Ato I - Ariel, Johan, Aeltlas e Baraz

BARAZ

O anão se aproxima o mais silenciosamente que consegue, contudo não fora o suficiente. O grupo para, apeia e saca suas armas, deixando claro que a intenção de Baraz não havia sido bem sucedida. Ainda assim, parecia que não tinha sido visto, mas certamente seria questão de tempo até ser descoberto. Faltava muito para ser tão eficiente quanto Drizzt.

- E quem são vocês, que pretendem se arriscá entrando nesse reduto? Qualquer inimigo de orc é meu amigo. Podem baixá as arma, acredito que tâmo do mesmo lado. Aqui é um servo do Rei Harbromm da Cidadela Adbar!

O anão se anuncia, sem se revelar. Aguardaria a reação do grupo antes de se expor.

Johan não baixará a guarda até a pessoa se revelar.

- Se é um amigo, porque você ainda está se escondendo, servo do Rei Harbroomm?

Aeltlas, continua olhando ao seu redor, buscando a fonte da voz.

- Palavras vazias para alguem que se esgueira sem se mostrar. Revele-se e prove o que disse!

- Ninguém aqui é ingênuo, servo de reis. - Johan da dois passos na direção da voz para ver se consegue ver alguém.

- Não direi meu nome e quem sou para alguém que se esconde, mas estou disposto a lhe dar um sinal de nossa boa fé.

Johan, com cautela, embainha sua espada mas não a solta, ficando preparado para o caso de um ataque traiçoeiro.

Aeltlas baixa o seu arco, sabendo que num piscar de olhos poderia saca-lo e lançar uma flecha no seu adversário.

- Badungar kadof mumirandar solafutunikok!

Spoiler:

Aeltlas chegou a conclusão de que, se o estranho fosse um anão, poderia não lhes fazer mal, já que os orcs são inimigos naturais dos anões. E orcs são a especialidade de Aeltlas.

BARAZ

O anão avança e se revela, estufando o peito para responder ao desafio. O característico orgulho de sua raça o impelia.

- Khazâd-Dum, Khazâd-Thram, Baruk Bundushathûr, MORADIN!

Spoiler:

Mesmo diante da evasiva de se anunciarem, Baraz agora tinha certeza de que não se tratavam de aliados dos orcs.

- Estou aqui. Sou Baraz, filho de Bhuraz, da cidadela Adbar! Quem são vocês e o que vieram fazê aqui? Esses lado é perigoso.

Johan solta o pomo de sua espada e responde ao anão, com sua voz baixa e rouca.

- Meu nome é Johan Filho da Ruína, servo de Tyr e cavaleiro da Ordem do Julgamento Sagrado. - Johan aponta para os dois homens atrás dele e para Arianna - Estes são Aeltlas e Ariel, e ela é Arianna, de Neve Morta.

O cavaleiro para apenas para que o anão respire e tente guardar os nomes de todos.

- Nós sabemos dos perigos dessa região. Ouvimos os relatos sobre os ataques às vilas próximas e estamos aqui para dar um fim na tribo de orcs que habita Baraskur. Mas o que mais me intriga agora é ver um anão solitário por aqui. O que você faz viajando sozinho por estas montanhas, Baraz, servo de reis?

Ariel ouve o estranho se anunciar e a pequena discussão por parte de seus companheiros. Cuidadosos, de fato, mas talvez desconfiados demais. Uma vez que o anão salta da moita, ele fecha o livro e retira a mão de sua bolsa. Agora Johan já havia se apressado em se apresentar, e o mago apenas faz uma mesura e espera ouvir a resposta.

BARAZ

Baraz solta um grunhido de boas vindas. Agora, com mais calma, podiam vislumbrar a figura que se apresentava: um anão feio, de barba castanha engordurada e um nariz batatudo enorme. Poderia se pensar que orcs morreriam somente por vê-lo. Vestia uma cota de malha de boa qualidade, mas suja, e portava machados. Era visível que não tomava banho há alguns dias.

- RÁ! Chegaram atrasado! Um companheiro e eu tâmo por essas bandas faz um tempo, investigando os orc. Conheço os túneis tudo já, é um labirinto. Meu parceiro ficou preso aí dentro e eu não sei que fim levou. Mas o drow é sabido, deve tê escapado. Tive em Neve Morta há um tempo, conheço a senhora Arletha Lança de Gelo.

Spoiler:

Aeltlas acompanha analisa o anão dos pes a cabeça, depois que ele fala sobre um labirinto fica pensativo, olhando a montanha.

- Com certeza sozinho neste labirinto você tera menos chance de sobreviver do que conosco. Venha conosco que você podera descobrir o que aconteceu com seus amigos. Acredito que Arianna não se importara em ter um guia, diz Aeltlas, e olha para Arianna. - Caso contrario, Baraz, temos uma missão a realizar.

O anão tinha cara típica de um mateiro. Podia não ser bonito, mas certamente era o tipo de pessoa que você queria ter ao seu lado nesse tipo de situação. Ele ajeitou a alça da bolsa no ombro e se dirigiu a ele. A princípio pensou em ser polido, mas pelo modo como ele falava e se portava, aquilo provavelmente não era uma ideia muito boa.

-Suponho que dois rastreadores sejam sempre melhores que um. E se um deles conhece o caminho que temos de fazer, especialmente um familiarizado com cavernas, estamos melhor ainda. Você parece ter topado com uma força militar consideravelmente superior a você sozinho, Baraz, filho de Bhuraz, sugiro que aproveite a oportunidade e nos recompense com direções.

Johan fez o certo em apresentar a todos e poupar tempo com isso. Agora a grupo já estava discutindo estratégias e não fazendo apresentações educadas. Era uma benção enorme de Tyr ter encontrado ali, nos pés de Baraskur, um anão que conhecia os túneis e que talvez tivesse mais informações sobre a tribo. Outro fato também tomou a atenção de Johan, que perece ter passado desapercebido pelos outros.

- Por mais que nós tenhamos de nos separar, Arianna, devemos evitar isso ao máximo. Baraz acabou de dizer que esse túneis são um labirinto, e não sabemos quantos orcs habitam Baraskur. Eu sugiro que nós não nos separemos, que Baraz guie o caminho e que Aeltlas siga cobrindo nossos rastros e vigiando a retaguarda, assim teremos menos chances em sermos pegos de surpresa, e se orcs aparecerem, os dois parecem ser capazes de se defender sozinhos até nós chegarmos para ajudar. - Johan termina de falar apontando para os dois mateiros.

- Baraz, acredito que você irá voltar conosco para essas cavernas para saber de seu amigo. Sua ajuda seria inestimável.

O cavaleiro queria questionar Baraz sobre os túneis e a tribo, mas eles ainda estavam em campo aberto.

- Nós devemos sair dessa estrada, encontrar um lugar seguro para amarrar os cavalos e planejar nosso ataque. Tivemos sorte de que quem nos viu foi um batedor anão, e não um orc.

Aeltlas pondera sobre as palavras de Johan e pensa que não poderia ser diferente. As pernas curtas do anão não permitiriam que o grupo avançasse muito depressa, o que daria tempo de Aeltlas apagar os rastros que o grupo faria.

- Por mim não há problema. Suas armaduras, porem, podem ser, diz ele, apontando para as armaduras de Johan e Arianna. - Os sons delas ecoarão pelos túneis e camaras da montanha.

Aeltlas busca algum conjunto de arvores altas o suficiente para abrigar as montarias sem que elas sejam vistas.

- Acho que podemos deixar nossos cavalos naquele local, diz Aeltlas, apontando na direção de um local ideal. Em seguida ele pega as redeas do seu cavalo e do de Arianna e leva-os para la.

Ariel leva Zéfiro ao local designado junto de Aetlas. O mago pensa consigo sua escolha de feitiços. Talvez tivesse sido melhor preparar algo que deixasse o cavaleiro silencioso...não...isso limitaria demais sua movimentação em combate, seria contraprodutivo.

-Se o som da nossa aproximação preocupa, então acho que Baraz terá que ir muito à nossa frente. Eu, por exemplo, não visto armadura que faça barulho, mas nunca precisei aprender a me deslocar sem fazer barulhos, e provavelmente uma sentinela com algum experiência poderia me ouvir andando facilmente. Furtividade só funcionará se o batedor em questão estiver bastnate longe dos outros.

Quando todos chegam no lugar que Aeltlas tinha encontrado, Johan pega com Fúria apenas o equipamento necessário para a missão. Em seguida ele acaricia o cavalo e fala algumas palavras com ele.

- Volte para casa, amigo, aqui você não estará em segurança. Lhe chamarei quando precisar de sua ajuda.

Fúria, num lampejo claro e suave, desaparece sem deixar vestígios, voltando para A Casa da Tríade. Johan então se volta para seus companheiros.

- Você está certo, Ariel, mas Baraz não pode se distanciar muito de nós, temos que considerar que orcs podem encontrá-lo sozinho. É melhor que nós avancemos com cautela e próximos uns dos outros, mesmo que isso nos retarde um pouco. - Johan se volta para o anão - Baraz, você tem alguma idéia do tamanho da tribo que vive em Baraskur? Além disso, acreditamos que exista uma criatura vivendo entre elas que é semelhante a um orc, mas que possui sangue de demônios em suas veias; uma criatura conhecida por tanarukk. Você acredita que a tenha visto com os orcs?

BARAZ

Baraz concorda quando Johan pergunta se tinha intenção de retornar às cavernas em busca de Drizzt. Quanto a informações sobre os orcs, responde:

- A tribo desses maldito é grande, pelo menos duas centenas. Mas boa parte tá sempre fora, saqueando outras terra, e por isso nunca tá todo mundo aí. O melhor pra fazê é ir pela entrada principal, pra diminuir emboscadas e a chance de se perdê.

- Eu vi sim o Tanarukk. Nós tava vigiando fazia um mês e vimos quando ele fez um ritual pra colocá a fantasma no corpo da menina. Aí a fantasma nos achô e tivemos que correr. Ela fez o túnel desabá e meu companheiro ficou preso lá dentro. Tive que abrí umas cabeça com meu machado pra saí de lá.

- Eu tô pronto. Quando quiserem eu mostro o caminho.

Ariel não conseguia tirar a da cabeça a criatura conhecida como tanarukk. Eles falavam dela, mas ele não conseguia aceitar que uma simples cria de orcs pudesse ser tudo isso que eles diziam.

-Por mim, estou pronto. Apenas me respondam uma coisa. Vocês vêm falando dessa tanarruk desde Neve Morta, mas eu ainda não entendo o que há com ele. Certo, é uma cria demoníaca de orcs, mas isso não me parece muito. Já vi muitas crias abissais serem convocadas com magia arcana, e poucas eram tão terríveis quanto vocês parecem dizer. As que eram, era exageradamente grandes. Exatamente o quão perigoso é essa criatura, e o que eu deveria esperar dela?