Apontando para a sereia, Karan pergunta para Flemming.
"Isto eh mesmo necessário? Eh só uma criança."
Da uma olhada para Kroth e volta a olhar para o mercador.
"Quanto aos piratas não podemos entregar eles as autoridades em nosso destino?"
Flemming pede que Kroth vigie a merfolk e responde para Karan.
"Karan, estamos no meio do oceano, e durante uma luta que quase afundou o navio, esta criança conseguiu invadir o navio sem ser percebida, não vou maltrata-la, mas também não temos como deixa-la com a devida supervisão, ela ja demonstrou ser bastante furtiva, e também não é a primeira vez que ela passa por uma situação dessas, ela esta acordada a uns 2 minutos, fingindo estar desmaiada."
O mercador então saca uma adaga de dentro do manto, se ajoelha ao lado da menina e encosta a ponta da agada na ponta da cauda dela, fazendo uma leve pressão, em seguida se dirige a menina:
"Não é mesmo, pequenina?"
A menina abre os olhos, faz uma cara de raiva e retruca:
"Mercador de meia tigela! Miserável! Nojento! Se tu for um mercador, eu sou a rainha de Sistra, seu desgraçado! Mercador nenhum tem um baú daqueles! O que você tem dentro dele, seu maldito!?"
Flemming responde, em meio a um sorriso, usando tom de deboche:
"Vossa alteza esta curiosa? Permita que este humilde servo lhe ajude, minha graça"
O mercador pega a menina no colo com cuidado e vai até o baú, quando ela percebe o que esta para acontecer, começa a se debater e gritar:
"Não! Não! Por favor! Não!"
Fleming então a coloca dentro do baú e estrala novamente os dedos, em seguida o baú se fecha sozinho
"Certo, um problema resolvido, não se preocupe, Karan, se existe um lugar que seja seguro neste navio, é dentro daquele baú, ela não corre perigo nenhum dentro dele, faltam dois problemas agora, vamos ao mais simples"
O mercador pega o balde com corda que o marinheiro Oswald havia usado a pouco, vai até a beirada do navio, enche o balde com água, em seguida volta até o marinheiro desacordado, joga a água no rosto dele, o marinheiro acorda, sacode a cara molhada e tenta se levantar, Flemming coloca o pé nas costas dele e o força até o chão, impedindo ele de se levantar, e fala:
"Meu caro Oswald, eu mencionei a pouco a importância de não se fazerem ameaças quando não se estiver disposto à de fato concretiza-las, pois bem, se você fizer qualquer coisa que eu julgue como imprópria, seja um arroto sequer, meu amigo Kroth vai cortar seus pés, vamos te amarrar e descer seu corpo até que seus pés entrem na água, e de meia em meia hora, vou abaixar você um palmo a mais dentro d'água, você que é marinheiro deve saber melhor que eu quantas espécies de tubarões, enguias, polvos ossados, leões marinhos e baleias carnívoras tem nestas águas, então, posso contar com sua colaboração? A propósito, mantenha a boca fechada também, senão vou usa-la para atrair as criaturas que acabei de mencionar"
O marinheiro, trêmulo, apenas confirma com a cabeça, sem falar nada.
Flemming se levanta e se dirige então ao grupo:
"Certo, amigos, por favor, se aproximem"