[Brunch] Sienna, Aimee, Dimitri.

No final da tarde anterior, ao perceber que estava mais atrasando que ajudando Sienna, Aimee passou algum tempo em seu quarto, no computador.  Estava curiosa com as ameaças que haviam feito para a irmã, sobre os Smirnov, e fez algumas pesquisas básicas sobre eles, principalmente Ayshane, a mulher de Yuri e, provavelmente, advogada da família.  Se encontrasse alguma informação relevante, anotaria, se não, seguiria a pesquisa para Yuri e a família em geral. Como a outra gêmea havia falado,  haviam excluído qualquer vestígio do ShL na internet. A menina bufou, pensando.

Com suas habilidades de pesquisa, estava perdendo as esperanças de encontrar qualquer coisa sobre a família do ex-amante. Talvez o primo pudesse ajudar, mas precisava o abordar de maneira certa... A relação de Sean com os Presas não era nada boa e, menos ainda, com o pai das Ruivas, super tradicionalista. Verificou se Sienna havia mandado o número da veterinária, e não havia. A irmã estava mesmo ocupada.  Várias coisas vieram em sua mente, após isso: precisava de um celular novo, precisava aprender como burlar as barreiras de pesquisa na internet e precisava saber sobre o primo. Olhou o relógio, vendo que não daria tempo de ir no centro comprar um celular, por isso, acabou se concentrando nas duas outras coisas.  Procurou alguns tutoriais iniciais sobre pesquisas no youtube e deixou ele tocando, enquanto jogava o nome to primo no Google, seguindo o passo a passo do tutorial. A maioria das coisas ensinadas a menina já sabia, precisava procurar um mais avançado. Foi anotando o que achava sobre Sean e, quando ia procurar outro tutorial, a irmã apareceu, chamando ela para assistir o filme.

[...]

Na manhã do Brunch, Aimee acordou estranhamente plena. Havia dormido muito bem e não se lembrava de ter sonhado com algo ruim, em algum momento tendo sonhado até com coisas boas. Se levantou cedo, sem sono, e foi comer qualquer coisa, evitando os irmãos e o café em família. Reparou que o pai não estava lá, ainda curiosa sobre o que ele iria fazer. Acabou pegando um pedaço de bolo de laranja e uma maçã na cozinha, voltando para o quarto equilibrando aquilo nas mãos.  Abriu o computador e voltou aos tutoriais, se concentrando mais daquela vez e até anotando passo-a-passo de coisas que pensava ser relevantes para o seu aprendizado. Deixou para aplicar aquilo após o Brunch, preferindo aprender um pouco mais primeiro. Se esqueceu completamente de ir na cidade comprar o celular, saindo do quarto mais tarde para ajudar em qualquer coisa e pegar sua roupa que estava passando.

[...]

Na hora marcada, desceu, ficando lado a lado com os irmãos. Ela vestia um conjunto azul e scarpins prateados. O cabelo estava jogado para trás dos ombros, evidenciando a pele dos ombros, o leve volume dos seios e o colar discreto, também prateado. A maquiagem estava bem básica e harmônica com seu rosto, deixando em evidência os olhos que, assim como o tempo naquele dia, estava puxando mais para o cinza que para o azul. Ela cumprimentou os irmãos e logo veria as pessoas chegando. O noivo da irmã não se atrasou, como manda a boa etiqueta. “Eles devem se dar bem”, pensou, vendo que o noivo, apresentado como Dimitri, era tão preocupado com formalidades quanto a irmã.

- O prazer é meu, senhor Berzukov – disse, com um pequeno sorriso e o cumprimentou da maneira correta.  Ouviu as instruções de Aeron, que estava estranhamente sério,  e olhou para o casal. – Vou deixar vocês se conhecerem melhor. Trate bem a minha irmã, Berzukov – disse, claramente brincando e se afastando dos dois. Era a primeira vez que se viam... Provavelmente queriam conhecer um ao outro.

Aimee se afastou, observando as pessoas na festa. Pegou um copo de qualquer bebida que estivesse sendo servida lá e observou a confusão das pequenas pessoinhas que corriam pelo salão... Uma delas, o menino, veio em sua direção em disparado e também a teria atingido, se a jovem não tivesse dado um passo para o lado. O menino havia colidido com a mesa dos copos, mas, por sorte, somente um vaso de flores, que estava sobre a mesa, havia caído. A ruiva segurou uma risada e foi ver se o menino estava bem.
-Hey – disse, oferecendo a mão para ele se levantar – Acredito que derrotou seu inimigo – disse, tendo ouvido o discurso dele e apontando para o vaso.  Viu a outra criança se aproximar – Temos um jardim bem bonito e sem coisas para quebrar. Que tal correr no labirinto? – perguntou ao menino, indicando. Não queria ver a irmã surtando ao ter a decoração arruinada por dois pequenos furacões. Era um labirinto baixo de flores, sem grandes perigos e era possível observar as crianças de onde estavam... Mas certamente oferecia maravilhas à imaginação de duas crianças.  A irmã parecia brava com ele. Parecia Sienna atrás dela quando eram pequenas. Deu uma risada.

Aimee observou o pequeno Garou se levantar sem ajuda e “bater a poeira”, dando um sorriso.  Não era a atitude que ela esperava, mas havia realmente sido agradável ver uma criança tão segura de si. A irmã era mais centrada, colocando juízo na cabeça do irmão mais novo. “eu já vi uma história parecida” pensou, se divertindo com aquilo, mas, antes que pudesse falar algo, veria o menino ser erguido por um homem desconhecido. Observou ele com uma sobrancelha erguida. Era muito bonito, mas logo percebeu que era pai de Björn, antes mesmo de ele falar. “ É, acho que, definitivamente, meu tipo de homem é ‘pai’”, pensou de forma amarga, mas deu um sorriso quando ele se apresentou.

-Não se preocupe com isso. Não existe uma festa sem que alguém quebre uma louça, não é mesmo? Ao menos não foi uma de nossas tias bêbadas – disse e estendeu a mão, o cumprimentando. – Aimee O’Shea – se apresentou, ouvindo o nome dos pequenos furacões. Sorriu para a menina, vendo que ela estava um tanto tímida, perto do pai. – Essa casa já passou por muitas coisas, quando eu e Aeron éramos crianças. Não se preocupe. – realmente, os dois eram um tanto... Agitados, quando pequenos. E Aeron ainda tinha a capacidade de destruir as coisas atualmente – Acredito que minha irmã tenha preparado uma área para crianças... Já que você não gostou do jardim – disse, para tranquilizar  Sigunn e olhou em volta, indicando onde havia mais algumas crianças brincando de correr pelo gramado. Provavelmente era lá.