[Lars-Gaehlia] Bairro Velho

Bairro Velho

Rax

Rax caminhou até o local indicado pelo taverneiro, seguindo o caminho que ele lhe explicara. Ali alguns homens trabalhavam tirando os entulhos. Algumas mulheres tentavam varrer o interior do pó causado pela ruína. Ao ver o homem que parecia coordenar ali as ações, Rax aproxima-se. Antes que ele falasse alguma coisa, os homens se calam e olham para ele. O suposto chefe faz um sinal de 'pare' com a mão, quase instintivamente. - O que você quer? Os guardas da Universidade já passaram por aqui.

Ele parecia decididamente mais hostil que o taverneiro. Pelo que falou, outros orcs já estiveram ali e de alguma forma devem tê-lo irritado. Rax sabia que se aquela pedra tombara da Universidade, decerto eles teriam que pagar alguma indenização aos proprietários dos comércios afetados. Porém nessa briga, a Universidade tinha bem mais influência.

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Rax

O homem analisou calado o orc por alguns momentos antes de responder. Ele parecia discutir consigo mentalmente. Por fim, pareceu convencer-se quando balançou a cabeça positivamente. - Tudo bem. Preciso de alguém que desça nessa cratera e vá tirando os entulhos, ao mesmo tempo, vá escorando com aquelas peças de metal logo ali.

Indicou apontando umas escoras que estavam postas do lado da parede destruída. - Os homens estão com receio que o chão tombe quando for tirado os entulhos. - Isso parecia explicar muita coisa. Mas Rax também não esperava encontrar um trabalho imediatamente digno. Aquele trabalho lhe ocuparia talvez pelo resto do dia e poderia lhe dar alguma moeda e possivelmente ele não iria sofrer nada, se escorasse bem o túnel. - Posso lhe pagar um centavo de cobre por isso, mas nada mais, já passou mais da metade da jornada.

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Rax

Rax começou então a trabalhar. Tirava algumas pedras, punha num carrinho de mão e as levava para fora. Percebeu que logo mais ficaria difícil subir e descer a medida que o entulho fosse sendo tirado. Tomou então uma corda e a prendeu na superfície do solo, de forma que ela servisse para subir e descer.

Olhando aquele túnel, perguntou-se um pouco sobre ele. Não parecia ser uma simples falha geológica, uma fenda na terra por assim dizer.

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Yaha Sooth, Nadyne Creenbottle e Rax

Nadyne viu o jovem estudante olhando para trás e em seguida partindo como ela o havia instruído. Segundos depois, ela viu o orc aproximando-se da porta. Ao chegar na entrada do corredor, o orc parou e encarou as inúmeras larvas que ocupavam aquele caminho. Nadyne colocou-se de pé imediatamente ao ver aquele orc e ficou esperando a chegada de Yaha. Ele não tinha a mesma agilidade e graça que ela e por pouco não saiu bastante ferido.

Logo que ele chegou ao patamar que ela estava, ela puxou-o pelo braço e no instante seguinte eles estavam correndo pelo túnel que trouxera Nadyne ali. Se ela bem lembrava, naquele ritmo em 2 ou 3 minutos estaria de novo na cratera próximo ao bar-mercearia que fora destruído. Não sabia quanto tempo aquelas larvas iriam atrasar o orc, se ele decidisse continuar perseguindo-os. Em qualquer caso, quanto antes saíssem, melhor.

...

Rax ainda estava carregando pedaços de pedras e entulhos. Ele já havia escorado uns 7 metros de túnel a frente. Agora ele começava a retirar o entulho do lado oposto, que estava completamente bloqueado. Estava de costas pegando uma pedra mais pesada quando escutou passos apressadíssimos aproximando-se. O som vinha de dentro do túnel. Rax virou-se com a pedra ainda nas mãos. Há uns 15 metros, trazendo uma tocha, vinham duas pessoas: uma halfling e um jovem adolescente humano. Quando eles se viram, a dupla e o orc, ficaram então estáticos. Nadyne e Yaha pararam de correr e Rax ficou imóvel com a pedra diante de si. Aquele encontro não parecia ser esperado de nenhum dos lados.

@Linkcronus e @zignon a narração de vocês continua aqui.

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Yaha Sooth, Nadyne Creenbottle e Rax

Aquele encontro de fato desconcertara todos os envolvidos. Rax estava tentando entender tudo que poderia ter acontecido com aqueles dois. Nadyne e Yaha se assustaram com um orc logo diante deles. Os dois chegaram mesmo a se contradizer, com estratégias diferentes. No fim, a expansividade de Nadyne pareceu ter funcionado melhor.

Rax deixara claro que estava numa taverna próxima, que era também hospedaria, O Eremita. Dizia ele que estava disposto a ouvi-los. Possivelmente se preparava também para falar para eles também. Nadyne já havia ficado naquela mesma hospedaria anteriormente. O dono era um homem discreto e que servia bem seus clientes embora sua taverna basicamente fosse uma espelunca e sua bebida e comida não fossem excepcionais. Sem dúvida iriam achar um local digno para dormir ali por um preço módico.

O orc permitira que eles usassem a corda para sair dali. A jovem halfling e o estudante trocaram umas farpas enquanto subiam, mas logo estavam no nível do solo. Lá de cima, eles ainda cruzaram o olhar mais uma vez com Rax. Estavam confiando que de fato, aquele orc não os deduraria se o guarda da Universidade chegasse ali.

Narração continuando para Yaha e Nadyne aqui.

Rax

Ele ficara pensando naqueles dois. O estado em que chegaram. A junção improvável de personalidades. Mentalmente, enquanto tirava mais algumas pedras e escorava mais algumas partes do túnel, Rax lembrava do Velho Inverno e da inevitabilidade das coisas. E nas vicissitudes que os homens tinham que passar. Não sentia pena por aqueles dois maltrapilhos, nem mesmo pelo estudante, que parecia estar bem mais ferido. Mas também não era indiferente.

Enquanto meditava nessas coisas, ouviu novos passos, esses mais pesados. Imediatamente reconheceu como sendo passos de orcs. Poucos seres que caminhavam em duas pernas tinham passos como aqueles. Diferente dos anteriores, esses vinham devagar, quase hesitantes. Com a lanterna alquímica que lhe fora dada para o trabalho, jogou uma luz sobre o túnel. Viu então o orc, que como descrito pela dupla, se vestia como um guarda. Ele estava bastante ferido, mais ainda que o jovem acadêmico. Ele arfava. - Onde estão?!

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Rax

O orc arfava diante de Rax. Sua respiração pesada mostrava que ele estava bem cansado. Por debilitado que estivesse, ele não tirou os olhos do evangelista um momento sequer. - Como eu estou não te interessa!

Não se admirou da grosseria do guarda. Sua ancestralidade não era nem nunca fora exatamente polida. Dificilmente viria a se tornar um dia. Talvez ele mesmo, Rax, fosse um dos orcs mais gentis que alguém vira andar sobre a terra. O guarda então respirou fundo e dessa vez falou em idioma sombrio.
Aquela língua era terrível, cheio de 'r's guturais e dura mesmo para os ouvidos. E poucos, fora os próprios orcs, sabiam falá-la fluentemente. - Estou falando do estudante e da nanica que só podem ter vindo parar aqui. Onde estão?!