Ellywick - Edu

Ellywick levanta uma sobrancelha ao ouvir o que a sua esposa disse.

- Bem você poderia ter falado para mim né? Eu quero conhecer a sua família também, opa, corrigindo a nossa família - a gnomo andou até a maga e pegou a sua mão - Olha meu amor, veja o que construímos. Um lar de amor e uma familia, você não quer mostrar para seus tios e primos o que conseguiu?

Olha para Ergo com o seus profundos olhos azuis e antes de falar:

- Podemos nos permitir voltar para Galia por um breve período de tempo. Vamos meu amor?

Depois de tanto tempo juntas, a gnoma já sabia como lidar com o temperamento difícil da esposa. Sua forma carinhosa de trata-la logo rompe a mascara de insensibilidade de Ergo, que se deixa esboçar um sorriso de canto de boca.

- Bem, se esta também é sua vontade, não vejo por que não visitar... Minha companhia de comercio está me dando um certo trabalho, e ainda tem a Feira Anual para tomar conta, mas imagino que depois disso podemos folgar por um certo tempo. Apenas me de tempo para tratar de colocar as coisas em ordem durante a nossa ausência – diz, e da um selinho na boca de Elly.

Depois deste acordo, as semanas se passaram, a Feira Anual fora um sucesso, e Ergo fez todos os arranjos para que sua companhia de comercio estivesse em ordem durante sua ausência. E como boa mercadora, decidiu montar uma caravana para levar produtos de Pinhos Altos para serem vendidos em sua terra natal.

Contando com cinco carroças, guardas contratados para proteção e ajudantes, Ergo e Elly partiram em direção de Galia. E uma das paradas da caravana era a pequena cidade de Asteras, local onde a gnoma tinha se refugiado há algum tempo atrás.

A estrada que levava em direção de Asteras passava ao largo de um pântano, e em uma certa localidade era possível ver uma casa a distancia. A antiga casa de Ellywick, a mesma abandonada tão rapidamente durante sua fuga. Ergo levanta o braço indicando para que a caravana parasse, e então se volta para sua esposa:

- Gostaria de visitar sua antiga casa? Talvez possa recuperar algo que tenha deixado para tras... Aproveite que temos espaço nas carroças.

A gnomo ri com a sugestão de Ergo. Visitar a sua antiga casa quando levava uma totalmente diferente poderia ser algo totalmente comprometedor.

- Acho que não tenho nada lá que queira recuperar. O lugar deve tá cheio de mendigos e aranhas atualmente. Acho melhor seguirmos em frente - diz ela pegando a mão da esposa e continuando o caminho.

Elly decide evitar de entrar na antiga casa, e Ergo respeita sua decisão. Ela faz um sinal para que as carroças continuassem seu caminho, e logo a caravana segue pela estrada que levava até a cidade de Asteras.

A viagem ate a cidade ocorre sem incidentes, e sua chegada chama a atenção da população local. Crianças acompanham os caravanistas, animadas com a possibilidade de receberem guloseimas ou ver coisas exóticas. Como ponto de parada Ergo tinha escolhido a taverna Tartaruga Oca do amigo de Elly, o meio-elfo Arlett Gylley.

Arlett recebe Elly com um grande abraço e cumprimenta Ergo. Depois de indicar onde as carroças poderiam estacionar, ele chama as duas para dentro da taverna, onde ele oferece algo para beber e comer. Depois de saber das dificuldades enfrentadas pela gnoma durante sua estada em Nova Karzek, Arlett se desculpa e diz:

- Lamento por te-la feito passar por todos estes problemas, não deve ter sido fácil entregar a encomenda para os rebeldes. Mas fique sabendo que sua ação foi fundamental para que a resistência pudesse lutar contra os demônios. Eles ate conseguiram se estabelecer nas montanhas próximas e criar uma cidadela livre. Miller Hale, o líder da resistência, disse que esta muito grato a voce, e se algum dia voltar a ve-la, que iria recompensa-la.

Ergo cruza os braços contrariada e se recosta na cadeira.

- Perdemos muito com esta situação, a recompensa deve ser bem alta para valer tudo que a gente deixou para tras. E também voce não foi claro quanto a esta encomenda, quase que minha esposa foi presa por causa disto. Nada correto de sua parte, Arlett.

Ellywick faz um sinal de tudo bem e sorri:

- A Ergo acabou matando a novidade que eu ia contar para você. Eu estou casada com a Ergo a dois anos - Levanta ela a mão mostrando a aliança - Não tenho muito que lamentar dessa viagem, se não fosse por ela nunca teria conhecido a minha esposa - Ela se vira para a esposa e comenta - Ergo se eu não tivesse sido presa naquela dia você não teria me encontrado e não estaríamos juntas agora, lembra que tínhamos terminado no dia anterior?

A gnoma puxa a cadeira para perto da maga e pega a mão dela.

- Não seja tão dura com Arlett ele não tinha como prever o que aconteceria.

- Não seja tão dura com Arlett ele não tinha como prever o que aconteceria.

Ergo segura forte a mão da gnoma e olha para ela com o rosto sério, mas logo ela se descontrai e ensaia um pequeno sorriso.

- Se para voce esta tudo bem, então para mim esta tudo bem... – diz, e se volta para Arlett – Se ela te perdoou, então da minha parte não há mais problemas. Mas não venha mais com nenhuma maquinação, ou voce vai se ver comigo!

Energias necromânticas emanam da mão de Ergo, e o dono da estalagem, que conhecia bem esta aura por também ser um mago, engole em seco. Ele faz uma cara-sem graça, sorri e leva a mão a cabeça:

- Ah sim, estou tranquilo, hahaha! Que tal eu mostrar para vocês o quarto em que vao ficar – diz para mudar de assunto.

**

Depois de se instalarem no quarto alocado pelo dono da estalagem, a maga diz que iria para o centro da cidade para tratar de negócios, e que Elly ficasse por ali e tomasse conta das carroças. Cansada, a gnoma resolve deitar-se na cama e tirar um cochilo.

O tempo passa, e a gnoma acorda com o estomago roncando. Ela desce para falar com Arlett, que esta no salão principal. Ele levanta a mão e faz uma saudação.

- Ah, já acordou? Quero que conheça a cozinheira que fez os deliciosos pratos que vocês comeram no almoço...

Uma garota sai da cozinha e ao ver Elly fica paralisada como uma estatua. Em seguida abre um grande sorriso.



Arlett a pega pela mão e a traz para mais perto. Ela fica corada e olha para o chão.

- Você se lembra dela? É a Sofia! A filha da atendente que te forneceu as roupas quando voce veio toda suja do pântano! Ela cresceu, nao cresceu?

- Lembro claro, é bom ver você de novo - diz Elly com um sorriso apertando a mão da garota com a mão que tinha aliança - são quase 3 anos passa rápido o tempo e tanta coisa acontece.