Roman Lacov Ɨ

Introdução: Uma visita Inesperada

Os afazeres com os Ladrões das Sombras eram muitos, e você estava ascendendo na organização. Mas é claro que não podia deixar suas costas desprotegidas. Nada contra os Ladrões das Sombras, mas sim contra Amn. O povo de lá é muito ambicioso, são daquele tipo de sorri na sua frente com um punhal escondido nas costas, ao minimo descuido o punhal atinge sua nuca. Você conhecia o jogo, e não se descuidava.

Por isso que afastou Mirian pelo menos por um tempo. Vocês conversaram do perigo de ser procurado em Amn, e do perigo de se trabalhar em uma guilda de ladrões da cidade. Decidiram que ela iria para a terra dos vales, mais especificamente no Vale do Rastelo. Parece que a avó de Mirian morava naquelas terras tranquilas, ela poderia se estabelecer pelo menos temporariamente por la. Não estranhou quando o corvo chegou na sua base com noticias dela, que alem da saudade o chamava para o evento Encontro dos Escudos. Seria uma oportunidade para os dois ficarem uma semana comemorando com uma gente simples, humilde e com apego a terra. Não haveria muito perigo. A nobreza de Athkala se entediaria aqui.

A viagem ate o Vale foi tranquila, você aproveitou uma caravana de comerciantes que partia para Cormyr. Chegando na cidade você passou despercebido, e aproveitou outra caravana que se dirigia aos Vales. Você tinha uma boa conversa e ninguem desconfiou de nada. Chegando na Terra dos Vales, nota como que ela é diferente de Amn e de Cormyr: São longas e longas fazendas, planicies e descampados. Uma terra com uma gente simples, que vive da agricultura e do comercio que ela gera.

O Vale do rastelo eleva essa característica, já que as pessoas vivem em comunhão com a natureza. Há arvores no meio da cidade de Vale do Rastelo, certamente o sonho que qualquer ranger ou druida. O povo é tranquilo, preferiu um crescimento lento e maduro do que aquela ambição de Amn de crescer a qualquer custo. Você conseguiu chegar a Tardinha (18:00) na cidade, e esta muito cansado. pior ainda, esta louco para ver Mirian.

Nada como presenciar uma tranquilidade como a do Vale dos Rastelos depois de uma longa temporada esbeirando-se pela grande cidade de Athkatla, a tensão de ser capturado por guardas não existia mais, pelo menos temporariamente, era como se Lacov estivesse de férias, o sentimento não poderia ser outro, ainda mais que em breve se reencontraria com Mirian, certamente que Lacov estava feliz com tudo isso.

A cidade era simples, as pessoas eram simples, restava saber como agiriam com os visitantes que viriam por causa do Encontro dos Escudos, que no caso Lacov era um, a tranquilidade que a cidade passava era uma primeira impressão boa, restava agora saber pedindo informação a um morador, ali talvez saberia como que os moradores da região estavam agindo com os visitantes, Lacov agia naturalmente, tentava conquistar a confiança dos moradores com um cumprimento seguido de um sorriso e sem delongas, Lacov caminhando pela cidade decide perguntar a algum morador mais velho onde que ficava a residencia da avó de Mirian, isso antes que todos adentrasse a suas casas antes que o céu ficasse escuro por completo, e foi o que ele fez, claro, isso se Mirian não o achasse antes de Lacov achar um morador disposto a atende-lo, seria uma surpresa agradável.

Os aldeões notam sua presença, talvez pelas roupas ou talvez pelos modos. Você não deixa de notar que há um movimento incomum na cidade, talvez pela preparação para o encontro dos escudos que ocorrera em uma dezena. Um dos aldeões a quem você pergunta lhe aponta em uma direção:

- Vinte minutos naquela direção, proximo as plantações de trigo! diz o jovem plebeu.

Percorrendo este caminho você chega a uma lavoura de aproximadamente 1 hc, com uma casa simples aos fundos, que da para uma floresta. A lavoura é bem delineada, e há um caminho ate a pequena casa, que expele uma fumaça pela chamine. A casa é de pedra bruta, colocadas cuidadosamente uma sobre a outra, com telhado de telhas simples. Ela aparenta ter mais ou menos 10 m por 10 m.

Lacov sauda o jovem plebeu pela informação. "Interessante como cidade pequena os moradores conhecem um aos outros" Reflete Lacov enquanto inicia o percurso até a casa da avó de Mirian.

Passando os minutos que o jovem havia avisado, Lacov se depara com uma plantação e uma casa aos fundos, uma pequena casa de pedra e uma floresta ao fundo dela, pela chaminé da casa saia fumaça, sinal de que alguém estava preparando uma refeição ou apenas se aquecendo, será que Lacov ia chegar na hora do jantar?... Seria uma boa!

O ladino continua seu percurso afim de chegar naquela casa, que deveria ser da avó de Mirian, consequentemente, Mirian estaria lá com sua avó. A cada passo que Lacov dava em direção aquela casa, mais ansioso ficava, seu coração começava a bater mais forte, resultado da saudade que sentia por Mirian, com certeza.

Quando chega na frente da casa, Lacov não bate na porta, ele fica afastado, em um lugar que desse de observar a janela da casa e então começa a bater palma, chamando pela pessoa de casa e esperando uma resposta.

Ao parar na porta e expiar pela janela, pelas frestas da janela você nota uma senhora gorda com roupas simples de plebeia. Ela esta mexendo uma colher em uma grande panele de ferro, você consegue sentir o aroma de sopa no ar.

- Quem éé? diz a senhora, se dirigindo a porta e a abrindo. Ao abrir a porta, você nota as feições velhas da senhora (uns 60 anos)com um rosto sério ao recebê-lo.

- Não tenho dinheiro, vá embora! diz a velha senhora, um pouco irritada e começando a fechar a porta.

- Senhora, senhora! Não vim por dinheiro, vim pra visitar Mirian, a senhora é avó dela?... Ela está em casa?

Rapidamente Lacov pergunta a senhora antes que esta fechasse a porta e deixasse o ladino a "catar mosquitos". Lacov não queria de modo algum parecer estupido para a senhora, muito menos um palhaço, por isso mantém uma afeição concentrada, além do mais, o cheiro de sopa soava muito convidativo, o ladino acreditava mesmo que esta era a avó de Mirian e logo iria rever sua amada e se panturrar com a sopa de sua avó.

-Ahh...me desculpe meu filho! diz a senhora com certa vergonha, com levando as mãos na boca. - Entre já aqui que ela ta louca para te ver, diz a idosa, puxando o braço de Lacov com a força que só uma mãe ou vó puxam seu filho para agradar. Em seguida ela fecha a porta.

A casa é humilde, existe um fogao bem simples alimentado com lenhas, que esta iluminando a sala. Há tambem uma pequena mesa com 3 banquinhos. Nesta parte é a cozinha. Na direção contraria existem duas camas feitas de forma caprichosa. Ao centro, uma lareira pequena, que não esta acesa. Na parede contraria a da entrada, há uma porta simples de madeira.

- MIRIAAAAAAN! O rapaz chegou! diz a senhora, na direção da porta. Em seguida volta para o fogão de maneira desajeitada. Puxa um banquinho, o posiciona a um metro do fogão, em seguida volta a mexer a longa colher de madeira na panela.

- Não fique proximo a porta, esta frio la fora! Venha, senta aqui, se esquenta um pouco! diz a velha, apontando para o banco.

- Me diga, vocês vão casar? Onde você estava? Para onde vocês vão? O que você faz da vida? diz a senhora, preocupada com a neta.

A velhinha muda repentinamente de comportamento quando descobre que ele era o homem que Mirian esperava, mostrando-se até bem hospitalar e pedindo pra que Lacov entre, até ai tudo bem, estava soando agradável o momento até que ela começa o metralhar com uma porção de perguntas desconcertantes, da qual Lacov estava torcendo pra não ser perguntado, ele sentia que a melhor coisa a se fazer no momento era fingir que não ouviu, ou desconversar, até mesmo um elogio a velhinha poderia mudar o rumo da conversa e assim fez Lacov.

- Hmmmmm, esse cheiro está me tirando o folego minha senhora, mal consigo me concentrar no que você me disse, me desculpe, mas realmente a senhora deve ser uma ótima cozinheira hein! O ladino desconversa, revirando seus olhos e torcendo pra que Mirian viesse o atender antes que a velhinha o enchesse de ainda mais perguntas. No momento os segundos pareciam mais longos pra Lacov, então ele emenda seu elogio anterior com outro.

- É uma casa aconchegante esta e percebi que vocês tem uma lavoura grande pra cuidar, isso da muito trabalho? Lacov continua dialogando com a velhinha ao mesmo tempo que senta-se no banco que ela mesmo ofereceu que sentasse.

- Você sabe o que da trabalho, querido? diz a velha em uma voz suave.

- Bastardos traidores que você mesmo ensinou um ofício, usarem tudo o que aprenderam contra você! nesta frase a voz feminina da lugar a uma voz masculina grossa e cheia de odio. A velha se vira para você, e a face não é mais dela. É o rosto de um antigo inimigo, alguem que não deveria mais estar no undo dos vivos. É lorde Scoitler.

Um pavor toma conta do seu corpo enquanto como numa lufada de vento, o corpo da doce e meiga senhora que ha pouco lhe puxara pelo braço se transforma em um lorde Scoitler poderoso e aterrorizante. Ele esta com a cabeça raspada e usa um manto negro com detalhes em vermelho. Carrega um cetro com uma pedra brilhante na ponta.

A primeira coisa que lhe passa pela mente é fugir pela porta, mas atras da porta há alguma coisa nublada, como que se estivesse embaçada. Em um segundo, essa coisa se transforma em uma armadura negra com aproximadamente dois metros de altura, desembainhando uma espada larga e a apontando para você, entre a porta e você. Você não consegue ver o rosto deste homem, pois ele usa um elmo negro.

- Esta apavorado Lacov? Achou que durante todo esse tempo eu estava morto...você é um TOLO. Sempre foi um idiota, pretensioso demais para perceber isso. Nem tente fugir, o Açougueiro fatiaria você em vários pedaços. Por que não faço? Por que seu destino é pior que isso, diz Scoitler, gesticulando e imponente perante você.

- Tragam a velha! grita Scoitler, ao que você escuta o som de armaduras vindo. Pela porta de tras, surgem soldados usando cotas de malha escuras, espada longa e escudos. Eles usam elmos simples, e são humanos com feições familiares. Certamente são de Amn ou Calimshan. São aproximadamente 10 soldados e estão com as armas em riste.

Eles trazem a senhora, que esta amordaçada e cheia de ferimentos pelo corpo. Eles colocam ela de joelhos, e ela cai fatigada. Scoitler faz um sinal para o Açougueiro, que segura a espada com uma das mãos e se direciona a você. Ele passa pelas suas costas, segura seu ombro com sua mão pesada e dura, e chuta atras de suas pernas, fazendo você ajoelhar-se.

- Fique aí, diz o Açougueiro, com uma voz grossa e rouca.

Ao que Scoitler passa por vocês dois, tira a mordaça da velha.

- Salve Mirian! são as últimas palavras que você escuta, antes de Scoitler sacar uma adaga e cortar o pescoço da avó de Irian, fazendo o sangue e seu corpo jorrar pelo chão.

Surpresa mais que desagradável esta, Scoitler ressurge e com imponência diante de Lacov, certamente viria encrenca das brabas a seguir. O ladino não para de pensar no dia em que a residencia de Scoitler foi invadida, com certeza foi um erro não ter ficado la e arrancado sua vida com as próprias mãos, se tivesse feito isto não estaria vulnerável como agora, muito menos com o medo do que Scoitler planeja fazer com ele.

Lacov olha bem nos olhos da velha que ainda tinha tempo de pedir pra que ele salve sua neta antes que os capangas de Scoitler passassem a lâmina da adaga no pescoço da senhora, pobre velhinha que foi friamente assassinada, Lacov gravou bem a imagem da faca rasgando seu pescoço pra fazer o mesmo com Scoitler num futuro breve. Logo bate a preocupação pela vida de Mirian, o ladino não poderia sair correndo dali sem ao menos saber algo sobre a filha do maldito, sua amada. "Como pode algo tão doce ser da linhagem deste verme desprezível?"

Mesmo que fosse difícil, Lacov tenta conversar com Scoitler, tenta obter alguma informação de como ele sobreviveu ao ataque a sua casa e o que ele queria com Lacov, além de uma óbvia vingança.

- Maldito Scoitler... É claro que estou apavorado, assim como você deve ter ficado quando viu seus escravos fugindo e os guardas arrombando a porta de sua casa... Me pergunto como você está vivo ainda, é obra Zentharim isto, não é não?... E onde está Mirian? Lacov pergunta a Scoitler com sua voz normal, sem mostrar algum tipo de sentimento, porém, logo em seguida esbraveja. - ONDE ESTÁ MIRIAN???

- Você nunca compreenderia os segredos arcanos, Lacov! A arte do ilusionismo mostra apenas o que eu quero que você veja! Mas devo lhe agradecer, precisava sumir por uns tempos, para ressurgir e esmagar meus inimigos! diz o maquiavelico Scoitler.

- Mas confesso Lacov, foi difícil encontra-lo...mas com a quantidade de ouro certa, não existe grupo que não sacrifique uma das suas preciosas ovelhas! diz Scoitler.

- Seu destino é muito pior do que você pensa Lacov. E caso você ouse se aproximar de minha filha, mato vocês dois. Certamente você esta pensando que um pai não faria isso com sua filha, mas prefiro ve-la morta do que junto a você!

Você sente uma picada no pescoço, ao olhar, vê que o açougueiro lhe passou uma das pontas afiadas da sua manopla no seu pescoço.

- Diga suas últimas palavras antes de começar uma vida nova TOLO! diz Scoitler.

Sua visão começa a ficar turva e embaçada, e seus movimentos ficam lentos e pesados. Você foi envenenado.

Lacov nada fala a Scoitler, ele apenas tenta reconhecer algum rosto dos que ali estavam, afim de saber se algum daqueles que ali estavam era seu traidor, apesar de entender que seria algum membro dos ladrões da sombra, isso antes que sua visão ficasse ainda mais prejudicada.

O ladino ainda pensa em pegar um antídoto que tinha consigo, mas nada feito, ele reconhece que seus movimentos já estavam prejudicados e o frasco era grande demais para beber sem que ninguém visse, e apesar de Scoitler ser mal o suficiente pra isso, Lacov não acreditava que ele o caçou simplesmente para se vingar, poderia haver algum interesse a mais no ladino, então Lacov teria que ter paciência para esperar as próximas ações de Scoitler e ir absorvendo as informações que poderia enquanto isso, uma hora ou outra poderia escapar de Scoitler onde estaria Mirian.

Spoiler:

A sua visão fica cada vez mais turva, ate que você não consegue mais segurar o peso do proprio corpo, e tomba de cabeça no chão. Seus olhos se apagam.

Com a cabeça pesada e doendo, você consegue abrir as pupilas pesadas. Se ve dentro de uma sala escura, preso em uma grande tabua de madeira que se estende pelos seus braços e pela sua cabeça. Esta possui duas grandes correntes presas ao teto de onde você esta (e que atualmente o sustenta, você esta "pendurado" nela). Há uma outra tabua grossa nos seus pés. Desta forma, você não consegue se mover. Ao seu lado, você escuta uma musica sendo cantada bem baixo, quase aos susurros:

"Minha doce criança
Fuque com seu pai
Pois o la fora é perigoso
E a noite escura cai..."

Pela visão perifierica você nota um imenso guerreiro sentado ao seu lado, em grau proprio do lugar. Nota um detalhe na sua enorme espada larga, no cabo há duas miniaturas de soldados pendurados por fios de prata. A sala se mexe com frequencia, você pensa que esta sendo transportado.

Quando você novamente desmaia sob o efeito do veneno.

Ao acordar novamente, você se vê em uma cela em um lugar escuro. Já não esta mais preso, mas sim atirado em um canto de uma sala de 10m por 10m, junto com vários homens deitados e esparramados pelo chão. Elas se vestem de maneira miseravel, estão sujas, alguns com cabelos e barbas compridos. O odor não é dos melhores. Você esta com muita dor na nunca e nos membros, mas esta se recuperando aos poucos. Suas vestes foram tiradas, agora você esta com uma calça, sandalias e camisa de pano, seus equipamentos não estão com você.

Na frente da cela, há uma mesa com dois soldados, estes conversam e riem bastante. Há corredores em ambos os lados da sala, mas você não vê onde eles dão.

Quando você sente um gosto estranho na boca, um gosto familiar, sinistramente familiar. É sangue. E seco. Quando tenta falar alguma coisa, nota que não consegue. Quando toca sua boca, descobre a terrível verdade: Sua língua foi arrancada!

Você ve a situação miseravel em que se encontra, e pensa nos rostos de todos os soldados que estavam na casa da avo de Mirian. Nunca mais se esqueceria daquelas faces, e viveria para fazer sua vingaça contra cada um daqueles homens, especialmente Scoitler.

Passa-se uma hora, e você consegue notar mais detalhes do local. Há velhos na sua cela, e muitos são fracos e magerrimos. A conversa dos guardas na frente da sala segue, sobre assuntos fúteis.

Quando você escuta o som de uma porta se abrindo, vindo de um dos corredores, e passos pesados vindo em direção a cela. É quando vê uma criatura semelhante a um humano primitivo, porem um pocuo corcunda, de pele acinzentada e cabelos grossos, testa baixa e um rosto suíno. Seus caninos são proeminentes, lembarndo as presas de um javali. Trata-se de um orc, que usa um peitoral de aço amassado e escuro. Observando um pouco mais, você vê um açoite na sua cintura.

Atras deste vem mais cinco orcs, estes portando cotas de malha negras e um pouco velhas, pode-se ver a ferrugem nos seus equipamentos. Tambem utilizam açoites nas cinturas.

O primeiro, que utiliza o peitoral de aço, parece que é o líder. Este fala uns grunhidos com os guardas humanos que estavam sentados, na linguagem orc. O guarda responde em comum:

- Pode levar. Eles tao muito gordo, faz eles trabalha um poco! diz o guarda, enquanto abre a cela. O outro guarda que estava com ele saiu para o outro corredor, e volta com um carrinho de mão com várias correntes dentro.

Quando a cela é aberta, todos os homens se levantam e fazem fila para passar. O soldado que trouxe o carrinho se agacha proximo a porta da cela, de forma a poder alcançar o calcanhar de cada homem. Quando um passa, ele coloca uma especie de algema nos seus calcanhares, que prende os dois por uma grossa corrente. E esta é conectada a algema do proximo homem, e assim por diante. Todos ficam impossibilitados de correr, pois a corrente é curta e não podem ficar mais que 1 metro longe um do outro.

Você, impossibilitado de falar e com dores pelo corpo, segue o mesmo processo dos demais.

E seguem todos em fila indiana pelo corredor, que possui uns 10 metros e no final ha uma escadaria com cerca de 10 metros tambem. Quem vai na frente é o orc lider, atras de todos vão os outros 5 orcs. As correntes são pesadas e você demora um pouco para se acostumar, tropeça algumas vezes e é empurrado pelos orcs, que riem de você.

Você lembra que quando negociava escravos para Scoitler. Sbe muito bem que um escravo de orcs não dura um ano, devido aos maus tratos e pouca comida. Isso sem falar dos jogos terríveis que eles fazem com os escravos. Que vingaça tenembrosa Scoitler tinha armado para você: Escravizado e sem possibilidade de se comunicar.

O orc líder abre uma pesada porta de madeira, que da para fora do subterraneo. Um sol forte bate no seu rosto, bem como no de todos que passam. É a hora do amanhecer.

Você nota uma imensa ruína, com vários homens trabalhando e com orcs supervisionando. Os homens tambem são escravos e batem com suas picaretas nas ruinas, uns trabalham com pas e carrinhos de mão, carregando terra p la e p ca. Em volta desta imensa ruina, há um muro reforçado de madeira, uma estrutura de dois andares com vários humanos rondando.

O orc leva vocês a uma região onde não há ninguem trabalhando, entrega uma picareta para cada um e fala em comum:

- COMEÇEM! diz ele, apontando para a terra em torno da ruína. Ele se afasta, ao que os cinco orcs pegam seus açoites, estalam no chão berrando algo na lingua orc, ao que todos começam a tirar a terra em torno da ruina.

A reação de Lacov é sem dúvida terrível, a ponto de franzir o rosto e correr lágrimas de seus olhos, a dor de perder sua língua é inconsolável e o fato de estar prisioneiro de orcs não ajudava nenhum pouco, Scoitler estava vivo e solto por Faerun, enquanto Mirian ele nem se quer tinha notícias, a vida pra Lacov já era algo sem valor e endurecerá o coração dele, que sentia na pele o sofrimento de centenas de escravos que aprisionou, os mesmo que mais tarde libertou, porém os deuses não o perdoaram mesmo assim, com certeza era um castigo e certamente ali era onde morreria, e isto não estaria muito longe de acontecer. Mesmo que os sentimentos e os pensamentos de Lacov fossem os piores, seu instinto o fazia querer fugir daquele lugar, mesmo sem uma das qualidades fundamentais de um ladino, o medo, pois naquela altura da situação, Lacov pouco se importava se em uma tentativa de fuga fosse pego ou não.

Lacov caminha, ou ao menos tenta, com aquelas correntes presas em si e ligadas aos outros prisioneiros. E de acordo com o que os Orcs ordenavam, ele obedecia, sempre observando a rotina dos Orcs, tentando assimilar a função de cada um, observando os pontos de entrada e da saída do local onde era preso e dos locais que os levavam para trabalhar, o ladino teria que ficar fazendo isso por dias, apenas observando pacientemente e analisando quais as possibilidades dele fugir dali e qual a melhor maneira de conseguir, o fato de estar acorrentado não se importava tanto, pois com certeza emagreceria com o passar dos dias, além de é claro, ele ter mais facilidade de sair de algemas se comparando com os idiotas que os orcs costumavam escravizar.

Lacov estava disposto a seguir este plano se nada interferi-se, ficaria ali, se precisasse, ficaria por semanas e aguentaria firme por Mirian, que poderia precisar de Lacov, que apesar de não temer pela própria vida, temia pela de Mirian.

A rotina nas ruínas é pesada, os escravos passam o dia cavando o que parece ser o telhado de pedra de uma antiga ruína. Parece que foi recem descoberto, pois os escravos, em torno de 50, recem estão completando o primeiro metro de escavação. Se eles param, levam chicotadas e xingões dos orcs.

Os dias são longos e cansativos, você levou algumas chicotadas dos orcs quando eles notaram que você estava observando demais.

No final do primeiro dia você está exausto. Não aguenta ficar de pe, assim como todos os outros prisioneiros. A comida fornecida é escassa: trata-se de uma água suja e uma sopa de legumes e restos. Os escravos se atiram para busca-la, desesperadamente. Apos, atiram-se, extremamente cansados no chão.

No dia seguinte, a rotina é a mesma. Você nota como os escravos estão apaticos, eles pouco conversam entre eles, sua comunicação é praticamente atraves de ruídos e resmungos. Aquela situação os deixou menos humanizados, transformando-os praticamente em bichos.

Você consegue notar alguns detalhes da segurança, como por exemplo no horário de almoço dos orcs eles ficam menos atentos. Localizou algum ou outro ponto de escalada nas estruturas de madeira em volta da escavação. Uma figura que lhe chamou a atenção foi um homem com um manto negro, você não conseguiu identificar o rosto pois ele estava longe. Ele veio, andou um pouco nas estruturas de madeira e foi embora, supervisionando a escavação.

Ao final de uma semana, você emagreceu 10 kilos, esta em pele e osso e com ferimentos de chicotes nas costas. Dois dos seus colegas escravos morreram de forma cruel, um durante as escavações com espasmos e outro durante a noite, dormindo.

É quando, antes do amanhecer do oitavo dia em que você esta la, você escuta sons incomuns ate o momento. A porta que da acesso ao lado de fora é aberta bruscamente, e você ouve passos apressados e pesados entrando no corredor. Alguns escravos acordam, entre eles você. É o orc líder, que grita para os guardas humanos:

- ESTAMOS SENDO ATACADOS! MEXAM-SE! diz ele, solocando um elmo.

- Estamos indo! diz um dos guardas, pegando uma espada e um escudo escorados na parede atras da mesinha. Em seguida os dois correm para la fora.

Todos os escravos acordam. E começam a berrar em desespero, para que, o que for que seja, venham para salva-los.

Esta era a hora, Lacov tinha que aproveitar o momento, pelo barulho haveria uma confusão lá fora. O ladino começa a forçar as algemas afim de retira-las, a seguir, se conseguisse ou não se soltar das algemas, ele começaria a forçar a porta da cela, fazendo gestos para que os outros prisioneiros os ajudassem, até os cutucando caso não notassem o que Lacov estava fazendo.

O momento que Lacov esperava chegou e da melhor maneira, os guardas haviam sido chamados e poderia causar uma confusão se os presos fugissem de uma vez só, em meio a tanta confusão seria muito mais fácil de Lacov esbeirar-se até fugir do lugar onde estava, claro que primeiro deixaria alguns dos seus colegas prisioneiros sair e vasculharia a sala um pouco, pois poderia conter anotações importantes e até mesmo algumas chaves dos guardas.

Spoiler:

Você começa a empurrar a cela, assim como todos os escravos. Eles, assim como você, estão desesperados e não o escutam ou o percebem. O barulho dos seus gritos de terror esta acima de qualquer barulho neste momento.

Spoiler:

Você abaixa a cabeça, frustrado com sua propria situação. Porem, neste momento você consegue passar os olhos por um dos escravos mais a frente de você, na frente da porta da cela. Ele é um senhor de cabelos e barbas brancas, que possui alho na mão e tenta abrir a fechadura.

Quando você se aproxima, nota que ele esta tentando abrir a fechadura com grampos de algum kit de ferramentas de ladrão.

Ele esta suando e não chegou a usar o equipamento ainda. Parece estar confuso sobre por onde começar.

Rapidamente Lacov encosta no ombro do Senhor fazendo um gesto com as mãos pedindo pra que lhe passasse as ferramentas de ladrão e insistindo, com muita vontade de puxar os itens da mão do Senhor logo e sair dali, porém não poderia ser hostil, teria que ser educado ao menos e esperar que o Senhor o entendesse e lhe entregasse logo as ferramentas já que este não sabia nem por onde começar.

E Lacov fica ali, apreensivo, pedindo e insistindo para o Senhor lhe passar as ferramentas, e se este demorasse muito para lhe passar, Lacov com certeza iria dar-lhe uma porrada e roubar as ferramentas, pois poderia ser questão de minutos pros guardas voltarem.