Ato III - O Último Confronto

A magia de Tom fez com que quatro conjuntos de áreas se tornassem lisas e escorregadias, tornando difícil para qualquer um em cima delas permanecer de pé. Rhugyar e Dagna foram os primeiros a se desequilibrarem no terreno resvaladiço e caírem ao chão. Aproveitando desta oportunidade, Frafur e Drago fecharam o cerco contra o general, retalhando sem dó o antigo herói dos anões, que acabou por ser morto por uma marretada do goliath. Drago, ainda, partiu com um segundo ataque contra Dorach Braço-de-Diamante, mas a magia lançada pelo sacerdote impediu que Drago relasse nele.

- Seus idiotas, cês não sabem o que os aguardam lá na frente! - urrou o duergar feiticeiro caído, com uma fúria desesperada estampada no rosto.

O cavaleiro Johan continuava seu embate contra Dorach. Até o presente momento ele era o único a conseguir ultrapassar a barreira criada pelo anão. Duas vezes Redentora acertou a carne do inimigo, mas então o sacerdote, recuando um passo para sair do terreno escorregadio, lançou mais uma magia de cura em si mesmo, ficando praticamente novinho em folha dos ferimentos. Enquanto isso, Sophia em cima do mezanino dava espaço para sua companheira animal investir contra um dos besteiros, e Nevasca assim o fez, saltando sobre o duergar e fincando suas garras sobre os ombros do besteiro e dando-lhe uma mordida fatal em seu rosto. A face do cinzento ficou completamente desfigurada, e ele já não mais vivia. De fato, isto trouxe a memória de Baraz a pantera de Drizzt Do'Urden, Guenhwyvar. Deixando de lado as lembranças do tempo em que passou na companhia do drow, Baraz deu um passo a frente e atacou de todas as maneiras o besteiro a sua frente, mas o duergar, de certa forma, conseguiu se desviar de quase todas as investidas do anão.

A pedido de Johan, Nerók e Eunsech miraram seus ataques em Rhugyar, na esperança de derrotar o feiticeiro. Flechas e virotes enterraram-se sobre o corpo do inimigo, que permanecia vivo e consciente do que tinha que fazer. Belediel, por sua vez, aproximou-se e usou rogar maldição sobre Rhugyar, e Darksol, ao contrário, se afastou cada vez mais do combate, saindo do Forte dos Valorosos e sacando uma poção do seu cinto. Isabela, incapaz de combater Dorach, também havia caminhado em direção ao duergar, mas a sua presença e nem a magia da elfa impediram que Rhugyar se tornasse novamente invisível e sumisse à vista de todos.

Os besteiros no mezanino tomaram suas ações. O que enfrentava Baraz recuou um passo com extrema cuidado sobre a área lisa e disparou um virote, errando o alvo. Outro besteiro disparou mais uma vez contra Johan, mas desta vez a flecha resvalou na armadura do cavaleiro e se partiu ao meio. O último dos besteiros simplesmente se descuidou e escorregou na área criada por Tom, e caído por lá ficou. E o lobo que Sophia conjurava começava a tomar forma no piso térreo.

Quando a elfa decidiu dissipar todas as magias da área, ela certamente tinha a melhor das intenções. Infelizmente para Belediel e para o resto do grupo, o feitiço saiu pela culatra: a elfa não conseguiu dissipar as magias de seus oponentes, e de quebra, dissipou quase todas as magias de seus aliados, incluindo a área escorregadia conjurada por Tom. O mago, obviamente, ficou descontente em ver suas magias serem dissipadas, e ele tão logo tentou reparar o estrago feito por sua aliada lançando novamente um feitiço de velocidade.

Enquanto Johan gritava ordens de ações aos seus companheiros e golpeava Dorach, Baraz investia contra o besteiro, com os machados já sujos de sangue. No primeiro ataque, ele derrubou o duergar, e como segundo terminou de matar completamente o oponente fincando o machado em seu crânio. Sophia, por sua vez, e atendendo à ordem do cavaleiro, saltou sobre o local em que teoricamente estaria o feiticeiro inimigo, e a tática arrojada dera certo: ela caiu em cima de Rhugyar, dando-lhe uma mordida com suas presas afiadas e segurando o seu corpo com as garras. Johan recuou para baixo do mezanino, afim de evitar ser alvo de mais um explosão de chamas, e Drago, incapaz de golpear o herói anão sobrevivente, ficou imóvel e com a guarda alta.  

Frafur avançou intrepidamente contra o duergar, cuja posição foi delatada por Sophia, que o prendia firmemente com as garras. O anão deu um golpe violento onde ele imaginava estar a cabeça de Rhugyar, e foi bem-sucedido em sua intenção, pois ouviu um crac  característico de ter rachado o crânio. Morto, o duergar reapareceu nos braços da druida transformada em animal. Fiapos de fumaça saiam de suas mãos; ele provavelmente planejava soltar outra bola de fogo, o que poderia ser o fim para todos eles. Apesar da morte do feiticeiro, Dorach Braço-de-Diamante não se abateu e conjurou uma magia sobre si.

Já o halfling disparou duas flechas contra um besteiro, que cego, não conseguiu se desviar delas e teve a vida findada. Restavam ainda dois duergars: ambos miraram suas bestas leves em direção à Frafur, o executor de aparentemente seu líder, e dispararam; uma se perdeu no meio do caminho, e a outra atingiu de raspão o anão. Um lobo das estepes havia surgido no combate, mas sem receber ordens diretas, ele apenas despreocupadamente lambia sua pata dianteira.

Alheio ao que acontecia no interior da fortaleza, Darksol bebia uma poção que regeneraria seus ferimentos, intencionando com isso poder voltar ao combate. A montaria de Frafur - Felpudo - caminhava pela redondeza do Forte dos Valorosos, incapaz de passar pelo portal de entrada devido ao seu tamanho.