[_Quinta-feira_]
♪ Yuki ♪
- Não se sinta mal com isso, por favor - pediu Minsoo ao menor sinal de desconforto dela. - Não tem problema nenhum você estar aqui hoje. - sorriu - Na verdade, eu fiquei muito feliz.
- Eu também fiquei! Não ligue pra ela…
- Vou… pegar alguma coisa para a gente comer. Nós já continuamos, está bem? - Minsoo sorriu e saiu gentilmente, mas só estava querendo um tempinho para si.
- Omma é assim com as meninas que vêm aqui… é por isso também que o Minsoo não traz mais ninguém, eu acho. Você vai parar de vir? Eu gostei de você, não faça isso, por favor. Eu não tenho muitas chances de ter uma amiga…
Elas ouviram uma porta fechando e o salto na escada. A mãe de Minsoo apareceu carregando uma maleta. Lançou um olhar para a sala.
- Estou de saída. Peça para seu irmão tomar conta de você. - olhou Yuki e fez um sinal para ela, com o indicador, pedindo que se aproximasse e repetiu o gesto ao virar as costas em direção à porta. Estava tentando despistar a filha.
♪ Eun-Ji ♪
As imagens favoritas dela foram salvas em uma pasta no computador com seu nome. Já que compartilhavam um note, foi orientada a usar aquele espaço como quisesse.
- Eu moro em Shanghai. Trabalho com vendas, mas a maior parte do meu trabalho faço de casa. Eu gosto de trabalhar assim. É corrido e não tão glamuroso quanto a minha irmã, mas estou feliz.
- Não tenho uma vida fácil, está bem, Yue?
- Se você diz - riu. - Por que você não vem na suas próximas férias? Seria ótimo.
- Posso programar minhas férias e viajar com você, sem problemas, Eunji.
(...)
Yue secou as lágrimas e respirou fundo.
- Ah, não sei se consigo…
- Viu? Você é sempre emotiva, mas agora inventou essa história… Eu começo então. - May tomou as rédeas da conversa. - Zhen sempre foi muito independente, mas ainda assim muito responsável, o típico irmão mais velho. Nossa família não era muito rica, mas ele se orgulhava em mandar ajuda para nós quando entrou no exército. Ele ficava longos períodos longe de casa e gostava de usar o tempo livre para explorar lugares, era tudo que sabíamos que ele estava fazendo. Tinha o hábito de sumir por meses, depois voltava para contar o que tinha descoberto, mas sua ajuda financeira nunca faltou. Em uma dessas vezes, ele trouxe uma mulher. Era uma coreana simples e até parecida com a gente, mas ficamos chocadas em como isso tinha acontecido. Yue ficou com ciúmes - repetiu a palavra para a irmã.
- Não foi ciúmes. Como eu poderia aceitar uma estranha na minha casa? Sempre achei que ela não era digna dele.
- Jeong era um pouco possessiva. Mandona. Ela queria mostrar território. Até para a gente. A família dela também não apoiava o relacionamento. O pai dela não gostava da ideia de morarmos tão longe e não sermos de uma condição financeira equiparada a dele. Pelo menos é o que achávamos. Zhen foi ferido na honra por causa disso e queria provar que era um bom homem para ela. O problema é que mamãe não apoiava o relacionamento também e tratava a Jeong um pouco mal. Nós tentamos fazê-lo desistir, mas isso só o fez achar que éramos contra a felicidade deles.
- Aquela horrorosa o convenceu a ir embora. Ela era muito negativa, mal humorada e nunca se esforçava para fazer amizade com a gente. Falava para ele que nós a excluíamos com “assuntos da China” de propósito. Com ele, era quase outra pessoa… realmente parecia apaixonada. Por isso ficava difícil para que ele acreditasse na gente.
- Assim Zhen brigou com a família e cortou todas as relações, partindo para morar na Coréia do Sul. Nunca mais tivemos notícias dele ou da família dele…
- Exceto quando ele morreu. Enviaram um comunicado para casa.
- Nós já tínhamos seguido nossas vidas e apenas lamentamos que a dele tivesse terminado assim… essa foi a nossa culpa.
- A verdade é que ainda estávamos um pouco magoadas pelo acontecido.
♪ Eu Se ♪ e ♪ Shin ♪
- Filha… - Lee Sang murmurou, com pesar.
O pai dela a olhou com desprezo, mas sua resposta não significava nada para ele. Como ela mesma tinha dito, era “Shin” quem deveria fazer alguma coisa. Estava nas mãos do homem a decisão.
SeulBi compreendia o nervoso da menina, que era uma estranha para ela, mas não conseguia decifrar o próprio filho, além de ser um claro deboche para o senador.
Os dois homens se entreolharam quando lhes foi sugerido que se casassem. O diplomata franziu o cenho, parecendo fora de compostura pela primeira vez. Ele olhou raivoso para o senador e alguma coisa ali fez com que o pai de Shin balançasse a cabeça um pouco desesperado e se levantasse. O normal seria que alguém de maior hierarquia tivesse o controle daquela situação, mas por um momento não foi assim que pareceu.
- Seu moleque maldito… - as bochechas do senhor Yoon tremeram como um sapo. O rosto dele estava tão vermelho que parecia o tartare em seu prato. A cadeira foi arrastada para trás, mas a mãe de Shin quase pulou em cima dele, falando esbaforida.
- Querido, eu cuido disso. Eu falo com ele - seus olhos estavam grandes e apavorados.
- Não vou ser desrespeitado por um moleque. - apontou o dedo na cara da esposa, tremendo. - Ele é assim por
sua causa.
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♪ Eu Se ♪ O senador deixou seu lugar na mesa e foi andando com passos firmes atrás do filho. Só então o diplomata voltou suas atenções para a filha, falando baixo:
-
Você planejou isso? Esteve esse tempo todo planejando nas minhas costas com esse rapaz?
- Querido… na verdade, acho que eles têm razão. São muito jovens… por que começar agora com um casamento? Nós podemos começar um estilo de vida mais simples e…
- Vocês estão loucas??? Quando eu conseguirei outra chance de uma carreira política se não for por causa de um pedido desesperado do senador? Está claro para mim que ele quer corrigir essa mancha que existe na família dele e o único maluco que estaria disposto a casar uma filha com aquele deficiente seria eu. - apontou para o próprio peito. - Não estou interessado no seu dinheiro de migalhas, mulher. Nem em… eu sei lá o que você tem a oferecer. - olhou a filha com desprezo. Era a primeira vez que estava descontrolado daquela forma. As veias do pescoço pulsavam. - O único motivo pelo qual eu tolerei aquela mentira foi para que sentasse aqui e fizesse o que faz de melhor: nada. Ficasse em silêncio, fosse uma boa filha e ajudasse o seu pai.
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♪ Shin ♪ - SHIN HEE - a voz da mãe o chamou, um pouco desesperada. Ele ouviu os passos da mãe atrás dele.
O plano estava dando muito certo e ele foi reverenciado pelos funcionários do restaurante, chegando a por os pés para fora, rumo a sua liberdade… até que o mundo de repente se fez em câmera lenta, quando um par de olhos maquiados se encontrou com os dele, bem na saída do restaurante do hotel.
Myeon estava maravilhosa como sempre, usando um vestido branco colado no corpo até os joelhos, com uma bela renda. Não seria tanta loucura dizer que ela era como uma noiva.
Obviamente encontrá-lo assim não estava previsto.
- ...Eh...Shin Hee…
Antes que pudesse contemplar demais o rosto angelical da menina, a mão forte de seu pai o agarrou pelo braço e sua voz furiosa se fez ouvir.
- Escute aqui seu deformado!!!!
A euforia deu lugar a uma rara surpresa, quando os olhares de todos repentinamente pareceram se notar.