Ato III - O Último Confronto

Enquanto o Filho da Ruína cuidava de jogar os corpos dos cinzentos no fundo do poço recheado de estacas, Tom usava uma magia de detecção nos corpos dos heróis anões. Seja lá qual efeito estivesse sobre os anões, ele parecia ter se dissolvido com as suas mortes. Porém o mago viu brilhar itens mágicos que os heróis possuíam: a alabarda e a armadura do general Dagna Barbalonga e a maça-estrela e o amuleto de Dorach Braço-de-Diamante.

- Meus caros companheiros - diz o halfling -, estives pensando na conversa que antecedeis a luta. Serás que os duergars não queriam nos "retardar" de alguma forma? Por que eles não nos atacastes logo quando entramos no Forte?

O halfling estava prestes a negar a magia de Tom quando Johan interveio. Eunsech engoliu em seco o que ia falar e aceitou a tarefa delegada a ele, e logo se tornou invisível à todos do grupo. Em sua mente, ele achava que não era uma boa explorar sozinho - mesmo com a magia de invisibilidade - os níveis inferiores onde possivelmente haveriam inimigos mortais, mas nada disse para contradizer o cavaleiro.

Foi o próprio Johan quem abriu a porta que dava para o térreo da torre. Ele, acompanhado dos pequenos e furtivos Darksol e Nerók, e ainda de Tom, subiram a escadaria circular de madeira, enquanto os passos leves de Eunsech tomavam o caminho contrário. No 1º andar da torre, eles não viram nada além de aberturas quase imperceptíveis na rocha, possivelmente para a utilização de bestas e arcos. No segundo e último andar havia um quarto, que foi disposto de forma apertado na pequena sala da torre. Havia uma cama do tamanho anão, um guarda-roupas, pontos na parede para pendurar armas, e um baú.

Darksol não encontrou nenhum vestígio de magia no quarto da torre e não demorou muito - questão de menos de um minuto - para Eunsech retornar, ainda invisível, para perto de seus companheiros e relatar o que viu.
- Um quartel dos anões... Por sorte não havias nenhum inimigo vivo ou morto lá, mas o que chamaste a atenção era um rombo na parede, uma abertura escavada de forma bruta na parede do quartel, e eu vi pegadas, sim, pegadas grandes de um bicho estranho, Baraz poderás dizer melhor do que se trata quando as vir, eu nunca vi nada parecido antes.

- A fechadura 'ta um pouco amassada aqui - diz Nerók enquanto vasculhava o baú com suas ferramentas de operação.

Ele passou muito tempo estudando minuciosamente à procura de qualquer armadilha instalada. O baú era dourado e grande, quase do tamanho de Nerók, e certamente devia ser pesado. Por fim o goblin se deu satisfeito, e sem mais ou menos, deu um tapa na tampa do baú, abrindo e revelando o seu conteúdo: cabeças anãs empilhadas umas sobre as outras até as bordas. Esses anões tinham uma pele mais escura, levemente bronzeadas e significantemente mais escura que os outros anões que viviam no Salão de Mitral. Seus cabelos tinham tonalidades escuras que variavam de cinza, preto e marrom. O Darksol abriu o armário e encontrou mais cabeças anãs sobre as prateleiras.