Ato I - Ariel, Johan, Aeltlas e Baraz

BARAZ

- Comprei. E não vô usar arco, mas é bom ter opção.

- Inferno. Nada que preste nestes aqui.

Então o anão volta seus olhos para os três túneis que Arianna observava e vasculha rastros no chão.

O jovem mago toma o colar e as poções. Ele observa o baú à distância.

-Hmm, ouro? Pouco interessante. Me deem dois minutos e eu vou descobrir de que se tratam essas coisinhas que o líder deles carregava, nunca se sabe quando uma poção vai ser útil.

O mago separa dois mínimos tubos de ensaio de dentro de sua bolsa de componentes e derrama uma quantidade irrisória de cada poção em um dos tubos. Ele então procede a realizar uma série de testes. Cheira o líquido, prova, analisa a cor contra a luz, adiciona uma série de pós, tinturas, reagentes e ervas moídas e toma nota mental do efeito de cada um nas amostras.

-Infelizmente esse colar terá que esperar...eu não vim preparado para identificar magia...

Johan cobre o rosto novamente, limpa a lâmina de sua espada e a embainha. O cavaleiro mal ouvia os companheiros, parecia distante, e enquanto os outros revistam os orcs e a sala, o cavaleiro tenta juntar os corpos de forma a fazer um pilha com eles, e depois procura pelo teto por fissuras ou outras formas em que o ar pudesse entrar e sair desta sala enquanto fala com Ariel.

- O líder não tinha mais nada de importante? Nenhuma chave ou outra coisa que possa ser útil?

Tendo entradas de ar ou não, Johan jogará óleo sobre os corpos e colocará fogo neles. O brilho vermelho ainda estava vivo nos olhos do cavaleiro.

Baraz aproxima-se de Johan e lhe fala:

- Cê num vai tacá fogo neles, vai? A fumaça vai nos cegá e ainda vamos chamar mais a atenção! Cê qué que todo mundo fique sabendo que tâmo chegando? Além disso num temos tempo pra isso!

- Ô mago, essas poção é de cura? Tô precisando.

O jovem mago continua a trabalhar, respondendo às perguntas do grupo sem muita atenção:

-Uma coisa de cada vez. Não, o líder não trazia mais nada de útil que eu tenha encontrado - uma pitada de enxofre, reação anotada - E tenha calma, Baraz, leva tempo para analisar uma poção, e eu tenho que fazer isso direito. O ideal é que eu tivesse vinte minutos para trabalhar em cada, assim poderia ter certeza, mas como eu não tenho, preciso fazer isso direito. Não queremos beber uma maldição achando que é cura...

BARAZ

- Sem mim cês vão se perdê aqui dentro. Eu tenho umas poção e não queria gastá logo no início, mas tô vendo que num vai tê jeito. Azar, o que importa é ficá vivo.

O anão então retira de seu cinto um frasco contendo um líquido azul cintilante, que parecia possuir luz própria. Num só gole, bebe o conteúdo.

O mago levanta, com uma expressão irritada.

-Droga, não estou conseguindo chegar a lugar nenhum. Eu posso tentar de novo, ver se errei alguma reação no caminho, se estão dispostos a esperar mais 2 minutos.

Ariel concorda coma cabeça, recolhe mais uma amostra ridícula das poções e recomeça o processo de análise.

No fim, o mago começa a guardar suas coisas.

-É, não tem jeito. Desculpem, mas não consigo chegar a lugar algum. terei que tentar de novo com outros métodos depois.

Aeltlas se aproxima do anão e o ajuda a rastrear os orcs.

- Vamos em frente?, diz o arqueiro, apos a revista do local.

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O anão concorda com a cabeça. Contudo, antes de avançar saca mais uma poção e a toma. E observa os rastros no chão, procurando o melhor caminho a seguir.

Com o brilho avermelhado dos olhos se atenuando, Johan responde Baraz depois de colocar fogo nos corpos.

- Orcs não merecem nada mais do que isso. Queimar por seus pecados e serem esquecidos.

O cavaleiro se aproxima de Ariel, colocando-lhe a mão sobre o ombro. - Fique parado por um momento.

Em seguida, fazendo uma prece à Tyr, Johan coloca a mão sob a luva negra, que agora tinha um brilho leve e azulado, sob o próprio peito e sobre o peito de Ariel, curando um pouco as feridas de ambos.

- Tyr, peço-vos, conceda-me sua graça e cure assim as ferdas de meu corpo.

O cavaleiro então saca novamente seu escudo e sua espada, a fonte de luz dele e de seus companheiros, e acompanha Baraz e Aeltlas enquanto eles decidem qual o melhor caminho a seguir.

O mago sente seus poucos ferimentos se fechando. Era uma sensação boa, sem dúvida. Ele agradece com um aceno de cabeça, se levanta, e se junta ao grupo.

BARAZ

- Num tô vendo muita opção, mas os rastros mais recentes levam ao túnel frontal. Acho melhor a gente arriscá por esse caminho.

- Nós precisamo derrubá eles logo. O melhor é focar os ataque e não poupá. Num vâmo tê muito recurso de cura aqui dentro e o caminho pela frente é longo e perigoso.

O anão dirige-se para Aeltlas:

- Prefiro que tu vá na frente agora. Num tô bem bom ainda e tu é discreto.

BARAZ

Baraz não gostava da ideia de ficar na retaguarda. Anões nasceram pra lutar na vanguarda, pensava o batedor. Contudo, o tempo que passara com Drizzt, o ensinara que estratégia era mais eficiente que a força, e que deveríamos usar de inteligência na hora do combate.

Resignado, o anão saca o arco, mas tão logo quanto possível, seus machados voltariam à ativa.

- Num pensem que eu vô ficá muito atrás não, sô melhor com os machado.

E então põe-se a seguir o caminho, logo atrás dos combatentes.