- Uma toca de alguma criatura enorme, sem janelas, cheia de túneis e cheia de ralé? Parece interessante!
Ao ouvir Kapitulina, Ka se dá conta que é a segunda vez no mesmo dia que vai para um lugar fechado, sem janelas e a lugares fáceis de fugir. Como ainda estava cedo, a Toca não estava tão cheia. Kapitu escolhe um lugar nas mesas rústicas, perto do fundo de um túnel, literalmente o melhor lugar para emboscar alguém, e o pior para se evadir.
Ela pede cachaça com limão, e diz que Ka pode escolher o que quiser para beber e também para comerem, que ela pagaria. Ka tinha acabado com suas moedas de ouro e até as de bronze para ficar com as cinco Supremas que Kapitulina ia usar no mercado negro, portanto estava só com 45 Kons de prata, sendo assim fica feliz por ela bancar ali. Tomara que na Toca se aceitassem moedas Supremas, caso Kapitulina ainda insistisse em pagar com elas, pois Ka estava sem dinheiro comum.
(off: alterei a ficha para colocar as Supremas que você trocou pra ela. Tirei 1kg do capacete, já que teve sucesso em fazer um novo melhor. Fiz uns R.Oc. de reação, e a maioria na taverna é mais favorável do que desfavorável, o que me deixou triste pois estava me coçando para jogar um grupo grande contra vocês).
Kapitulina até parece se divertir bem, não demora muito um íncubo a provoca, eles trocam algumas palavras irrelevantes, e começam trocar beijos. Ka se pergunta se tinha "sobrado" ali, e pensa se deveria sair de fininho ou não, mas Kapitulina, talvez percebendo que ele pretendia levantar, manda ficar na mesa e beber mais.
Vendo a cena, uma súcubo desafia o íncubo, falando alguma coisa em um idioma demoníaco qualquer, algumas pessoas em volta riem, só o íncubo parece não ter ficado satisfeito, ele cospe na súcubo, que dá um chute nele, algumas ofensas depois, e Kapitu resolve trocar o íncubo pelos beijos da súcubo.
Alguns copos depois, Kapitulina resolve reclamar da música:
- Cadê a emoção deste buraco? Cantem música da La Cour para animarem!
É informado que os bardos ali não podem cantar músicas partidárias, pois alguns clientes não veem isto com bons olhos, Kapitu então desafia:
- Então toque a bandola, deixa que eu canto!
Kapitulina era péssima cantora, ou já estava meio de porre, ou as duas coisas, de qualquer forma suas "músicas" eram pura provocação ao Yüksek Kan:
"Ei mãe, vou pro Kan construir pontes!
Vai ser um engenheiro?
Não, um arquiteto.
O que, pelos infernos, é um arquiteto?
Alguém que não é muito gay para ser um decorador, mas não é macho suficiente pra ser engenheiro."
...
"Lá vai o soldado do Yüksek com seu major.
A espada do major corta na frente, atrás o soldado só cutuca...
O major grita suas ordens, o soldado só escuta...
A noite o major joga gamão, o soldado só joga sinuca...
Afinal o major é filho de nobre, o soldado não passa de... Esqueci como é a música, alguém sabe uma rima?"
As pessoas em volta começam rir, gritar, alguns começam contar piadas maldosas, a maioria contra o Yüksek Kan, mas alguns também começam falar da Cour des Miracles, sobra para a Cisne Branco, Atemenses e até contra os deuses. Ka nem entende tudo, mas tem certeza que vai precisar fazer algo para se purificar só pelo número de heresias que escuta ali, nem precisava fala-las.
Ka percebe que nem todo mundo ali parecia se divertir, e alguns falavam baixo com outros, então saiam do lugar e iam se dirigindo para a porta. Era bem provável que estivessem juntando um grupo para tirar satisfações na saída.
Eis que um grupo resolve ofender com mais veemência:
"A Corte dos Milagres não passa de um bando de vagabundos covardes!"
Um grande "uuuuhhh!!" tipo "vai deixar barato", ecoa no lugar. Mas Kapitulina não se deixa intimidar.
- Claro, somos os melhores vagabundos do mundo. "Nós somos como os vermes dentro do ventre podre da terra / O sangue e o vinho tem a mesma cor". Por isto que nossa turba de vagabundos derrotou os demônios malditos de Ades que tentaram tomar esta parte da cidade. E ainda demos um coro no pessoal do Kan de troco.
Um UUUUHHH!! Maior ainda é ouvindo
"Grande coisa! Ganharam lutando sujo!"
UUUUUHHHH!!!!
Kapitulina nem responde, só abana as mãos e os ombros, como quem diz: "E dai?"
"É fácil matar pelas costas. Vocês não tem honra."
- Pelas costas, de frente, de ladinho... Matando é o que importa. Se você consegue pegar mais de dez para cada um só pelas costas, devo ser mais macho que seu namorado. (quem tinha comentado era uma mulher) Na sua casa ele que fica de quatro?
UUUUUHHHH!!!!
O chão já estava cheio de cerveja e outras coisas, de tanto que o pessoal ficava levantando as canecas aos gritos.
"Quem tem putas são vocês! A Corte não passa de um bando de ladrões e putas!"
UUUHHHH!!!
- É verdade. Alguém precisa satisfazer os homens que VOCÊS não satisfazem!
UUUUUUUHHHH!!!
"Assim como as vagabundas das esposas de Piro!"
Desta vez o "uh!" é bem mais seco e baixo, a maioria fica em silêncio, como se soubessem que agora a coisa ficou feia. Kapitulina para de rir e fecha a cara, mas ainda não tinha perdido:
- Quase metade das fêmeas de Fajr-Regno podem ser consideradas esposas de Piro, então talvez esteja certa, mas sempre cabe mais uma, se está tão interessada.
(risadas)
"Seu deus não passa de um embuste!"
- Eu poderia me sentir ofendida, se tivesse a mínima suspeita de que alguém como você sabe o significado de "embuste".
"Não há qualquer diferença entre quem segue Ades e os marionetes de Piro."
Kapitulina se levanta, espadas começam ser desembainhadas por toda taverna.
- Dizem que "a ignorância é uma bênção", mas a sua está prestes a te fazer perder os dentes.
Um dos empregados dali, imaginando a sujeira que terá de limpar, fala: "Sem armas aqui! Se tiverem problemas resolvam na mão!"
A turba grita: "Na mão! Na mão!"
"Vocês, demônios, são todos malditos, só seguem deuses que refletem o que são: covardes sem honra e estupradores."
- Se eu me importasse um pouco mais, poderia sentir mais pena do que raiva de você por ser tão idiota. - Kapitulina fala enquanto vai andando em direção à mulher, alguns grupos começam se fazer, outros se afastar. Apesar do pedidos para brigarem na mão, a mulher e dois homens partem para cima de Kapitulina de armas em punho.
Com um movimento, o punho direito de Kapitulina bloqueia o punho armado de um dos homens que a atacou, e com um segundo movimento ela o acerta no braço, quebrando seu rádio e fazendo-o largar a espada; Com o joelho direito ela acerta a mulher no estômago; Com a mão esquerda ela segura a mão armada do segundo homem, e enrosca a perna dele com sua cauda, puxando-o e fazendo cair, ao mesmo tempo que diz:
- Você não deve passar de uma idiota que repete o que algum filho da puta fala para você.
Kapitulina faz um gesto muito rápido, e a atinge no diafragma, mas ao invés de quebrar os ossos, o golpe dela, de alguma forma, faz os músculos se retesarem.
A mulher fica parada no lugar, rugindo, os músculos dos braços e pernas tensos como se estivesse fazendo enorme força, mas não conseguia se mover, a mandíbula fechada com força. Ao ser atingida no estômago, ela tinha deixado a espada cair, agora seus dedos se fechavam com tanta força, que as unhas começam machucar a palma da mão.
Outras pessoas ficam em dúvida se deviam atacar também ou não, Kapitulina só então saca sua kratak (uma espada reta e bem curta): - Deviam ter garantido que seriam o mínimo de desafio antes de me atacar. - As pessoas em volta resolvem não atacá-la, incluindo os dois que ela tinha facilmente bloqueado.
- Me diga o nome de uma única fêmea que não tenha ido de bom grado para a cama de Piro, e até implorado por isto, e quem sabe lhe tiro daí.
Kapitulina anda em volta da mulher, esta só consegue grunhir e mover os olhos, as veias do pescoço saltadas, mas não conseguia sequer virar o pescoço, quando Kapitulina fica atrás dela.
- Ninguém mais?
Passa-se alguns segundos, e a mulher enfim cai no chão, pois as pernas colapsaram, solta um grito de dor e se debate duas vezes, ficando em posição fetal, e só conseguia dizer "aaaiii, aaaiii".
- Tirem este lixo da minha frente.
Kapitulina volta pegar o copo que estava bebendo, lançando olhares desafiadores para quem mais quisesse brigar.