“- Eu compreendo.” - Lisa disse, daquele modo simplicista, apesar de sua proximidade com os Pratas, a Galliard tinha lá suas reservas de como eles guiavam a própria Tribo, principalmente em se tratando dos Parentes, sendo uma Fianna, Lisa tinha os Parentes em alto escalão, sendo parte importante de sua sociedade e cultura. Não conseguia compreender muito bem como outras Tribos eram incapazes de enxergar isso.
“- Quem sabe.” - Concordou a Fianna, enquanto voltava a se deitar no chão a observar as coisas. “- Tome cuidado.” - Falou-lhe e deixou que o Prata se afastasse.
Dimitri estava andando sem muito rumo por ali, procurando aqueles com quem ainda gostaria de falar… E então a confusão começou. Dimitri pode ver, quando o Cria de Fenris avançou sobre o filhote.
- Off:
Como não sei como será a reação do Dimitri ao que está acontecendo entre o Cria e o filhote, não coloquei ele falando com nenhum NPC, mas você pode se sentir livre para ir interagir com qual quiser que respondo na próxima.
[…]
Máni tinha deixado de prestar atenção no filhote: era um filhote e não merecia nenhuma consideração até se provar digno do seu primeiro posto, as outras Tribos podiam pensar diferente, mas entre os Crias de Fenris a coisa era assim e assim seria…
Então o garoto começou a falar.
Máni, que antes só tinha virado o rosto para Samuel, dessa vez voltou o corpo inteiro, e infernos, Samuel, o cara era grande, mesmo que não tão grande quantos alguns perto dele. Máni mantinha os braços cruzados, os olhos claros sobre o filhote.
- Sim. – Respondeu, numa voz fria e desprovida de qualquer emoção. Sim, ele achava que qualquer filhote era um lixo, ele mesmo já tinha sido um. E ouviu, com plácida calma de uma tempestade se formando.
- Você é um filhote, não pode me desafiar, porque você é um belo pedaço de merda. – E isso era verdade, no final das contas, Máni não podia “aceitar um desafio” de um filhote, aquilo era uma perda de Renome e além do mais, perda de tempo.
Mas havia outra questão, claro.
- Você acha que é ruim? – Máni perguntou, ainda calmo, ainda parado ali. E então Máni se moveu, como a porra de uma sombra, sua mão – que agora era um caralho de uma pata enorme cheia de garras – fechou-se no pescoço de Samuel e o ergueu do chão. Estava difícil respirar, porque aquele maldito Fenris estava lhe apertando o pescoço.
Máni aproximou o rosto de Samuel do seu focinho: e cara, aqueles dentes eram enormes e assustadores, o Crinos acinzentado bufou, o ar quente saindo de suas narinas diretamente no rosto do jovem filhote. Samuel podia ouvir, meio longe por conta da falta de ar, Ronny dizendo um ‘hei, hei, vai com calma cara!’, então ele foi arremessado e se chocou contra uma árvore ou alguma merda assim, só sabia que doía, ah, inferno, doía, todo seu corpo doía, mas não teve tempo de se levantar com as próprias pernas, porque aquele cachorrão cinza já estava em cima de si, e o agarrou pelos cabelos, levantando-o do chão.
- Você acha que é ruim? – Repetiu o Garou, entre os dentes gigantesco. Então ele jogou Samuel no chão, de novo e de novo, antes de agarrar os cabelos do garoto de novo e arrastá-lo pelo chão, na direção da Anciã Theurge ali presente. Máni, agora já na forma humana, jogou Samuel na direção dela.
- O garoto passou no Desafio… Se sobreviver. – Falou, ao abrir a mão e jogar as runas em cima de Samuel. Máni se afastou, deixando o destroçado filhote por ali.
- Mude de forma, filhote. – Falou-lhe a Theurge.
- Ajudará nos seus ferimentos, Aine cuidará do resto e o preparará para o Rito de Passagem. – Ronny tinha se aproximado, para ver se Samuel ainda estava pelo menos vivo, bom, estava, com alguns ossos quebrados, mas vivo.
- Off:
Samuel vai ser levado prum canto pra Theurge curar os ferimentos mais graves, provavelmente tá com alguns ossos quebrados e escoriações mais leves, assim que os demais terminarem, volta em cena pro Rito.
[….]
- A verdade. – Falou Aeron, olhando para a filhote com algum desgosto. Os Filhos de Gaia eram os mais inúteis da Nação, não eram? Com aquela história de paz e amor, de que a Fúria precisava ser subjugada, e talvez por isso seus Parentes fossem tão dispersos e inúteis, e seu sangue fosse tão ralo e fraco. Não estavam prontos para a batalha, nunca estiveram e eram mais um estorvo do que um aliado.
Mayla tinha cruzado os braços e olhava na direção da pequena confusão que se formava a alguns metros dali, interessada no que estava ocorrendo: reconheceu Máni em sua forma de batalha, mas não entendi ao contexto da coisa… Mas teve que voltar sua atenção para a confusão que se forma ali mesmo…
Quando Lailah tocou seu rosto, Aeron num movimento rápido lhe agarrou o pulso e o segurou com força o suficiente para começar a machucar a jovem.
– Você não toca em mim, entendeu? – Ele disse, segurando o pulso da jovem Filha com força.
- Tire suas mãos da filhote. – Mayla disse, sua voz agora soando fria, soando com toda a autoridade de seu posto.
- Agora. – Completou, Aeron olhou para ela, uma das sobrancelhas arqueadas, mas soltou Lailah e depois riu de leve.
- Agora você defende filhotes, Mayla? Achei que sua Tribo tivesse o costume de quase matar eles.- Você não sabe nada sobre minha Tribo, Presas-Perfurantes. Não sabe nada sobre a vida. Você tem muito a aprender, mas escolheu o pior caminho para fazê-lo. O que é uma pena, porque sua mãe era uma grande guerreira, coisa que você nunca será.Aeron fechou os punhos e deu dois passos para a frente, Mayla sequer se moveu, o rosto elevado, olhando-o de cima, mas o Presa se conteve, achava-se numa armadilha da Cria de Fenris, e talvez fosse mesmo. Mayla não podia desafiá-lo, afinal de contas, mas se ele desse o primeiro passo…
Mayla olhou para Lailah, aguardando.
[…]
A coruja ficou ali, empoleirada no galho da árvore, a volta de Nimue o cenário mudava, ele tornava-se cada vez mais visível, árvores, espíritos, “água” de um riacho, folhas, flores, até mesmo cheiros pareciam quase ser sentidos pela jovem Theurge. Os olhões amarelos da coruja estavam focados na Fúria Negra, enquanto ouvia e enquanto pensava. Mas apesar de tudo isso, Nimue não ouvia sons, apenas a coruja podia ser ouvida por ela. Nimue não compreendia os demais espíritos, e tão pouco o cenário a sua volta.
- Nimue, filha do Pegasus. – Começou o espírito animal da coruja, que abriu as asas de novo, como se estivesse se espreguiçando.
- Eu te concederei minha dádiva, pois você compreendeu seu papel: você é quem guiará sua futura matilha nos terrenos umbrais, será através de ti que eles percorreram atalhos e procurarão espíritos e aprenderão com eles. Será através de ti que ão de se sentir seguros e não perdidos nesses lugares, porque é tu nosso portal voz, nosso arauto. E para que isso seja completo, precisa tudo compreender a todos nós. E é essa a dádiva que te ofereço, Nimue. A dádiva de nos ouvir, nos compreender e nos responder. Eu te ensino, Nimue, a se comunicar com Espíritos. (dom) – A coruja fez uma pausa, ajeitando-se.
- Lembra-se desse dia e das tuas próprias palavras, Nimue, porque é tu que será esse elo, é tu que será essa força na sua futura matilha e a Umbra pode não ser um local mais seguro de todos para aqueles despreparados e desavisados. Volte ao teu povo e mostre tua dádiva como prova de que você está apta a lidar com a Umbra.- off:
Como você comprou quatro dons, um deles será a "dádiva" da jovem Nimue.