Ato I - Ariel, Johan, Aeltlas e Baraz

Baraz

O confronto era iminente e aproveitar o elemento surpresa era essencial. Contudo, dada a distância, somente restava torcer por um bom disparo. Puxando a geringonça pela bandoleira, o anão alinha a anciã orc na alça de mira e dispara.

-Mas que...deselegante...

O mago vê Baraz apontando a besta e tenta ser mais rápido que ele, puxando a raiz de alcaçuz já mordida, morde outro pedaço e começa a entoar a transmutação entre mastigações.

-Quarto Círculo, modalidade safira. Chama do coração, relâmpago da mente. O vento norte sopra em nossos ombros, carrega nossas lâminas e varre nossos inimigos. Um...nove...setecentos e sessenta e cinco, cinco andorinhas na torre leste. Senhor do Fogo, com sua permissão eu evoco a chave, abre-se o portão, qual três vezes três. EM ASAS NEGRAS VOAMOS!


Ariel sopra o mesmo zéfiro, que transmite a mesma sobrecarga de energia aos aventureiros. O jovem mago só pode torcer para a magia ter chegado cedo o bastante para ajudar Baraz desde já.

- Droga!

Johan não imaginava o melhor dos cenários quando invadissem o aposento do líder Tripa Velha, provavelmente uma das câmaras principais de Baraskur, mas de todas as situações que imaginou, a único que o cavaleiro não queria que acontecesse era sair longe o suficiente dos inimigos para que eles pudessem esboçar uma reação ao ataque. Diante da situação e das novas peças no tabuleiro, era preciso adapdar a estratégia.

- Arianna e Baraz, ataquem aquela orc velha, o tanarukk é meu. Nerók, fique aqui junto de Ariel e cubra a nossa rota de fuga. Não se afastem muito uns dos outros e deixem que os inimigos se aproximem!

Voltando-se para Ariel, Johan diz com a voz mais baixa:

- Ariel, você acha que aquela velha é algum tipo de conjuradora? Você consegue contê-la?

Sentindo o mesmo comichão que sentira da primeira vez que Ariel usou sua magia, Johan já sabia que agora eles possuiam uma grande vantagem sobre s orcs, e pedia à Tyr que aquela orc anciã não tivesse trunfos semelhantes. Johan, num movimento mais rápido que o normal e impulsionado pelo excelente tiro de Baraz, saca sua espada e segura firme seu escudo, partindo em direção ao tanarukk

- Tyr, seja nosso guia nesta luta para que a justiça prevaleça! - olhando diretamente nos olhos de Cria do Inferno, Johan desafia a criatura - [infernal]Você morrerá pelas minhas mãos, criatura maldita![/infernal]

Johan não se surpreende com a força do tanarukk, mas assume para si mesmo que ele sozinho provavelmente teria dificuldade em vencê-lo. O ataque da criatura em Arianna foi ainda mais forte, e ela ganhou um ferimento grave. Eles precisavam derrotar logo o tanarukk, e Johan acredita que não precisa dizer isso.

- Tyr, dê-me força para vencer este combate!

A mão do cavaleiro que segurava o escudo ganha um leve brilho azulado, e Johan toca seu peito com ela, estancando o sangramento e fechando um pouco seu ferimento. Se aproveitando da magia de Ariel, Filho da Ruína segura novamente o escudo com firmeza e investe contra o Cria do Inferno.

O jovem mago começa a pensar em despachar os arqueiros, quando vê o estrago que o Tanarukk fizera com seus ataques. Ele precisava ajudá-los a enfrentar a besta. Se ele era tão forte assim, era bem provável que tivesse a mente forte demais para ser encantado com o Riso Histérico. Ariel prefere uma estratégia mais simples.

-Segundo Círculo, modalidade ametista. O presente do Senhor das Trevas, as sombras se deitam e devoram sua carne. Músculos murcham, ossos se esfarelam, pela morte eu desejo, eu chamo. Os céus choram sangue e o Sol agora é negro. O olhar dos mortos, FRAQUEZA!

O mago consegue concentrar uma quantidade absurda de energia necromântica na ponta do dedo, gerando um foco de força sombria e nauseante(9). Ele aponta para o Tanarukk, mas o grito de dor de Nerokk, unido à força do feitiço, desviam o disparo. A direção ainda estava mais ou menos certa (10), e Ariel torce para a criatura não ser ágil o bastante para desviar.

Baraz

A abertura do combate parecia favorável aos aventureiros. O elemento surpresa fora bem aproveitado e como resultado a velha xamã jazia desacordada antes mesmo de conseguir brandir seu totem. Além disso o tanaruk já havia sido cercado por Arianna e Johan. Baraz, que havia efetuado um ótimo disparo de besta, sentia que não poderia ficar pra trás. Partindo em desabalada carreira contra a cria infernal, Baraz acaba esquecendo, por um segundo, de um pequeno detalhe:

- PRA CIMA DELES ANÃOZADA!

Baraz

Os machados do anão giravam incessantemente, buscando a carne da cria infernal. E agora, estando engajado com o inimigo, a velocidade mágica concedida por Ariel tornava o grupo ainda mais mortal. Mesmo não combatendo diretamente, o mago provava ser um companheiro de valor.

Praticamente cego de ira, Baraz não pensava em outra coisa senão exterminar de vez aquela ameaça demoníaca. As fintas aplicadas pelo anão tornavam a mais difícil a defesa do tanarukk.

- VÔ TE MANDÁ DE VOLTA PRO INFERNO NUMA CAIXA, CRIATURA MALDITA!

Johan estava satisfeito com seus companheiros. Baraz e Arianna, ao seu lado, castigavam ferozmente o tanarukk, punindo-o por toda a devassidão que é apenas a sua existência, em grande parte graças as magias de Ariel. Nerók tinha se mostrado um excelente aliado, derrubando três orcs em três tiros, e a pantera de Drizzt era um animal fantástico!

Talvez os dias de peregrinação solitária tenham acabado...

Logo após bloquear o ataque do tanarukk, Johan o ataca com o máximo de si. O cavaleiro não entende as palavras da Cria, mas compreende muito bem o tom de suas palavras e as devolve com o mesmo ódio.

- [inernal]Besta amoral! Você morrerá pelas minhas mãos e eu consagrarei sua morte à Tríade![/infernal]

Ariel ignora completamente os disparates do Tanarukk, e continua avaliando a situação. Ele poderia começara ajudar a despachar os orcs mais fracos, mas achava que o tanarukk era suficientemente mais perigoso para merecer mais atenção. Ele achava que a besta devia ter a mente forte o bastante para resistir o Riso Histérico, mas o efeito que ele faria se funcionasse compensaria o risco.

O mago saca novamente sua pena de papagaio e outro dardo.

-Terceiro Círculo, modalidade ametista. As chamas do brincalhão, as garras do sátiro. Retorça-se e gema, exulte e espiche.

O dardo é arremessado no tanarukk e Ariel agita a pena no ar, contando sua piada, a voz carregada de poder e presença, mil línguas sussurrando as mesmas palavras por trás.

-Um orc, um anão e um elfo entram em um bar e pedem um quartilho de cerveja cada. Três moscas voando escolhem pousar nas cervejas dos três. O elfo grita "Não posso beber esse lixo! Me traga um novo copo e uma nova cerveja!". O orc pega a mosca do copo, joga por cima do ombro e bebe a cerveja. O anão pega a mosca, começa a espremer ela e gritar "PODE CUSPIR, FI DUMA! COSPI TUDU DI VORTA!

Baraz

A lâmina da criatura abre um talho feio no peito do anão. O sangue quente começa a verter e Baraz sufoca um gemido. O caminho era o mesmo a seguir: vencer ou morrer.

Ariel olha com desinteresse para o tanarukk caindo, e se volta para os outros orcs que continuavam o embate. Não era hora de comemorar. Não até ele ter seu fetiche.

-Segundo círculo, modalidade rubi. Olhos do inferno, lágrimas cauterizantes. A gema do coração do mundo dança em minha mão. O toque o guardião sul. Fogo!

Um foco de energia incandescente se forma na palma da mão do mago, e ele a arremessa contra um dos orcs ainda vivos. Era melhor acabar com esse problema todo de uma vez.

Johan, enquanto a Cria Infernal tombava, empurrava ainda mais Redentora contra seu corpo. O cavaleiro acompanha a queda da Cria e quando ela chega ao chão, Johan está ajoelhado ao seu lado. Imediatamente o cavaleiro segura Redentora com as duas mãos e olha para o corpo do tanarukk.

- Consagro à ti, Mão Justa, a morte deste tanarukk, filho devasso das forças vis e desejos corruptores. Consagro à ti, Fúria Leal, a obediência deste humilde servo à causa justa desta guerra, e consagro à ti, Deus Flagelado, a perseverança e persistência deste servo na proteção dos que não podem lutar por si.

Logo após terminar de falar com a Tríade, Johan puxa Redentora do corpo do tanarukk e vira-se, atacando um dos orcs que estavam próximos, querendo acabar logo com este combate.

Baraz

Com a cria infernal derrotada, liquidar os orcs restantes era um problema menor. Ainda assim o anão só pararia quando todos os oponentes estivessem com suas entranhas abertas.

O mago respira fundo, a situação amenizada, e se dirige direto ao sacerdote dos orcs, vassculhando seus pertences com pressa.

-Eu gastei meus melhores feitiços nessa luta, mas ainda tenho uma ou outra coisa ofensiva na manga. Não que minha situação vá melhorar até o fim de nossa aventura...

Se ninguém procurar pelos pertences do tanarukk, o mago fará isso depois de terminar com o sacerdote.

Baraz

Baraz golpeia forte o pescoço do tanarukk separando a cabeça do corpo.

- Numa caixa, eu falei! RÁ!

O anão respira fundo a vai acalmando-se, enquanto ouve os companheiros.

- Já fizêmo bastante por hoje, precisâmo reagrupar e nos recuperar. Melhor saí enquanto é tempo! O orc traidor num apareceu e num vai aparecê! Saiam que eu dô cobertura.