer várias escolas, pois sempre demonstrou uma conexão com o universo, vendo mais do que a maioria. Ao concluir meus estudos, retornei para as terras Ide. Desde o casamento de Taiga, sonhos recorrentes me assombravam — uma névoa negra que devorava tudo ao seu redor. Sentia que meu coração partido atraía algo que sussurrava meu nome, mas escolhi ignorar.

Durante a viagem de volta, parte do caminho fiz com mercadores, mas eles precisaram seguir por uma rota que me afastaria das terras Ide. Meu cavalo tornou-se minha única companhia. Quando a noite chegou, a lua atingiu seu ápice no céu, tingida de vermelho. De repente, um silêncio tomou conta de tudo, e meu cavalo se assustou, disparando. Um perfume entorpecente, misturado a algo que lembrava ópio, invadiu o ar. Não era uma guerreira, mas tinha meus meios de defesa — ou pelo menos assim pensei. Risadas fantasmagóricas ecoavam ao meu redor, sussurros que eu não podia entender.

Caminhei, minhas pernas pareciam que iam paralisar de medo, até um corredor com pilares vermelhos, adornados com símbolos antigos. Uma música enebriante me guiava, e eu ouvia ao longe: "Não olhe... Não olhe..." Teias de fios prateados surgiam entre os pilares, e no final do corredor, uma mulher tocava uma biwa. "O vento sopra, a lua cheia brilha, e a pequena garça caiu do ninho, sem saber como voltar para casa..." Sua pele era azulada, cabelos negros flutuavam ao seu redor, unhas negras e tatuagens cobriam seu corpo. Usava uma máscara de Hannya. Ao me ver, parou de tocar. Seu kimono vermelho de seda se desfez, e um escorpião monstruoso apareceu.

Meu coração tremeu, e a água em mim transbordou de medo. Não percebi que estava presa nas teias, incapaz de fugir. A morte parecia tão próxima, mas a água sempre encontra um caminho. Peguei minha faca e perfurei a pinça da criatura, que me soltou. Ao cair, senti meu braço quebrar. Foi então que uma flecha cruzou o ar, sua madeira branca e ponta brilhante atingindo o escorpião. Outra flecha, carregando um talismã, seguiu em seu rastro. Diante dos meus olhos, a essência mística do universo queimou o escorpião até ele se transformar em pó.
Um homem — ou algo mais — aproximou-se de mim. Seus cabelos eram brancos e longos como os meus, os olhos azuis brilhavam, mas seu rosto parecia se dissipar como fumaça ao vento. No dia seguinte, acordei em uma estalagem próxima às terras dos Ide, meu braço enfaixado. A dona do lugar, uma senhora de sorriso gentil, me explicou que um rapaz muito bonito me deixara ali antes dos primeiros raios de sol, cuidara de mim e pagara por tudo. "Não disse seu nome," ela disse, "mas era um homem impossível de esquecer... Alto, forte, bonito... Se eu tivesse a sua idade, pediria a Benten Seidô que o fizesse se apaixonar por mim..." Ela riu enquanto eu bebia o chá verde que me trouxe.

"Ah... ele deixou isso para você..." Ela me entregou um enfeite de cabelo, um kanzashi com a forma de uma garça branca. Levantei as sobrancelhas, pois sabia que tais enfeites também eram usados como armas, mas este era delicado, não afiado como os meus. Por que ele daria isso a uma desconhecida? Na verdade, eu lhe devia minha vida.

Ao partir, viajei sem maiores incidentes. Quando cheguei aos Ide, contei o que havia acontecido. Yuto ainda estava em sua viagem de estudos, e seu pai, embora doente, me ouviu com atenção. "Os céus te protegeram", disse ele, "seu caminho é cheio de pedras e desfiladeiros, Mizuki. Mesmo após esses anos fora, seu aprendizado está apenas começando. Essa nova chance de viver é uma prova de que escolhi bem. Você fará uma missão diplomática por nós; será o primeiro de muitos testes que enfrentará... Quem sabe um dia a água em você encontre o caminho que deseja?"







Hannya refere-se aos oni (demônios) femininos, denominados kijo, especificamente àqueles kijo que aparecem nas dramatizações Noh. Eles já foram mulheres humanas que foram consumidas pela inveja e transformadas.

Biwa : Um instrumento de cordas japonês que lembra um alaúde. Existem diferentes tipos de biwa, cada um com um número variável de cordas, mas a versão "tradicional" possui quatro cordas. No xintoísmo japonês, o biwa é o instrumento associado a Benten, a deusa da música.

Geta: Sandália tradicional japonesa feita com materiais de alta qualidade. É comumente usada com quimonos e hakama e é bastante popular no Japão.
Ikebana: A arte japonesa de arranjar flores, ramos e galhos naturais com o objetivo de evidenciar a beleza dos materiais. O termo "ikebana" é composto por "ike," derivado dos verbos ikeru, ikiru, e ikassu, e "hana/bana," que significa "flor."

Sama: Um sufixo honorífico japonês usado para demonstrar respeito. É mais formal que "san" e é empregado em contextos específicos, como:
Em cartas, após o nome do destinatário.

Para se referir a pessoas importantes, como membros do governo, realeza, chefes e deuses.
No cotidiano, quando se fala com clientes.
O Fusuma costuma ser decorado com pinturas relacionadas à natureza, animais, mitologia ou caligrafia. Eles oferecem às casas japonesas muitas possibilidades, pois os quartos podem ser reconfigurados dinamicamente.


Um Tokonoma é uma área ligeiramente elevada contra uma parede em uma sala destinada a receber convidados. É um ponto para colocar artes, como uma pintura, shodo ou ikebana. O Tokonoma está relacionado a várias regras de etiqueta, por exemplo, sentar ou ficar parado em frente a um tokonoma é considerado um ato desrespeitoso. Um convidado respeitado senta-se perto do tokonoma, mas com as costas voltadas para ele, visto que este é considerado um gesto humilde, pois evita mostrar sua arte no tokonoma para seu convidado. O tokonoma é mantido principalmente com uma única peça de arte ou uma combinação de uma pintura e ikebana.

Socorro... isso é o bg ou já é uma postagem?

Meu bg ficou insignificante ao lado do seu. Respondi as 40 perguntas, então dá pra dar uma encorpadinha. O Ale não me falou se meu protótipo de bg presta ou não, então vou deixar naquela pegada mesmo.

Yuto? Qual deles? Se bem que todos que conheço são lindões kkkkk

Agora fiquei com vergonha do Xafic...

Rainha do IA? Eu? Só apanho daquela desgraça

Spoiler: