Ato III - O Último Confronto

Johan fica satisfeito ao ver que Sophia havia feito o que ele pediu, e que isso proporcionou à Frafur o momento exato para acabar com Rhugyar com um golpe preciso. O cavaleiro desejava ter dado aquele golpe, mas não é possível predizer o que acontecerá durante um combate. Era hora de acabar com Dorach, e aparentemente a magia dele impedia todos os outros de atacá-lo, com exceção do próprio Johan.

Filho da Ruína se preparava para atacar quando vê Frafur investir contra o clérigo, parando ao seu lado sem atacá-lo. Nerók surge de trás da passagem de entrada, com um virote pronto. Mira no anão, mas não atira. A maldita magia. Então um lobo surge e agarra Dorach, e Sophia, em sua forma felina, se aproxima dele e, de alguma forma, usa uma magia sobre si. Filho da Ruína sente seus músculos se fortalecendo, Redentora se tornando mais leve em sua mão, e o peso da armadura sobre seus ombros mais suave. Johan agradece com um aceno de cabeça e investe contra Dorach.

- Tyr, guie minha espada!

Filho da Ruína lança um golpe sobre o ombro direito de Dorach e, sem perder tempo e se aproveitando da magia de Tomdrill, afasta e torce o braço, golpeando o flanco esquerdo do sacerdote.

Tomdrill recebe a cura e as palavras de Belediel. Não compartilhava o receio que ela tinha sobre outros inimigos, mas também via a situação como controlada. Os Duergar estavam quase todos mortos e o feiticeiro perecera. Restavam poucos inimigos e assim, Tomdrill acaba por ficar na espera do desenlace do próximo movimento. Assim que os Duergar atirassem ele iria descer para se aproximar dos combatentes.

- Da gratiam oris Domina. Protege me a proelio!

- Tomdrill, você é um teimoso - Bufa a cleriga depois de ver o mago descer as escadas e se aproximar do combate.

Não tinha muitas opções a fazer, de onde estava ela viu o paladino johan ser golpeado pelo clerigo. Ele não estava em boas condições, poderia usar suas poucas magias que restavam nele, o problema é que não conseguiria chegar a tempo. Teria que tentar. Desceu as escadas ficando um pouco a frente de isabela. A duelista tambem não estava bem, mas a situação de Johan era pior. Ali mesmo do lugar em que estava puxou o seu arco e atirou no besteiro que restava.

-AGORA! Ataquem o anão!

Johan sentiu a perna fraquejar quando Dorach o golpeou, mas não era o momento para recuar. Eles deveriam atacar, atacar e atacar. O besteiro havia sido morto por Baraz e Belediel, o que tornava o esforço para derrotar o sacerdote ainda mais importante; ele era o único ainda de pé.

- Você pagará agora por ter desonrado o seu nome Dorach Braço de Diamante. Voltará agora ao descanso para se reconciliar com seus deuses!

Filho da Ruína se aproveita da magia de Tomdrill e agita Redentora no ar várias vezes, golpeando Dorach com fúria. Nerók, à distância, recarrega sua besta, mas sem ter um tiro claro contra o sacerdote, apenas aguarda.

Nevasca assiste as cenas lá de cima e, se um animal daquele podia sorrir, qualquer um poderia afirmar que a fera sorrira. Orgulhosamente olha para o anão bem a tempo de ver o ranger atacar o besteiro.
Sem esperar a ordem óbvia de Sophia a leoparda salta de cima do mezanino o mais próximo, se não em cima, do sacerdote. Como se o movimento fosse natural a leoparda já inicia um ataque no inimigo.

Infelizmente, talvez a felina se empolgou demais com o sucesso anterior de sua mordida e com o golpe que sua companheira deu anteriormente saltando do mezanino contra o duegar que não, talvez, o orgulho a cegasse demais para o salto...

Sophia por sua vez assume o papel de auxilio confiando o ataque em seu lobo atroz. Se aproxima de Johan, que aparentemente era o mais ferido de todos, e dá mais uma patada ao terminar sua prece.
Por um instante ela pensa o quanto Silvanus era um deus bom e misericordioso pro ajudá-la com as magias mesmo debaixo de pedra e longe das árvores que a druida tanto ama e aprendeu a cultuar a divindade.

O lobo atroz, instintivamente, avança para morder o sacerdote mais uma vez, sem esperar ordens.

Drago espanta-se por não ter conseguido atingir o anão, mas quando Johan grita, ele cerra os dentes e ataca com força o seu oponente.

Constatando como controlada a situação, Tomdrill tem a curiosidade de olhar dentro do buraco. Queria saber o que havia lá caso precisasse agir. Não havendo nada ele iria para próximo de Belediel. Não era seu lugar no meio do combate...

Frafur percebeu que não havia superado a magia de proteção que o clerigo conjurou sobre si, Rafur já havia comentado sobre essa magia e o poder de Dorach fazia juz a sua fama e gloria perante os anões. Mas agora ele era inimigo e havia sido corrompido pelo mal e, quem quer que fosse o responsável, pagaria pela profanação.

Por um instante ele pensa no restante do grupo, depois em seu povo que, provavelmente, continuava lutando na superficie contra os dragões e orcs.

-Os povos aliados irão vencer com a benção e preces de um grupo tão diferente e igual ao mesmo tempo, e essa comitiva será o seu maior trunfo.

Pensava o Barakor enquanto girava seu machado com uma velocidade impressionante. Sem perceber ele havia afrouxado a mão um poco em seu primeiro ataque, e não teve o destino pretendido. Mas logo em seguida apertou firmemente e continuou a atacar.

Belediel sente-se aliviada entretanto não tranquila. Era obvio que sentia-se feliz por tudo no final ter dado certo na luta, mas não poderia esquecer a sua participação ridicula. No momento mais critico quando todos esperavam que ela tirasse algo pra ajudar a todos fez exatamente o contrario num ato impensado e mal calculado, quase tinha arrasado as chances deles. Era novamente a mesma melodia tragica se repetindo quando fora negociar com os gigantes.

O que era diferente? Belediel tinha que dar a cara a tapa. Não era tempo de chorar, lamentar, ou mesmo se auto punir. Quando estivesse em Lua Argentea talvez ela procurasse braços macios e quentes de Nasri pra finalmente soltar as suas lagrimas de vergonha e desgosto. Naquele momento era pra ser a cleriga de Tyr, aquela todos esperavam que fosse desde o inicio lá na sua convocação.

Tinha um Paladino muito ferido,Johan, tambem devoto de Tyr. Ela iria fazer aquilo que deveria, que era cura-lo. Aproximou-se do cavaleiro e proferiu as palavras sagradas:

- Tyr,meu senhor e guia. Nas decisões duras e momentos dificeis tem iluminado o meu caminho e me ajudado, agora peço a sua graça pra que os ferimentos desse guerreiro santo seu, se fechem - Terminando essa oração ela tocou johan.

A sua agenda de coisas a fazer não estava terminada. Frafur tinha uma varinha de cura, ele iria pra frente de qualquer combate que fosse surgir no futuro e não poderia ficar se preocupando em curar com ela. Belediel estava sem magias praticamente e em combate era muito pouco util, deveria ela carregar a varinha e curar quem precisasse.

- Frafur, meu amigo paladino. Acredito que você não poderá usar muito a varinha cura de possui em meio as lutas que estão por vir. Eu estou sem magias praticamente pra hoje e de pouca utilidade serei em um combate, deixe a varinha comigo pra que eu possa curar quem precisar - Fala belediel se aproximado do paladino e pedindo a ele de forma humilde e educada.

Não se sabe se o paladino perceberia, mas talvez alguem que tivesse a habilidade de ler as pessoas e notar os seus sentimentos, veria o espirito quebrado e a vergonha que a cleriga carregava dentro de si naquele momento.

Frafur estava bastante ferido e se apoia por um estante em seu machado para tomar um fôlego após a dura batalha.

Haviam passado por várias situações perigosas e por muitas vezes seus companheiros chegaram a encarar a morte de frente, e graças aos Deuses principalmente a Gorm Gulthyn venceram mais uma batalha.

O anão se ergue mais uma vez e olha no rosto de cada um dos companheiros, acompanha o caminhar de Belediel até Johan que estava próximo, e percebe que estava curando suas feridas. Logo em seguida a jovem caminha em direção ao Barakor e ele ouve o que tinha a dizer respondendo, ao mesmo tempo que retira a varinha presa ao cinto:

-Aqui está Belediel, tenho certeza de que fará bom uso dela. Todos nós temos nossas fraquezas e limitações. Olhe bem para todo esse grupo inclusive pra mim, falhas irão ocorrer sempre. Mas pode ter certeza de que se sua magia falhar, cada um de nós estaremos ao seu lado pra lhe cobrir e tenho certeza de que fará o mesmo por nós. A busca eterna pelo acerto as vezes nos leva ao erro que nos leva ao aprendizado e que, por sua vez, nos levará a um desempenho cada vez melhor em combate e na vida. Obrigado por estar ao nosso lado.

Assim ele olha novamente para os outros e diz:

-Parabéns pelo combate, obrigado a todos. Sei que todos estão feridos e que merecemos descansar, mas quero dizer-lhes uma coisa. Nossos inimigos não merecem descansar e não daremos a eles essa chance. Preciso que reunam todos aqui para que Belediel possa curá-los o mais rápido possivel e gostaria de pedir a Sophia que utilize de sua varinha para que possamos curar o máximo possivel de todos e seguirmos o quanto antes.

Assim que Belediel começar a curar (ele não dará sugestão alguma quanto a quem ela irá curar, ou por quem começará). Ele irá dizer:

-Agora, preciso de alguém para vigiar o corpo dos anões mortos e chamar pela guarda para que possam retirá-los daqui e levá-los até o salão dando-lhe o funeral. Algum voluntário?

Ele olha agora para Tomdrill e pergunta:

-Tom, meu caro amigo, será que com os corpos aqui e enquanto Belediel e Sophia curam os que precisam, consegue descobrir algo sobre as magias que fizeram voltar a vida nossos heróis?

Johan estava sem fôlego e seu corpo ardia com os ferimentos, mas o combate estava vencido, Ivor vingado. O cavaleiro mal tem tempo de pensar no que fazer e Belediel cura seus ferimentos. Agradecendo com um aceno de cabeça, Filho da Ruína caminha até o corpo de Rhugyar, o ergue nos braços e então vê Darksol se dirigindo para a torre inexplorada.

- Darksol, feche esta maldita porta! Você não pensa antes de agir? Não sabemos o que há nesta torre, e por enquanto isso deve ficar assim, até termos nos reagrupo e curado os feridos.

Filho da Ruína caminha com Rhugyar nos braços, o que restou da cabeça do feiticeiro pendendo inerte contra o chão, vai até a borda do fosso onde quase caiu, olha para dentro dele, sorri e joga o corpo do feiticeiro duergar lá.

- Uma tumba adequada para você. - O cavaleiro se volta para os outros - Reagrupem para que Belediel possa tratar de seus ferimentos. Vou trazer os corpor dos outros duergares para baixo, para eles fazerem companhia para Rhugyar. Este é o tempo que vocês tem para descansar. - Johan aponta para a porta da torre - Só então veremos o que há naquela torre e o que espera por nós adiante.


Dito isso, o cavaleiro subirá ao mezanino e, se aproveitando da magia de Sophia, descerá os corpos dos besteiros, arremessando-os no fosso, onde farão companhia à Rhugyar em sua passagem aos Nove Infernos.

Tomdrill vasculha sua mente atrás das informações pedidas por Frafur. Sabia que cedo ou tarde suas escolhas voltariam para chutá-lo bem na bunda. Não entendia nada de reviver os mortos. Nada sobre controlá-los e menos ainda imaginava alguém ali capaz. Talvez Belediel... Ele tenta ao menos reconhecer as magias ativas nos novos mortos agora.

- Acho que Belediel pode discorrer melhor sobre o assunto, Frafur. Vou ver o que posso fazer, mas não espere muito!

Tomdrill tenta então uma detecção de magia.

Sophia se limita a ir junto de Nevasca verificar se a companheira estava bem.
Nevasca ainda tinha o virote preso no dorso e, agora que a adrenalina começava a diminuir, sentia um incomodo com aquilo.

A leoparda se junta à "fila" que Belediel estava ajudando para que ela retirasse a flecha e cuidasse de seu ferimento.

Sophia ouve tudo, mas se limita a apenas sentar e lamber sua pata e descobriu o gosto do sangue de seus inimigos...